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 Yuri Leveratto

 

Puma Punku:

Civilização pré-diluviana na Bolívia

O sítio de Puma Punku está localizado a menos de uma milha a sudeste de Tiahunaco.

À primeira vista pode-se observar rochas gigantes e várias portas monolíticas abandonadas.

 

Por Yuri Leveratto*

De La Paz/Colômbia

Para Via Fanzine

17/04/2013

 

Os mistérios do Templo da Lua, a Porta do Puma (Puma Punku),

nas proximidades da cidade de pedra de Tiwanaku (Taypikala).

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Posnansky: evoluída civilização

 

O livro do arqueólogo austríaco Arthur Posnansky, "Tiahuanaco, o berço do homem americano" (1945), é o texto básico para aqueles que querem se aproximar no modo sério e objetivo para o estudo desse grande sítio da arqueológico andina.

 

Posnansky, o maior estudioso de Tiahuanaco, foi duramente criticado pelo meio acadêmico – ao inspirar escritores de ficção científica -, após datar a Fundação de Kalasasaya em 15.000 a.C.

 

Nesta trama, como eu descrevi no meu artigo "Arqueoastronomia em Tiahuanaco", isso não é atualmente verificável, uma vez que o arqueólogo austríaco dera como certo que Kalasasaya teria sido construída dentro de meridianos perfeitos, e esta data só se poderia se supor, mas não constatar cientificamente.

 

De fato, Posnansky nunca mencionou no seu livro e nem sequer a respeito da uma civilização dotada de "Instrumentos tecnológicos" que construiu Tiahuanaco e Puma Punku, a propósito, explicou em modo sério e profundo como e porque foram construídos todos os monumentos megalíticos do sítio em questão e como foram transportados os blocos gigantescos.

 

Alguns autores de ficção científica acreditam que era "impossível" transportar as rochas e cortá-las tão perfeitamente para as pessoas daquela época. Portanto, Tiahuanaco e Puma Punkutuvieron teriam sido construídas "necessariamente" com ferramentas tecnológicas de uma "civilização tecnológica" da era pré-diluviana, ainda que nunca se tenha encontra uma prova definitiva de sua existência. Outra coisa é sustentar a ideia que tenham existido civilizações pré-diluvianas, porém, não-tecnológicas.

 

Imagem antiga mostra os restos de uma elaborada arquitetura em Puma Punku.

 

Puma Punku

 

De volta, então, a Puma Punku, destacamos as suas funções, a razão para a sua construção e como foram transportadas e incorporadas entre si, rochas que pesam até 100 toneladas.

 

O sítio de Puma Punku está localizado a menos de uma milha a sudeste de Tiahuanaco. À primeira vista pode-se observar rochas gigantes e várias portas monolíticas abandonadas.

 

Unanimemente, todos os grandes cientistas que estudaram detalhadamente o sítio de Puma Punku (como Catelnau, Tschudi e Dessalines d'Orbigny) acreditam que este abrigaria os restos do chamado “Templo da lua”, astro venerado na antiguidade, em oposição ao templo do sol, venerado em Tiahuanaco.

 

Outra tese de alguns escritores é que não havia nenhuma fonte de água em Tiahuanaco.  Mas isto não corresponde a verdade, porque justamente nas proximidades de Puna Punku corria um aqueduto alimentado por um riacho chamado Waricoma (nascido do Cerro Kentaua).

 

 

Pouco restou do que teria sido Puma Punku, mas o suficiente para

constatar sua incrível arquitetura com base em rochas entalhadas,

 

Três períodos de uma civilização

 

O arqueólogo austríaco argumentou que existiram três períodos em Tiahuanaco, dos quais, pelo menos os dois primeiros pertenceram à era pré-diluviana.

 

Segundo Posnansky, o Templo da lua começou a ser construído durante o pré-diluviano, mas nunca foi concluído.

 

Arthur Posnansky argumenta em seu livro que Puma Punku foi concebido inicialmente como um edifício de 45 metros de comprimento por 16 de largura.

 

Ainda de acordo com o austríaco, no entanto, teria sido um evento inédito e de grande poder chamado de "inundação", que impediu os construtores de concluir os trabalhos nos períodos I e II.

 

Posnansky argumenta que a construção do Templo da lua prosseguiu durante o terceiro período, após o dilúvio, tempo em que os arquitetos sacerdotes da cultura andina já conheciam a metalurgia e depois o bronze, obtido, como sabemos, da fusão do estanho com o cobre.

 

No que diz respeito ao transporte de pedras pesadas, Posnansky explica sua teoria, que parece ser o mais lógico.

 

Primeiramente, afirma que eles obtiveram as rochas maiores nas cavernas. Quenachata está localizada na Serra de Quimzachata, a cerca de 10 quilômetros de Tiahuanaco.

 

Projeto do que deveria ser o templo concluído. Os pequenos compartimentos

quadriculados seriam as supostas jaulas que trancafiavam os pumas.

 

Furos precisos e transporte de rochas

 

Olhando para os dez furos na parte inferior das rochas mais colossais 100 toneladas de peso (manchete), nota-se que eles têm cerca de 30 cm de largura.

 

Ainda segundo Posnansky, estes furos feitos com incrível precisão serviam para afixar robustos troncos de árvore (Kholo), para serem transportados diretamente da alta selva pelos chamados Yungas.

 

Naquela época, eles teriam usado o conceito da alavanca, com pelo menos 15 homens manejando cada tronco (em 10 troncos no total), eles poderiam colocar o bloco gigante sob as rochas escorregadias e quase esféricas, obtidas no leito dos rios para serem usadas como base. Obviamente, eles possuíam um número limitado dessas pedras escorregadias colhidas no rio e assim, depois de transportar o colossal bloco através de uma certa distância, eles catavam as mesmas pedras que ficaram para trás e as recolocavam na próxima parte a se percorrer.

 

Constatamos também que, durante a construção de Tiahuanaco e Puma Punku, a alta casta de arquitetos sacerdotes tinha poder absoluto sobre massas de milhares de escravos e trabalhadores, submetidos a uma disciplina rigorosa.

 

Segundo indicou Posnansky, essa técnica descrita, teria sido apenas um dos métodos para o transporte de enormes blocos de andesito. Outro método seria o transporte sobre a água, Tiahuanaco era uma cidade portuária. Pelo intervalo de Kjappia, na montanha, localizado no istmo de Yunguyo, foram transportados os blocos menos pesados. Eles teriam sido levado em barcos, o que, à primeira vista poderia causar instabilidade, mas, na verdade suas qualidades de navegabilidade aumentava a sua capacidade de carga.

 

Uma placa talhada em rocha mostra furos perfeitos para se fazer encaixes.

 

Finalidade do templo e os seus portais

 

Sobre a função do Templo da lua, Posnansky assinala que este foi projetado para ser construído com uma série de espaços internos, pelo menos quatro habitações e outras 12 salas que seriam "nichos", nos quais deveriam ser colocados, segundo Posnansky, também, alguns "pumas sagrados", animais vivos, que eram dedicados ao culto da lua.

 

Para Posnansky, na verdade, enquanto o puma e o jaguar eram associados à lua, o condor e a águia eram associados com o sol, cujo culto foi desenvolvido somente mais tarde, no período III, o pós-diluviano.

 

Além de ser o símbolo da lua, o Puma, também era o símbolo da noite, da mulher e da água. Outra das peculiaridades dos portais pétreos de Puma Punku, é o trabalho visto em seus baixo-relevos em pequenos furos, que foram usados para prender as placas de ouro que foram empilhadas com pregos de ouro.

 

De acordo com Posnansku, em Puma Punku há restos de quatro grandes portais, hoje em ruínas.

 

Em particular, aquele chamado de "Puma Punku", é um portal de pequenas dimensões, apenas mede 617 milímetros de altura por 370 milímetros de largura, motivo pelo qual, os seres humanos não podem passar por ele. Segundo Posnansky, este portal foi concebido para a passagem dos felinos que ficavam presos nos respectivos nichos.

 

Quanto às funções arqueoastronomias de Puma Punku, Posnansky observa que, enquanto a função do Almanaque Pétreo de Kalasasaya é conhecida, a do Puma Punku é muito mais difícil de se chegar a sua interpretação. Justamente, porque o sítio arqueológico chegou até a nossa época em condições muito distintas daquelas em que foi originalmente concebido, após sofrer vários e reiterados saques desde a conquista espanhola.

 

A suposta técnica de rolamento das peças sobre pedras

escorregadias que eram sempre repostas à frente.

 

Astronomia para manipular camponeses

 

O arqueólogo austríaco, no entanto, sentiu que os arquitetos sacerdotes da alta casta detinham profundos conhecimentos seleno-gnósticos e com isso, poderiam prever eclipses lunares, usando tal poder para controlar as massas de camponeses, que temiam tais eventos.

 

Segundo o pesquisador, os sacerdotes sabiam que eclipses lunares eram verificados durante alguns períodos da lua cheia. Desta forma, eles compreenderam perfeitamente que a terra lança a sua sombra sobre a lua durante os eclipses lunares.

 

Foto antiga mostra detalhes do incrível acabamento da construção.

 

Porto do Titicaca

 

Por fim, Posnansky concluiu que Puma Punku coincidia com a zona portuária de Tiahuanaco sendo, portanto, o lugar que recebia os navios que chegavam de vários portos do Lago Titicaca.

 

Normalmente, os viajantes chegaram em Puma Punku para homenagear a Paximama, ou a "Deusa da Lua", ocasião em que os sacerdotes (ou sacerdotisas?) da lua cumpriam os seus ritos, sacrifícios e danças ao som de instrumentos doces, acompanhados pelos barulhos dos pumas enjaulados nos nichos do templo.

 

Tudo isso ocorria em oposição ao templo do sol, uma dicotomia entre condor e puma, que manteve em equilíbrio as sociedades de Tiahuanaco. Somente mais tarde  o culto da serpente seria introduzido por novos grupos étnicos amazônicos que se agregaram a Tiahuanaco, dando origem, lentamente, ao conceito da Trinidad Andina, que ainda está imerso na cultura popular.

 

* Yuri Leveratto é italiano e atualmente reside na Colômbia. É pesquisador arqueológico e de antigas culturas. Seu portal oficial é http://www.yurileveratto.com/po/.

 

- Imagens: Arquivos do autor.

 

- Bibliografia:

  Arthur Posnansky "Tiahuanaco, o berço do homem americano" (1945).

  

YURI LEVERATTO

Copyright 2013©

 

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