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 Yuri Leveratto

 

Amazônia Peruana:

Velhas inscrições de Cumpanamá

O mistério dos petróglifos de Cumpanamá,

herança de arcaicas culturas amazônicas.*

 

Por Yuri Leveratto*

De La Paz/Colômbia

Para Via Fanzine

06/03/2015

 

O pesquisador Yuri Leveratto analisou de perto as inscrições perdidas na selva.

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A expedição dos petróglifos de Cumpanamá foi realizada em Yurimaguas, um grande povoado na Amazônia Peruana, às margens do Rio Huallaga, um afluente do Rio Maranhão.

 

Em Yurimaguas a temperatura supera os 35 graus centígrados e o sol queima a pele. Um dia depois da chegada fomos ao mercado barrial, onde além de tomarmos uma deliciosa sopa de pescado do rio, compramos algumas pilhas, considerando que na zona para onde nos dirigíamos não havia luz elétrica.

 

Também fomos ao porto, situado na desembocadura no Rio Huallaga. A ideia inicial era subir o Rio Paranapura para chegar ao povoado de Balsapuerto numa canoa com motor 16CV. Mas não encontramos nenhum barqueiro que estivesse a ponto de sair, e teríamos que ter esperado mais de um dia para embarcarmos numa canoa publica.

 

Decidimos então seguir por terra, inicialmente de moto, até o povoado de Nuevo Arica, e depois a pé, até Balsapuerto. Na manhã seguinte chegamos a Nuevo Arica, depois de uma viagem incômoda de moto de aproximadamente duas horas. Desse ponto avançamos através da selva ao largo de um caminho estreito aberto.

 

Detalhe do petróglifo de Cumpanamá.

 

Meu acompanhante era Ernesto Sanchez, um guia esperto da região. Foi um percurso difícil, não somente pela exuberante vegetação que obstruía o caminho, mas também porque depois de umas duas horas de caminhada começou a chover e logo o caminho transformou-se num viscoso "mar de barro".

 

Dormimos numa cabana abandonada dos indígenas Shawi. Na manhã seguinte, depois de duas horas caminhando, chegamos finalmente a Balsapuerto, uma aldeia Shwi, situada nas beiras do Rio Cachiyacu, um afluente do Rio Paranapura.

 

Na manhã seguinte, muito cedo e com a ajuda de um guia local, iniciamos a exploração da parte alta do Rio Cachiyacu com a finalidade de chegarmos aos petróglifos de Cumpanamá.

 

Depois de aproximadamente três horas de caminhada, chegamos perto da enorme pedra de Cumpanamá, situada no meio da selva, perto da quebrada Achayacu.

 

O petróglifo acompanha a curvatura da parede de rocha.

 

Logo que observei a parede central com nove metros de comprimento e coberta de petróglifos, percebi que estava na presença de um importante sítio arqueológico pouco conhecido e pouco estudado.

 

A forma das pedras lembra a um enorme cilindro irregular. Sua circunferência é de 48 metros e sua altura de aproximadamente seis metros.

 

Cobrindo toda a sua circunferência estão esculpidos vários petróglifos, com valiosos indícios da visão do mundo pelos antigos escultores e entalhadores.

 

A parede principal de aproximadamente nove metros de comprimento por dois metros de altura contém vários petróglifos importantes, primeiramente, o petróglifo do cacique. Observa-se uma máscara-coroa de plumagens que provavelmente adornavam o chefe da tribo, notando-se 12 plumas e por baixo delas, doze cavidades.

 

À sua esquerda encontra-se um petróglifo com o símbolo yin-yang, que alguns interpretam também como uma concha.

 

 

Detalhe do petróglifo de Cumpanamá.

 

Por baixo do petróglifo do cacique encontramos um símbolo particular: um círculo com linha horizontal no centro. Continuando à direita na parede central encontramos um espiral símbolo do kundalini e um enigmático petróglifo que lembra uma "raquete", dividida por duas linhas horizontais e linhas verticais, formando assim 12 espaços contínuos.

 

A "raquete" é comum em Cumpanamá: tem de fato outras três. Por cima dela encontramos cinco círculos com alternância um ponto e uma linha horizontal no seu interior.

 

A direita da "raquete" encontra-se duas espirais, tipo símbolo da kundalini. Por cima da "raquete" encontramos um estranho símbolo em forma de L invertido, enquanto que à direita deste último há uma espécie de circunferência com dois alto-relevos no centro.

 

Detalhe do petróglifo de Cumpanamá.

 

Mais à direita, vê-se um rosto, parecido com os de Pusharo que, possivelmente, simbolizam uma marca do território. Na extrema-direita da parede principal, encontramos um conjunto fechado com quatro círculos pequenos no seu interior. Por cima deste conjunto de petróglifos nota-se um "quadrado dividido em quatro quadrados".

 

Caminhando ao redor da pedra no sentido horário, observamos o petróglifo de uma serpente (símbolo do inferno), de um jaguar (símbolo do mundo real, da força e da determinação), surge outra "raquete" e alguns espirais do tipo kundalini, além de vários círculos concêntricos.

 

Na parte superior da pedra nota-se também um quadrado com outro quadrado no seu topo.

 

Yuri Leveratto observa de perto as linhas traçadas na pedra.

 

Localização da Pedra de Cumpanamá: Lat. Sud 5º 52´ 409 ´´, Long Oeste 76º 31´315´´

 

O conjunto foi fotografado pela primeira vez em 1997, pelo geólogo José Sanchez Izquerdo.

 

Assim, como os petróglifos de Pusharo, a origem destes é amazônica, provavelmente do período formativo (2000 a.C.), e os autores dos gravações foram possivelmente povos amazônicos antepassados dos indígenas Shawi que viajavam da selva aos Andes.

 

* Yuri Leveratto é italiano e atualmente reside na Colômbia. É pesquisador arqueológico e de antigas culturas. Seu portal oficial é http://www.yurileveratto.com/po/. É colaborador de Via Fanzine.

 

- Tradução: AnnA Baraldi Holst, Itapema, Santa Catarina, Brasil.

 

Vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=pgS2IQQpwvY&list=UUl-QiBKRiOrdRYcJo3BG6eA

 

 

Extra:

 

Vídeo Petroglifos de Cumpanamá

 

Viste o portal oficial de Yuri Leveratto:

http://www.yurileveratto.com/

  

- Imagens: Yuri Leveratto.

 

YURI LEVERATTO

Copyright 2015©

 

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