HOME | ZINESFERA| BLOG ZINE| EDITORIAL| ESPORTES| ENTREVISTAS| ITAÚNA| J.A. FONSECA| PEPE MUSIC| UFOVIA| AEROVIA| ASTROVIA

 

 

Artigos

 

Copa 2014:

Uma copa bem brasileira

E a louvável e diferenciada atitude dos japoneses a recolher lixo após o jogo para manter o ambiente

limpo? Não seria uma lição para nós brasileiros? Nem se o diga para os infelizes hermanos portenhos.

 

Por Roberio Sulz*

De Teixeira de Freitas-BA

Para Via Fanzine

05/07/2014

 

Exemplar comportamento das torcidas que, superando suas divergências

políticas e eventuais desconfortos socioeconômicos em seus países.

Leia também:

Outros destaques de Via Fanzine

 

Definitivamente, não precisamos importar vândalos. Já temos os black blocks. Esses macróbios conseguiram emplacar, até em respeitáveis cabeças, a ideia de que representavamm a “voz das ruas”. Os partidários da baderna afirmam, categoricamente, que esses arruaceiros representam uma considerável parcela do povo descontente com o mundo político em vigor no Brasil.

 

E o que dizer desses brucutus portenhos a quebrar cadeiras e danificar instalações, nas novíssimas arenas de futebol? Fazem-no por nada. Mesmo sob a vitória de seu selecionado pátrio. Que justificativa estará sendo forjada, pelas lideranças do atraso, para alimentar os enviesados comentaristas dos jornalões e dos pomposos estúdios das emissoras de TV? 

 

Não lhes é difícil sacar aplausos de obturados adversários do atual governo brasileiro! Sua fúria poderia ser vista como solidariedade emprestada à famigerada “voz das ruas” no Brasil. Assim como se inventa tanta mentira para macular o governo, cabe, por inversão de sentido, dizer que essas animalescas demonstrações de vandalismo - parte de argentinos e chilenos, nos estádios, seria o reforço de mão de obra estrangeira para a execução de um servicinho sujo, a soldo da turma da privataria.

 

E a louvável e diferenciada atitude dos japoneses a recolher lixo após o jogo para manter o ambiente limpo? Não seria uma lição para nós brasileiros? Nem se o diga para os infelizes hermanos portenhos.

 

Como bem constata Alberto do Carmo, em comentário feito sobre meu último artigo, “a interação cultural é um dos maiores legados desta Copa. Os russos descobrindo a Feira de São Cristóvão; Latinoamericanos descobrindo as festas juninas. Estrangeiros visitando, em grande número, o Museu de Arte Contemporânea, ao ar livre de Inhotim, em Minas Gerais”.

 

Sobre a microeconomia efervescida nestes dias, Alberto do Carmo acrescenta: “muita gente ganhando seu dinheirinho hospedando turistas. Choveu gente de baixa renda, vinda até do Reino Unido. Para eles, foi ótimo se hospedarem em casas de família, com tudo arrumadinho, mas sem luxos. Notar que esses estrangeiros, de classe média baixa, gozaram de certa intimidade com o mesmo segmento social no Brasil. Certamente, estão levando ótima impressão de nosso povo, nossa hospitalidade, amabilidade etc.”.

 

Por fim, seu comentário soma-se a outros quando aborda o exemplar comportamento das torcidas que, superando suas divergências políticas e eventuais desconfortos socioeconômicos em seus países, vibram com os feitos suas seleções.

 

Eugenio Goussinsky, do R7, em lance de extrema felicidade, resgata a música “Força Estranha”, de Caetano Veloso, para exemplificar a inusitada atmosfera, que permeia o Brasil, nestes dias de Copa do Mundo. Principalmente nas cidades que acolhem os jogos.  Não poupa êxtase à maravilhosa força transformadora que esse evento, a partir do Brasil, fez ser sentida em todo o mundo. Parece - segundo Goussinsky - que o planeta se rendeu às cores, aos cheiros, enfim, aos encantos deste país moreno.

 

Sob essa novidade de cenário, dá para dizer que os resultados dos jogos importam menos que a alegre festa do encontro, não do embate das torcidas. Nem mais se diz “quem enfrentaremos no próximo jogo”, mas, onde e  com quem compartilharemos a festa do próximo jogo. E, com certa ousadia premonitória, é possível vaticinar que seja este ou aquele o campeão- vai acontecer uma grande festa de congraçamento neste rincão tupiniquim, neste país hospitaleiro de doces amizades. Muitos levarão consigo algo de nosso DNA. Algumas, no útero, outros na memória. Conosco ficará, além do DNA importado, a história, além da lembrança e da saudade.  

 

E, como se toda essa graça nacional não bastasse, ainda aparecem comentaristas midiáticos imbecis que, sem desapegar da idiotice, criticam os que se mostram na torcida, alegres, mesmo com seus times em derrota. Só não parece natural aos que se regem pelo maniqueísmo.

 

Mas, está faltando uma coisa importante em toda essa ópera: abrir a boca em largos sorrisos - e não chorar - ao cantar nosso hino nacional. Não façamos dele um hino de guerra, mas o chamado à união, ao entendimento. Que venham todos, venham sempre! Abramos generosamente a qualquer vivente daqui ou de alhures nossos lindos campos com mais flores, nossos bosques com mais vida e nossa vida repleta de amores. Tudo isso debaixo de um céu de anil: Brasil!  Que se estenda a possibilidade a qualquer um - não apenas aos filhos deste solo - de amar e idolatrar nossa pátria. Salve, salve! Ela foi feita grande para acolher a todos.

 

Voltando ao jogo, registre-se, por justiça, como estão fantásticos os goleiros. Nessa toada, vai ser difícil fazer gol, a menos que a FIFA mande alargar a altura e a distância entre as traves.

 

*Roberio Sulz é professor universitário; biólogo, biomédico (B.Sc.) pela UnB; M.Sc. pela Universidade de Wisconsin/EUA.

 

- Imagem: Divulgação.

 

Leia também:

Outros destaques de Via Fanzine

 

*  *  *

 

Desígnios do mensalão:

Dois vivas, um fim

Assistir a condenação e prisão da alta cúpula do Partido dos Trabalhadores

não é agradável. Ao contrário: é deprimente, é vergonhoso, é abjeto.

 

Por Helder Caldeira*

De São Paulo-SP

Para Via Fanzine

18/11/2013

 

O vertiginoso silêncio de Lula e Dilma cumpre a missão de responder à questão mais trivial:

quão tolerante pode ser um presidente da República com os crimes de seus companheiros,

sem deixar transparecer que está chafurdando no mesmo lodaçal?

Leia também

Pizzolatto: Mensaleiro foge para Itália e PF pede ajuda à Interpol

Réus se entregam; Pizzolatto escapole

STF expede mandados de prisão a 'mensaleiros'

STF manda 11 condenados do mensalão para a prisão

Supremo condena 25 e absolve 12 no julgamento

 

Ao contrário do que pode pensar a militância petista ululante, não há vestígio de felicidade ou comemoração naqueles que, com consciência e responsabilidade, tentam vislumbrar e buscar um Brasil melhor, mais justo e, principalmente, sem corrupção e fisiologismos políticos mazelares. Assistir a condenação e prisão da alta cúpula do Partido dos Trabalhadores não é agradável. Ao contrário: é deprimente, é vergonhoso, é abjeto.

 

Abjetas também foram as manifestações dos mensaleiros condenados em suas supostas rendições, logo após o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, expedir seus mandatos de prisão. Punhos cerrados e gritos de guerrilha armada setentista a disfarçar o ar cínico de quem tenta consagrar alguma vitória. “Viva o PT! Viva o Brasil!”, bradaram os novos presidiários ao (ir)respeitável público. Vitória pírrica, tão somente.

 

Não há nada que mereça louvor. O presidente reeleito do PT, deputado Rui Falcão, até tentou aproveitar a marola e colar em José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e no resto da patota a alcunha façanhosa e anacrônica de “presos políticos”. Não são! Não há heróis nessa história. No dia da “Res publica” — aquilo que, de fato, nunca fomos —, diletos amigos e companheiros servis da atual presidente Dilma Rousseff e do todo-poderoso e popular Luiz Inácio Lula da Silva foram parar no xilindró, condenados por vasta corrupção e desvios de recursos públicos para alimentar os cofres do partido e um projeto alienante de desmesurado poder.

 

Nada mais são que criminosos, rol nauseabundo que passam a integrar, fotografados e fichados. São políticos presos, “colarinho branco”, espécie raríssima de banana num país cuja Justiça é aparelhada e fartamente garantista. Nenhum espanto em tempos mascarados tão “robertocarlistas-caetânicos-chiquistas”. No entanto, qualquer gabo é pura desfaçatez. Qualquer salva de artilharia militante é mero contorcionismo eleitoreiro, terrorismo tropical.

 

Ademais, que fim poderá ter a comemoração dos mensaleiros à porta da cadeia? Jubilar à revolução dos analfabetos e semianalfabetos que já somam quase metade da população brasileira? Mártires do parasitismo estatal sustentado nas urnas por bolsistas? Líderes de um movimento que transformará o Brasil, em definitivo, numa “Bananeira-Jeitinho” onde malandros, pilantras e desavergonhados têm mais valor que os cidadãos sérios e honestos? Feliz da nação que não cultua o charlatanismo como essência de governo.

 

Os punhos cerrados hão de esmorecer. Ao grito de guerrilha restará o silêncio obsequioso de seus pares. Vestes caras zebradas atrás das grades de uma cela prisional. É o penúltimo capítulo de um roteiro tragicômico onde um sultão disfarçado de operário ordena que seus asseclas comuno-socialistas bailem pelos salões palacianos na ilustre companhia de coronéis e senhores feudais, dividindo não apenas valsas e tangos, mas todo enorme quinhão afanado diariamente dos cofres públicos, alimentados por uma das maiores cargas tributárias do planeta.

 

Seria isso a revolução dos proxenetas? Como noutros inúmeros casos semelhantes desde 2003, o vertiginoso silêncio de Lula e Dilma cumpre a missão de responder à questão mais trivial: quão tolerante pode ser um presidente da República com os crimes de seus companheiros, sem deixar transparecer que está chafurdando no mesmo lodaçal? Cumpre reiterar: não há heróis ou mártires nessa história abjeta.

 

Dois vivas às bananeiras vermelhas... E um fim: o xilindró!

 

* Helder Caldeira é escritor e jornalista político. Autor dos livros “Águas Turvas” e “A 1ª Presidenta”. Seu site é www.heldercaldeira.com.br.

 

- Foto: .Divulgação.

 

Leia também

Pizzolatto: Mensaleiro foge para Itália e PF pede ajuda à Interpol

Réus se entregam, Pizzolatto escapole

STF expede mandados de prisão a 'mensaleiros'

STF manda 11 condenados do mensalão para a prisão

Supremo condena 25 e absolve 12 no julgamento

Delúbio Soares pede que seja julgado na Justiça comum

PT rebate acusações feitas por Marcos Valério

Lula diz que acusações de Valério são mentira

MP deve investigar declarações, diz Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa dá prazo para mensalão do PSDB

 

*  *  *

Página inicial  HOME

 

 

 

 

 

 HOME | ZINESFERA| BLOG ZINE| EDITORIAL| ESPORTES| ENTREVISTAS| ITAÚNA| J.A. FONSECA| PEPE MUSIC| UFOVIA| AEROVIA| ASTROVIA

© Copyright 2004-2012, Pepe Arte Viva Ltda.

 

Motigo Webstats - Free web site statistics Personal homepage website counter