Especial - Gigantes
Gigantes na Pré-História: No Brasil, na América e no Mundo – Parte I São muitas tradições da Terra que falam dos gigantes. Os povos que mais os divulgaram foram os gregos na literatura e nas lendas, quando expuseram seus heróis e seus deuses com sua forte presença no meio dos homens como Atlas, Prometeu e os Ciclopes, etc., além de uma extensa hierarquia de deuses e seres míticos.
Por J. A. FONSECA* De Itaúna/MG Abril/Maio - 2021
Estátua de um gigante em Tiahuanaco. - Clique aqui para ler a parte 1 dessa matéria - Clique aqui para ler a parte 2 dessa matéria - Clique aqui para ler a parte 3 dessa matéria
Seria possível que tenha havido uma civilização de gigantes nas eras mais remotas de nossa história? Elementos arqueológicos importantes que sobreviveram aos tempos oferecem-nos fortes evidências que nos permitem dizer que sim. A história não tradicional dos homens também fala dos gigantes que habitaram a Lemúria e a Atlântida, continentes lendários e desaparecidos há milênios. Lendas e tradições, escritos bramânicos e até mesmo a Bíblia também falam dos gigantes na antiguidade e os relatam como acontecimentos naturais no processo da evolução humana e de sua história sobre a Terra.
Neste artigo queremos mostrar evidências da presença desses seres estranhos na história desconhecida dos homens, de sua evolução e de sua passagem também pelo Brasil.
São muitas tradições da Terra que falam dos gigantes. Os povos que mais os divulgaram foram os gregos na literatura e nas lendas, quando expuseram seus heróis e seus deuses com sua forte presença no meio dos homens como Atlas, Prometeu e os Ciclopes, etc., além de uma extensa hierarquia de deuses e seres míticos.
A Bíblia também fala de gigantes sobre a Terra e em diversas passagens os menciona a título de narração simplesmente e diferentemente da literatura sobre os gigantes na Grécia, esta somente relata a sua existência no contexto geral de seus escritos, não se detendo muito na questão, apesar de tratar-se de algo não muito comum. Pode-se dizer que a visão científica recusa terminantemente estes relatos como provas e alega que estes não espelham uma realidade, mas somente mitos de povos antigos. No entanto, temos diante de nós milhares de testemunhos arquitetônicos contundentes em todo o mundo que permanecem sem uma explicação adequada, por causa da sua excepcionalidade como monumentos reais e sua estrutura excepcionalmente gigantesca e de difícil compreensão. Diante desta sua grandeza, que tipo de construtores as poderiam ter executado senão gigantes?
Pode-se dizer que um simples relato não diz muito e que a Ciência não pode admitir estudos somente diante destas premissas. Porém, o que dizer sobre descobertas inquietantes que tem sido feitas e destes testemunhos arqueológicos de que falamos, e que não podem ser ignorados pelos estudiosos? É preciso lembrar que a descoberta de Troia que foi feita por Heinrich Schliemann foi inspirada pela obra de Homero, que não passava até então de um relato mítico e poético da Grécia antiga.
Amparados em bases científicas, poderíamos dizer que a questão dos gigantes na Natureza já teria ocorrido em períodos geológicos variados, observando-se tal acontecimento no reino vegetal com árvores e arbustos gigantescos; no reio animal, com a era dos grandes répteis e até mesmo em nosso tempo com animais de grande porte que ainda existem. Por que tal procedimento evolutivo não poderia também ter ocorrido com o homem? Aliás, temos evidências de que o homem teria vivido na época dos dinossauros, com registros rupestres constatados inclusive no Brasil. Não seria, portanto, temerário afirmar que o homem daquele tempo poderia ser de um tipo mediano como o dos tempos atuais, quando teria de enfrentar intempéries que exigiriam dele maior resistência física e porte mais avantajado, o que lhe seria necessário também no enfrentamento de grandes animais e vivendo em risco permanente?
Neste aspecto e analisando os diversos monumentos pétreos no Brasil e na América do Sul, especialmente, além de muitas outras regiões da Terra, que também estamos abordando, acabamos nos convencendo de que houve, de fato, uma antiga civilização de gigantes em nosso passado mais distante. Aqui mesmo, no Brasil, temos demonstrações líticas em grande quantidade e em diversos lugares, que nos permitem pensar na presença desses gigantescos moradores em nossa terra. Apesar de essas enigmáticas criaturas serem tratadas como figuras lendárias, vemos que elas poderiam ter estado por aqui, tendo estendido a sua civilização até a região dos Andes, onde vamos encontrar ruínas exuberantes e fortalezas pétreas que dão fortes indicações de que não poderiam ter sido construídas pelo homem comum, mesmo que tivéssemos de nos investir da mais exagerada boa vontade, na tentativa de explicar os aspectos demasiado complexos na grandeza destas obras monumentais e, especificamente, nos detalhes não admissíveis no corte das pedras e na sua acomodação em paredes, muralhas e construções de forma admirável.
Alguns observadores acolhem a ideia de que tais construções estejam relacionadas a inteligências alienígenas que aqui estiveram num passado distante, coabitando com os seres humanos e auxiliando-os neste trabalho monumental. Porém, depois de muitas observações e estudos pormenorizados, passamos a ver nestas ruínas, espalhadas por todo o nosso planeta, comprovações de que teria havido mesmo uma civilização de gigantes na Terra, dotada de inteligência e habilidades específicas e que teria sido a responsável por todas estas construções inexplicáveis.
Talvez seja difícil de imaginar que esses povos gigantes teriam existido e até mesmo tenham vivido em terras brasileiras, mas com um olhar mais ousado poderíamos encontrar esta possibilidade presente nas próprias construções líticas de grandes proporções que até nos dias de hoje impressionam e não podem ser convenientemente explicadas. Os grandes monumentos em pedra que se espalham por todo o planeta, inclusive o Brasil, oferecem pistas de que podem estar relacionadas a algo bem maior do que à tese de que muitas delas se tratem de ‘construções naturais’ apenas e que outras teriam sido obra de povos primitivos que ali teriam vivido. É preciso dizer que foram encontrados também fósseis de pegadas gigantes em diversas partes da Terra que fortalecem a ideia de uma raça de gigantes em nosso passado e que serão citadas mais adiante.
É importante atentar que os monumentos ditos ‘naturais’ se acham localizados em locais específicos, nada podendo ser encontrado à sua volta ou até mesmo próximo deles, como se fossem algo não comum ajustado na paisagem. Assim é, por exemplo, o caso de Itacueretaba ou Vila Velha, em Ponta Grossa, no estado do Paraná, que se acha isolada em um local determinado, à semelhança de ruínas de um castelo milenar; temos também as pedras colossais de Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, com características muito diferenciadas; a região de Monte Alegre, no estado do Pará com suas magníficas formações em pedra e variada incidência de inscrições rupestres, além de muitas outras.
Gigantesca estátua na Ilha de Páscoa, cujo corpo achava-se completamente soterrado.
A Ilha de Páscoa é um destes lugares incomuns que pode estar relacionado a esta tese dos gigantes. Foram os holandeses quem a descobriram casualmente e ao encontrarem um povo selvagem naquela ilha e as gigantescas estátuas em pedra ali erigidas, não conseguiam compreender como aquele povo poderia ter sido autor daquela obra monumental. Algumas de suas estátuas pesam até 50 toneladas e chegam a ultrapassar 20 metros de altura. Muitos anos depois dos holandeses, em 1956, o pesquisador e escritor Thor Heyerdahl fez pesquisas no local e em seu livro “Aku – Aku – o Segredo da Ilha de Páscoa” disse que ao depararem com aquele exército de esculturas sobrenaturais, sentiam-se muito pequenos e sem respostas diante desta visão monumental, pois tratavam-se de cabeças gigantescas enterradas no solo, apesar de que muitas delas encontravam-se quebradas.
Quando foram feitas escavações ao lado destas estátuas, surpreenderam-se Heyerdahl e seus acompanhantes ao verem que os corpos das mesmas eram excepcionalmente grandes, chegando a alcançar até cerca de 14 metros de profundidade. O mais impressionante diz ele é que muitas delas portavam chapéus de pedra que tinham o peso de dois elefantes juntos. Assim Heyerdahl escreveu: “Como pode alguém erguer o peso de dois elefantes ao nível de um prédio de quatro andares, quando não há guindastes e nem sequer um ponto elevado nas vizinhanças? Os poucos homens que poderiam encontrar lugar para si próprios, lá em cima, no crânio da figura, não conseguiriam, por certo, puxar um enorme chapéu de pedra, erguendo-o até o pequeno lugar plano que constituía o seu único ponto de apoio.”
Thor Heyerdahl também afirmou em seu livro que as “verdes montanhas de Rapaiti estavam tomadas por terraços e por misteriosas pirâmides recobertas de vegetação; nem os terraços, nem as pirâmides podiam ter sido obra da natureza.”
Estas gigantescas estátuas chamadas de Moais, os terraços e as pirâmides seriam, pois, obras de habitantes de um antigo império desaparecido (a Lemúria), segundo escritos velados dos brâmanes da Índia, que seriam homens gigantes, chegando a alcançar entre 7 e 8 metros de altura. As figuras que são mostradas nas estátuas tratam-se de representações fisionômicas desses povos que não se pareceriam com nenhuma das raças que são conhecidas nos dias de hoje.
Situado no sul da Inglaterra vê-se o conjunto megalítico de Stonehenge, também construído com requintes de arquitetura apurada e técnicas avançadas, não compatíveis com muitos outros monumentos pétreos como os dolmens, por exemplo, também gigantescos e que são encontrados em muitos lugares, alguns dos quais elaborados de forma engenhosa. Stonehenge trata-se de uma obra gigantesca. Por isto mesmo, atribuímos a este colossal empreendimento um caráter especial, como se fora um trabalho de gigantes, e o estamos citando por causa de sua monumental estrutura que exigiria a presença de construtores de peso para colocá-la de pé.
Não muito longe dali, temos também os famosos megálitos das ruínas de Carnac, na França, que são considerados como sendo a maior concentração de blocos de pedra enfileirados do mundo. Trata-se de um alinhamento de menires de grande porte e peso, aos quais se estima uma idade de cerca de 7000 anos, podendo, no entanto, serem muito mais antigos. Ninguém sabe quem os teriam colocado ali nem o motivo de tão gigantesco trabalho.
Também na região de Ponape, nas ilhas das Canárias, existem especulares ruínas ciclópicas, que formam verdadeiros labirintos até o mar como se fossem restos de uma cidade aquática ou submergida. Segundo os arqueólogos elas teriam sido cobertas pelas águas do Pacífico em uma época muito antiga e não se sabe quem teriam sido os construtores deste conjunto pétreo prodigioso. O pesquisador e escritor Aurélio M. G. de Abreu, em seu livro “Civilizações que o Mundo Esqueceu” assim escreveu sobre estes muros colossais que seguem mar adentro: “De todas as antigas construções existentes na Oceania, as mais misteriosas e intrigantes encontram-se na Micronésia, no arquipélago das Carolinas, e formam um gigantesca cidade megalítica que não possui similar em nenhuma parte da Terra. Os nativos da ilha em que ela foi construída negam qualquer identidade com seus construtores desaparecidos e chamam aquele cidade de Nam Madol.”
Uma das cabeças gigantes em basalto que é atribuída aos povos Olmecas.
As portentosas esculturas da cultura Olmeca encontradas em Vera Cruz e os vestígios arquitetônicos existentes na região levaram os estudiosos a suspeitarem que esses povos desaparecidos possam fazer parte do segredo que oculta a questão do surgimento da civilização em toda a América Central e no México. Ao todo foram achadas doze colossais cabeças de basalto esculpidas, pesando cerca de 16 toneladas cada uma, algumas das quais estavam completamente soterradas.
O autor Pedro Guirao em seu livro “O Enigma de Teotihuacan” cita o pintor mexicano Miguel Corvarrubias que teria dito que a civilização dos Olmecas seria a civilização-mãe do México e da América Central. O investigador de civilizações perdidas Graham Hancock falando sobre esses povos escreveu em seu livro “As Digitais dos Deuses”: “as enigmáticas ‘esculturas’ que deixaram, que supomos os representarem, não tenham sido absolutamente trabalho ‘deles’ (dos Olmecas), mas de um povo muito mais antigo e esquecido.”
O rosto gigante da esfinge da Gávea – Rio de Janeiro.
Temos também no Brasil uma cabeça colossal esculpida que parece fazer parte de uma grande esfinge construída há milênios, apesar de que muitos a consideram como se fosse uma simples formação natural da rocha. Localiza-se no estado do Rio de Janeiro, na Gávea, onde se pode vê-la – uma cabeça de proporções colossais, como se ela estivesse espreitando sobre a Baía de Guanabara com sua imponência silenciosa e vigilante. Sua fisionomia austera, mas serena, apesar do desgaste do tempo continua expressiva, olhando para o Norte, como se fixasse algo de relevante importância.
Não é difícil ver a face de um homem barbado ali esculpido, parecendo portar um elmo sobre a cabeça, como se fosse uma esfinge ou um guerreiro de uma raça muito antiga. Suspeita-se que ela possa ser parte de um monumento bem maior, pois pode-se verificar uma estrutura contínua após a cabeça, como se fosse um corpo apoiado sobre o monte. Apesar do desgaste natural do tempo, ainda podem ser vistos os olhos, o nariz, a boca e uma barba volumosa que desce sobre o penhasco. Afirmam os estudiosos que seu corpo é constituído de pedra granítica e que a cabeça é feita de gneisse, um tipo de rocha metamórfica constituída de cristais de mica, quartzo e feldspato, possuindo 286 metros de altura. Se for confirmado que se trata de uma gigantesca escultura, temos um outro grande problema a resolver, além dos muitos outros em diversas partes do Brasil e do mundo. Que tipo de raça teria construído esta obra de arte e a colocado naquela posição, a uma altura considerável, cerca de 550 metros acima do nível do mar, senão uma civilização de gigantes? E por que meios isto teria sido feito?
A porta do Sol em Tiahuanaco cortada em um só bloco de pedra.
Citamos alguns exemplos de construções de imagens gigantescas na Terra, dentre as milhares que existem, e vamos nos ater nas ruínas da ciclópica cidade de Tiahuanaco, na Bolívia, que nos inspira também ter sido construída por homens gigantes. O pesquisador Sávio Egger, residente em Primavera do Leste (MT) visitou Tiahuanaco, Puma Punko e Cuzco e registrou em filmagens e fotografias as ruínas monolíticas destas regiões, mostrando a grandiosidade destes trabalhos arquitetônicos de um passado distante. Todas as fotografias destes locais e que ilustram este artigo foram cedidas por Sávio Egger, ao qual deixamos a nossa gratidão e apreço.
Já foram feitos estudos em Tiahuanaco e chegou-se à conclusão de que ela estaria ao nível do mar na época Terciária – hoje ela se encontra a cerca de 4000 metros de altitude. O caráter ciclópico dos monumentos de pedra desta cidade, reunidos de forma admirável e pesando muitas toneladas obriga-nos a admitir que seus construtores não poderiam ter sido pessoas comuns, além de que se mostraram muito hábeis no trabalho com a pedra, ou seja, deveriam possuir técnicas desconhecidas e especiais para fazer o que fizeram.
As muralhas colossais e seus encaixes quase impossíveis.
Diz-se que Tiahuanaco é a mais antiga cidade do mundo. As ruínas gigantescas desta cidade já estavam lá há muito tempo quando os Incas chegaram naquela região, além de que não poderiam ter sido eles os seus construtores. Isto é notório. Existem estátuas de homens imponentes com mais de sete metros de altura que pesam cerca de dez toneladas. São muitas as estátuas deste tipo. Chegou-se também à conclusão que os homens que construíram Tiahuanaco seriam muito desenvolvidos por causa das construções arquitetônicas avançadas e cortes em pedra de forma precisa e desconhecida. Os estudos feitos indicam a existência de um calendário nos pórticos monolíticos muito bem estruturado da antiga cidade. A existência de Tiahuanaco continua, pois, sendo um mistério por causa de sua altitude e por causa dos blocos monumentais esculpidos em pedra e ajustados milimetricamente, além das esculturas de seres humanos gigantescos muito bem elaborados.
É nosso pensamento que os gigantes precederam os incas em Tiahuanaco. A civilização que habitou esta cidade na antiguidade não se parecia com nenhuma das que teria habitado os Andes posteriormente. Denis Saurat, autor do livro “A Atlântida e o Reino dos Gigantes” descreve um destes trabalhos em pedra impossíveis de serem feitos. Trata-se de uma pedra trabalhada com precisão absoluta que possui cerca de seis toneladas de peso e que foi cortada de forma precisa em baixos relevos retilíneos. Este trabalho foi feito em todas as suas seis faces. Algo espetacular. Tratam-se de entalhes difíceis de serem feitos e foram traçados de forma inexplicável – ninguém sabe dizer qual seria a sua utilidade nem como este trabalho poderia ter sido feito. Com três metros de altura e retilineamente cortado é este bloco de pedra, dentre os muitos mistérios desta região, um dos grandes impasses que assombram os estudiosos e que nada podem dizer a respeito de seus executores e sobre a tecnologia que foi utilizada na sua feitura.
Os monólitos de Tiahuanaco parecem ter sido cortados e colocados nos seus lugares por seres de grande estatura e de vasto conhecimento tecnológico. Quando vermos estas estruturas colossais e suas estátuas esculpidas em um só bloco de pedra, não nos inspira nossa mente a pensar que elas poderiam ter sido feitas por homens comuns, mesmo de posse de tecnologias adequadas, mas por gigantes.
Estátua de um gigante com oito metros de altura, um metro de espessura e peso de 20 toneladas, cortados num só bloco de pedra. Existem muitas estátuas como esta em Tiahuanaco.
Em escavações efetuadas na região encontrou-se próximo às ruínas ossadas de texodontes, animais que teriam desaparecido no fim da era terciária. Também foram encontradas cabeças estilizadas deste animal nas decorações dos pórticos e na construção do calendário que esses povos desconhecidos teriam desenvolvido.
Pedras gigantescas compondo uma muralha em Tiahuanaco.
Simone Waisbard, exploradora francesa, que fez pesquisas na América Central e América do Sul, é autora de um livro sobre Tiahuanaco. Vendo aquela estranha fortaleza de pedra assim ela escreveu: “Tantos enigmas apresentados desde os tempos pré-históricos por esses prodigiosos vestígios ‘sem memória’, criam, com o tempo, uma ‘neurose’ de Tiahuanaco comparáveis a psicose da Atlântida... à qual se acrescenta, em nossos dias, a psicose dos construtores ‘extraterrestres’.”
Diremos que concordamos com ela quase que inteiramente, à exceção da ‘neurose’ da Atlântida, pelo fato de que as lendas de continentes e povos desaparecidos são contados em toda a parte e constam das tradições das mais antigas culturas da Terra de forma oral e escrita. Trata-se, portanto, de uma hipótese factível.
Waisbard aborda a questão dos gigantes em seu livro e com relação às monumentais construções de Tiahuanaco, seus pórticos monolíticos, suas grandes muralhas e misteriosos subterrâneos, estes teriam causando espanto aos seus primeiros estudiosos. Quando os conquistadores espanhóis chegaram à América e viram aqueles personagens calorosos e de costumes indígenas, espantavam-se quando percebiam que aqueles povos nada sabiam sobre aquela imponente cidade em ruínas. Cita esta autora que um cronista espanhol ao perguntar sobre a antiga cidade a um nativo teria recebido a seguinte resposta; “Gigantes habitaram aqui em soberbos palácios.” Ela cita também Cieza de León, primeiro explorador europeu na região, que ao perguntar ao seu guia sobre Tiahuanaco este lhe teria respondido: “Tiahuanaco foi edificada antes do dilúvio, em uma só noite por gigantes desconhecidos...”
Muitos autores que estudaram Tiahuanaco também mencionaram os gigantes construtores desta antiga cidade, dizendo que esses antigos moradores dos Andes eram também grandes arquitetos e artistas primorosos.
Neste contexto, mas sem a pretensão de fazer-se comparações em relação aos monumentos arquitetônicos de Tiahuanaco e muitos dos que foram citados, incluímos neste estudo a famosa Itacueretaba brasileira, Vila Velha, por causa de sua imponente grandeza e antiguidade.
Itacueretaba é o nome tupi que foi dado aos monumentais monólitos de pedra da Vila Velha, no estado do Paraná, pelos seus mais legítimos habitantes e senhores daquela região, os povos indígenas. Ita (pedra), cuera (velho, extinto), taba (aldeia, povoação, cidade), ou seja, a ‘cidade extinta de pedra’ que esses povos de antanho relataram em suas lendas, mostrando o seu apogeu e a sua ruína. Seu nome primitivo era Abaretama, aba (índio, homem), etama (terra, pátria), a ‘terra dos homens’ que estava protegida pelo deus Tupã e seus habitantes viviam felizes em toda aquela região.
Conforme relata a lenda tupi, Abaretama foi castigada e transformou-se em ruína, na velha Itacueretaba, que nos dias de hoje impressiona os seus visitantes, diante de suas figuras multiformes e de suas muralhas monumentais, extensos corredores e salões exuberantes entre pedras colossais e de grande magnitude e beleza. A visão do seu conjunto pétreo nesta imensa planície verdejante faz com que ela se assemelhe mesmo a um conjunto arquitetônico em ruínas, como se fora uma fortaleza extinta. Ao nos aproximarmos dela vem à nossa mente uma espécie de questionamento insistente, fazendo-nos refletir a respeito da lenda tupi e pensar até que ponto esta poderia ter um fundo de verdade.
Para os geólogos sua origem remonta ao Período Carbonífero da Terra que teria ocorrido a cerca de 340 milhões de anos. Segundo informam estes estudiosos, nesta época longínqua muitos fenômenos geológicos teriam acontecido e, em decorrência, toneladas de areia, detritos e fragmentos rochosos trazidos por massas de gelo passaram a acumular-se naquele local. Tais acúmulos de massas amorfas congeladas provocaram o surgimento de grandes erosões no solo e incorporaram na sua trajetória hecatômbica uma grande quantidade de resíduos rochosos. Terminado o desgelo da região, todos esses materiais ficaram aí depositados e com a contínua erosão produzida pela água e pelo vento todo o material rochoso aí existente passou a ser esculpido naturalmente, levando, no decorrer do tempo, à formação dos grandes blocos de arenito e às suas características multivariadas. Permanecendo sob a ação da chuva, do sol e do vento durante milênios os antigos monumentos continuaram sofrendo profundas erosões, fraturas e diferenciações produzindo, finalmente, as gigantescas figuras de formatos variados e os imensos paredões compactados em aprumo.
Formações espetaculares e monumentais em Itacueretaba.
Desta forma teríamos na velha Itacueretaba apenas formações rochosas naturais esculpidas ao prazer do tempo e dos elementos por longos anos de ininterrupto trabalho. No entanto, sua estranha forma semelhante a uma cidade abandonada pela ira do deus Tupã não deixou de dar-lhe uma outra conotação que a lenda tupi lhe proporcionara, causando espanto aos seus visitantes diante da multiplicidade de formas aí esculpidas.
Em face disto não poderíamos nos desvestir do mérito desta magnífica lenda tupi com tanta facilidade que, vencendo as barreiras do tempo e de uma transmissão estritamente oral, o que, sem dúvida, deforma muitos dos princípios reais de sua história original, manteve-se viva na tradição destes povos mais antigos do Brasil, sustentando-se por sua força até os dias de hoje. Tanto que a memória viva do Abaretama, que foi transformado no Itacueretaba, preservada pelos antigos povos tupis, faz da região de Vila Velha um local amaldiçoado, uma vez que foi destruído pela ira do deus Tupã.
Gigantesca estrutura pétrea guarnecendo a muralha de Itacueretaba.
Quando penetramos em seus contrafortes em meio aos seus corredores longitudinais e observamos seus imensos paredões pétreos e as colossais figuras esculpidas, a antiga lenda baila fortemente em nossa mente e obriga-nos a imaginar-nos percorrendo pelo interior de uma antiga cidade em ruínas. Tal impressão em nossa mente não nos parece produzida pela simples vontade de querer que ela assim seja conduzida, mas por causa dos grandes monólitos ajustados na forma de colossais colunatas e estruturas fortemente estabelecidas. Além disto, causa-nos certo questionamento o fato de ao observarmos a volta vermos apenas uma planície verdejante que se estende próximo ao rio Tibagi, sem que nela sejam notados quaisquer indícios de outras pedras amontoadas ou formações geológicas semelhantes a estas de Itacueretaba.
Sabendo-se que a extensão deste conjunto megalítico é de cerca de 2000 metros de comprimento e 600 metros de largura, numa área de 1200 km2 aproximadamente, é de indagar-se o porquê de tal acontecimento geológico ter-se localizado num espaço tão restrito, diante do que a própria geologia expõe em suas teses, argumentando terem ocorrido o deslocamento de grandes massas de gelo e produzido grandes erosões no solo. Teria a natureza caprichos tão bem delineados assim, ao ponto de concentrar num pequeno espaço toda a sua “arte” e deixar as demais sem quaisquer resquícios de sua atividade?
Por causa da lenda é que estamos dando destaque às suas formações magníficas, para que possamos refletir sobre estas coisas, sem preconceitos, e ver em seus rostos e animais esculpidos na pedra, à semelhança de Marcahuasi, no Peru, e em outras localidades brasileiras que serão citadas posteriormente, uma alternativa para estas exceções em diversos lugares. Seriam estes contrafortes gigantescos e estas obras corroídas pelo tempo, trabalho executado por homens também de grande estatura que teriam vivido em nosso país, antes de caminharem para a região dos Andes e construírem as magníficas fortalezas da Bolívia e do Peru?
* J. A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA. E-mail jafonseca1@hotmail.com
- F otografias: J. A. Fonseca e Sávio Egger.
- Ilustrações: J. A. Fonseca.
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