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 arqueologia

 

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- O que teria acontecido em Montalvânia?

- As inexplicáveis 'construções' de Paraúna

por J.A. Fonseca

 

 

Pedra do Ingá - Paraíba:

Desvendado o mistério da Pedra do Ingá*

Pesquisador Gabriele Baraldi garante que a Pedra de Ingá  confirma a presença

dos hititas no Brasil e vê relato de guerra nas inscrições  rupestres.

 

Pedra do Ingá, gravação em pedra com tecnologia desconhecida.

 

Uma tábua de ideogramas hititas e um dicionário Tupi-português

 

Pronto, o pesquisador Gabriele D´Annunzio Baraldi um italiano de 52 anos de idade de 25 de Brasil, garante que isso foi suficiente para traduzir a Pedra de Ingá, com seus 497 sinais  esculpidos ao longo de um paredão  com 24 metros de comprimento, três de altura e mais três de largura.

 

Conhecida em meio mundo pela forma singular, a beleza e os mistérios de suas inscrições, a Pedra de Ingá recebeu a primeira visita de Baraldi em 1988. O que ele anunciou, na ocasião (Nº 111, d´A Carta), foi algo, sem dúvida, surpreendente: o bloco inteiro, conforme entendia havia rolado, em algum tempo de um passado distante, deixando os sinais de cabeça para baixo e dificultando, em função disso, a decodificação.

 

Á Pedra de Ingá é uma evidência irrefutável de que os hititas, ou proto-hititas americanos, viveram neste Continente - assegura Baraldi, para quem não é improvável a hipótese de o chamado Novo Mundo vir a ser mais antigo do que o Velho.

 

O que teria virado a Pedra? Uma forte enxurrada, admite ele. Mas as surpresas não acabam aí. O pesquisador Italiano, naturalizado Brasileiro, se diz certo de que o bloco rochoso já foi duas vezes maior na  época em que servia como fachada de um monumento colossal: "Uma figura humana de monarca, com chapéu, sentado ao trono, tendo dois leões (ou onças) aos pés ".

 

As inscrições vistas atualmente, afirma Baraldi, são mais recentes e datam provavelmente, de 1374 e 1322, antes de Cristo. Os hititas, tal como são conhecidos, floresceram na Anatólia (hoje Turquia) por volta de 2500 a.C. e alcançaram progressos como a fundição do ferro, encerrando a Idade de Bronze (proeza que tem contestação no campo da Arqueologia).

 

Baraldi sustenta que a Pedra de Ingá pode explicar a ainda misteriosa origem dessa civilização que, no caso, teria procedido da América, numa corrente  inversa ao fluxo de ocupação do continente historicamente admitido. 

Referência

Para estimar  a data das inscrições da Pedra de Ingá (1374/1332 a.C.) ele toma como referência "dados biográficos segundo os quais Mursilis I I, numa guerra de seis anos destruiu o poderio da Terra de Arzawa", termo por ele também entendido como "Araxá-uá" e traduzido como "Trono do Planalto".

 

Baraldi revela-se convicto de que pesquisas mais aprofundadas podem levar á localização desse  trono nos arredores de Ingá, "pois, este é o único lugar do mundo a possuir o maior documento hitita gravado em pedra", afirmou.

Gabriele Baraldi_

Na Mesopotâmia, explica, só foram encontrados, com tal base lingüística, carimbos e selos. Para ele, a forma correta de leitura das inscrições da Pedra de Ingá é da direita para a esquerda e de cima para baixo - com o bloco "desvirado".

 

Uma linha vertical, que atravessa metade das inscrições e na qual, em 1977, o professor egípcio Fathi Seha (especialista em Ergonomia da Universidade de Quebec, Canadá) viu semelhança com um mapa do Rio Nilo, e, segundo Baraldi "uma lança simbólica de sacrifício de animais". Esta lança atravessa o dorso de um bezerro, um boi e um cavalo, com silhuetas ainda perfeitamente visíveis, bem como o perfil de um sacerdote, ou pajé, barbudo, com cabeça e chapéu - sustenta.

 

Detalhe da Pedra do Ingá mostrando diversos

símbolos impressos em um tempo do passado 

e por povos ainda não identificados.

 

Baraldi ainda afirma que tal figura "termina num desenho de cabeça de felino, encimado, por sua vez, pelo perfil de cabeça de cavalo, coincidindo a parte traseira dos animais com o arco e a dimensão da cabeça e chapéu do sacerdote”.

 

Tradução

O dicionário Tupi/Português, de que se utilizou para interpretar e dar fonemas ás inscrições da Pedra do Ingá, foi o do sertanista Luiz Caldas Tibiriçá. Também fez uso  de uma tábua de correspondência contendo  inscrições hititas e seus significados, conforme catalogações do francês Emannuel Laroche e dos hititólogos italiano Meriggi e o alemão Guterbock. Nessa tábua, cada símbolo hitita é identificado por um número.

 

Baraldi diz que seguiu o método de tradução aconselhado por Laroche, cujo trabalho, ao lado da ação de outros cientistas "resultou numa obra prima de indiscutível valor cultural, com o alcance de 95% sobre valores fonéticos de uma língua, até então, totalmente desconhecida".

  

Para a identificação dos símbolos hititas, Laroche havia percorrido o caminho mais difícil entre as duas opções de que dispunha: 1) poderia recorrer a uma escrita  bilíngüe (peças arqueológicas  cuneiformes, ou egípcias, escritas em duas línguas); 2) poderia postular que uma das línguas é conhecida, transformando um problema duplo em um simples. 

 

Este segundo método havia permitido a diversos pesquisadores a tradução do grego de Chipre (por G. Smith), do turco de Orkon  (Thomsen), fenício de Byblos  (Dhorme), e semítico de Ugarit  (por Bauer, Dhorme e Virollaud). "Se o postulado é justo, a decifração  revela-se rapidamente, mas sendo falso, tudo pára, a exemplo do que ocorreu com Jensen  que procurava o armênio  atrás dos hieróglifos hititas e viu todos os seus anos de esforços perdidos", conforme lembra Baraldi.

 

E, citando Laroche, ele resume: “Cinqüenta anos de tentativas e conjecturas conduzem à evidência de que os hieróglifos hititas são uma criação hitita e qualquer esforço que permita induzir as homofonias a seleção dos valores fonéticos é bem-vinda". Em seguida, Baraldi conclui que "o apelo do Dr. Laroche foi ouvido no Brasil, em fevereiro de 1989, com afinação Tupi".

 

Agora ele está convencido de que há, em Ingá, símbolos como o 163, da tábua hitita de Laroche, que tem a pronúncia tupi de Mu-Já e o significado, em Português, de “parentes”, “raça e nação”. Da mesma forma, o símbolo 199 é Jassy em Tupi e “mês” ou “lua”, em Português.

 

Juntando todos os símbolos de Ingá e o que tem como seus significados, Baraldi, que bacharelou-se na Argentina em Letras e Filosofia, mas não possui formação acadêmica em Arqueologia ou Antropologia, assegura que a pedra paraibana tem mensagens soltas com a seguinte decodificação: "Existe uma briga de fronteira, que é o rio piscoso. A briga é entre reinos parentes próximos. O rei invasor pede aos guerreiros que façam um círculo  ao redor dele, portanto decidido a tudo. O outro rei procura a negociação, lembrando o parentesco e as tradições da (pátria) mãe de origem". 

 

Em outro ponto, a tradução, ainda segundo Baraldi, é a seguinte "Ao raiar do Sol, na primeira claridade, o guia toca a trombeta de guerra entre parentes próximos. Seja o que for, não há mais remédio, por isso o escriba  levanta uma prece a Tupã, que levará consigo os mortos de costume, aqui e agora".

 

Mitos

Baraldi afirma não ter dúvidas de que o Tupi "é uma língua hitita". Garante, além disso, que a Pedra do Ingá derruba outro mito dos hititólogos da Mesopotâmia. Estes últimos sempre acreditaram que todos os registros em  hieróglifos hititas diziam respeito unicamente a assuntos sagrados. 

 Professor Baraldi e a Pedra do Ingá

E ele cita mais três narrativas que, na Pedra, contrariariam tal hipótese. Eis a primeira: "O  Senhor foi pescar  no rio, havia muitas rãs, mas estava acontecendo alguma coisa estranha que lhe causou a atenção. Foi tranqüilizado por parentes que ostentavam símbolos nobres. Enquanto lhes dirigia a palavra uma nuvem branca  descia pelo rio, O Senhor perguntou ao pajé (ou sacerdote) o que era essa estranha nuvem branca. Também intrigado, o pajé  foi investigar e, finalmente, estava abraçado aos ramos de um igarapé em estado de composição".

 

Segunda narrativa "No interior da propriedade do Senhor, sob sua supervisão, enquanto o resto da população estava cuidando dos seus afazeres, um incidente de grandes proporções com fogo na usina de fazer bebida queimou tudo, casas vila, templo, com a rapidez de uma flecha, numa fogueira de enorme claridade".

 

Terceira narrativa "A população trabalhou muito para o pajé, para festejar o Senhor do Amuleto. Toda a bebida foi transformada em licor e colocada sobre um estrado, junto com a comida, destacando-se o peixe-coelho".

 

Contestações

A tradução de Gabriel D´Annunzio Baraldi vem tendo contestações imediatas. A arqueóloga carioca Maria Beltrão disse  ao jornal,  Estado de São Paulo, que é muito pouco provável que os hieróglifos de Ingá sejam de outra civilização. Ela atribui as gravações da pedra, onde já fez estudos, a povos primitivos locais. O antropólogo da Universidade de São Paulo, Antonio Porro, especialista em pré-história indígena, concorda com a arqueóloga.

Em João Pessoa, a teoria de que a Pedra de Ingá foi virada de ponta-cabeça por uma enxurrada surpreendeu o professor Jacques Ramondot, ex-diretor da Aliança Francesa e um pesquisador do assunto  "Seria preciso algo mais forte do que um terremoto para virar a Pedra", ironizou.

Menos à vontade para falar do tema, outro pesquisador, Balduíno Lélis amigo pessoal de Baraldi, não aceita, sequer, a presença  dos hititas no Continente, povo que não tinha tradição naval e nem, portanto, meios para grandes travessias.

 

De resto, a teoria de que a Pedra do Ingá esteja de cabeça para baixo inverte símbolos já identificados como figuras humanas, pássaros, répteis e plantas, todos em posições corretas.

 

Mas Baraldi não desanima. Ele próprio defende a necessidade "de um trabalho mais profissional e de maior envergadura, a cargo de estudiosos e eruditos na matéria". Em busca  de tais pesquisadores, ele já bateu, até aqui sem resposta, à porta da Embaixada  da Turquia, país que, ao seu ver, "dispõe dos melhores hititólogos do mundo".

 

Gabriele D´Annunzio Baraldi

por ele mesmo

 

Meu nome já começou com uma polêmica, entre meu pai e o padre que iria me batizar, visto que o homônimo "poeta guerreiro de Fiume" tinha sido excomungado, mas meu pai levou a melhor. Nasci sob o signo ocidental de Libra e no oriental de Tigre, no dia 06 de outubro de 1938, na Itália, cidade de Modena, uma generosa terra farta de vinho e comida, que gerou filhos ilustres, como: Pico della Mirandola, Giuseppe Verdi, Enzo Ferrari, Luciano Pavarotti e Valentino Rossi.

 

Minha família imigrou para Argentina em 1950. Era uma família numerosa composta por meus pais e seis filhos. Formei-me em Bacharel em filosofia e Letras em Buenos Aires, mas o espaço era estreito e saí de Buenos Aires por via terrestre, com o objetivo de chegar aos EUA. Na época, tinha a idéia de trabalhar nos paises de moeda forte. Entrei no Brasil pela fronteira com o Uruguai, e a partir daí comecei uma entusiasmada  aventura de descobrimentos, o que me fez esquecer o meu primeiro objetivo.

 

Viajei por muitos lugares do mundo e do Brasil, país que conheci uma grande extensão, cativado pela sua exuberante e majestosa natureza. Tenho residência em São Paulo, onde ocupei cargos de responsabilidade em empresas estrangeiras, até montar empresa própria de prestação de serviços. Falo fluentemente quatro idiomas latinos. Sou Escultor e pintor e em 1985, no Hotel Caesar Park, recebi o Internacional Oscar por minha técnica especial em pintura com a qual patrocino minhas pesquisas.

 

Sou autor dos livros dicionário "Os Hititas Americanos" (Imega-Edicon-1997) e "A Descoberta Doc.512", que recebeu o Prêmio Clio de História e que se encontra disponível na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

 

- Colaborou: Anna Baraldi Holst (SC).

 

 - Texto extraído da revista “A Carta”, datada de 03 a 10 de Fevereiro 1990 - Ano IV nº 170.

- Colaborou: Anna Baraldi Holst (SC).

- Leia entrevista de Gabriele Baraldi, concedida a Pablo Vilarrubia Mauso.

 

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ARQUEOLOGIA MÍSTICA:

O que teria acontecido em Montalvânia?

Os desenhos rupestres de Montalvânia sugerem mensagens

de importantes acontecimentos num passado longínquo

e não registrado pela história humana.

Por J. A. FONSECA*

A cidade de Montalvânia na região Norte de Minas Gerais foi fundada pelo insigne brasileiro Antonio Lopo Montalvão, idealista nato, autodidata intemerato, historiador e profundo conhecedor da região. Montalvânia tornou-se um verdadeiro acervo histórico e transcendente do passado mais remoto do Brasil.

 

O grande pesquisador escreveu Montalvânia e seus mistérios milenares, como se ela fosse um grande registro histórico de um tempo longínquo, uma “Bíblia de Pedra”, conforme suas próprias palavras, envolvendo homens e deuses, anjos e demônios, e a complexa mitologia grega e latino-americana.

 

DIAMANTE BÍBLICO - Segundo Montalvão “tais inscrições são como pedras de diamante engastadas no EGO do Brasil, simbolizadas pelo alto significado altruísta que irradia dos sóis pintados nos seus montes como o egípcio que vivera milênios na flor de lotos, para afinal ressurgir por sobre o WEI-TEPU (Monte do Sol), a nevar cumes sagrados”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Montalvão catalogou 8 grutas na região, as quais

contém inúmeras inscrições rupestres, sendo constatada

a ausência de símbolos e uma abundância de desenhos.

 

Continua, o ilustre pesquisador:

 

“Cabe ao espírito brasílico nascido de si mesmo como a idéia que nasce do próprio idealismo, lapidar esse diamante bíblico, deixando expandir-se dele o fulgor de sua sapiência, a expressão dos cérebros de um passado longínquo sobre o qual estão pisando os pés hodiernos do entredevoramento humano”.

 

A cidade de Montalvânia está localizada no norte de Minas, a 18 km do estado da Bahia, e a cerca de 900 km de Belo Horizonte. Em pleno sertão mineiro, ela veio situar-se às margens do Rio Cochá, tendo como uma de suas maiores atividades a agropecuária. Para se chegar até lá tem que se estar disposto, pois a partir de Jaíba deve-se percorrer estradas de terra com muita poeira, além da travessia do rio São Francisco em uma balsa, que não oferece muita segurança.

 

Em suas proximidades podem ser avistados diversos maciços rochosos, nos quais podem ser encontradas algumas grutas e cavernas com estranhas e variadas inscrições rupestres, que fazem desconcertar os conceitos do mais aguçado pesquisador. Diante disto e de seu misterioso e milenar acervo mnemônico, nossa pergunta continua ansiando por uma resposta, que suspeitamos, não possa ser respondida, pelo menos, por enquanto: o que afinal teria acontecido em Montalvania?

 

'Pareceu-me que seus autores quiseram deixar gravado para

a eternidade um relato de relevante importância,

que em face da exigüidade de meios disponíveis naquele momento'

 

Quando lá cheguei nos idos de 1.992 e me deparei com aquelas grutas e cavernas em suas elevações calcarias, senti-me imediatamente pasmo e meio que garroteado intelectualmente, diante de seus inúmeros símbolos gravados na rocha viva, em grande profusão. Encontram-se ali reunidas uma grande quantidade de imagens, em uma aparente “confusão”, algumas apresentando caracteres humanos, outras zoomorfas, símbolos e formas desconhecidas, como que se quisessem guardar um grande mistério, uma história de dor ou de grande apreensão, ou mesmo um manancial de conhecimentos que havia sido perdido, para que os homens de uma época futura os pudessem resgatar, mesmo que em parte.

 

RELATOS PARA A ETERNIDADE - Pareceu-me que seus autores quiseram deixar gravado para a eternidade um relato de relevante importância, que em face da exigüidade de meios disponíveis naquele momento, decidiram gravá-los perenemente  na pedra para que perdurassem através dos tempos. Entretanto, no atual momento da vida na Terra, ao nível da compreensão simbólica que toda esta grande profusão de figuras pretendem expressar, tememos que ainda não possamos dar-lhes a interpretação que merecem e encerram.

 

Por mais que as queiramos explicar por intermédio de nossa vã perspicácia acadêmica, os acontecimentos de Montalvânia, registrados em pedra bruta, qual grandioso livro iniciático, simbólico e velado, não têm como serem  integralmente compreendidos e prontamente desvelados. E a pergunta permanece: o que teria acontecido ali?

 

Existe algo bem mais profundo em relação ao que ficou gravado nas pedras de suas grutas e cavernas, do que apenas rabiscos inconseqüentes de homens primitivos, amendrontados e incultos. Pode-se perceber a existência de uma idéia central, que tem caráter dramático e demasiadamenbte forte, alguma coisa que se perdeu por ação de uma força muito grande ou que teria sido presenciada por este grupo de homens inquietos e que os fez agir como verdadeiros escribas do tempo.

 

Percebe-se então que a cidade fundada por Antonio Lopo Montalvão, não foi somente uma idéia-sonho na cabeça de seu idealizador. Ele quis que ela tivesse contato com a capital da República e construiu ele mesmo a estrada que passou a ligar o município a Brasília, convidando, para sua inauguração, na época, o próprio presidente da república. Quanto à sua estrutura, podemos dizer que foi cuidadosamente planejada, com ruas calçadas e largas avenidas enfeitadas com palmeiras, que convergem para sua área central, e cujos nomes homenageiam santos, filósofos e pensadores como, por exemplo: Avenida Confúcio, Avenida Sócrates, Avenida Madame Curie, Rua Voltaire, Rua Galileu, Rua Plutarco, Rua Zoroastro, Rua Copérnico, Praça Cristo Rei, Praça Platão, etc.

 

Sua fundação data de 1.952 e já em 1.962 havia-se tornado cidade, através do idealismo de Antonio Montalvão, um pesquisador de dotes pouco comuns, que adotou a região exatamente por causa de seus inumeráveis segredos. Montalvão foi também, além de seu descobridor, um grande pesquisador, filósofo e cientista, apesar de não concordar com estes títulos, desenvolvendo um projeto arrojado para aquela região semi-árida do norte de Minas. Através de seus estudos ficaram conhecidas 8 destas grutas e cavernas com inscrições rupestres, circundando a cidade. Elas se caracterizam por seu aspecto de origem desconhecida e apesar do esforço despendido para tentar compreendê-las, deixam sempre um rastro profundo e desafiador impresso nas mentes especulativas de quem quer que delas se aproxime.

'Quando decidi-me ir a Montalvânia, esperava encontrar-me

 com seu fundador, mas lá chegando fui informado

de seu falecimento ocorrido a cerca de 20 dias'

 

VIDA DESENHADA - O que se poderia hoje refletir a respeito das incríveis inscrições de Montalvânia é que, inexplicavelmente, seu milenar acervo arqueológico se mostra como um imenso registro de figuras zoomorfas, humanóides e uma complexa simbologia, elementos perdidos em um meio severamente hostil, apresentando mínimas possibilidades de compreensão, em face dos métodos e conhecimentos atualmente existentes. Talvez esta farta “narrativa” gravada em baixo relevo e em pinturas multiformes, tenham sido produzidas para, em futuro próximo, fazer provas junto a uma humanidade menos premida pelo intelecto, de que este nosso Brasil tem algo mais a mostrar a respeito de seu passado, encoberto pela bruma do tempo. Mas esta seria uma outra história a contar, que deixaria, certamente, atônitos leigos e pesquisadores.

 

Quando decidi-me ir a Montalvânia, esperava encontrar-me com seu fundador, mas lá chegando fui informado de seu falecimento ocorrido a cerca de 20 dias. Em conversa com pessoas da cidade fui informado de que quem sabia alguma coisa a respeito das grutas e pinturas, era um tal João das Grutas, que residia numa fazenda próxima. Com a ajuda de um comerciante, ao qual aluguei uma camionete, conseguimos chegar até o local onde morava este misterioso personagem, distante cerca de 10 km da cidade. Combinamos sair no outro dia pela manhã daquele mesmo lugar e a pessoa que havia me levado, me deixaria lá pela manhã e me pegaria à tarde, por volta das 18h.

 

No dia seguinte pela manhã, lá estavam o Sr. João Elmiro Vieira, o João das Grutas e seu filho de 11 anos aguardando minha chegada. Entramos mato adentro, em pleno sertão mineiro, percorremos trilhas mal formadas, com arbustos secos e rochas proeminentes, durando esta caminhada por todo aquele dia. Após duas horas, chegamos à primeira gruta que se localizava no sopé de uma montanha pétrea, como uma esfinge guardiã e com seus penhascos negros e ameaçadores. [ao lado].

Logo abaixo de seu maciço calcário, descendo-se por uma entrada íngreme chegamos à gruta de Poseidon, nome dado a ela por causa da figura do deus gravado na pedra, com garras nas mãos e rabo de peixe.

Sugestivas formações pétreas de Montalvânia.

 

'Era um espetáculo de enigmas isolados em pleno sertão brasileiro,

silencioso, como se quisesse mostrar para os buscadores

que algo de grande importância ocorrera por tais paragens'

 

Logo de início nos maravilhamos com seu conteúdo inusitado, envolvidos que ficamos de uma emoção muito forte. A gruta estava repleta de “caracteres” em baixo relevo, no teto e nas paredes, espalhados em uma aparente desorganização, e cujo conteúdo se compunha de formas variadas, pés, mãos, gravados em baixo relevo, humanóides e símbolos diversificados. Era um espetáculo de enigmas isolados em pleno sertão brasileiro, silencioso, como se quisesse mostrar para os buscadores que algo de grande importância ocorrera por tais paragens.

 

COMPLEXO MISTÉRIO - Sua beleza, estranheza e transcendentalidade deixam qualquer um que conseguir chegar até ali estupefato, mesmo se não se tratar de um grande observador. Pude perceber a natureza inexplicável e desconhecida de seus registros, que foge a toda e qualquer tentativa de explicação regularmente feitas no campo da pesquisa arqueológica, uma vez que em nada se parecem aos que são encontrados em outras partes do mundo. De fato, eles fazem-nos quedar, perplexos diante de sua complexidade e de seu mistério, impedindo que possa penetrar em nossa mente qualquer réstia de luz que venha permitir esboçar, ao menos, uma ínfima partícula de entendimento lógico ou explicação plausível do que ali está exposto com tanta ênfase. 

 

A imagem de Posseidon, o deus grego governante dos mares, filho de Cronos e Réia, o mesmo Netuno dos povos latinos, está gravada em pelo menos duas representações. Nas inscrições, ele pode ser interpretado  na forma de um ser humanóide com garras como se fossem mãos e no lugar dos pés algo como um rabo de peixe, nitidamente visto nesta obra de arte de Montalvânia. [ao lado, ampliado em detalhe e na pedra original ao fundo].

Em seguida partirmos para a gruta do Abrigo do Urubu Rei, com seus desenhos milenares num local de grande beleza, oculto em pleno agreste mineiro. Depois de andarmos por lugares quase secos e formações rochosas colossais, penetramos por uma floresta, contornamos um maciço rochoso e nos embrenhamos numa zona árida, com o sol a pino, até que enfim chegamos à caverna das pinturas.

 

Era uma belíssima formação rochosa em forma de círculo, pela qual adentramos em meio a blocos monolíticos, descendo por uma via pedregosa e íngreme. Após descer-se até o centro daquela fortaleza cavada na rocha viva, sobe-se entre as pedras e se encontra uma gruta pouco profunda onde se podem ver as inúmeras inscrições pintadas na pedra, de animais, de homens e outras formas, em cores vermelha e amarela. [ao lado].

 

Ambas deixaram em mim suas marcas indeléveis e uma dúvida a respeito daqueles homens primitivos que deixaram tantas marcas espetaculares em pedra bruta, como um registro quase indestrutível para a posteridade. Chegamos a duvidar que tenham sido homens bárbaros que produziram aqueles registros pétreos, pois muitos deles representam símbolos complexos e não parecem ter sido gravados a esmo.

 

A VOZ DE PEDRO AOS PEDROS - Montalvão sempre acreditou que naquelas grutas ao redor da cidade estavam gravados registros de um passado não somente misterioso, mas também intrigante, de uma época desconhecida da história de nosso planeta, em face de seus enigmáticos caracteres e formas variadas insculpidas em pedra bruta.

Algumas das inúmeras formas zoomorfas

e humanóides encontradas

 na Gruta de Posseidon.

 

'A displicência acasalada com a negligência, como um par de omissos analfabetos

que vêem nos livros apenas uma caderneta da poupança,

vê este acervo histórico como meros rabiscos selvagens ou como fúteis figuras decorativas'

 

A princípio, suspeita-se que o que ali se apresenta é um conjunto aparentemente caótico de símbolos e figuras diversas, em sua maioria gravados em baixo relevo, preenchendo o teto e as paredes, como se seus autores tivessem uma necessidade premente de deixar tais registros marcados perenemente, sintetizando fatos ocorridos e registrando aspectos, talvez perdidos, de um conhecimento que se teria desaparecido em decorrência de acontecimentos cataclísmicos poderosos.

 

O próprio Antonio Montalvão em seus escritos desabafa sobre as avaliações apressadas de determinados pesquisadores:

 

“A displicência acasalada com a negligência, como um par de omissos analfabetos que vêem nos livros apenas uma caderneta da poupança, vê este acervo histórico como meros rabiscos selvagens ou como fúteis figuras decorativas, quando constitui ele a verdadeira Bíblia de Pedra com voz de Pedro que aos Pedros estimulava: Pedro Vaz Bisagudo (1343), Pedro Álvares Cabral (1500), Pedro I, Pedro II…”.

 

Detalhe de um aglomerado  inscrições mostrando desenhos diversos e nunca símbolos.

 

É estranho que se tenha aglomerado ali tanta diversidade de formas, de animais, de cruzes e círculos, além de uma extensa representação de elementos estranhos, figuras desconhecidas que fazem-nos imaginar aquilo que de tão expressivo teria sido presenciado por aqueles homens de Montalvânia.

 

E mais estranho ainda que tenham preferido gravar de forma definitiva, em algumas grutas da região, em baixo relevo, na forma de insculturas, e com instrumental não conhecido, os inúmeros caracteres que ali podem ser encontrados, pois há que considerar-se que teria sido um trabalho de alta envergadura e demasiado longo, visto tratar-se de rocha de grande resistência. causa-nos especial espanto quando penetramos numa destas grutas e ali nos deparamos com aquelas inúmeras ranhuras “lavradas” em suas paredes pétreas, algo que se configura para nós como sendo um relato extenso de um acontecimento muito remoto. Nos parece registro de algo que se perdeu para sempre, ou de impressões não conhecidas.

 

É neste sentido que passou a despertar em nós um grande questionamento, como seja o de compreender o que tais seres humanos quiseram transmitir além de crendices e vivências de seu quotidiano. Por que teriam eles gasto tanto tempo cavando na rocha para preservar apenas impressões comuns de suas vidas e figuras que se assemelham a seres mitológicos de outros povos? Por que foram incluídos registros não identificados, arabescos que mais se parecem com máquinas, sistemas solares e planetários e outras formas desconhecidas e de complexos formatos? (Figura 6)

 

 

Havemos, entretanto, de separar destes os outros grupos de desenhos em pigmentos avermelhados, pretos e amarelados, também encontrados nesta região, que muito se distanciam dos motivos em baixo relevo que caracterizam outras grutas em suas montanhas.

 

Como exemplo podemos notificar a Gruta do Abrigo da Fonte do Urubu Rei, já mencionada acima, que fica a mais ou menos uma hora e trinta minutos de distância da primeira.

 

Apesar de sua beleza e expressividade esta muito se diferencia das inscrições que se encontram na gruta anteriormente citada e em outras da região, e que se apresentam, como já mencionamos, na forma de mistérios ainda indecifráveis, ocultos em pleno agreste, em torno da magnífica cidade mineira de Montalvânia.

 

Pelo que depreendemos, nossa pergunta permanecerá ainda por um longo tempo sem uma resposta convincente, que possa explicar as estranhas figuras que habitaram a mente dos antigos habitantes daquela região…

 

* J.A. Fonseca é economista, escritor e pesquisador arqueológico. É consultor de Via Fanzine e UFOVIA. – jaugusto@terra.com.br

- Fotos: Todas por J. A. Fonseca.

- Produção: Pepe Chaves.

 

Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.

 

Leia mais sobre J.A. Fonseca:

 

www.viafanzine.jor.br/fonseca

 

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ARQUEOLOGIA MÍSTICA:

As inexplicáveis 'construções' de Paraúna

A região de Paraúna, com suas monumentais formações rochosas é uma

das mais misteriosas que já visitei. Lá, nos deparamos com belas estruturas em

arenito, num complexo de monumentos, como ruínas de uma cidade abandonada;

com uma gigantesca “muralha” de pedra, em blocos de basalto retilíneos e ainda,

com inigualáveis “construções” em pedra e esfinges zoomorfas

de origem desconhecida, além de outros mistérios.

Por J. A. FONSECA*

Serra dos Galés, Paraúna/GO.

GOIÁS - Paraúna está localizada no interior do Estado de Goiás, a sudoeste, numa região de planalto, onde podem ser encontradas grandes montanhas rochosas que lhe conferem uma característica bastante peculiar. Região de pecuária e de grande potencial turístico possui certos “monumentos pétreos” que parecem reportar a um tempo bem remoto, relacionado à história desconhecida do Brasil. A cidade é pequena e possui cerca de 12.000 habitantes. Está distante de Goiânia a cerca de 160 km, sendo que seus pontos referenciais turísticos são regularmente direcionados apenas em direção a Ponte de Pedra, a Serra das Galés, aos rios que cortam a região e suas diversas cachoeiras. No entanto, Paraúna esconde muitos outros mistérios. Existem alguns monumentos que podem ser vistos em outras localidades, que podem ser classificados, segundo nosso ver, como primitivas reminiscências artesanais de antigos povos que ali habitaram.  

Tratam-se de verdadeiras construções líticas desconhecidas que, sem exagero, só podem pertencer a um passado muito remoto e desconhecido de nossa terra. É possível que tenham sido construídas em uma época muito anterior, por um povo ignorado pelos historiadores, pois elas estão lá, vivas e desafiadoras pedindo uma explicação. A cidade de Paraúna é muito aconchegante e bem cuidada. Já na chegada, podem se ver rochas elevando-se do solo, formando pequenos montes escarpados. Pela saída oeste em estrada de terra, há muitas outras montanhas e formações rochosas que podem ser observadas, guardando caracteres excepcionalmente peculiares. Cada uma destas localidades possui aspectos distintos entre si, com exuberantes delineamentos e certas “construções” que não podem ser explicadas tão simplesmente como se se tratassem de formações naturais.

FORA DA HISTÓRIA - Acreditamos que Paraúna, juntamente com outras regiões especiais e características igualmente estranhas, podem oferecer subsídios para análise e pesquisa de uma nova e grande perspectiva para a história mais antiga destes rincões isolados do Brasil. Como verdadeiros “portais”, estas perspectivas se abrem nestas regiões e deixam à mostra imprevisíveis arquivos ocultos que velam um acontecimento especial em nosso passado. Paraúna é uma descoberta que revela o que realmente podem representar estas terras centrais brasileiras no contexto da pesquisa, que procura encontrar o verdadeiro elo que pode explicar um determinado período primitivo do povo brasileiro e seu afastamento dos princípios culturais que o nortearam.

'esta região no interior do Brasil é mais uma, dentre muitas outras,

que também ocultam mistérios desta terra esplêndida,

aguardando silenciosamente o momento para serem decifrados'

Em Paraúna costumamos nos embrenhar num mundo desconhecido, constituído de muralhas em pedra perfeitamente ajustadas, com amarrações, encaixes e cinzelamentos bem definidos; deparamo-nos com conjuntos pétreos representando figuras zoomorfas, mais se assemelhando a ruínas de uma fortaleza; encontramo-nos também diante de esfinges que levam-nos imaginar que poderiam ter sido trabalhadas pelas mãos hábeis de uma raça construtora. Apesar das intempéries e do desgaste natural do tempo já terem-nas deformado significativamente, podem ainda ser observadas na sua imponência e silêncio milenar.

Ali podemos apreciar a grandeza de montanhas em arenito com suas janelas bloqueadas e silenciosas, como que levantando questionamentos sobre suas formas multivariadas e a dúvida de que em seu interior possa estar ocultando algo de transcendental importância para o mundo contemporâneo. De fato, esta região no interior do Brasil é mais uma, dentre muitas outras, que também ocultam mistérios desta terra esplêndida, aguardando silenciosamente o momento para serem decifrados. 

Enfim, a região onde se instalou o município de Paraúna guarda muitas semelhanças com a vasta região da Serra do Roncador e seus mitos, também muito se assemelham aos existentes naquela região matogrossense. Assim, por mais que o queiramos ignorar, estes aspectos inusitados em território brasileiro, acabam produzindo nas mentes dos mais perspicazes buscadores um quê de mistério milenar e uma incógnita a ser explicada pelos estudiosos sobre o passado destas terras, que desde há muito já haviam sido chamadas de Ilhas Brasilis. 

GRANDE MURALHA – Está localizada a aproximadamente 35 km da cidade, numa região de muitas fazendas. Trata-se de um monumento colossal situado no vale da Serra da Portaria, que segundo o pesquisador Alódio Tovar possui cerca de 15 km de extensão.

Quando estivemos lá ela se encontrava tomada por intensa vegetação, mal podendo ser vista da pequena estrada que passa por ela em direção a fazendas próximas. É algo que impressiona e causa-nos estranheza, ao depararmos em pleno interior do Brasil com uma gigantesca construção megalítica como esta.

É toda constituída de blocos de basalto negro, tipo de rocha vulcânica muito resistente, também conhecida como pedra-ferro, com cerca de 1 metro de largura e chegando em alguns lugares, até onde pude chegar a alcançar mais de 2 metros de altura.

Parte da Grande Muralha

Segundo o pesquisador Tovar, ela possui uma altitude média de 4,0 metros e sua largura média é de 1,30 metros. Em alguns pontos a “muralha” desce até o solo, ficando praticamente rente ao mesmo, seguindo numa direção mais ou menos em linha reta.  Ela avança do paredão principal da Serra da Portaria e segue até uma pequena elevação do outro lado do vale. Observando-a do alto de suas pedras retilíneas, pode-se notar que ela possui algumas oscilações e em alguns lugares, suas pedras encontram-se espalhadas por toda a parte, levando-nos a acreditar que um terremoto de grandes proporções, num passado muito remoto, a teria deslocado e destruído em alguns lugares.

Em alguns pontos suas pedras também parecem terem sido removidas de sua posição original, por ação de uma força descomunal. O que chama a atenção é que suas pedras colossais foram assentadas sempre na posição horizontal e parecem ter sido assim colocadas por uma ação deliberada, além de que sugerem terem sido trabalhadas e transportadas de um outro local. De qualquer forma este é mais um dos mistérios que Paraúna guarda em suas terras, na região central do Brasil, que não deixa dúvidas de que ali teria-se desenvolvido uma espécie de cultura megalítica milenar. Diferentemente, a grande maioria dos historiadores e arqueólogos insistem em afirmar que muitas das chamadas construções líticas do Brasil e suas Itacoatiaras (pedras pintadas), apesar de sua estranheza, teriam sido apenas obras de silvícolas pré-cabralinos que viviam nestas terras.

'Estávamos diante de duas formações gigantescas, constituídas de grandes

e pesados blocos maciços em pedra bruta, assemelhando-se

a potentes muralhas ao lado de um grande portal destruído.'

A respeito destas construções pétreas de grandes proporções, quase nada se comenta, entretanto, apesar de que, elas podem ser encontradas em muitas outras regiões brasileiras. A excepcional Muralha de Paraúna deixa assim um rastro de mistério, que vem se tornar ainda mais denso, pelo fato de que bem próximo dela, vamos encontrar também a Serra da Portaria, um conjunto montanhoso que coleciona uma variedade de túneis e janelões que podem ser vistos à distância, como também a Serra da Arnica com suas formas exuberantes talhadas em pedra bruta.

SERRA DA ARNICA – Localiza-se a cerca de 20 km da cidade e encontra-se em propriedade particular, assim como a maior parte destes monumentos.

Depois de entrarmos em diversas fazendas perguntando sobre sua localidade, sem sucesso, por fim a encontramos. Andamos muitos quilômetros a mais e perdemos algumas horas nesta empreitada, mas valeu a pena. Chegando lá, conversamos com o caseiro e sua esposa, sobre o assunto e eles autorizaram-nos visitar o local, acompanhando-nos  até as proximidades de seus íngremes paredões pétreos. Eles ficaram um pouco arredios e assustados ao se aproximarem daquele lugar dizendo que destas “coisas de Deus eles não gostam nem de chegar perto”.

Serra da Arnica

 No entanto, o caseiro subiu conosco até um certo ponto, enquanto que sua esposa e filha se esconderam sob a sombra de uma árvore a uma certa distância. Depois ele se afastou do local e não o vimos mais pelas redondezas. Queríamos ficar por ali por algum tempo, pois o que acabávamos de encontrar era realmente espetacular.

Desde nossa aproximação do monumento da Serra da Arnica fomos tomados de espanto e um certo contentamento, talvez por estarmos naquele local ermo e diante de algo cuja existência era notoriamente milenar. Era como se estivéssemos sido projetados no passado e nos víssemos diante de uma grande fortaleza em ruínas, com sua entrada imponente, apesar de há muito destruída, guardando ainda resquícios de seu poderio.

'A grande parede que encontramos logo na entrada possui

amarrações nos seus encaixes e blocos tão bem ajustados'

Suas pedras em posição retilínea, elevavam-se como um contraforte. De um lado (à esquerda), podíamos ver uma espécie de esfinge com caracteres humanóides e, de outro, (à direita), uma espécie de touro deitado sobre um pedestal. Percebemos a existência de uma forma de rampa que conduzia ao seu interior e, mais à direita, havia um outro contraforte, um conjunto pétreo imenso, com formações também semelhantes a uma esfinge, de bem que zoomorfa. Estávamos diante de duas formações gigantescas, constituídas de grandes e pesados blocos maciços em pedra bruta, assemelhando-se a potentes muralhas ao lado de um grande portal destruído. Quando andávamos (eu e minha esposa) em torno daqueles grandes monumentos, não tínhamos dúvida de que nos encontrávamos diante de primitivas construções ciclópicas, provavelmente erguidas por um povo desconhecido, por meio de uma técnica não sabida. Estávamos perplexos com tudo aquilo e nos surpreendíamos a cada momento com aqueles monólitos cortados e encaixados com precisão e seus “paredões” extravagantes.

Logo na entrada havia uma grande parede de pedra construída de blocos linearmente cortados e encaixados, em perfeito aprumo. Algumas destas pedras eram de grandes proporções e ainda havia ao lado alguns blocos perfeitamente cinzeladas, como se tivessem sido deslocadas do conjunto, como que movidos por uma força poderosa.

Do alto dos contrafortes, podíamos ver toda a redondeza, tendo de um lado a figura gigantesca do touro deitado ou algo parecido e, de outro, a figura da esfinge. Ambos se mostravam imponentes, com sua estruturas trabalhadas, apesar de que já um pouco carcomidas pela intempéries e pelo desgaste natural das eras transcorridas.

Muro de pedra

 

'No teto havia uma espécie de clarabóia natural que iluminava regularmente

o ambiente, deixando ver com certa nitidez todo aquele espetáculo'

 

De fato, a Serra da Arnica guarda um grande mistério a ser explicado pelos historiadores e arqueólogos brasileiros. Com sua presença desafiadora não está disposta a aceitar uma explicação inconsistente ou escorada em certas contemplações acadêmicas, que costumam desconsiderar, às vezes, aquilo que é mais óbvio. Devemos frisar que algumas das pedras que compõem tal monumento são tão retilíneas e tão bem trabalhadas, que se encaixam com toda a precisão, enquanto que outras parecem terem sido manuseadas de forma que pudessem acomodar-se sobre as que foram anteriormente assentadas. A grande parede que encontramos logo na entrada possui amarrações nos seus encaixes e blocos tão bem ajustados, que deixam ver, ao mais desatento visitante, que se trata de uma construção evidentemente artificial. Estas coisas não podem mais ser ignoradas sob nenhum título ou alegação.

 

Ponte de pedra

PONTE DE PEDRA – É um monumento de singular beleza e proporção. Distante do município cerca de 60 km. por estrada de terra, trata-se de um local romântico e agradável, apesar de se encontrar meio escondido no meio de abundante vegetação. Estacionarmos na clareira aberta para este fim, embrenhamos pela mata à direita e chegamos à margem do rio que tem o mesmo nome. Em divisa à esquerda, ele corre em direção a uma pequena queda d’água e desaparece em um túnel, sob a terra. De onde estávamos podíamos observar um quadro deslumbrante. O rio caudaloso, corre em meio a grandes rochedos e muita vegetação, desaguando numa passagem retangular, em queda livre, formando uma pequena cachoeira na entrada da caverna sob a montanha.

Ali ele penetra e desaparece momentaneamente, reaparecendo cerca de 100 metros à frente. Uma rocha maciça estende-se sobre o teto como uma viga providencialmente colocada ali.

 

Apesar da vegetação abundante em volta tudo é cativante, envolvente e muito harmônico. Retornamos pela trilha e caminhamos na direção da caverna, descendo pela mata circundante, encontrando, enfim, uma entrada para o interior da terra. Era fantástico. Parecia-se que estávamos diante de um portal. No alto, como uma moldura arqueada de uma ponte havia uma formação maciça de pedra, como se tivesse sido colocada ali por algum tipo de tecnologia. Ela, de fato, dava suporte ao teto da gruta e se assemelhava a uma viga de sustentação perfeitamente ajustada.

 

Entramos pela passagem e nos encontramos em seu interior. Era bem grande, alta, abobadada e de beleza incomparável. Por ali o rio passava lentamente, ocultando-se no interior da terra e aparecendo de novo, 100 metros adiante. De um lado podia se ver um portal retangular por onde a correnteza, numa pequena cascata, penetrava no interior da gruta, percorrendo-a em seu leito calmo e sombrio. Do outro lado, havia uma outra fenda, também retangular, por onde o rio saia suavemente e se tornava visível outra vez.

 

'grandes conglomerados, deixam ver um emaranhado de figuras facilmente identificadas,

algumas das quais, se assemelham a animais,

rostos humanos ou grandes muralhas'

 

No teto havia uma espécie de clarabóia natural que iluminava regularmente o ambiente, deixando ver com certa nitidez todo aquele espetáculo. Em seu interior podem ser encontradas algumas formações de estalactites e estalagmites de coloração levemente azulada, nascentes de água cristalina e um ambiente calmo e saudável. Mais adiante, onde a outra  abertura da gruta permite que o rio prossiga seu caminho, desce-se por uma encosta íngreme, segurando-se nos arbustos e árvores em volta e chega-se novamente até o leito do rio, que corre majestosamente entre as pedras.

 

SERRA DAS GALÉS – É uma pequena elevação multiforme que ao longe pode ser notada por suas formações de arenito, que se caracterizam por seus motivos zoomorfos e outras conformações igualmente deslumbrantes. Dista cerca de 27 km da cidade e possui uma área de 269,14 hectares. Hoje, se trata de Reserva Particular do Patrimônio Natural e é controlada pelo IBAMA.

 

Quando lá chegamos, já de imediato nos surpreendemos com suas formações belíssimas. Se a observarmos de uma certa elevação, podemos vê-la de uma forma mais ampla e então dar margem à nossa imaginação, pois, com facilidade, ela pode ser comparada com as ruínas de uma cidade abandonada.

 

Seus monumentos rochosos elevam-se numa grande extensão e apresentam caracteres variadas, além de passagens, “ruas”, e “praças” em meio a uma grande confusão. Este aspecto não tira a sua graciosidade e beleza, pois suas formações esparsas e grandes conglomerados, deixam ver um emaranhado de figuras facilmente identificadas, algumas das quais, se assemelham a animais, rostos humanos ou grandes muralhas, além de outros objetos de proporções consideráveis.

Detalhe da Serra dos Galés

 

Apesar de suas dimensões serem inferiores aos monumentos de Sete Cidades, no Piauí e de Vila Velha, no Paraná, suas formações lembram fortemente às daquelas regiões no norte e no sul do país. Como já dissemos, percorrendo por entre seus blocos pétreos, podemos observar figuras interessantes, que se tornam mais nítidas quando observadas de ângulos específicos. Dentre estas podem ser notadas formações que lembram uma tartaruga, um lagarto, uma índia com seu filho às costas, taças gigantescas, etc., além de grandes contrafortes e muralhas colossais.

 

Porém, não queremos nos deter por muito tempo a estas figuras multiformes da Serra das Galés, procurando observar mais seu contexto inusitado, semelhante a um cidadela em ruínas. Este fator soa muito forte em nós, apesar de os estudiosos já terem afirmado que se tratam de formações naturais, que teriam sido elaboradas lentamente pela ação do vento, da chuva e do sol escaldante daquela região.

 

Outro fato que julgamos relevante é que ela se encontra bem próxima de outros misteriosos “achados” de Paraúna, como a Muralha e a Serra da Arnica, que não deixam dúvidas de que se tratam de restos de “construções” trabalhadas por “alguém” no passado longínquo de nossa terra. Sabemos que é uma ousadia arriscar a dizer que as formações da Serra das Galés possa ter sido um dia uma cidade, pois estaríamos na contramão do que já é usualmente aceito. Mas, nada nos impede de ousar, pois nossa consciência nos diz que certas estruturas pouco comuns que são encontradas em muitos outros lugares do Brasil, têm algo muito importante a revelar.

 

Por outro lado, suas presenças não foram ainda suficientemente esclarecidas e pouco se sabe a seu respeito. Apesar de não fazerem parte daquele grupo de análise, academicamente aceito, permanecem, entretanto, causando surpresas, admiração e inquietação nos meios que lhe deveriam dar maior atenção. Neste sentido, podemos citar a própria Muralha e os blocos cinzelados da Serra da Arnica, vizinhos da Serra das Galés, que não podem ser explicados como sendo fruto de ações contínuas da natureza, face à sua complexidade e nítidas demonstrações de que foram trabalhadas por mãos humanas.

 

'Ela disse-me ter 78 anos de idade e que morava sozinha

ali já há muito tempo. Seu marido a havia abandonado

e depois veio a falecer'

 

CURIOSIDADE - Na região próximo à Muralha conhecemos uma senhora que reside ali a cerca de 73 anos. Ela tem um pequeno pedaço de terra, onde cria algumas vacas e galinhas, tira o leite e faz queijos para vender na cidade. É conhecida como D. Virgilina e me foi indicada por um residente de Paraúna. Tivemos uma certa dificuldade em encontrá-la, pois ela reside, segundo o dizer do pessoal de lá, em um capão, numa pequena casa de madeira no meio das árvores. A trilha que tomamos até lá, em alguns lugares, era de difícil acesso para um veículo baixo como o nosso, um Corsa, mas conseguimos chegar até sua casa.

 

Era, de fato, uma pequena choça de madeira, sem energia elétrica e coberta de sapé, construída  no meio das árvores. Era surpreendente, mas ela residia só naquele ermo. Ao chegar parei o carro próximo a uma cancela, “colchete”, como dizem, e saí a pé até sua casa. Atravessei o primeiro “colchete” e mais outro, quando vi que ela vinha saindo com uma sacola pendente no ombro direito.

 

antiga esfinge desgastada?

Cumprimentei-a dizendo que queria falar-lhe, mas ela disse-me, sem cerimônia, que ia sair. Entretanto, mandou que eu me assentasse num tronco de árvore que servia de banco na entrada da casa e ali ficamos conversando por cerca de 20 minutos.

DONA VIRGILINA - Ela disse-me ter 78 anos de idade e que morava sozinha ali já há muito tempo. Seu marido a havia abandonado e depois veio a falecer. Seus filhos (5 mulheres e 3 homens, sendo que um teria sido assassinado) não ligavam para ela. Nem sabia onde alguns deles moravam. No peso de sua experiência de tantos anos na roça, parecia já acostumada com a vida dura. Disse-me que costumava ir à cidade à pé, distante uns 35 km dali. Quando encontrava carona, pegava, disse-me, quando não, ia caminhando mesmo. Era uma mulher estranha, vamos dizer diferente, entretanto, era possuidora de uma sabedoria incompreensível e uma experiência conquistada no duro labor diário. Falava de coisas avançadas para uma pessoa que não tinha acesso a nenhuma forma de cultura ou informação.

 

'Tem cobra e outros bichos também, mas não tenha medo.

Vocês estão protegidos. Podem ir sossegados'

Disse-me ela:

 

- “Eu não vejo televisão, não leio jornal e vivo aqui neste fim de mundo. Nem mesmo sei ler, mas vejo que tudo está muito errado. O homem está fazendo muitas coisas que não estão certas e isto não é bom”.

 

- “O sol é masculino e a lua é feminina. A lua vem passando com calma e o sol vem queimando tudo. Estamos vivendo agora a era do Espírito Santo. Quem não tiver com o espírito e o corpo limpos não vai ser salvo”.

 

- “Eu falo as coisas e às vezes falo errado. Mas eu presto muita atenção na natureza e fico observando”.

 

Perguntei-lhe se ela já tinha encontrado com alguma pessoa estranha ou se tinha visto alguma coisa diferente. Ela respondeu que não poderia mentir e por isto, disse que não tinha visto nada diferente. Então falei-lhe se ao menos ela não tinha observado alguma estrela se mexendo no céu.

 

Então, ela disse-me:

 

- “Isto a gente vê muito, né!”.

 

Falou do Cruzeiro do Sul e do “caminho de Santiago”, que fica bem à esquerda do Cruzeiro.

 

Perguntei-lhe sobre a muralha e ela disse-me:

 

- “Ela fica logo aqui em frente. Antes eu morava lá mais perto, mas com a morte de meu marido meu filho me tirou de lá e eu vim para cá, que é herança de minha mãe. Você pode entrar com o carro e ir andando. No segundo 'colchete' você vai ver ela passando por ali, no meio do mato”.

 

O que a senhora pensa que é essa muralha? - indaguei-lhe:

 

- “É uma coisa muito esquisita e só pode ser mistério de Deus.”

 

Disse-lhe: A senhora é guardiã da muralha, não é?

 

Ela respondeu:

 

- “Sou guardiona”.

 

Logo a seguir, indicou-nos o lugar para onde deveríamos seguir. Disse-lhe que não ia demorar muito e que ela poderia ir conosco para a cidade. Ela agradeceu e se negou a esperar. Abriu o primeiro “colchete” e logo depois o segundo, dando-nos a direção. Minha esposa perguntou-lhe se tinha cobra, onça ou outro bicho naquele lugar e ela disse-lhe:

 

- “Tem cobra e outros bichos também, mas não tenha medo. Vocês estão protegidos. Podem ir sossegados”.

 

Cheguei perto dela e ofereci-lhe algum dinheiro. Ela, a princípio, não quis aceitar, alegando que não tinha feito nada para recebê-lo. Insisti e ela aceitou com certa reserva. Então ela disse que iria buscar um queijo para nós comermos próximo da muralha. E saiu apressadamente voltando com um deles embrulhado num plástico. Entregou-o com alegria e disse:

 

- “Este está mais que pago”.

 

Então tirei mais algum dinheiro para entregar-lhe, dizendo que era para pagar o queijo. Ela não aceitou e disse que eu o guardasse para ajudar na gasolina do carro. Insisti e ela com muito custo acabou recebendo o dinheiro, agradeceu com muita alegria, dizendo que iria rezar para nós.

 

Falou ao final da conversa:

 

- “Vocês não vão na Serra da Portaria? Olha o seu janelão. Para chegar lá é só seguir por ali”.

 

Indicou com o dedo o caminho a seguir. Dissemos que depois passaríamos por lá. Entramos no carro e rumamos para a misteriosa muralha, com a mente voltada para a D. Virgilina e para a sua inusitada figura. Uma mulher simples, sofrida e muito pobre, mas que carregava uma sabedoria de vida e um conhecimento admirável, apesar de seu viver isolado naquele canto de mundo.

 

'O pesquisador Alódio Tovar encontrou numa outra fazenda

a cerca de 80 km de Paraúna, uma grande formação rochosa,

sob a qual havia uma gruta contendo estranhas e enigmáticas figuras'

 

SERRA DA PORTARIA – É um contraforte montanhoso que impressiona por sua imponência e, segundo Alódio Tovar, chega a alcançar até 120 metros de altura. Seu nome está ligado a existência de inúmeros portais “lacrados” em diversos pontos de toda a sua extensão. Não nos foi possível aproximar dela por vias comuns, pois deveríamos empreender uma longa caminhada até sua base. Por isto não tivemos oportunidade de observá-la nos seus detalhes e nos aproximar de seus janelões e grutas. Segundo o pesquisador Tovar, que lá residiu, ela possui um túnel aberto, logo abaixo do que é chamado de grande janela, bem no alto, que liga o topo da montanha a uma galeria escavada no interior da rocha viva na montanha. A menção desta Serra por D. Virgilina, já nos deixa pensativo sobre o que ela possa significar naquela região e o que ela possui em seu interior. 

Porém, nossa viagem não foi completa. O pesquisador Alódio Tovar encontrou numa outra fazenda a cerca de 80 km de Paraúna, uma grande formação rochosa, sob a qual havia uma gruta contendo estranhas e enigmáticas figuras. Infelizmente, não conseguimos encontrá-la para que pudéssemos analisar aquelas formações na rocha que, para ele, se tratavam de um grande enigma e de uma grande revelação sobre o passado de nossa terra.

Pretendemos voltar lá algum dia para continuarmos nossas buscas.

* J.A.Fonseca é economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esotérica e pesquisador arqueológico, já tendo visitado diversas regiões do Brasil. É presidente da associação Fraternidade Teúrgica do Sol em Barra do Garças–MT, articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

- Fotos: Todas por J. A. Fonseca.

- Edição final: Pepe Chaves.

 

Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.

 

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ARQUEOLOGIA MÍSTICA:

Os mistérios milenares do Roncador 

'As coisas existentes neste grande mundo do roncador são sabedorias estranhas

até mesmo para os vossos sábios… tiraste de mim muita coisa que não quero

que seja divulgada’, disse o decano ao mestre Luckner,

no país do grande sol central.

Por J. A. FONSECA*

PARALELO 15 - A Serra do Roncador é um dos lugares mais atraentes e misteriosos destas terras brasilienses, além de possuir grande beleza e riquezas variadas, pouco comuns e incomparáveis quando relacionadas a outras regiões de nosso planeta. Localiza-se no ponto mais central do Brasil, no estado do Mato Grosso, mais especificamente entre o Rio das Mortes e o Rio Araguaia a leste, e o rio Xingu e Kuluene a oeste, chegando a atingir até 700 metros de altura em alguns pontos.

Estende-se por cerca de 500 km, aproximadamente, desde Barra do Garças, no Mato Grosso até as proximidades da Serra do Cachimbo, no estado do Pará.

É uma imensidão solitária e misteriosa no centro da América do Sul, à altura do paralelo 15, que tem atraído a atenção de muitas pessoas pelo seu aspecto místico, mistérios e lendas que a cercam, seus monólitos gigantescos e suas inscrições rupestres de caráter desconhecido.

 

Foi por muitos anos “habitat” do Coronel inglês Percy H. Fawcett, que ficou mundialmente famoso quando desapareceu em suas cercanias, em condições inexplicáveis, quando fazia explorações sobre ruínas que acreditava, estivessem relacionadas ao continente desaparecido da Atlântida. Neste sentido foi também explorada pelo Monge Udo Oscar Luckner, de nacionalidade sueca e adepto da Confraria de IBEZ, conhecido como Hierofante do Roncador, que em suas faldas fundou o Monastério Teúrgico, como portador da transcendental mensagem cíclica de um novo tempo para toda a humanidade terrestre.

 

BIOBELEZA - A região da Serra do Roncador apresenta, sem dúvida, paisagens de grande beleza e até mesmo aos mais desatentos vem atraindo por suas variedades, fauna e flora diversificada, cachoeiras de águas límpidas, trilhas e cavernas, muitas delas ainda inexploradas. Além disto existem notícias de aparecimento de OVNIS, os famosos “discos voadores”, com grande freqüência, há relatos sobre fatos estranhos em suas proximidades, estranhas marcas nas pedras, contrafortes rochosos imponentes, assemelhando-se a construções megalíticas em ruínas, sem mencionar o grande poder magnético que exerce sobre as pessoas.

 

As estranhas formações rochosas que esta Serra apresenta em muitos pontos ao longo de sua extensão, é acentuada por seus paredões proemimentes que se estendem em meio à selva indevassável, como uma grande cicatriz no dorso do Continente Sul-americano. São verdadeiras muralhas de basalto negro com sua vegetação abundante, ora como se fossem esculturas ciclópicas de um tempo perdido na história, ora como formações naturais de rara beleza.

 

'Acampamos numa região próxima a Araguaiana, numa fazenda que era de propriedade

do Senhor Udo Oscar Luckner, um monge que ali habitava e que havia fundado

uma escola espiritualista chamada de Monastério Teúrgico do Roncador'

 

A MISTERIOSA Z - A fama da Serra do Roncador começou no ano de 1.925, quando o Coronel Fawcett (ao lado), após cerca de 14 anos fazendo incursões pela região, desapareceu entre os seus maciços sem deixar vestígios. Nesta época, através de uma de suas últimas cartas, comunicou à sua esposa na Inglaterra, que havia encontrado indícios muito fortes de que, em plena selva amazônica, poderia estar localizada as antigas ruínas de uma cidade abandonada. O vidente inglês era oficial de artilharia, explorador, topógrafo e místico e estava convicto de que nas regiões inexploradas da Serra do Roncador, encontrava-se perdida uma cidade mitológica e de procedência atlante, conhecida no meio esotérico como A Misteriosa Z. Seu desaparecimento inflamou a curiosidade de muitos e a despeito de ter-se afirmado que sua ossada fora encontrada próximo à reserva dos índios xavantes, o que não ficou confirmado definitivamente, sua lenda propagou-se como rastilho de pólvora e permanece viva até os dias de hoje.

 

O que restou de tudo isto é que no decorrer dos anos sua figura se tornou lendária e as dúvidas a respeito de suas idéias e de suas buscas continuam atraindo a atenção de muitos estudiosos, esoteristas e curiosos.

 

‘SEMI-VELADA’ - Podemos afirmar, entretanto, que esta região magnífica localizada no planalto central do Brasil tem, de fato, muitos mistérios a serem desvelados. Muitos deles, bem sabemos, jamais serão levados ao conhecimento do público, por imposição da própria Lei que a tudo rege. Outros, porém, por apresentarem apenas alguns aspectos de sua mais íntima verdade, poderão ser trazidos à luz e mostrados ainda que de forma “semi-velada”. Este artigo pretende desvelar alguns destes pormenores e evidenciar que algo de real significância teria ocorrido nesta região exuberante e ao mesmo tempo carregada de misticismo.

 

Minha primeira visita a Barra do Garças se deu em julho de 1.981, quando aceitei o convite de dois amigos de Belo Horizonte que tinham ligações com uma escola espiritualista com sede nesta cidade. Ela se estende às margens dos Rios Araguaia e Garças, exatamente no forcado constituído pela junção dos mesmos, que passam então a ser um só, estendendo-se até o sopé de uma grande montanha, portal da Serra do Roncador. Naquela época, acampamos numa região próxima a Araguaiana, numa fazenda que era de propriedade do Senhor Udo Oscar Luckner, um monge que ali habitava e que havia fundado uma escola espiritualista chamada de Monastério Teúrgico do Roncador. Eu o conheci neste encontro e após tomar conhecimento de seus objetivos, passei a adotar sua filosofia de vida, fazendo já, nesta época, minhas primeiras incursões pela região.

 

Em minhas andanças pelas encostas de um monte, próximo onde nos havíamos acampado, pude perceber a existência de verdadeiros megálitos, grandes blocos de pedra que se ajustavam um ao lado do outro, como restos de paredes descomunais.

 

'Subindo pela trilha íngreme, encontrei um testemunho inabalável,

do que já vinha suspeitando:

de que tudo aquilo se tratava de uma grande fortaleza'

 

O HIEROFANTE - Foi então que ocorreram minhas primeiras experiências na Serra do Roncador. Durante uma semana diversos acontecimentos não muito comuns surpreenderam-me, criando, a partir de então, uma espécie de ligação muito profunda com aquela região do Brasil. Depois disto já retornei por aquelas paragens por quase uma dezena de vezes e a cada ida, novas descobertas causam-me mais perplexidade. Na época em que fiz minha primeira incursão pela região do Roncador, percebi que se tratava de um lugar diferente. Com menos percepção do que tenho hoje, deixei de registrar aspectos importantes que demonstravam a antigüidade de nossa terra. Vi marcas que pretendiam relatar uma história antiga, muito anterior, até mesmo, ao tempo considerado pela história oficial para o início da vida humana na Terra.

 

É provável que hoje eu tivesse minha atenção voltada para outros detalhes importantes se retornasse a este local específico, porém mesmo com a pouca experiência da época pude perceber alguns aspectos que julgo sejam de grande relevância para o estudo de nosso passado. Como já disse acampamos próximo a um local que o Hierofante chamou de Monte Nobre, no interior de uma propriedade sua, próximo a Barra do Garças. Logo de início pude perceber que se tratava de uma região riquíssima em evidências não muito comuns. O local era muito ermo, mas deixava ver marcas indeléveis, algumas delas bem caracterizadas, que insinuavam pertencerem a restos de construções muito antigas.

 

PEDRAS ASSENTADAS - Numa escalada que fizemos (eu e um amigo) por detrás do caminho natural que levava ao cume do monte, fomos surpreendidos por pedras enormes roladas montanha abaixo por uma força descomunal. Em determinado ponto havia uma espécie de “parede” monstruosa, parcialmente soterrada e os blocos de pedra que a formavam possuíam dimensões gigantescas. Subindo pela trilha íngreme, encontrei um testemunho inabalável, do que já vinha suspeitando: de que tudo aquilo se tratava de uma grande fortaleza.

 

Após galgar uma rampa escorregadia, encontrei uma abertura entre duas pedras como se as dividissem em duas metades. Ao contornar esta formação rochosa para alcançar seu topo, percebi que havia uma rachadura dividindo-a em duas partes.

Minha surpresa foi tamanha ao constatar que, nesta junção dos gigantescos blocos pétreos, podiam ver-se encaixes “trabalhados” por mãos humanas. Uma parte destes grandes blocos se encontrava encoberta de terra e arbustos, sendo que sua cor era de um marrom enegrecido, como se tivessem sido cobertos por larvas vulcânicas.

Foi há alguns passos da abertura entre os dois blocos monumentais que encontrei as duas marcas com características artificiais, como se algo inteligente as tivesse produzido, pois em ambas havia uma espécie de encaixe em forma de “V”, que de certa forma, uniam, há milênios estes gigantescos monólitos. (ao lado).

 

Os dois grandes blocos de pedra estavam separados por uma espécie de rachadura que se estendia além, destacando os “encaixes”. Pela quantidade de pedras que se viam em volta e colina abaixo, tinha-se a impressão de que um terremoto de grandes proporções teria feito abalar aquela fortaleza.- Continua na próxima edição.

 

'Fiquei a imaginar que tipo de civilização poderia

ter vivido naquelas paragens tão remotas'

 

Continuei minha subida e no topo da pequena colina, também pétrea, encontrei algo de caráter excepcional. Em um determinado ponto, com paredes escarpadas em direção ao vale havia uma concavidade na rocha, como se ela tivesse sido escavada. Nesta pedra mais elevada havia uma espécie de nicho, ou altar, com algumas pequenas lajotas assentadas por uma espécie de argamassa. Elas cobriam parte do que seria um suporte ou piso e um pequeno revestimento em vertical, como se tivesse sido preparado há anos para que ali fosse colocada a representação de uma Divindade. Não era uma coisa recente, pois podia-se perceber o desgaste natural por toda a parte.

 

Depois de algum tempo no local alcancei o topo da colina. Uma nova surpresa aguardava-me. Havia ali diversas formações cravadas na rocha, como se fossem alicerces retilíneos, perfeitamente organizados, que corriam em diversas direções, semelhantes a suportes de paredes agora inexistentes. Isto também me causou-me grande estranheza e fiquei a imaginar que tipo de civilização poderia ter vivido naquelas paragens tão remotas. À volta, o vale que se apresentava era esplendoroso e em todas as direções se viam grandes extensões planas que se estendiam além.

 

Em outras localidades, próximo à montanha encontrei também pedras de formatos singulares, monólitos imensos sobre bases gigantescas e pedras em meio à floresta com marcas estranhas em seu dorso e formatos curiosos. Afora outros grandes maciços de pedra, alguns deles com signos estranhamente insculpidos, muitos outros acontecimentos estranhos ocorreram, mas não cabe aqui mencioná-los.

 

Voltei à região da Serra do Roncador por inúmeras vezes. Em 1.984 estive novamente com o monge Udo Oscar Luckner, quando confabulamos longamente a respeito de muitos temas insólitos, inclusive sobre as minhas descobertas próximo ao Monte Nobre. Ele disse-me: “Existem muito mais coisas naquela região que sua imaginação não é capaz nem de sonhar…”.

 

Depois só vim a retornar a Barra do Garças em 1.994, quando apenas tive alguns encontros com a família do falecido Hierofante. No ano de 1.999, em fevereiro e em julho, percorri algumas localidades próximas a esta cidade e também em março de 2.000, quando participei de um encontro místico ali durante o carnaval. Nestas três últimas viagens pude conhecer um pouco mais sobre aquela misteriosa montanha e a cada nova experiência, pude constatar que alguma coisa teria acontecido ali há muitos milênios. Que suas estruturas petrificadas, guardavam um grande segredo, ainda por ser revelado.

 

SERRA AZUL - Próximo a Barra do Garças, num local de esplêndida beleza conhecido como Serra Azul, existem matas naturais e diversas cachoeiras, vegetação variada e paredões maciços, que propiciam uma caminhada especialmente agradável. Passando por riachos de água cristalina e subindo por elevações inclinadas, juntamente com um acompanhante, cheguei a um local surpreendente. Além de suas cachoeiras, que correm por entre fortificações pétreas proeminentes, nos vimos diante de verdadeiros paredões de basalto negro, cobertos de vegetação, com toda sua imponência e mistérios insondáveis.

 

'São três esfinges alinhadas umas com as outras,

duas delas com fisionomias humanas ainda bem definidas

e a terceira, que se acha voltada para o vale'

 

Quando subimos por suas encostas começamos a ver as formações rochosas com suas figuras antropomorfas e zoomorfas, como esfinges guardiãs, velando pelo segredo que ainda procuram esconder do vulgo. Próximo a estas paredes milenares, podem ser vistas três pedras, estranhamente “colocadas” em posição vertical e mais ou menos enfileiradas, como que demarcando um terreno específico ou algo de grande relevância. Para chegar até elas subimos por uma espécie de escadaria, desgastada pelo tempo, até uma “plataforma” onde estas se erguem imponentes. São três esfinges alinhadas umas com as outras, duas delas com fisionomias humanas ainda bem definidas (ao lado) e a terceira, que se acha voltada para o vale, diante de um imenso paredão de basalto, com a forma de um leão, em posição de ataque.

Pelo desgaste natural dos tempos nestas pedras milenares, depreende-se que se tratavam de monumentos esculpidos e que ali se encontravam com finalidades muito bem determinadas, como que sinalizando um novo mistério.

 

Quando delas nos aproximamos pudemos notar que se tratavam de construções e não de formações naturais, pois se encontram verticalmente assentadas, com suas formas ainda bem definidas e voltadas para um vale entre as paredes graníticas que ali podem ser encontradas. Suas posições parecem terem sido calculadas e determinadas segundo uma certa lógica.

 

CONSTRUÇÕES - Neste mesmo local podem ser encontradas reminiscências de antigas construções e muitas outras pedras de formatos variados, algumas remontando a estruturas colossais e outras como se fossem esculturas desgastadas pelo tempo. Este pormenor pode ser notado na grande formação rochosa que mostra os diversos rostos esculpidos e enfileirados, à maneira de guardiões solitários na floresta (ao lado).

 

'Inúmeras formações monumentais, já desgastadas pelo tempo, existem nestas regiões do Roncador que, como cicatrizes,

se mostram abertamente a todos que delas se aproximam'

 

MARCAS DE PÉS - Em um outro local, também próximo a Barra do Garças, na montanha que se encontra logo atrás da cidade, formando um gigantesco monumento pétreo, existe uma pequena gruta numa de suas encostas que apresenta uma abertura estreita, num ponto mais alto de seu pequeno vão aberto na rocha e que penetra pela montanha adentro, não se sabendo onde vai dar. Na sua parede, à esquerda de quem entra, existem várias marcas de pés humanos moldados  (ao lado), como se ela fosse, originalmente de barro, sendo que um deles possui seis dedos. Outras marcas de pés de 3, 4 e 5 dedos também podem ser vistas, uma ao lado da outra, além de pequenas e médias depressões circulares “moldadas” de forma organizada.

 

Muitos outros símbolos podem ser encontrados gravados neste local, alguns deles assemelhando-se a letras de alfabetos conhecidos.

 

Outros não podem ser identificados, mas alguns fazem lembrar signos ocultos do antigo alfabeto Adâmico ou Vatan. Trata-se de um conjunto até mesmo bizarro, por misturar marcas de pés humanos e de animais, signos de caráter muito estranho, letras esparsas e pontos capsulares, não nos permitindo tirar nenhuma conclusão sobre a razão de estarem ali. Originalmente esta gruta recebeu o nome de “Caverna dos Perdidos”.

 

 

IMPÉRIO - Há cerca de 70 km de Barra do Garças, numa localidade denominada Vale dos Sonhos, seguindo em direção norte, vamos encontrar um esplendoroso maciço pétreo, de formato belíssimo e estranheza monumental, que faz parte do complexo do Roncador (imagem exposta na página inicial). Sua beleza e magnitude ultrapassam o sentido da lógica e chegamos a imaginar que representa, em realidade, um conjunto de ruínas de um antigo castelo, pertencente a um império gigantesco, há milênios desaparecido. Por razões que fogem ao nosso conhecimento ou em decorrência das grandes modificações que ocorreram no passado da Terra, esse grande império teria sucumbido completamente, deixando apenas ruínas extravagantes de suas antigas fortalezas.

 

Inúmeras formações monumentais, já desgastadas pelo tempo, existem nestas regiões do Roncador que, como cicatrizes, se mostram abertamente a todos que delas se aproximam. Clamam silenciosas, mas com evidência pétrea, que a humanidade já teria vivido um passado glorioso, mostrando aos homens demasiadamente descrentes e materialistas deste nosso tempo, suas notáveis evidências. De fato, a região Amazônica parece ter sido já palco de fantásticos acontecimentos numa época muito remota e possui provas significativas disto. Porém, nossa mente, intelectualizada em demasia e somente voltada para as realidades cotidianas, não é capaz de assimilar tal possibilidade. Tudo isto sem falar do que vem sendo ocultado ao conhecimento do vulgo.

 

VALE DOS SONHOS - Esta região denominada Vale dos Sonhos é lindíssima e cercada por extensos planaltos que se perdem diante dos olhos, até o horizonte, além dos maciços pétreos com seus recortes inusitados. Próximo a esta localidade, numa fazenda no alto da serra e a cerca de 80 km dali, existe uma espécie de furna, curiosamente recortada no meio da mata. Próximo a ela encontram-se outras formações rochosas extravagantes, mas o que mais chama a atenção nesta lapa, é que ela possui janelas e janelões em diversas partes, que levam ao seu interior e onde se podem ver salas formando confortáveis abrigos.

 

'Talvez quisessem transmitir os mesmos conhecimentos

sobre um passado longínquo que teria sido comum a estes

povos e que agora se encontravam dispersos sobre o globo'

Em todas as suas divisões encontramos inscrições rupestres de estilos variados e curiosos, alguns insculpidos na rocha e outros pintados (ao lado).

É, de certa forma, estranho, pensar que no alto da serra existem vastas extensões de terra com grandes fazendas, cachoeiras lindíssimas e nascentes de água cristalina.

 

Foi numa destas fazendas que soubemos da existência desta furna e seus desenhos de origem desconhecida. Fomos até lá e não houve nenhuma restrição do proprietário e sua esposa em nos mostrar o local.

 

BARRA DO GARÇAS - Retornando a Barra do Garças, não poderia deixar de mencionar o mais enigmático dos monumentos pétreos que ali existem à disposição dos estudiosos. Atualmente ele se acha numa pequena praça próximo ao Rio Araguaia, mas já esteve exposto em outros lugares da cidade.

Trata-se de uma pedra de grandes proporções que se assemelha a um crânio humano (ao lado)  e numa de suas faces estão gravadas as letras S. S. Arraya e a data de 1.871.

Segundo informam, este registro foi feito por um garimpeiro, pioneiro de Barra do Garças e tem valor histórico para o município. Mas, o que mais de impressionante ela possui são os seus inúmeros outros caracteres, gravados em baixo relevo em duas de suas faces e no seu ponto mais alto.

 

Em sua maioria são compostos de símbolos circulares, diversos discos concêntricos e ranhuras que esboçam uma espécie de grafia indefinida. Possui também círculos de formatos menores, alguns deles com um ponto no centro, outros com uma linha, dividindo-o em duas metades ou com uma cruz. Esta simbologia pode ser encontrada em muitas outras regiões brasileiras e parece tratar-se de uma linguagem própria ou representativa de signos ocultos, uma vez que também podem ser observadas em diversas outras localidades da Terra. É de se estranhar que, tendo sido elaboradas por povos diferentes, em regiões as mais distantes, sejam estas figuras tão semelhantes entre si, como se quisessem expressar as mesmas idéias, os mesmos temores e anseios. Talvez quisessem transmitir os mesmos conhecimentos sobre um passado longínquo que teria sido comum a estes povos e que agora se encontravam dispersos sobre o globo terrestre.

 

Face à complexidade destas insculturas  na pedra disforme, às margens do Rio Araguaia, além dos muitos outros mistérios que cercam este solo milenar, diríamos que tudo isto não apenas pequenas mostras de algo muito maior que aquela região no planalto central brasileiro tem a revelar. Segundo o próprio Hierofante, esta magnífica região teria muitos mistérios a serem desvelados, sobre seu passado desconhecido, ocultos em sua aparência agreste e que a humanidade haveria de considerá-la, no futuro, como um grande portal que daria passagem a um Novo Tempo de evolução para uma outra civilização, cujos princípios não mais se inspirassem nas contentas que marcaram nossa raça atual.

 

* J.A.Fonseca é economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esotérica e pesquisador arqueológico, já tendo visitado diversas regiões do Brasil. É presidente da associação Fraternidade Teúrgica do Sol em Barra do Garças–MT, articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.

- Fotos: Todas por J. A. Fonseca.

- Produção: Pepe Chaves.

 

Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.

 

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