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 Arqueologia

 

 

Beja:

Descoberta uma importante xancra em Portugal

Achado revela um dos mais belos recintos de fossos da Península Ibérica e também

de todo o continente europeu, cujos contextos são desconhecidos do grande público.

 

 Da Redação*

Via Fanzine

BH-06/06/2011

 

 Novas descobertas arqueológicas podem rever a história portuguesa dentro de algumas décadas.

 

Três recintos

 

Em Portugal, um notável recinto de fossos calcolíticos, do terceiro milênio antes de Cristo foi identificado através de prospecções geofísicas. De acordo com evidente orientação astronômica, as entradas dos três recintos estão alinhadas ao solstício de Inverno.

 

O seu design é igualmente notável, revelando uma intencionalidade, cujo sentido está ainda por esclarecer, mas que dificilmente encontrará respostas em razões de caráter estritamente funcionalista à época.

 

A imagem dessa nova Xancra – palavra que designa um sítio arqueológico ainda não escavado e aparentemente em notáveis condições de preservação – poderá contribuir futuramente para descobertas históricas na arqueologia de Portugal. Considerado por alguns arqueólogos como um verdadeiro tesouro, este achado revela um dos mais belos recintos de fossos da Península Ibérica e também de todo o continente europeu, cujos contextos são desconhecidos do grande público.

 

De acordo com os pesquisadores, “Espera-se, agora, que seja possível protegê-lo e ganhá-lo para a ciência e para o senso comum”.

 

No documento publicado em arquivo PDF (clique aqui para baixar) intitulado “Apontamentos de Arqueologia e Patrimônio” (Era-Arqueologia S.A.; Lisboa, janeiro, 2011) são mostradas imagens e várias particularidades dessa empolgante descoberta.

 

Uma xancra: fosso repleto de material calcolítico que permaneceu soterrado por milênios.

 

Localização e identificação

 

O conjunto de recintos de Xancra está situado no concelho de Cuba, distrito de Beja, a cerca de 1,7 Km ao sul da sede de concelho, do lado esquerdo da estrada para a Base Aérea de Beja.

 

De acordo com as informações da Era-Arqueologia S.A, o conjunto está “implantado numa suave vertente e ladeado por duas linhas de água que formam o estreito interflúvio orientado genericamente a SE. A visibilidade abre-se para o quadrante

NE-SE, enquanto para Oeste é restrita pela topografia local (o topo da vertente, a meio da qual se localiza o sítio)”.

 

As suas coordenadas são: latitude 38º8’48.07”N, longitude 7º53’50.78”, altitude média de 168m (C.M.P., 1:25000, fl. 499). A geologia local corresponde ao Complexo Grabro-Diorítico de Cuba (gabros, dioritos, quartzodioritos e granófiros), que se apresentam alterados.

 

O sítio foi identificado inicialmente através do aplicativo Google Earth (Valera, 2008b), quando se tentava localizar o vizinho sítio de Xancra 2, que passa por trabalhos de minimização realizados pela Era Arqueologia S.A. no âmbito do Empreendimento Hidroagrícola da Alvito-Pisão da responsabilidade da EDIA S.A.

 

A recolha de alguns materiais de superfície confirmaria a cronologia Pré-Histórica (aparentemente exclusivamente calcolítica) do que parecia ser um contexto composto por dois recintos de fossos concêntricos e cuja notícia de descoberta foi publicada em 2008.

 

Imagem mostra a estrutura da nova descoberta.

 

A prospecção geofísica

 

A prospecção geofísica, da responsabilidade de Helmut Becker coadjuvado por uma equipa da ERA Arqueologia, foi realizada com o método da magnetometría com recurso a magnetómetro Geometrics G-858G, de sensor duplo com uma sensibilidade de 0.03nT e uma resolução de 0.1 x 0.5m (preto / branco), sobre áreas previamente preparadas com um quadriculado georeferenciado, com quadrados de 40 metros de lado.

 

A totalidade da área prospectada foi de 3,6 ha, correspondendo a 22,5 quadrados de 40x40 metros. Informações da Era Arqueologia dão conta que os resultados obtidos são de excelente qualidade, tendo proporcionado uma imagem de grande clareza e que abrange a totalidade do conjunto de recintos, mas não a totalidade de estruturas negativas, uma vez que é visível o prolongamento de muitas para fora da área sondada.

 

Assim, é possível observar que o sítio apresenta não dois recintos (como inicialmente se julgava a partir da observação da imagem do Google Earth), mas três, os quais são genericamente concêntricos. De igual forma, o seu traçado não é de curvatura simples, mas profundamente sinuoso.

 

Analise da imagem e descrição das estruturas

 

O Recinto 1 (R1), o mais interior, apresenta uma planta sinuosa, mas de grande regularidade, com quatro semicírculos que arrancam uns dos outros, formando uma espécie de “trevo de quatro folhas” [veja acima], de configuração genericamente circular com 20 metros de diâmetro. O fosso (F1) apresenta uma dimensão de 2 metros de largura ou ligeiramente superior.

 

* Com informações e imagens de Era Arqueologia S.A. (Portugal).

 

- Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).

 

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   Os Açores há dois mil anos – artigo de Joaquim Fernandes.

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  Descoberta uma importante xancra em Portugal

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Extra:

clique aqui para baixar) intitulado “Apontamentos de Arqueologia e Patrimônio” (Era-Arqueologia S.A.; Lisboa, janeiro, 2011).

 

- Produção: Pepe Chaves.

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