Marcas na terra:

Nota sobre os geoglifos em Itatiaiuçu

Os supostos geoglifos se tratariam de pequenas barragens para contenção de água de chuva com canais ligando-os uns aos outros para fins de manter a umidade do terreno.

Assinalados alguns dos 30 círculos encontrados na área de 450m², todos se situam na encosta de uma serra e podem se tratar de um sistema para coletar e armazenar águas das chuvas.

A questão dos possíveis geoglifos em Itatiaiuçu levantou grande interesse, conforme publicou Via Fanzine em seu portal ARQUEOLOvia. Por conta de sua aparente geometricidade e porque estes vieram localizar-se nas proximidades de onde se acham os muros de pedra (alguns já demolidos), na região do Retiro dos Pinto, na Ponta da Serra, distrito de Itatiaiuçu-MG.

Suas formações circulares e ligações entre si levantaram hipóteses sobre a razão dos mesmos estarem ali e decidimos ir lá para ver do que se tratava. 

No dia 21/07, fizemos uma pequena expedição, constituída por este autor, acompanhado de Pepe Chaves, seu filho Ícaro, Alvimar Viana e seu filho Gustavo. O local se trata de uma pequena inclinação do terreno e em vários lugares vimos as pequenas formações circulares com cerca de 10 m de diâmetro.

Segundo pudemos avaliar, os supostos geoglifos se tratariam de pequenas barragens para contenção de água de chuva com canais ligando-os uns aos outros para fins de manter a umidade do terreno. Seu uso, entretanto, pareceu-nos estar ultrapassado, pois os mesmos se encontram bastante assoreados e com vegetação cobrindo todo o seu interior.

Vimos, a princípio, como estranho este tipo de construção que se limita ao revolvimento de terra em torno de um espaço circular e ajuntamento dessa no lado mais inclinado do terreno, para servir de contenção para a água que se acumularia naqueles pequenos tanques. Suas curiosas interligações por canais cavados na terra formam um desenho diferenciado quando visto do alto. E, foi esse fato chamou a atenção do pesquisador Alvimar Viena, que descobriu estes geoglifos pelo aplicativo Google Earth.

Outra coisa que também nos chamou a atenção é que não existem outras destas construções em locais próximos, o que nos pareceu curioso, levando-nos a pensar que não se tratasse de um instrumento de uso comum na região.

De qualquer forma, ao verificarmos de perto, acreditamos que se trata de um tipo de construção mais recente, constituída pela simples remoção de terra em círculos para os fins que expusemos acima. Embora sua formação apresente um estranho conjunto, distribuído em considerável espaço do terreno onde se acha localizado. 

* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e  realizado incursões em diversas regiões do Brasil  com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

- Fotos: Google Earth.

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