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 Na Terra

 

 

Roraima:

Massacre: Raposa Serra do Sol

Nove índios e seis não índios são feridos a bala. 

Por João Américo Peret*

Do Rio de Janeiro-RJ

Para Via Fanzine

Américo Peret:

'Como indigenista há 58 anos, não posso ficar calado'.

 

Lendo uma entrevista do colega sertanista Orlando Villas Boas, de 1980, vemos que os massacres continuam depois de 40 anos de denúncias sistemáticas. Referencia a um massacre Txucarramãe no Xingu “Essa matança – segundo Villas Boas - foi à gota d’água. Não são humildes lavradores cuidando de rocinhas para sua subsistência. O que há, na verdade, é índio de um lado e pistoleiros fortemente armados de outro. Em Bang-Bang (nome de povoado) - e não é por acaso tal denominação do lugarejo – ali vivem dezenas de jagunços permanentemente à disposição de fazendeiros para o que der e vier.”

 

Os motivos também são os mesmos: terras. Como sertanista da Funai, realizei um Inquerito Administrativo em Roraima, em 1968. Na ocasião, visitei várias malocas, e na maloca do Limão conversei muito com o tuxaua Felismino Pereira. Logo que me identifiquei, ele indagou: “É verdade que o SPI acabou? Que deram a Fazenda São Marcos, para o Pastor americano Sr. Haroldo Burns? Sabia que isso facilitou a invasão das nossas terras?”. O SPI não acabou. Só trocou de nome, hoje é Funai.

 

Ninguém pode dar terras federais como a fazenda de São Marcos. Ela foi entregue aos parentes de vocês com 12 mil cabeças de gado, em 1917. “Pois o IBRA disse que o SPI acabou e registrou nossas terras para os fazendeiros, para os padres italianos, para o pastor americano... Nós também corremos para registrar as nossas malocas para não perder tudo: Essa maloca do Limão é minha, tenho o registro; a maloca da Raposa, é do Abel e Gabriel; a maloca Perdiz, é do Damásio Galé; a maloca Chuminá, é do Lino Antônio Evaristo; a maloca Aratanha, é do Duarte Aratanha...”. Provavelmente, o prefeito de Pacaraima foi um dos fazendeiros que invadiu ou comprou de quem invadiu a terra dos índios.

 

Vejo que passado 40 anos, o massacre tão bem analisado pelo Orlando Villas Boas, se repete em Roraima, com o uso de jagunços. Orlando Villas Boas também comentou: “A Funai é sempre acusada indiscriminadamente. Mas quem faz alguma coisa pelo índio ainda é ela. As outras entidades, que se imiscuem na assistência ao índio vivem de denúncias e se locupletar do sangue suor e lágrima dos índios. E querem salvar o índio, sem sequer, conhecerem o Parque do Xingu. É muito fácil salvar o índio de dentro de um apartamento, com um copo de uísque na mão. O nosso índio está desaparecendo, exatamente, na voragem de seus salvadores. Acredito na Funai, sei que tem seus erros e até péssimas administrações passadas, mas continuo acreditando”.

 

A Funai vem sendo omissa e conivente com a proliferação de ONGs nas áreas indígenas. “Hoje é comum se encontrar uma jovem graduada em antropologia, amasiada com líderes indígenas e administrando ONGs em causa própria”, disse. Na opinião do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, está explicito sua desconfiança: “A política indigenista está entregue a Organizações Não-Governamentais (ONGs), e não consegue atender a ausência do Estado (Funai). Nas aldeias, proliferam as criações de organizações e muitas arrancam para si vultosas quantias do orçamento destinado à saúde indígena; outras interessadas em catequizar e evangelizar esses povos”, afirmou Villas Boas.

 

Há no meio militar receio de que entidades ligadas às ONGs estrangeiras estejam de olho não só nos índios, mas nas riquezas florestal e mineral da Amazônia. Para o general Heleno (EB), a política indigenista brasileira é “Lamentável, para não dizer caótica”.

 

Estamos diante de um caso mais do que conhecido da opinião pública e do governo, que não vêem e não agem. Como indigenista há 58 anos, não posso ficar calado.

 

 * João Américo Peret é indigenista, escritor e jornalista.

 

- Colaborou: Vitório Peret (RJ).

 

- Foto: Arquivo Via Fanzine.

 

- Leia mais sobre o atrito em Roraima:

www.viafanzine.jor.br/diario_brasil

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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Japão:

Destruição num país preparado para desastres

Abalo ocorrido em 11/03 no Japão multiplicaria em muito as

vítimas se tivesse ocorrido em outra parte do planeta.

 

 Da Redação*

 Via Fanzine

 

Águas do tsunami invadem uma área urbana: parece cena do filme "2012".

 

O abalo sísmico registrado às 2h45, de 11/03, no Japão, ocorreu a 24 quilômetros de profundidade, em região próxima ao litoral do Japão, foi considerado o maior, em 140 anos de registros. Ainda não se sabe a totalidade das vítimas, mas pelo menos mil pessoas perderam a vida, num dos países mais preparados para esse tipo de incidente. O território americano do Havai, no Pacífico central, entrou em alerta e aguardou a chegada das ondas, que não causaram danos fora do Japão.

 

Diversas ilhas e países situados na costa do Pacífico já receberam ou receberão o impacto da onda. Um alerta de tsunami foi propagado em pelo menos 20 países da costa e cerca de 50 estão sob alerta. A onda partiu com a velocidade de 800 km/h, mas chegará de forma bem mais amena na costa americana, gerando ondas de apenas poucos centímetros. Em Taiwan o governo retirou milhares de pessoas das áreas de risco.

 

O terremoto intra-marítimo se propagou pela água a partir da região litorânea de Honshu [veja mapa abaixo] e rapidamente chegou ao litoral japonês, gerando ondas de 30 metros de altura e registrando altíssimos 8,9 graus. A maioria das vítimas se deu por causa das águas do mar que invadiram grandes faixas do continente e não pelos danos do terremoto no continente.

 

Imagens divulgadas rapidamente pelo mundo mostraram dezenas, (senão centenas), de veículos e barcos carregados pela força das águas. Aeroportos foram invadidos pelas ondas e aeronaves carregadas pelas águas. Plantações ficaram submersas em muitas regiões e um verdadeiro caos foi instalado pelo terremoto que durou cerca de 10 minutos e deixou réplicas que ainda permaneceram muitas horas depois. O temor geral é que ocorram outros abalos, distintos, mas associado a este, jamais visto pelas últimas gerações japonesas.

 

De acordo com especialistas que se pronunciaram, o abalo sísmico no litoral japonês foi cerca de 100 vezes superior ao último ocorrido no Haiti, quando morreram cerca de 300 mil pessoas. Portanto, o abalo ocorrido em 11/03 no Japão multiplicaria em muito as vítimas se tivesse ocorrido em outra parte do planeta.

 

Somente na cidade japonesa de Sendai cerca de 300 corpos foram encontrados. Diversas partes do país estão sem energia e telefone celular. O primeiro ministro japonês pediu para que a população não entre em pânico e se auxilie.

 

Foi emitido um alerta nuclear no país. Quatro usinas nucleares foram desligadas no nordeste do país, por causa de possíveis explosões ou vazamentos. As regiões das usinas tiveram suas populações evacuadas por precaução. Uma refinaria se incendiou com o terremoto e permanece se inflamando por várias horas. Serviços de gás também foram suspensos por precaução.

 

Veículos e aviões parecem brinquedos em meio à lama e entulhos.

 

Obama lamenta

 

Num discurso público em cadeia nacional nesta conturbada sexta-feira, 11/03, o presidente americano Barack Obama lamentou o desastre e prestou condolências ao governo japonês. Ele informou que há trabalhos conjuntos em curso para ajudar vítimas do Japão.

 

Abordando o impacto do desastre na economia, Obama disse que, seguramente, haverá impacto no mercado petrolífero por causa do desastre. Disse que os EUA atravessam momento difícil na economia e destaca também a crise da Líbia, "onde poços de petróleo do Leste do país estão sendo atacados nesse momento". Obama lembra que grande parte do petróleo mundial é produzido na Líbia e que pelo menos uma refinaria no Japão também estaria comprometida, o que agravará a situação dos combustíveis.

 

Governo do Brasil emite nota

 

Em nota oficial, divulgada na tarde de hoje (11), o governo do Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, informou que não há registros de mortos ou feridos brasileiros entre as vítimas do terremoto que atingiu o Japão nesta sexta-feira. O Brasil disse prestar solidariedade ao governo e ao povo japonês. Também informou que a Embaixada do Brasil em Tóquio manterá esquema de plantão para atender a comunidade brasileira.

 

"O governo brasileiro acompanha, com preocupação, os desdobramentos após o terremoto e o consequente tsunami que atingiu a costa do Japão", diz o comunicado do Itamaraty. "O governo e o povo brasileiro manifestam sua solidariedade e mais sinceras condolências pelas perdas humanas causadas pelo abalo sísmico." 

 

A Embaixada do Brasil em Tóquio está trabalhando em regime de plantão (durante 24 horas) e se coloca ao dispor dos brasileiros, através do telefone: 00-81-334045211 e e-mail: comunidade@brasemb.or.jp Também o governo brasileiro, através do Itamarary, colocou um e-mail à disposição para tratar do assunto: dac@itamaraty.gov.br.

 

A ONU manifestou suas condolências ao povo japonês e declarou que equipes de ajdua de 45 países estão prontas para auxiliar nos resgates às vítimas no Japão.

 

O Monitor de Terremotos mostra que um poderoso abalo sísmico de 8.9 graus na escala Richter foi registrado próximo à costa leste de Honshu, no Japão às 05:46 UTC (11/03). O violento abalo teve seu epicentro estimado a 24 km de profundidade, sob as coordenadas 38.32N e 142.36E. Apesar da grande intensidade, a profundidade em que ocorreu o evento favorece a dissipação da energia antes de chegar à superfície. Quando acontecem no oceano, eventos dessa intensidade e profundidade podem provocar a formação e alertas de tsunamis. Ondas de 10 metros atingiram cidades e existe alerta de ondas gigantes para 11 países, inclusive Perú e Colômbia na América do Sul.

 

Últimas informações

 

Nesta tarde de 11/03 (madrugada de 12/03 no Japão), o clima é de insegurança no país, pois os abalos menores não cessam. Foram muitas dezenas, após o abalo de maior intensidade. Portanto, a terra continua a tremer com menor intensidade, devido às cerca de 100 réplicas, mas de forma a assustar, pois muitos esperam que um forte abalo ainda possa ocorrer.

 

Uma represa estourou na cidade de Fukushima e as águas inundaram quase duas mil casas nessa região. A região de Toquio e Kanagawa também sofreram bastante com as inundações.

 

Até o momento foram registradas mais de mil mortes, de acordo com informações da agência de notícias japonesa Kioto. Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas. É provável que estes números aumentem à medida que o desastre vá sendo reconhecido.

 

* Com agências internacionais.

- Imagens: Reuters.

 

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Chile:

Mineiros serão resgatados do subsolo

Resgate dos 33 mineiros no Chile foi antecipado e ansiedade de familiares aumenta.

 

Por J. Ildefonso P. de Souza*

De Taubaté-SP

Para Via Fanzine

 

Diversos testes foram realizados com a cápsula de resgate.

 

O resgate dos 33 mineiros presos no subsolo no Chile foi antecipado em alguma horas, segundo informou o jornal chileno El Mercúrio. A operação que deveria começar por volta de meia-noite, foi antecipada para as 20h (de Brasília) dessa terça-feira (12/10). Faz 68 dias, os mineiros estão reclusos num abrigo, a quase 700 metros de profundidade na mina San José, perto da cidade de Copiapó.

 

A operação de resgate terá início com a descida da cápsula Fênix que deverá retirar os homens. Nessa primeira viagem, a cápsula irá vazia, para um teste. Em seguida, caso tudo corra bem, a cápsula será içada e então um membro da equipe de resgate descerá até a mina para auxiliar nos trabalhos, explica o diário.

 

No total, quatro pessoas vão descer na mina. Elas levarão medicamentos para tratar desde dores de cabeça até enfartes. Na noite de ontem, o ministro da Mineração, Laurence Golborne, disse a familiares dos mineiros que a hora oficial para o início da retirada dos mineiros é à meia-noite, mas isso poderia ser adiantado.

 

As operações de resgate  vão reunir também figuras ilustres no local. Por volta das 18h (de Brasília), o presidente chileno, Sebastián Piñera, deve chegar à mina acompanhado de seu colega boliviano, Evo Morales. Há um mineiro boliviano preso junto com os 32 chilenos.

 

Até o momento, os testes realizados com a cápsula pelo buraco construído para o resgate foram bem-sucedidos, segundo as autoridades. Estima-se que o processo de resgate de cada mineiro dure 55 minutos, segundo El Mercurio.

 

Testes com a cápsula e detalhe do ambulatório que vai acolher os 33 homens.

 

Diversos preparativos foram providenciados para que o resgate ocorra com sucesso. Alguns destes pontos destacamos a seguir.

 

Revestimento

 

Finalmente, só foram revestidos 55 metros do poço. O buraco tem um diâmetro que vai de 66 a 70 cm. Por ele se introduziram tubos de aço de 10 metros de comprimento por 2 cm de espessura.

 

Preparação

 

Quatro pessoas, sendo dois peritos em salvamento e dois enfermeiros, baixarão primeiro para preparar os mineiros e entregando roupas especiais a eles.

 

A cápsula

 

Os mineiros irão subindo de um em um em uma jaula metálica de 4 metros de comprimento e 53 cm de diâmetro. Esta jaula será içada por uma grua à superfície. Primeiro subirão os mais hábeis, logo depois, os mais débeis e finalmente os mais fortes.

 

A subida

 

Na ascensão, que se estenderá por cerca de uma hora, cada mineiro contará com um cinto especial que mede sua frequência cardíaca, respiração, consumo de oxigênio e temperatura. Se houver problemas, a cápsula pode voltar a baixar.

 

Revisão

 

Ao sair à superfície, cada mineiro receberá óculos especiais para proteger seus olhos depois de permanecerem por mais de dois meses na escuridão. Uma equipe médica realizará exames em um hospital de campanha e os mineiros receberão cuidados básicos como soro ou antibióticos.

 

Encontro

 

Se o mineiro estiver em boas condições e os médicos assim autorizar, poderá ter um primeiro encontro com seus familiares mais próximos.

 

Translado

 

Os mineiros serão transladados até o hospital regional de Copiapó em helicóptero ou via terrestre, de acordo com a respectiva condição de saúde. No recinto permanecerão em observação por, pelo menos, 48 horas.

 

Imprensa

 

Quase mil jornalistas estarão acompanhando a operação de resgate. Os mineiros seguiram um pequeno "roteiro" para enfrentar à imprensa, mas ainda não se sabe quando será autorizado o contato com eles.

 

* J. Ildefonso P. de Souza é físico e colaborador de Via Fanzine. Seu blog é http://entrononentro.haaan.com/.

 - Com informações dos jornais El Mercúrio e O Estado de S.Paulo.

- Fotos: divulgação.

 

- Leia também: Sonda chega e mineiros organizam saída de mina.

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2010, Pepe Arte Viva Ltda.
 

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Desastre ambiental:

BP faz coleta recorde de petróleo no Golfo do México*

A operação de captura de petróleo pode recuperar até 28 mil barris diários em sua capacidade máxima.

 

A British Petroleum (BP) anunciou hoje em seu site que atingiu um novo recorde de petróleo capturado do poço Macondo, no Golfo do México. Ontem, a BP coletou 25.830 barris e queimou 10.270 de barris. Esses números superam o recorde anterior de quinta-feira (17), quando a companhia recuperou 16.020 barris e queimou 9.270 barris de petróleo. No total, a BP recuperou 298.600 barris desde que instalou um aparelho de contenção sobre o poço.

 

Segundo o almirante Thad Allen, da Guarda Costeira dos Estados Unidos e comandante federal responsável pela resposta ao desastre, a operação de captura de petróleo pode recuperar até 28 mil barris diários em sua capacidade máxima.

 

A operação envolve dois navios, o Discoverer Enterprise, que tem capacidade de coletar e estocar cerca de 18 mil barris por dia, e o Q4000, que pode queimar cerca de 10 mil barris diários.

 

A BP está sob intensa pressão para conter o vazamento que, segundo cientistas, libera entre 35 mil e 60 mil barris de óleo diariamente. A BP queimou ontem 52,2 milhões de pés cúbicos de gás natural. As informações são da Dow Jones.

 

* Informações da Agência Estado.

 

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Guatemala:

Vulcão entra em erupção na Guatemala*

O vulcão Pacaya lançou lava e cinzas a mil metros de altura

 

A erupção do vulcão Pacaya, na Guatemala, que jogou cinzas, areia e rochas pelas regiões sul e central do país, matou uma pessoa, feriu ao menos 20 e deixou três crianças desaparecidas nesta quinta-feira (27), informam as autoridades guatemaltecas.

 

O morto é um jornalista que trabalha numa emissora de TV, a Noti7, que iniciava a cobertura da atividade do vulcão, informou o porta-voz da polícia local, Donald Gonzalez. Ele foi atingido na cabeça por uma pedra, e seu corpo foi encontrado a poucos metros do carro de reportagem.

 

Dois cinegrafistas escaparam da chuva de pedras, mas sofreram ferimentos leves.

Bombeiros retiram o corpo de jornalista, que foi atingido por uma pedra lançada após erupção do vulcão Pacaya, e morreu na Guatemala. Bombeiros retiram o corpo de jornalista, que foi atingido por uma pedra lançada após erupção do vulcão Pacaya, e morreu na Guatemala.

 

Calamidade pública

 

O governo da Guatemala declarou estado de calamidade pública nas zonas central e sul do país devido à erupção do vulcão Pacaya, situado a 50 km ao sul da capital. O estado de calamidade foi decretado nos departamentos de Escuintla (sul) e Guatemala (centro).

 

“A medida causa a limitação das garantias constitucionais para permitir o trabalho das autoridades e das equipes de socorro”, disse Ronaldo Robles, secretário de Comunicação da Presidência.

 

Além disso, segundo o secretário, o estado de calamidade pública “permite às autoridades que retirem a população dos lugares de perigo, inclusive contra sua vontade”. As aulas foram suspensas em centros educativos públicos e privados.

 

O câmera Byron Secaida conta o que aconteceu quando estava filmando com o jornalista que morreu atingido por uma pedra da erupção do vulcão na Guatemala.

 

“O presidente Álvaro Colom e seu gabinete de governo mantêm vigilância constante da atividade do vulcão Pacaya, assim como das constantes chuvas em todo o país, que também poderiam acarretar outras emergências”, acrescentou Robles.

 

* Informações do G1, com agências internacionais.

 

 

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Quebec:

Terra engole casa e mata quatro pessoas

Desmoronamento de 500 metros de comprimento afunda casa e parte de uma estrada.

 

Da Redação*

 Via Fanzine

 

Os detalhes azuis na imagem mostram os escombros da casa da família Prefontaine.

 

Conforme informações do National Post, do Canadá, um fenômeno inusitado ocorreu próximo a Quebec, no Canadá, quando uma imensa cratera se abriu e engoliu uma casa inteira. Segundo as informações, um casal e dois filhos estavam no porão da casa quando tudo desabou.

 

Herman Gagnon, um vizinho, teria ouvindo um estrondo e foi verificar do que se tratava, quando se deparou com um enorme rombo no chão, que tragou a casa da família Prefontaine e parte da estrada.

 

Equipes de busca se dirigiram ao local. Foi encontrado somente o cachorro da família, amarrado em uma árvore.

 

Horas depois, o Montreal Gazette divulgava a informação que, de acordo com a polícia foram confirmadas as mortes dos quatro membros da família Prefontaine. O corpo do pai, Richard Prefontaine, foi retirado do porão da casa por volta das 18:15 ET. A descoberta de sua esposa, Line, e seus dois filhos se deu logo depois.

 

Detalhes do desastre.

 

A única maneira de acessar os corpos foi através de demolição da parte superior da casa, abrindo passagem para o porão, afirmou Michel Dore, vice-ministro adjunto do departamento de segurança civil de Quebec .

 

Ainda de acordo com a Montreal Gazette, a casa, localizada a 77 quilômetros a nordeste de Montreal, e ao norte de Saint-Hyacinthe, foi engolida quando um deslizamento de terra causou um rombo de meio quilômetro de comprimento, com de 30 metros de profundidade.

 

O fenômeno ocorreu na região do rio Salvail, afluente do rio Yamaska. As causas do desastre ainda não foram divulgadas pelas autoridades.

 

* Com informações de National Post/Montreal Gazette e tradução de Pepe Chaves.

- Imagens: National Post.

- Colaborou: Vitório Peret (RJ).

 

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Chile:

Terremoto moveu cidades, dizem especialistas*

Cidades chilenas se moveram rumo ao mar. 

 

Região central e sul dos Andes. Infográfico da Universidade de Ohio (EUA).

 

O violento terremoto que sacudiu o Chile no final de fevereiro deslocou a cidade de Concepción por mais de três metros, em direção a oeste, revelaram cientistas nesta segunda-feira.

 

Medições preliminares obtidas de estações de posicionamento global revelam que Concepción, a segunda cidade do Chile, se moveu 3,04 metros para o oeste com o terremoto, de 8,8 graus de magnitude.

 

Santiago, a capital chilena, se moveu 27,7 centímetros para oeste, segundo as medições realizadas por especialistas chilenos e americanos e divulgadas pela Universidade Estatal de Ohio.

 

O terremoto no Chile moveu até a cidade de Buenos Aires, por 4 centímetros para oeste, e foi sentido nas Ilhas Malvinas, no Atlântico.

 

* Informações de Uol Notícias.

 

- Leia também:

   Terror telúrico volta a assombrar o povo chileno

    Sismo alterou o eixo da Terra e encurtou o dia

 

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Santiago:

Forte abalo sísmico mata e destrói no Chile

Terremoto de 8.8 graus deixa pelo menos 200 mortos e coloca países do Pacífico em alerta.*

 

O forte abalo de 8.8 graus derrubou pontes e virou veículos.

 

Um terremoto de mais de 8.8 graus na escala Richter causou neste sábado (27/02) mais de 200 mortos, segundo relatos iniciais das autoridades do Chile, e uma grande destruição no centro e no sul do País.

 

Às 03h36 deste sábado, quando a maioria dos 17 milhões de chilenos ainda dormiam, ocorreu o tremor que, segundo os analistas, foi 50 vezes mais poderoso que o sismo do Haiti em 12 de janeiro. O número de mortes é bem menor porque o Chile é um país mais bem preparado para terremotos, devido ao seu extenso histórico de tragédias desse tipo.

 

O Instituto Geológico dos Estados Unidos atribuiu ao tremor uma magnitude de 8,8 graus na escala Richter e situou seu epicentro na região sulina de Bio-Bio, a 500 quilômetros de Santiago e a cerca de 90 quilômetros ao sudeste de Concepción, a capital regional.

 

No entanto, o Instituto Sismológico da Universidad de Chile disse que o tremor alcançou 8,3 graus na escala Richter e teve o epicentro no litoral, a 63 quilômetros ao sudoeste da cidade de Cauquenes, no limite entre as regiões do Bio-Bio e Maule, mais ao norte.

 

De acordo com os relatórios das autoridades chilenas, Maule, a 300 quilômetros de Santiago, foi a mais atingida. Também ocorreram mortes na região metropolitana de Santiago, O'Higgins, Bio-Bio, Araucania e Valparaíso.

 

A presidente Michelle Bachelet, que chegou ao Escritório Nacional de Emergência (Onemi) poucos minutos depois do terremoto, viajou a Maule antes do meio-dia, para ver de perto os efeitos do terreno na área.

 

Todo o território entre as regiões de Valparaíso e Araucania foi declarado em estado de catástrofe pelo Governo, que imediatamente começou a contabilizar os danos materiais, que incluem queda de pontes e passarelas nas estradas que ligam Santiago ao sul do país.

 

As autoridades recomendaram os chilenos a não viajar, salvo por extrema necessidade, enquanto as cidades atingidas, entre estas a capital, permanecem quase paralisadas.

 

Mapa mostra região do epicentro.

 

Em Santiago, não está funcionando a ferrovia subterrânea e o transporte de superfície está bastante reduzido. O aeroporto internacional foi fechado devido alguns danos na torre de controle e no terminal de passageiros.

 

Em princípio, as autoridades informaram que o aeroporto estaria fechado por 24 horas. Mais tarde, no entanto, a medida foi estendida para 48 horas e fontes aeronáuticas não descartam uma nova prorrogação da paralisação.

 

Isso colocou em suspenso a realização do 5º Congresso da Língua, que deveria começar em Valparaíso na próxima terça-feira, com a participação dos Reis da Espanha.

 

O terremoto se estendeu por mais de 800 quilômetros da geografia chilena, com intensidades de até 9 graus na escala internacional de Mercalli, que vai de 1 a 12, segundo as autoridades. O tremor foi sentido também no Brasil, na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Peru, sem registro de vítimas ou danos materiais.

 

Até as 12h, mais de 20 réplicas haviam sido registradas no Chile, com magnitude superior a 5 graus na escala Richter. O tremor levou a maioria dos países do Pacífico a lançarem alertas de tsunamis, algo que a Marinha chilena descartou, apesar de alguns episódios de ressacas em algumas localidades. Austrália e Japão estão entre os que demonstram maior preocupação. No Havaí, o governo americano estima que uma grande onda de até dois metros chegue por volta das 18h20 (horário de Brasília) deste sábado.

 

No arquipélago de Juan Fernández, a 600 quilômetros do litoral chileno, uma onda de 7 metros atingiu uma localidade, onde aldeões disseram às emissoras de rádio que havia três desaparecidos. A Marinha chilena iniciou a evacuação de alguns setores da Ilha de Páscoa, localizada a 3.500 km da costa do Chile no Oceano Pacífico, devido ao risco de formação de ondas gigantes após o terremoto. Ondas consideráveis já danificaram algumas casas na localidade de Iloca, na região do Maule e na Ilha de Páscoa, apesar de esta ficar a 3,6 mil quilômetros da região afetada. As autoridades locais evacuaram Hanga Roa, o principal povoado do lugar e capital da ilha.

 

Apesar de estarem acostumados a viver sobre um solo agitado por uma média de 20 tremores diários, a maior parte imperceptível para a população, os chilenos seguem buscando uma resposta para estes fortes golpes da natureza. Uma delas é que o Chile está situado no "Anel de Fogo", uma das regiões mais sísmicas de todo o mundo.

 

Estatisticamente, a interação entre as placas tectônicas de Nasza e da América do Sul produz um sismo destruidor a cada 10 anos, uma média de 20 pequenos tremores diários e quase 4 mil movimentos sísmicos anuais, segundo o Instituto de Geofísica da Universidad de Chile.

 

A história sísmica do Chile remonta a 28 de outubro de 1562, quando 2 mil pessoas morreram na região de Concepción, a 520 quilômetros ao sul de Santiago. Desde então, o Chile sofreu 83 grandes terremotos, que nos últimos 50 anos causaram 40.265 vítimas mortais.

 

O último grande sismo que atingiu o norte do Chile ocorreu em 30 de julho de 1995, quando um terremoto de 7,8 graus na escala Richter sacudiu a cidade de Antofagasta, a 1.368 quilômetros de Santiago, com mortos, feridos e danos consideráveis.

 

Os brasileiros que queiram informações sobre parentes e amigos no Chile podem ligar para o Consulado do País no Rio de Janeiro: (21) 3579 9658 / (21) 3579 9660 / (21) 3579 9761.

 

* Da Redação do Yahoo! Brasil, com informações da AFP, Agência Estado, EFE e Reuters.

- Foto: BBC.

 

+Terremotos - Leia artigos exclusivos:

'O Sol como vilão dos terremotos' - Fábio Bettinassi

Buenos Aires Terremoto faz vítimas na Argentina

'Haiti - Quando o caos se transforma em precariedade' - Pepe Chaves

 

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Venezuela:

Chavéz acusa EUA de causar terremoto

Chávez diz que os EUA provocaram o terremoto no Haiti ao testarem armas.*

 

Em um comunicado divulgado na rede estatal de televisão venezuelana "Vive", o presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou que "o sismo do Haiti foi um claro resultado de um teste da Marinha americana" com "uma de suas armas de (provocar) terremoto". Chávez citou um relatório preparado pela Frota Russa do Norte e disse que o "terremoto experimental dos EUA devastou o país caribenho", informa o jornal espanhol "ABC".

 

A Frota do Norte, segue o texto, "monitorou os movimentos e as atividades navais americanas no Caribe desde 2008, quando os EUA anunciaram sua intenção de restabelecer a Quarta Frota, dissolvida em 1950".

 

O relatório citado por Chávez compara, ainda, "o teste de duas destas armas de terremoto" realizados na semana passada pela Marinha americana. A experiência feita no Pacífico provocou um terremoto de magnitude 6,5 em Eureka, na Califórnia, sem vítimas, "enquanto o teste realizado no Caribe provocou a morte de pelo menos 140 mil inocentes", diz o documento.

 

Segundo indica o texto russo, "é mais que provável" que Washington "tivesse conhecimento total do catastrófico dano que este teste de terremoto poderia ter sobre o Haiti e por isso posicionou seu comandante do Comando do Sul, o general P.K. Keen, na ilha para supervisionar os esforços de ajuda, caso fosse necessários".

 

Em relação ao objetivo de Washington com os testes, Moscou e Caracas afirmam que "no resultado final dos testes destas armas está o plano dos EUA da destruição do Irã através de uma série de terremotos pensados para derrubar seu atual regime islâmico".

 

Por fim, o governo de Chávez denuncia que "o Departamento de Estado, Agência Americana de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Comando Sul dos EUA começaram a invasão humanitária ao enviar pelo menos dez mil soldados e empreiteiros para controlar, no lugar da Organização das Nações Unidas, o território haitiano após o devastador terremoto experimental".

 

* Informações de O Globo, com Agências Internacionais.

 

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Aquecimento Global:

Fraude e falsidade

Vários e-mails trocados entre integrantes do IPCC indicam a

manipulação de dados para ocultar a queda de temperatura na Terra.

 

Por José Carlos de Almeida Azevedo*

 

O livro "Betrayers of the Truth - Fraud and Deceit in the Halls of Science" ("Traidores da Verdade - Fraude e Falsidade nos Umbrais da Ciência"), de W. Broad e N. Wade, analisa casos de fraude e falsidade na comunidade científica e como elas permanecem não detectadas durante anos.

 

Ptolomeu, por exemplo, considerado o maior astrônomo da Antiguidade, não teria feito observações astronômicas, mas adaptado para a cidade de Alexandria as feitas por Hiparco na ilha de Rodes, o que gerou distorções identificáveis. O caso Ptolomeu é analisado em detalhes no livro de R. Newton, "The Crime of Claudius Ptolemy", e por J. Rawlins, no "Journal of the History of Astronomy".

 

Falsidades cometidas por Galileu, Newton, Dalton, Mendel, J. Bernoulli - que tomou de seu filho a equação que leva o seu nome - e outros são analisadas por Broad e Wade.

 

Essas observações vêm a propósito da divulgação ("climategate") pela internet de 1.079 e-mails e 79 documentos dos computadores do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade East Anglia (CRU, na sigla em inglês), órgão de referência mundial sobre o clima. Vários e-mails trocados entre integrantes do IPCC indicam a manipulação de dados para ocultar a queda de temperatura na Terra.

 

Paul Chesser, correspondente do Heartland Institute, revelou que M. Mann - que fraudou dados sobre o clima dos últimos mil anos para levar à crença de que há o aquecimento global antropogênico - recebeu US$ 6 milhões por seus artigos e projeções. Mann está sob investigação pela Universidade Estadual da Pensilvânia.

 

P. Jones, diretor do CRU, afastou-se ou foi afastado do cargo e há suspeita de ter recebido dinheiro para fraudar dados. E o Senado dos EUA, por iniciativa do senador J. Inhofe, abriu investigação sobre o "climategate", que ele considera ser a maior fraude científica dos tempos modernos.

 

A leitura de vários e-mails robustece a antiga suspeita de que há fraude na manipulação de dados do CRU, que sempre se recusou a revelá-los, contrariando procedimento salutar e usual da comunidade científica.

 

Até agora, nada disso foi objeto de consideração na reunião em Copenhague, que parece cuidar mais de pancadarias e passeatas, na melhor tradição da juventude nazista, como lembrou o visconde Monckton.

 

Parece que não há previsão sobre as conclusões da reunião, dita científica, e que a fantástica soma de US$ 300 bilhões/ano pleiteada para "combater o aquecimento" ficará aquém disso.

 

Plimer é um respeitado geólogo da Universidade de Adelaide, Austrália, editor e coautor da "Encyclopedia of Geology", um trabalho de fôlego com cinco volumes, 2.750 páginas e 320 colaboradores.

 

Plimer publicou recentemente o livro "Heaven and Earth: Global Warming - the Missing Science" ("Céu e Terra: Aquecimento Global - a Ciência que Falta"), com 2.311 referências científicas que convalidam o que diz o livro, que é uma crítica fundamentada ao IPCC e às projeções feitas por computador, que não têm valor porque a ciência do clima não existe.

 

O IPCC não consegue explicar o que ocorreu nos últimos mil anos nem por que, no final da última glaciação, o Norte dos EUA, acima do paralelo de Washington, a Europa e a Ásia estavam sob camada de geleiras cuja espessura variava de 2 km a 5 km.

 

Esse gelo derreteu, o nível dos oceanos subiu 130 m e atingiu o nível atual. Nessa ocasião - e em nenhuma Era Glacial anterior - houve CO2 "antropogênico" para derreter geleiras. Sobre isso o IPCC nada diz.

 

O livro de Plimer é leitura recomendada a todos os que se interessam pelos aspectos científicos do clima e procuram saber o que há por trás dessa algaravia global, que consome bilhões de dólares, faz reuniões pseudocientíficas e nunca chega a nenhum resultado.

 

A maior ameaça à humanidade não é o aquecimento antropogênico. Afinal, a Terra está esfriando e se aproxima de um novo período glacial - isso é comprovado por vários fatores, incluindo a inexistência de manchas solares, que desapareceram há quase um ano. O que ameaça a humanidade é a intromissão, na vida das pessoas e das nações, de órgãos sem mandato eletivo e de grupos econômicos, além da ONU. Eles querem nos governar e determinar às nações o que podem fazer, quanto podem crescer e consumir e se podem ser livres e independentes.

 

* José Carlos de Almeida Azevedo, 77, é doutor em física pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA). Foi reitor da Universidade de Brasília (1976 a 1985).

 

- Informações da Folha de S.Paulo.

 

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Apia/Samoa:

Terremoto e tsunami no Pacífico Sul

deixam mais de 100 mortos*

Na Indonésia forte terremoto matou pelo menos 75 pessoas.

 

Um forte terremoto, seguido por uma tsunami que devastou áreas costeiras e hotéis, matou mais de 100 pessoas e deixou dezenas de desaparecidos em ilhas do Pacífico Sul, segundo os governos locais.

 

Pelo menos 113 pessoas morreram após o grande terremoto seguido pela tsunami nesta quarta-feira (30/09) nas ilhas Samoa e Tonga, segundo os balanços mais recentes. "Devemos ter mais de 100 mortos. No último balanço eram 84 mortes", declarou à AFP Tupua Tamasese, funcionário de um dos principais hospitais de Samoa.

 

Na Samoa Americana são 22 mortes confirmadas até o momento. Além disso, sete pessoas faleceram na vizinha ilha de Tonga. Mas o balanço deve se agravar nas próximas horas, já que dezenas de pessoas são consideradas desaparecidas em Samoa e as comunicações estão cortadas.

 

O terremoto, de 8 graus, segundo o Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS), foi registrado às 6H48 locais de quarta-feira (14H48 de Brasília, terça-feira), com epicentro localizado quase 200 km ao sudoeste de Ápia.

 

O fenômeno afetou o arquipélago de Samoa, integrado pelo Estado independente de Samoa, com 219.000 habitantes, e a Samoa Americana, administrada por Washington, com 65.000 habitantes.

  

O terremoto foi seguido por uma tsunami 20 minutos mais tarde. O primeiro-ministro de Samoa, Tuilaepa Sailele Malielegaoi, declarou estar comovido. "Morreram tantas pessoas. Estou muito comovido, muito triste por estas perdas", declarou. Testemunhas afirmaram ter visto ondas de três a nove metros, que destruíram vilarejos e hotéis.

 

A região mais turística das Samoa foi devastada, segundo o vice-premier Misa Telefoni. Os dois hotéis mais famosos, o Sinalei Reef Resort e o Coconuts Beach Resort, na costa oeste da principal ilha de Upolu, foram gravemente afetados.

 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou estado de catástrofe na Samoa Americana e prometeu nesta quarta-feira uma resposta rápida e dinâmica do governo aos afetados pela tragédia.

 

"Estou acompanhando de perto os fatos trágicos, e declarei um desastre maior na Samoa Americana, que dará as ferramentas necessárias para uma resposta rápida e dinâmica", afirma Obama em um comunicado da Casa Branca.

 

Obama também prometeu ajuda para as ilhas vizinhas, com a participação da Guarda Costeira americana. "Continuaremos entregando os recursos necessários para responder a esta catástrofe", completou.

 

A União Europeia (UE) anunciou que está disposta a ajudar as vítimas da tsunami em Samoa, anunciouo comissário europeu para o Desenvolivmento, Karel De Gucht. "A Comissão Europeia e sua Agência de Ajuda Humanitária acompanham de perto a situação para o caso de necessidade de uma ajuda internacional de urgência", afirmou De Gucht.

 

Ao menos 75 morreram em terremoto na Indonésia, diz vice

 

Um forte terremoto no litoral da ilha de Sumatra, na Indonésia, matou pelo menos 75 pessoas e o número pode aumentar ainda mais, pois muitos prédios desabaram, disse o vice-presidente do país na quarta-feira.

 

Jusuf Kalla disse em entrevista coletiva que casas, hotéis, escolas, lojas e outros edifícios também desabaram.

 

* Informações das agências AFP e Reuters.

 

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Buenos Aires:

Tempestade deixa 6 mortos no Brasil e 10 na Argentina*

Uma forte tempestade atingiu nesta terça-feira Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, deixando quatro mortos

em Santa Catarina, dois em São Paulo e dez no nordeste argentino, além de importantes danos materiais.

  

Ventos de mais de 100 km/h atingiram o município de Guaraciaba, em Santa Catarina, matando quatro pessoas e deixando 64 feridos, além de destruir dezenas de casas, informou a Defesa Civil, que citou um "possível tornado". Entre os feridos, 40 foram hospitalizados. 

 

Na cidade de São Paulo, as fortes chuvas provocaram deslizamentos de terra que mataram duas crianças. Os bombeiros estão à procura de outras três crianças desaparecidas. Em São Paulo, a tempestade escureceu o céu, inundou ruas e paralisou o trânsito na cidade. A situação provocou o atraso de dezenas de voos em Congonhas, além da interrupção de transmissão por celular e internet. 

 

Na província de Misiones, no nordeste da Argentina, dez pessoas, entre as quais sete crianças, morreram, informou o diretor da Defesa Civil, Ricardo Veselka Corrales, acrescentando que "mais de 50 pessoas foram feridas". 

 

"Casas foram totalmente destruídas, e postes e árvores foram derrubados", frisou Veselka. A localidade mais atingida pela tempestade foi Santa Rosa, no departamento de San Pedro, 1.300 km ao norte de Buenos Aires. Outras cidades argentinas, como Tobuna e Pozo Azul, também foram atingidas. A TV mostrou imagens de tetos arrancados e de edifícios em ruínas. "Percorri a área, e é incrível. Nunca vi nada igual. As casas desapareceram. Um centro de saúde inaugurado há apenas três anos também sumiu", relatou o prefeito de San Pedro, Orlando Wolfart.

  

Vinte e quatro pessoas estão atualmente hospitalizadas em San Pedro, informou a diretora do hospital desta cidade, Alicia Pujato. Onze feridos foram internados em outras localidades. O ministro argentino da Saúde, Juan Manzur, anunciou sua ida ao local. 

 

No Paraguai, mais de 700 pessoas tiveram suas casas danificadas. "Os danos ocorreram nos departamentos de Neembucu, San Pedro, Paraguari, Cordillera, Canindeyu e Caaguazu", declarou à AFP Aldo Saldivar, chefe dos socorristas.

  

Já no Uruguai, o temporal com granizo e ventos de mais de 100 km por hora derrubou casas de construção precária e cabos de alta tensão.

  

Ante informações da imprensa que indicavam que no nordeste da Argentina ocorreu um tornado, o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) não descartou a possibilidade, mas informou que especialistas viajarão à região para avaliar de que fenômeno climático se tratou.

 

* Informações da AFP.

 

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Genebra:

Aquecimento do Ártico elevará nível do mar*

A maior parte dos resultados negativos do aquecimento do Ártico não aparecia

em estudos anteriores, simplesmente, porque a ciência não estava tão avançada.

 

O aquecimento do Ártico é mais rápido do que se imaginava e trará graves consequências globais, como a elevação do nível do mar em um metro até 2100 e a expectativa de que inundações afetarão um quarto da população mundial.

 

Estas são algumas das conclusões de um relatório científico apresentado hoje pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), no qual, pela primeira vez, foram incorporadas as recentes observações sobre o clima do Ártico e seus impactos.

 

"O Ártico, um componente crítico de nosso sistema climático global, aqueceu o dobro que o resto do mundo nas últimas décadas. E a medida que o Ártico aquece, produz efeitos que amplificam ou aceleram a mudança climática", explicou Martin Sommerkorn, assessor para a mudança climática do WWF, ao apresentar o relatório durante a terceira Conferência Mundial do Clima.

 

A maior parte dos resultados negativos do aquecimento do Ártico não aparecia em estudos anteriores, simplesmente, porque a ciência não estava tão avançada.

 

Além disso, as camadas geladas do Ártico armazenam duas vezes mais carbono do que o existente na atmosfera.

 

"O rápido aquecimento do Ártico pode levar ao desaparecimento de 90% da camada próxima à superfície do permafrost (solo formado por terra, rochas e gelo que permanece congelado em toda a faixa do Ártico) no final deste século, e isto, tem o potencial de liberar à atmosfera grandes quantidades de carbono em forma de dióxido de carbono e metano", afirmou Sommerkorn.

 

O estudo constata que nos últimos dois anos aumentaram os níveis de metano, um gás de potente efeito estufa na atmosfera, ao que se atribui ao aquecimento da tundra ártica - vegetação rasteira das regiões polares que se desenvolvem no verão com o derretimento do gelo.

 

Por isso, o WWF considera que a redução em 25% das emissões mundiais de CO2 neste século - o objetivo que colocava o IPCC para frear a mudança climática - é insuficiente, já que esse estudo desconsiderava as condições árticas.

 

* Informações da EFE.

 

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América do Sul:

Brasil não aceita versão dos EUA sobre bases militares*

O governo brasileiro não aceitou a versão dos Estados Unidos sobre as bases militares que o país quer usar na Colômbia.

Infográfico da AE mostra posição das bases no território colombiano e a proximidade com o território amazônico.

 

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, ouviu ontem no Palácio do Planalto que o acordo sobre as bases "parece resquício da Guerra Fria". A declaração engrossa a lista de divergências entre Brasília e Washington e pode pôr em risco a expectativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de construir uma relação bilateral mais profunda com o governo de Barack Obama.

 

"Afirmei que o presidente Lula manteve muito boas relações com o ex-presidente (George W.) Bush e alimenta uma expectativa ainda maior com Obama. Portanto, esperávamos que essa expectativa não viesse a ser frustrada", afirmou o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. O general leva para os EUA um recado: "Não desperdicem essa opinião favorável que existe no continente sobre Obama", contou Garcia. O governo brasileiro espera que a reação dos países da América do Sul leve a Colômbia a desistir do acordo.

 

O assessor relatou que, na conversa com Jones, enfatizou que a posição brasileira não era "idiossincrática" nem "ideológica", mas o ponto de vista de um governo que se relaciona muito bem com Colômbia e EUA. Para ele, a presença norte-americana nas bases próximas à fronteira com a Amazônia brasileira também pode significar risco à soberania nacional. Isso porque ainda não há detalhes sobre os objetivos dessas bases.

 

O general americano não dirimiu as dúvidas de Garcia. Apenas repetiu que o efetivo dos EUA na Colômbia não deve aumentar e afirmou que as bases estariam voltadas a ações humanitárias e no combate ao tráfico. "Cachorro mordido por cobra tem medo até de linguiça", resumiu Garcia, ao explicitar o temor de que as bases venham a abarcar objetivos que possam ferir a soberania nacional. "O fato de as bases existirem na região não nos parece um fator que contribua para a distensão."

 

Colômbia vai ceder 7 bases aos EUA

 

Ontem, o comandante das Forças Armadas colombianas e ministro interino da Defesa, general Freddy Padilla, afirmou que o acordo discutido entre Washington e Bogotá deverá permitir que as forças norte-americanas utilizem sete e não apenas três bases militares no país sul-americano. O anúncio foi feito em meio ao início de um giro do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pelos países da região para explicar os objetivos do acordo militar.

 

Até então, a Colômbia havia confirmado a intenção de ceder apenas três bases aos EUA: Malambo, Palanquero e Apiay. As novidades estão no anúncio das bases do Exército de Tolemaida e Larandia e das bases navais de Cartagena e Bahía Málaga.

 

Decisão de ampliar instalações militares à disposição do Pentágono irrita os vizinhos, mas o acordo ainda não foi fechado.

 

Acordo

 

O acordo discutido entre Washington e Bogotá deverá permitir que as forças americanas utilizem sete e não apenas três bases militares da Colômbia, disse na terça-feira, 4, o comandante das Forças Armadas colombianas e ministro interino da Defesa, general Freddy Padilla. O anúncio foi feito em meio ao início de um giro do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pelos países da região para explicar os objetivos do acordo militar.

 

Até então, a Colômbia havia confirmado a intenção de ceder apenas três bases aos EUA: Malambo, Palanquero e Apiay. As novidades estão no anúncio das bases do Exército de Tolemaida e Larandia e das bases navais de Cartagena e Bahía Málaga. "Serão três bases aéreas, duas bases do Exército e duas bases navais", confirmou Padilla, na abertura de uma conferência sobre segurança regional, na cidade colombiana de Cartagena de Índias, da qual participam representantes de nove países, entre eles o chefe do Comando Sul dos EUA, general Douglas Fraser.

 

"É importante deixar claro que ainda não temos nenhum tipo de acordo", disse Fraser. A prudência do general deve-se à resistência que os países da região - o Brasil à frente - manifestaram à assinatura do acordo, o que obrigou tanto a Colômbia quanto os EUA a visitarem diversos países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para explicar suas intenções.

 

O rechaço ao acordo teve início com a Venezuela e o Equador. Ambos temem que os EUA possam, a partir das bases colombianas, lançar operações aéreas contra países vizinhos. Outros países, como o Brasil e o Chile, dizem que os assuntos militares que possam ter implicações regionais devem ser debatidos em foros amplos, como a Unasul, que se reunirá no dia 10, em Quito.

 

A mensagem de Uribe aos presidentes latino-americanos deve seguir o tom expressado por seu ministro interino da Defesa em Cartagena. "Ninguém, a não ser os terroristas e narcotraficantes, deve ter medo deste acordo transparente, que respeita as soberanias e os acordos internacionais", disse Padilla. Segundo ele, a colaboração com os EUA "busca simplesmente fortalecer a capacidade na luta contra esse flagelo global".

 

Fraser lembrou que "já existem militares americanos trabalhando em colaboração (com a Colômbia). Isso (é feito) de forma muito aberta, em coordenação com o Congresso dos EUA e vai continuar", disse. O general americano não deu detalhes sobre o tipo de material militar que seria levado a essas bases, nem explicou que tipo de avião poderia operar nestes locais. "Não tenho, neste momento, detalhes específicos sobre o tipo de material (que seria levado às bases), mas é importante ressaltar que o tipo de material que estará ali depende da Colômbia", disse Fraser.

 

O encontro em Cartagena contou com a presença de chefes militares da Argentina, Chile, México, Panamá, Paraguai, Peru, EUA e Uruguai, além da Colômbia, anfitriã da reunião. O chefe do Estado-Maior da Defesa do Brasil, almirante Prado Maia, não foi ao encontro. A assessoria do Ministério da Defesa também não enviou nenhum representante e informou que Maia teve de "ficar em Brasília preparando um relatório para o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva), atendendo a um pedido do (ministro da Defesa, Nelson) Jobim". A assessoria do Itamaraty também diz não ter enviado nenhum diplomata a Cartagena.

 

* Informações do jornal O Estado de S. Paulo/Agência Estado.

 

- Leia também: EUA diz não abrir mão de bases na Colômbia

 

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Lixo:

EUA exportam 80% dos seus resíduos eletrônicos

Além do Brasil, México, Coreia do Sul, China, Índia, Malásia e Vietnã recebem esse material.

 

Cerca de 80% do lixo eletrônico dos Estados Unidos é exportado para países pobres, principalmente para a China. Parte desembarca no Brasil. O alerta é da Silicon Valley Toxics Coalition, entidade que monitora empresas de tecnologia na costa oeste americana, segundo a qual parte das companhias da Califórnia tem acordos para a venda de computadores e tecnologias de segunda mão para o mercado brasileiro. Nem todos, porém, são reaproveitados e, na realidade, são lixo.

 

Com produção anual de 400 milhões de toneladas de lixo e leis ambientais cada vez mais duras, os países ricos enfrentam um dilema: o que fazer com essa produção sem precedentes de resíduos e aparelhos praticamente descartáveis? Dados da Agência Ambiental dos EUA revelam que o custo de tratar localmente o lixo produzido é dez vezes superior ao custo de exportá-lo aos países mais pobres, principalmente os itens tecnológicos. Nos EUA, existem 500 milhões de computadores obsoletos, além de 130 milhões de celulares que são jogados no lixo por ano. Além do Brasil, México, Coreia do Sul, China, Índia, Malásia e Vietnã recebem esse material.

 

Empresas passaram a ser criadas para explorar o mercado ilegal, sobretudo na Europa. Diplomatas brasileiros confirmaram que em alguns carregamentos nem seguros são feitos. "Se a carga cair no mar, melhor", diz um deles. Segundo a entidade Basel Action, de 50% a 80% do lixo eletrônico produzido nos EUA é exportado e 90% vai para a China - que ainda produz 1 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano. Nelson Sabogal, vice-secretário da Convenção de Basileia, que regula o comércio de produtos perigosos, admite que é impossível saber a quantidade de lixo ilegalmente transportada pelo mundo. "Buscamos fechar acordos com empresas de tecnologia para garantir que esse lixo possa ser reaproveitado. Só assim podemos parar essa tendência."

 

* Informações do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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Terra:

Mudanças climáticas e inversão magnética

Verdades e lendas sobre a inversão dos pólos magnéticos.

 

Por Paulo Duarte*

De Florianópolis-SC

Para Via Fanzine

 

Diversos textos apocalípticos que circulam na Internet garantem

que a Terra sofreará uma brusca mudança de inversão dos pólos.

 

Uma inversão magnética não ocorre repentinamente. Ela vai se fazendo gradativamente com o passar dos anos, e é claro que isto vai causando transformações climáticas e sobre os seres vivos também. Tudo no Universo é transformação, e é um erro pensar que mudanças climáticas ou inversões magnéticas sejam causadas por ações humanas ou então sejam uma maldição dos deuses. Isto é um sentimento de culpa que eu creio tenha sido originado nas religiões e que ainda hoje permanece entre nós.

 

Os pólos magnéticos atualmente se movem dentro de uma área de aproximadamente 1km², e também se movem no sentido de uma inversão de polaridade. Mas este processo é lento e tudo que está sobre a superfície vai tendo tempo de se adaptar. E é claro que nesta complexidade de transformações, algumas espécies vão se extinguindo.

 

Há 780 mil anos deve ter havido uma inversão do campo magnético da Terra. Alguns estudos apontam para uma inversão a cada 200 mil anos. Então, para o planeta Terra isso não é nenhuma novidade. Acho um erro também ficarmos buscando causas dessas transformações todas, culpando os homens disso e daquilo, e achando que se reduzirmos este ou aquele tipo de atividade iremos evitar as mudanças no planeta. Isso é bobagem.

 

O planeta Terra nem toma conhecimento de nossa existência e segue sua caminhada dentro das leis da natureza. E uma das principais leis é a da mudança. Tudo muda, tudo se transforma.

 

'Se o campo magnético enfraquece, desaparece ou muda sua polaridade,

isto vai causar transformações sobre a superfície do planeta'

 

O mais racional seria a compreensão de que essas mudanças são inevitáveis e aí então, buscarmos formas de nos adaptarmos a elas. Mas, isso exigiria ações imediatas e efetivas. É mais fácil ficar buscando culpados e fantasias do que admitir que somos parte da natureza e estamos submetidos às suas leis, que nem sempre são tão boazinhas, e que devemos agir efetivamente para nos adaptarmos às inevitáveis mudanças. É muita pretensão humana querer interromper as mudanças climáticas.

 

Voltando à questão da inversão magnética, acredita-se ainda que o planeta Marte, por alguma razão que ainda precisa ser compreendida, deve ter perdido seu campo magnético há milhares de anos, o que pode explicar a perda também de sua densa atmosfera por causa do bombardeamento direto causado pelo vento solar. Isto fez com que Marte perdesse grande parte de sua atmosfera e também seus lagos, rios e possíveis oceanos.

 

O campo magnético protege o planeta ao evitar a entrada em grande quantidade das partículas ionizadas lançadas ao espaço pelo Sol (vento solar). Mas se o campo magnético enfraquece, desaparece ou muda sua polaridade, isto vai causar transformações sobre a superfície do planeta. Portanto, só nos resta compreender que tudo muda e devemos buscar maneiras de nos adaptarmos.

 

A região do Sahel, por exemplo, que fica na África e que é uma zona climática seca, onde muitos países sofrem com a fome e a miséria da população, não é causa humana e sim uma causa natural de transformações climáticas que se fazem desde milhares de anos.

 

E uma inversão magnética vai mudando não só os pólos, mas também o equador magnético, sendo que isso também contribui para gradativas mudanças climáticas. Vivemos mergulhados num "sistema natural" em que os efeitos não têm uma única causa. A máquina da natureza é extremamente complexa. E nós fazemos parte dela.

 

* Paulo Araújo Duarte é astrônomo, professor de Geociências e ex-diretor do Planetário da UFSC.

 

- Imagem: Google Earth.

 

- Colaborou: Eustáquio Andréa Patounas (SC).

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2004-2009, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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China:

Terremoto de Sichuan pode ter sido causado por represa*

Normalmente os terremotos ocorrem ao longo das falhas tectônicas, onde a gigantesca pressão acumulada

devido à compressão entre as placas da crosta terrestre é repentinamente liberada de forma abrupta e explosiva.

A energia liberada é tão grande que mesmo pequenos tremores equivalem à força de centenas de bombas atômicas.

 

A barragem de Zipingpu, na província de Sichuan, na China.

 

Os cientistas também reconhecem que grandes corpos de água podem exercer pressão sobre as linhas das falhas. A pressão é tão alta que pode empurrar os lados das falhas fortemente comprimidas, aumentando ainda mais a fricção ou causando seu deslizamento.

 

Um relatório divulgado nesta quarta-feira (04/fev) pelo Departamento de Geologia de Sichuan, na China, revelou que o poderoso terremoto ocorrido em maio de 2008 e que atingiu 7.8 graus na escala Richter pode ter sido causado ou amplificado pela gigantesca barragem de Zipingpu, localizada a apenas 550 metros da linha da falha e a 5 quilômetros do epicentro. O tremor matou 70 mil pessoas e deixou 5 milhões de desabrigados.

 

A barragem de Zipingpu tem 156 metros de altura e armazena 315 milhões de toneladas de água. A alta intensidade do tremor causou diversas rachaduras no reservatório, que precisou ser drenado antes que inundasse as províncias vizinhas, que foram evacuadas antes de um possível desastre.

 

Segundo Fan Xiao, engenheiro chefe do departamento, o imenso peso das águas de Zipingpu parece ter afetado a magnitude e o tempo de duração do terremoto. Apesar dos abalos não serem raros naquela região, um evento de 7.3 magnitudes não ocorria ali a milhares de anos.

 

"Não estou dizendo que o terremoto não aconteceria se o reservatório não existisse, mas a presença de um massivo depósito de água pode ter alterado as características do evento, produzindo um terremoto ainda maior", disse Fan em entrevista à agência de notícias AFP.

 

Outros Eventos

 

Diversos terremotos menores, possivelmente causados por reservatórios, já foram registrados pelos cientistas. Em 1967 um terremoto de 6.7 graus de magnitude ocorrido próximo à barragem indiana de Koyna matou 187 pessoas. De acordo com os sismólogos, esse evento pode ter sido induzido pelo reservatório.

 

Barragens na China

 

Fan está entre um grande número de especialistas que acreditam que a barragem de Zipingpu pode ter contribuído com o terremoto de 2008. No entanto, o governo chinês afirma que o terremoto de Sichuan foi uma tragédia inevitável e vai continuar a financiar a construção de grandes reservatórios, com objetivo de suprir as necessidades energéticas do país e evitar as grandes inundações.

 

A barragem de Três Gargantas, o maior projeto hidroelétrico do mundo, foi construída exatamente com o propósito de acabar com as enchentes do rio Yang-tzé e fornecer uma real alternativa às usinas de carvão, mas tem sofrido constantes problemas de deslizamentos.

 

Outras Opiniões

 

Diversos cientistas não estão convencidos que o reservatório de Zipingpu pode ter causado o terremoto de Sichuan, mesmo que possa ter contribuído para isso. De acordo com Lei Xinglin, geofísico da Administração Chinesa para Terremotos, os reservatórios realmente aumentam a atividade sísmica, mas não a ponto de causar um tremor.

 

"Um reservatório em uma região tem aspectos positivos e negativos na geração de um tremor, mas é muito cedo dizer que esse evento foi causado pela barragem", disse Lei. "Precisamos pesquisar esse assunto com muito cuidado até adquirimos mais conhecimentos. Não dá para concluir precipitadamente", completou o especialista.

 

Roger Musson, cientista ligado ao Instituto de Pesquisas Geológicas da Inglaterra, acredita que na melhor das hipóteses a presença da enorme barragem possa ter contribuído para o tempo da atividade sísmica.

 

"A escala do terremoto de Wenchuan (ocorrida a 300 quilômetros do ponto de ruptura) mostra que ele foi provocado por causas totalmente tectônicas e ocorreria com ou sem a presença do reservatório", disse Musson. "Assim, a questão é saber se a presença do reservatório acentuou ou não o tempo do evento".

 

Fan, que teve seu estudo publicado na última edição da revista Science, está tão convencido dos riscos potenciais da barragem que se opôs fortemente à sua construção em 2003, acreditando que um desastre poderia devastar o vale do rio Min, abaixo do reservatório.

 

* Informações de: Site Apollo 11/Wikimedia Commons/GeoEye Satellite Images.

 

 

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Gaza:

Os horrores da guerra

Conflito se agrava e número de mortos aumenta. A comunidade internacional

 ainda permanece na retórica e nada de efetivo ainda foi feito para o cessar-fogo definitivo.

 

Por Pepe Chaves*

De Contagem-MG

para Via Fanzine

 

Menina palestina chora no velório

do irmão morto no conflito

 

Uma guerra desproporcional e covarde como mais esta de Israel contra a Palestina, jamais poderá colocar fim a um conflito tão antigo, senão agrava-lo ainda mais. A violação de território alheio, na prática, a maior das faltas de respeito do homem contra ele mesmo, se efetivou e as tropas de Israel, marcham no território palestino.

 

Mais de meio milhar de palestinos já foram mortos, contra cinco israelenses, desde o início do conflito, após 10 dias, dentre elas, diversas crianças. Nenhuma intervenção internacional foi efetivada, no sentido de cessar os ataques de Israel contra o povo da Palestina. Israel quer sufocar o Hamas, até que tenha certeza de que os foguetes destes não serão mais lançados contra o seu território.

 

Os EUA, através da secretária Condoleeza Rice, repudiou o conflito, no entanto, exige o cessar fogo por parte do pífio Hamas e não de Israel, o seu grande parceiro no Oriente Médio. A França agora mostra uma postura pública, em prol do cessar fogo, mas tudo isso ainda é muito pouco. O Conselho de Segurança da ONU permanece passivo e vive um impasse, pois os EUA desejam condenar somente o Hamas pelas consequencias do conflito.

 

Milhares de pessoas em Gaza terão mais uma vez, suas vidas alteradas pelas forças deste conflito, dentre prejuízos materiais e perdas fraternais. Perderam parentes, perderam a liberdade, perderam a dignidade. Numa das regiões mais populosas da Terra, não há energia elétrica, não há água, alimento e a precariedade é total para os seus habitantes. Hospitais estão sem condições de atender tantos feridos. Meio milhão de pessoas estão sem as menores condições de sobrevivência.

 

Não bastasse este verdadeiro inferno, Israel ainda não permite a entrada de ajuda e assistência aos palestinos atingidos. É um panorama de explícita covardia, de desproporção e que nestes tempos de globalização está sendo mostrado em tempo real aos olhos de todos os habitantes da Terra. Em muitas cidades do mundo tem ocorrido manifestações contrárias às medidas de Israel, mas nada disso vem surtir efeito no andamento da guerra.

 

O ódio apenas vai gerar mais ódio. Infelizmente, o futuro de gerações de ambas as partes, estará comprometido com esta invasão territorial na palestina. As armas que faltam aos palestinos para combater seus inimigos sobra-lhes na alma, tem nome de “coragem” e representam mais que a sua própria vida. Tudo isso, visando a vingança do sangue de tantos inocentes derramado em seu próprio solo.

 

* Com informações das agências internacionais.

 

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Brasília:

Supremo quer arrozeiros fora de reserva*

STF define por demarcação contínua em reserva de Roraima.

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu: a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, deve ser contínua, os arrozeiros que ocupam a região terão de deixá-la, mas os índios ou a Fundação Nacional do Índio (Funai) não podem impedir que a União entre nas terras para defender as fronteiras ou construir escolas e hospitais. Apesar da decisão antecipada de 8 dos 11 ministros, um novo pedido de vista, desta vez do ministro Marco Aurélio Mello, deixa suspensa a solução do conflito em torno da demarcação, que já dura 31 anos.

 

Também está pendente a decisão do tribunal sobre cassar ou não uma liminar que mantém os arrozeiros na reserva. A retomada do julgamento dependerá apenas de Marco Aurélio e deverá ficar para 2009, pois o Judiciário entra em recesso na próxima semana. Enquanto o julgamento não é concluído, os arrozeiros poderão permanecer na área. A tensão na região, portanto, não deve se dissipar antes da decisão final do STF.

 

A sessão de ontem começou com o voto do ministro Carlos Alberto Direito, praticamente três meses depois de suspenso o julgamento. Em agosto, depois do voto de Carlos Ayres Britto, relator da ação, favorável aos índios, Direito pediu vista. Por isso, o governo esperava dele um voto divergente, contrário à demarcação contínua.

 

* Informações da Agência Estado.

 

*  *  *

Abalo sísmico:

Terremoto no litoral

Cidades de São Paulo e bairros do Rio de Janeiro sentiram tremor de terra. 

Por Pepe Chaves*

De Contagem-MG

para Via Fanzine

 

A costa litorânea paulista sentiu um abalo sísmico que repercutiu por várias cidades do Estado de São Paulo. O tremor foi sentido por volta das 21h05, desta terça-feira (22/04), a partir da região litorânea, ao sul do Estado. Tudo indica que o epicentro do mesmo possa estar localizado no mar. Diversas cidades litorâneas reportaram o tremor, sobretudo, em Santos, Praia Grande, Sorocaba, Limeira.

 

O tremor foi também sentido em diversos bairros da capital paulista. O Corpo de Bombeiros recebeu centenas de ligações informando a ocorrência. No mesmo horário, também na cidade do Rio de Janeiro tremores foram experimentados por moradores de Jacarepaguá, Vila da Penha e Del Castilho. Também nos Estados de Santa Catarina e Paraná alguma cidades sentiram o tremor.

 

O site de monitoramento de terremotos dos Estados Unidos (US Geological Survey) registrou um terremoto de 5.2 graus (escala Richter) na costa brasileira, no litoral sul de São Paulo. Não há registros de danos ou vítimas e as causas do terremoto são desconhecidas.

 

 

Detalhe da Usina Angra 2.

ANGRA DOS MAGOS - Dez anos após o golpe militar de 1964, o então governo ditatorial do Brasil decide pela implantação de usinas nucleares na região de Angra dos Reis, litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Diversos fatores técnicos, além de uma infra-estrutura pré-existente designaram a localização das usinas nucleares.

 

Um ano depois, em 1975, consolidou-se entre Brasil e República Federativa da Alemanha (então, Ocidental) o chamado “Acordo de Cooperação Nuclear”. Na prática, através de tal acordo, a empresa alemã KWU, subsidiária da Siemens, encarregava-se dos protocolos tecnológicos empregados nas usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3 que deveriam atender a uma significativa demanda energética da região Sudeste brasileira.

 

Assim, a Nuclemon, subsidiária da estatal brasileira Nuclebrás, foi criada em 1975 para coordenar os projetos básicos, de engenharia, contratação de serviços e matérias, encarregando-se também do controle de qualidade, além de outras atribuições operacionais. Todos os procedimentos da Nuclemon eram executados sob supervisão técnica da KWU.

 

As obras para construção de Angra 2 iniciaram-se em 1976, porém, na prática, seguiram mais lentamente que o planejado. Em 1985, após sofrer profundos cortes orçamentários o projeto foi praticamente desativo. E somente cerca de cinco anos depois retomou as atividades, graças a Eletrobrás que, justificando-se da acentuada demanda energética na região Sudeste, recomendara a conclusão de Angra 2. O Governo Federal atendeu à reivindicação do setor e a partir de 1993 foram retomadas as obras conclusivas da segunda unidade da usina.

 

Nos anos seguintes Angra 2 recebeu quase que 100% de sua concretagem original. O marco de sua história foi o dia 14 de julho de 2000, quando, após avaliação de todo o seu sistema operacional, Angra 2 recebe da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), licença para sua criticalização, ou seja, estava liberado o funcionamento da usina. A partir de 21 de julho daquele ano, Angra 2 foi sincronizada à rede elétrica com potência de 150MW em estágio inicial, para atingir 270MW em seguida.

 

'Críticos à Angra 3, defendem que os pretensos investimentos deveriam ser

feitos em fontes energéticas alternativas e renováveis, abundantes no país'

 

PROTESTOS - Contudo, vieram críticas de cientistas e parte da opinião pública consciente do Brasil, acerca da viabilidade, dos riscos e dos dispendiosos investimentos nas usinas nucleares de Angra 1, 2 e agora a 3, que parece querer saltar das pranchetas, sobretudo, pelas recentes declarações do presidente da Eletrobrás.

 

Alguns críticos à Angra 3, defendem que os pretensos investimentos deveriam ser feitos em fontes energéticas alternativas e renováveis, abundantes no país, em vez de potencializar o perigo nuclear para um futuro de incertezas.

Outros, criticam o desperdício de dinheiro público, denunciando a compra de tecnologia ultrapassada da Alemanha para construção das usinas, alegando que, inúmeros equipamentos e acessórios comprados por valores significativos, sequer chegaram a ser usados, por se encontrarem ultrapassados tecnologicamente.

O município de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, detém uma natureza de farta beleza, alojada num diversificado ecossistema composto por rios, ribeirões, arquipélagos, mangues e praias.

 Angra: 'mistério do futuro'._

 Paradoxalmente, enquanto a população teme o perigo de um acidente nuclear, a usina é a maior empregadora da região, absorvendo grande parte da mão-de-obra local. Todos os funcionários da usina percebem por insalubridade e aposentam-se prematuramente.

 

'Somente em Angra 3, o país já desembolsou US$ 750 milhões

na compra de equipamentos que estão estocados'.

 

ELETROBRÁS ARQUITETA ANGRA 3 - Mais um desfeche se fez no dia  31 de agosto de 2006, quando o presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, manifestando seu desejo de incrementar o setor nuclear brasileiro, afirmou que o governo conta com "apoio político de peso" para a conclusão da usina Angra 3. Vasconcelos afirmou à imprensa que a conclusão de Angra 3 conta com o apoio de 9 dos 11 ministros, inclusive, o da  Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral.

 

Os comentários de um entusiasmado presidente da Eletrobrás que vem ressuscitar o fantasma nuclear de Angra 3 - ainda que os seus custos (cerca de R$ 7 bilhões no total) não estejam no orçamento da União para 2007 – desagradaram a alguns ambientalistas, inclusive, ONGs nacionais, além do grupo internacional Greenpeace. Em São Paulo, o Greenpeace manifestou em artigo sua indignação, no dia seguinte aos calorosos comentários de Aloísio Vasconcelos acerca da retomada de Angra 3 [leia na íntegra, apêndice no final dessa matéria].

 

Para os ambientalistas, a declaração do presidente da Eletrobrás, que planeja investir em energia nuclear e ao mesmo tempo não aponta às soluções energéticas ditas “limpas”, foi infeliz e não pode ser vista com bons olhos pela nação.

 

Em matéria de autoria dos jornalistas David Friedlander e Thomas Traumann, a revista Época publicou recentemente que o presidente Lula vêm recebendo uma forte pressão do exterior (sobretudo, da França) para a conclusão de Angra 3. Segundo Época, a manobra envolve contratos milionários com empreiteiras e fornecedores que giram em torno de uma verba de US$ 1,8 bilhão, muito bem disputada, em parte, pelas construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, que articulam o reinício das obras. Ainda segundo a matéria da Época, “somente em Angra 3, o país já desembolsou US$ 750 milhões na compra de equipamentos que estão estocados”.

 

'A Usina Nuclear de Chernobyl sofreu dos mais graves

acidentes nucleares que veio vitimar milhares de pessoas'

 

AMEAÇA NUCLEAR - Também a classe artística se manifestou contra a criação e manutenção das usinas de Angra dos Reis. Isso, ainda nos idos de 1981, quando a dupla musical Luiz Guedes & Thomas Roth compuseram um “clássico nuclear”, em forma da canção [letra ao lado] intitulada Angra (álbum Extra - EMI). A canção de protesto evoca um clima catastrófico e afirma às autoridades que, “não queremos essa herança, não, que o bom senso nos obriga a recusar, respondemos pelos nossos atos e melhor é não ter contas pra acertar”.

 

Cinco anos após a composição da "profética" canção de Guedes & Roth, ocorre em 26 de abril de 1986, o fatídico acidente na Usina Nuclear de Chernobyl, situada na então União Soviética (atual Rússia, Leste europeu). Foi o maior acidente nuclear da história que vitimou milhares de pessoas, dentro e fora daquele país. Ocorrera vazamento de material radioativo do reator principal da usina, espalhando nocividade em toda a região. Some-se o fato de que, o vento carregou os fragmentos radioativos até centenas de quilômetros da usina acidentada, levando desgraça a algumas nações do Leste europeu.

 

Angra

(Luiz Guedes & Thomas Roth)

Tua sorte está selada, Angra

Uma estrela veio me contar

Me falou de três reis magos

Sobre as águas desse mar...

 

Angra, Atlântida Tropical,

Teu poder, resplende novas luzes,

Mas nem sempre o que reluz é ouro,

Tesouro nuclear, oh, Angra, dos Reis.

 

Não queremos essa herança, não,

Que o bom senso nos obriga a recusar,

Respondemos pelos nossos atos,

E melhor é não ter contas pra acertar...

 

Angra, mistério do futuro,

Teu poder semeia novos medos,

Novos ventos, sinal de tempestade,

Trindade nuclear,

Oh, Angra...

 

Posteriormente, transmitido por via oral, os efeitos radioativos atingiram a vida de diversos cidadãos residentes em distintos países. Eles passaram a sofrer sérios problemas fisiológicos, neurológicos e, sobretudo, genéticos. Grande parte dessas populações passou a gerar crianças com degenerações físicas e/ou mentais. Alguns indivíduos tornaram-se estéreis e, ainda na atualidade (após mais de duas gerações do ocorrido), inúmeras pessoas ainda sofrem com as conseqüências dos efeitos radioativos causados pelo 'Incidente Chernobyl'.

 

Cientes do perigo nuclear os governantes brasileiros apontam novamente às “soluções atômicas” para fazer cumprir a crescente demanda energética no país. Enquanto o Brasil, mostra-se potencialmente rico por natureza para a produção de energia renovável, o Governo Federal despreza tais dádivas, mostrando-se predisposto a investir em sofisticados sistemas de tecnologia nuclear e a dar continuidade ao projeto das usinas de Angra.

 

Tais manobras, acabam por envolver em torno das mesmas: materiais de periculosidade extrema, caríssimos projetos de engenharia especializada, riscos às populações, dependência internacional, desprendimento de cifras exorbitantes, interesses “lobísticos”, políticos e econômicos de todas as espécies, enfim, todos os elementos que se traduzem em duvidosos benefícios – além dos evidentes riscos - aos causadores da grande demanda energética do país e também, financiadores finais de tais projetos, a população brasileira.

 

Que os reis magos nos protejam!

 

* Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br).

- Fotos: Eletronuclear - Governo do Brasil.

- Para saber mais:

  http://www.eletronuclear.gov.br/

  http://www.eletrobras.gov.br/

  http://www.greenpeace.org.br/

 

- Produção: Pepe Chaves.

 
 

Apêndice:

Contrariando a opinião pública, presidente da

Eletrobrás diz que Angra 3 deve ser construída. 

Artigo extraído de

www.grenpeace.org.br

01-09-2006 - São Paulo

 

Apesar de não ter sido incluída no programa de governo de um possível segundo mandato de Lula e contrariando a opinião pública, o presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, afirmou ontem que o governo federal continuará desperdiçando recursos na aventura nuclear brasileira. De acordo com ele, a usina nuclear Angra 3 deverá ser construída e conta com o apoio de nove de 11 ministros ligados ao assunto.

 

Essa declaração mostra que o governo ainda considera a possibilidade construir Angra 3, apesar de todas as evidências fornecidas pelas outras duas usinas nucleares, Angra 1 e 2, de que a energia nuclear é cara, suja, perigosa e ultrapassada. Mais de 82% da população brasileira se opõe à construção de novas usinas nucleares no País.

 

Segundo Vasconcelos, a decisão sobre a construção de Angra 3 pode sair a qualquer momento entre 1º de outubro e 31 de dezembro, após as eleições. “Se isso acontecer, seria um total desrespeito ao eleitor brasileiro, já que o candidato Lula não colocou a construção de Angra 3 em seu programa de governo, justamente por saber que a energia nuclear tem oposição da maioria dos brasileiros”, afirmou Guilherme Leonardi, coordenador da campanha antinuclear do Greenpeace Brasil.

 

Além disso, o próprio governo admite que essa obra representaria um gasto de dinheiro público de pelo menos mais R$ 7 bilhões. “Declarações como essa mostram a total falta de compromisso do governo brasileiro com o desenvolvimento de uma matriz energética limpa, segura e sustentável”, afirmou Leonardi.

 

O País deve parar imediatamente a aventura nuclear, utilizando o seu imenso potencial para as fontes renováveis (como a eólica, a solar e a biomassa), que são limpas e seguras, juntamente com eficiência energética.

 

 

*  *  *

Hidropirataria:

Americanos venderão água da Amazônia       

Água da região será vendida nos EUA em 2008; Brasil é alvo da hidropirataria na foz do rio Amazonas.

 

Por Ray Cunha

Da Agência Amazônia

Manaus-AM

Para Via Fanzine*

Minas Gerais

 

BRASÍLIA – A revista Veja já trouxe a pauta inquietante. No boxe, o apelo exótico da selva, página 106, vinculado à matéria A guerra contra a água mineral, a revista afirma: a água mineral Equa é retirada do solo da Amazônia e será distribuída nos EUA a partir de abril de 2008. A Equa "é extraída de uma fonte no coração da Floresta Amazônica brasileira. Sua história começa com o americano Jeff Moat, que trabalhou durante quinze anos em Manaus, onde tinha uma firma de exportação de pescados. Dois anos atrás, de volta ao Brasil, ele teve a idéia de analisar amostras das águas amazônicas", descreve o jornalista Paulo Neiva.

 

"As análises feitas em laboratórios americanos da fonte da Equa mostram que essa é a água mineral mais pura do mundo", atesta Jeff Moat.

 

A Equa chegará ao mercado americano em abril do ano que vem, ao custo de US$ 8 a embalagem de 750 mililitros. O lançamento no Brasil está previsto para maio de 2009.

 

Pergunta-se: essa água será engarrafada no Brasil? Como sairá do país para ser vendida nos Estados Unidos? O Brasil está vendendo ou dando essa água? A água é produto da Humanidade ou do país onde é extraída? Águas de rios internacionais pertencem a quem? Para construir hidrelétricas no rio Madeira o governo brasileiro não precisaria pedir permissão à Bolívia?

 

Se água é um bem da Humanidade, por que a ONU (Organização das Nações Unidas) não cria um mercado internacional de água, para suprir países do Quarto Mundo, onde a população morre bebendo água suja, quando há? Por que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está providenciando água para os grandes agricultores na bacia do rio São Francisco, com a transposição do rio, enquanto a população pobre do Nordeste morre à míngua por falta de água potável?

 

Publiquei, este ano, na minha coluna na Agência Amazônia um artigo provocativo, "Já é tempo de a Amazônia exportar água", apenas para advertir para a denúncia do oceanógrafo Frederico Brandini ao site Amazônia.Org no dia 7 de julho de 2004. Na mesma data o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR), publicou matéria intitulada Navios roubam água do rio Amazonas.

 

Segundo a matéria, após descarregar óleo cru nos portos da Amazônia, petroleiros do Oriente Médio abastecem seus tanques com até 250 milhões de litros de água, cada um, sem pagar qual centavo ao Brasil. Água é ouro no Oriente e na Europa (no Oriente, mais de 20 países sofrem crise gravíssima de água). Assim, a charmosa Perrier pode ser água do Amazonas. Na Arábia Saudita, a dessalinização custa US$ 1,5 por metro cúbico. A retirada da turbidez da água do Amazonas fica em torno de 0,30 cents de dólar. Um negócio extremamente lucrativo.

 

A imprensa começou a chamar esse roubo de hidropirataria. Mas a falta de uma denúncia formal sobre o caso impede a Agência Nacional de Águas (Ana). A diretoria da Ana, responsável pela fiscalização dos recursos hídricos, sabe da hidropirataria. Até a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) conhece o assunto. Um relatório secreto da maçonaria também denuncia o roubo da água da Amazônia, que ocorre na foz do rio Amazonas, na altura do Amapá.

 

A defesa das águas brasileiras está na Constituição Federal, no Artigo 20, que trata dos bens da União. Em seu Inciso III , a legislação determina que rios e quaisquer correntes de água no território nacional, inclusive o espaço do mar territorial, pertencem à União. Isso é complementado pela Lei 9.433/1997, que trata da Política Nacional de Recursos Hídricos, em seu Artigo I , Inciso II, que estabelece ser a água recurso limitado, dotado de valor econômico, e determina que o poder público seja responsável pela licença para uso dos recursos hídricos, "como derivação ou captação de parcela de água".

 

A ingerência estrangeira nos recursos naturais da Amazônia tem aumentado significativamente nos últimos anos. Seja por ação de empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou pelas missões religiosas internacionais. Mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) ainda não foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região.

 

'Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio,

trabalhar com essa água, mesmo no estado bruto, representa uma grande economia.

O custo por litro tratado é muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas'

 

A hidropirataria

 

A captação de água seria feita por petroleiros no rio Amazonas. A foz do rio, o maior do mundo, tem 320 quilômetros de extensão, na costa do Amapá, despejando no Oceano Atlântico pelo menos 200 mil metros cúbicos de água por segundo. Na foz, a profundidade média é em torno de 50 metros, o que suporta o trânsito de grandes cargueiros. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área. Um navio petroleiro armazenaria o equivalente a meio dia de água utilizada pela cidade de Manaus, de 1,5 milhão de habitantes.

 

Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água, mesmo no estado bruto, representa uma grande economia. O custo por litro tratado é muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas, além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas dos rios europeus.

 

As águas salinizadas estão presentes no subsolo de vários países do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Kuwait e Israel. Eles, praticamente, só dispõem dessa fonte para seus abastecimentos. O procedimento de retirada do sal é feito por osmose reversa, extremamente caro. Na dessalinização são gastos US$ 1,50 por metro cúbico e US$ 0,30 no mesmo volume de água doce tratada.

 

O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. E isso surge num momento crítico, cujos esforços estão concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna.

 

A Amazônia é considerada a grande reserva do planeta para os próximos mil anos. Pelo menos 12% da água doce de superfície, não congelada, se encontram no território amazônico. Dois terços do planeta são ocupados por oceanos, mares e rios. Porém somente 3% desse volume são de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado em estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Água doce em estado líquido representa menos de 1% do total disponível na Terra.

 

Sob esse aspecto, a Amazônia se transforma em local estratégico. Mas a importância desse reduto natural poderá ser, num futuro próximo, sinônimo de riscos à soberania dos territórios panamazônicos. O que significa dizer que o Brasil seria alvo prioritário numa eventual tentativa de se internacionalizar esses recursos, como já ocorre no caso das patentes de produtos derivados de espécies amazônicas.

 

Entre 1970 e 1995, a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo o mundo; atualmente, cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.

 

Guerra pela água

 

Doutrina que vem se estabelecendo em círculos de debates internacionais sobre a existência de bens comuns - como água doce e florestas - a serem gerenciados pelas potências internacionais pode ser o embrião de futuras ingerências estrangeiras na Amazônia, avalia o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. Ele entende que o governo deveria criar o Ministério da Amazônia, com sede em Manaus. "É na medida em que o estado soberano administra os recursos naturais da Região Amazônica que toda e qualquer ameaça se reduz na mesma proporção" – analisa Guimarães.

 

As Forças Armadas estão à míngua. "Nós consideramos que as nossas forças são apropriadas para a defesa da Amazônia num confronto regional.

 

Com relação a uma ameaça de potência superior, vamos ter que adotar uma tática, uma estratégia que o Exército está treinando muito bem, que se chama estratégia da resistência", afirmou o almirante-de-esquadra Miguel Ângelo Davena. "Eu creio que seja do conhecimento de todos os brasileiros que as nossas forças estão carentes de reaparelhamento".

 

Relatório de 2004, encomendado pelo Pentágono à Global Bussines Network, empresa especializada em tendências de negócios, baseada na Califórnia, e revelado pela jornalista Memélia Moreira aponta que o rio Amazonas será palco de guerra muito em breve por conta do acesso à água. Denúncias publicadas por esta agência dão conta que pesquisadores adentram na Amazônia brasileira pela Colômbia para coletar amostras de água dos rios Negro, Solimões, Juruá e outros. Eles também levam essências, fungos e outros microorganismos da Amazônia para estudá-los em laboratórios dos EUA e Europa. 

 

* Texto publicado com autorização do autor, Ray Cunha - raycunha@agenciaamazonia.com.br.

 

- Fonte: Agência Amazônia de Notícias (www.agenciaamazonia.com.br)

 

- Foto: www.abae.pt em fotomontagem de Pepe Chaves.

 

- Colaborou: Joelma Macedo (RS).

 

- Produção: Pepe Chaves, para Via Fanzine.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda. 

 

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Homenagem:

2008: Ano mundial da batata

ONU lembra a importância da batata no mundo.

Por Isaac Bigio

De Londres

para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

Tradução: Pepe Chaves

  

Esta é a primeira vez em sua história que a ONU declara a um ano oficial em homenagem a um produto andino. Isso deverá motivar a indústria da batata e também as agriculturas, economias, cultura e dignidade nacionais, bem como promover a unidade e integração latino-americanas.

 

A batata supera a mandioca, a beterraba e outras de suas “primas” (como a batata-doce) e aparece como o tubérculo mais consumido no mundo. Somente três alimentos são mais cultivados que a batata: milho, trigo e arroz. Não obstante, diferentemente a entre esses três grãos (cuja participação na produção global vem caindo), a batata demonstra crescimento no cultivo. Hoje são produzidos 330 milhões de toneladas de batata em todo o planeta (onze vezes mais que nos anos de 1960).

 

Origem da Batata

 

A batata é originária do hemisfério Sul, mas se estendeu também ao Norte.  A origem de seu domínio estaria entre o Peru e a Bolívia, por volta de 8.000 a 10.000 anos. No entanto, outros argumentam que antes disso, ela já era cultivada no sul do Chile, onde, inclusive, teria ocorrido o primeiro assentamento humano na América do Sul: Monte Verde, por volta de 12.500 anos.

 

Enquanto os europeus impuseram nos Andes suas crenças, leis e idiomas, os incas, chibchas e mapuches se “vingariam” deles, ao conquistá-los pelo paladar. Somente quando Pizarro iniciou a conquista do Peru (1532) é que a batata começou a ser cultivada na Europa. Apesar das mais adversas reações iniciais, o cultivo foi ganhando terreno. A Escócia hoje idolatra a batata, mas, quando lá chegou, quiseram bani-la, afirmando que a Bíblia não a menciona.

 

A batata chegaria a se converter em um alimento essencial aos britânicos, autores do maior império da história. O Reino Unido também foi centro da revolução que viria industrializar o globo. Entretanto, a batata se tornou indispensável para alimentar os trabalhadores que permaneciam por muitas horas em fábricas e minas, pois era um alimento fácil de cozinhar e provido de diversos carboidratos que se transformariam em energia.

 

Em tal cenário a batata foi tão importante que, quando ocorreu o ataque de uma praga nos cultivos irlandeses (1845-48), foi desencadeada a maior escassez generalizada de alimentos naquele reino, causando a morte de um milhão de pessoas. Até agora, a Irlanda, apesar de ter se convertido em uma das nações mais prósperas, apenas detém apenas 50% da população que possuía antes de dita praga.

 

Se atualmente Elizabeth II pode se vangloriar de ser a chefe de Estado que domina mais territórios no mundo, em sua casa, a batata reina na mesa. Na Grã-Bretanha não existe prato típico que não a empregue, nem colégio que não cozinhe diariamente dezenas de quilos de batatas. Uma das armas que essa ilha teve para evitar ser invadida pelos alemães nas duas guerras mundiais foi uma balanceada dieta à base de batata e pescados fritos.

 

Todo país que busca ser “potência industrial” deve seguir o exemplo inglês de massificar a produção e o consumo da batata. Os EUA há muito produz mais batatas que o Peru. A União Soviética chegou produzir cem milhões de toneladas em apenas um ano, um recorde inigualável. A nação que mais consume batata por habitantes é a Alemanha, potência-elo da Europa e do euro. Hoje, quando China e Índia vêm se dotando de novas fábricas, a batata se expande aceleradamente. Nestes dois países a produção do tubérculo inca já supera os cem milhões de toneladas. Além disso, o “gigante amarelo” já discute propostas para estender seu cultivo à maior parte de suas terras férteis. Já a Índia, se mostra como um paradoxo da globalização, pois, na região onde é cultivada a batata, o cultivo que mais cresce é o do arroz, originário da China e do próprio país.  

 

Alimento multi-prático

 

No mundo industrializado a batata é servida frita, cozida, gratinada, em sopas ou em saladas, como purê, bolinhos, crocantes ou em bolos. Os espanhóis a combina com ovos em suas ‘tortillas’. Italianos, eslavos e judeus a usam para rechear massas. Os russos a destila para fazer vodca.

 

Os andinos, no entanto, a prepara de outras maneiras: seca, desidratada ao sol (chuño, tunta) ou em casca. Enquanto somente no Norte são produzidas determinadas variedades desse tubérculo, nos Andes existem mais de 5.000 variedades de batata. Com a batata se fabrica a farinha e o “amidão” (que é usado para fazer tortas, pastéis e frango). Também é empregada nas indústrias, da madeira, papel, medicina e nos tecidos, como goma, aglutinante e texturizador.

 

Quando os espanhóis chegaram ao novo mundo buscavam o ouro, porém, em vez dele, encontraram um tubérculo amarelado, qual tem se mostrado mais precioso que qualquer metal para a humanidade, que é usado em poços para extrair petróleo e que poderá ser processado para a fabricação do etanol: o possível substituto para o ouro negro.  

 

O licor de batata é a bebida insígnia do mundo eslavo, do maior país que já existiu (Rússia), o qual pretendeu ser o centro que levaria o socialismo a toda humanidade. O licor era saboreado após suas vitórias, enquanto os seus rivais norte-americanos o faziam saboreando batatas fritas. As batatas se tornaram um símbolo da vitória estadunidense na guerra fria e da globalização. Este é um produto que serve em comum às grandes redes de comida rápida (como KFC, McDonalds, Burger King etc).

 

Plantando batatas

 

A batata tem muita importância para a cultura andina. As grandes civilizações pré-colombinas como Huari, Tiawanaco e o Incário, se basearam na sua produção. Os Estados se fundamentavam garantindo obras de canalizações, intercâmbios e armazenamento de alimentos como a batata. As parcelas eram medidas em relação a quantas batatas poderiam produzir em seus territórios. Para cultivar batatas foram geradas diversas formas de trabalho cooperativo (como ‘la mink’ e o ayni), além de tributos.

 

A batata é parte da historia e da cultura de cada república do oeste sul-americano. Hoje deve ser motivo de orgulho e identidade nacional para os dez milhões de emigrantes andinos que residem no hemisfério Norte. Enquanto o mundo reconhece a raiz que seus ancestrais exportaram ao mundo como o símbolo de 2008, este ano, paradoxalmente, é também um ano onde crescem as restrições imigratórias contra os povos andinos no Norte industrializado.

 

A batata deve ser uma de nossas bandeiras para defender os direitos dos andinos no exterior e para promover suas exportações e o turismo em suas repúblicas. Esperemos que este ano consagrado à batata o permita. Enquanto isso, podemos mostrar com orgulho aos nossos filhos que os nossos antepassados produziram a batata e que suas raízes se alastraram para alimentar o mundo.

 

* Isaac Bigio é analista internacional em Londres. Seu site é: www.bigio.org.

 

+ Isaac Bigio em Via Fanzine:

www.viafanzine.jor.br/bigio

 

- Produção: Pepe Chaves.

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Abalos sísmicos em Minas:

Terremoto aterroriza Minas

Uma criança perde a vida e mais de uma centena está desabrigada.

Da Redação

Via Fanzine*

www.viafanzine.jor.br

 

ITAÚNA-MG - Os tremores de terra ocorridos em Caraíbas, distrito de Itacarambi, região Norte do Estado de Minas Gerais, têm criado um clima de terror para os moradores da região. O tremor mais forte atingiu 4,9 graus da escala Richter, destruiu várias casas e vitimou fatalmente uma criança, atingida pela parede de sua casa que desabou.

 

Tremores menores também foram sentidos por moradores das localidades próximas ao epicentro. Autoridades de cidades vizinhas, como Vargem Grande, temem um rápido esvaziamento populacional nos locais onde ocorreram os tremores e acreditam que os moradores possam procurar a infra-estrutura das cidades da região, que são bastante pequenas.

 

Segundo informações do jornal Estado de Minas (BH), o secretário executivo da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Alexandre Lucas afirmou que técnicos da Universidade Federal de Brasília (UnB) sustentam a possibilidade de a região receber novos abalos.

 

A população está sendo orientada através de uma cartilha com informações úteis em caso de novos tremores. O tremor de Itacarambi está sendo considerado pelos técnicos como um “marco histórico”, com relação a abalos sísmicos no Brasil.

 

Também em declaração ao Estado de Minas, Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório Sismológico da UnB, afirmou que, “Precisamos nos preparar para lidar com esse tipo de fenômeno”. O cientista afirmou que o abalo sísmico ocorreu exatamente no sub-solo do local afetado e a causa teria sido uma falha geológica. Novas análises estão sendo feitas e os resultados deverão ser divulgados nos próximos dias.

 

O prefeito José de Paula anuncia que o governo do Estado assegurou liberação de recursos para a construção das mais de 100 casas danificadas e seis totalmente destruídas. A prefeitura pretende adquirir uma fazenda de 634 hectares, próxima à cidade, onde deverá reconstruir as propriedades da população.

 

* Com informações do jornal 'Aqui' (Estado de Minas - BH).

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Prêmio Nobel:

Al Gore recebe Nobel da Paz

Político norte-americano recebe prestígio global.

Por Isaac Bigio*

De Londres

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

 

Al Gore

 

O painel da mudança climática da ONU e Al Gore, receberam o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Esta é a primeira vez que o prêmio é entregue aos que lutam contra a degradação ambiental, o que mostra a importância da ecologia para a paz global.

 

Contudo, este gesto está cheio de ironias. Gore é o primeiro norte-americano a receber esta distinção em dez anos, enquanto seu país é o que mais contamina o planeta. Ele venceu as eleições presidenciais de 2000, obtendo 543.816 votos a mais que Bush. No entanto, o Colégio Eleitoral concebeu a vitória ao seu rival, vez que este vencera na Flórida (Estado governado por seu irmão Jeb) por somente 537 votos de frente.

 

Gore não chegou a Casa Branca e afirma que não deseja voltar a se candidatar. Entretanto, ele pode ter se convertido no político estadunidense mais popular e prestigiado em todo o mundo. Enquanto isso, aquele que lhe tomou a presidência pode ter se transformado no chefe de estado mais impopular que existe no globo. Se um dia houver um ‘Prêmio Nobel’ da guerra e da destruição ecológica, este bem que poderia ser outorgado a George W. Bush.

 

* Isaac Bigio é analista internacional. Seu site é www.bigio.org.

- Tradução: Pepe Chaves.

- Foto: Arquivo VF.

 

- Produção: Pepe Chaves.

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Antártida:

Russos vão perfurar lago pré-histórico na Antártida

Lago Vostok pode ter ficado isolado por até 35 milhões de anos.

 

 

Cientistas russos disseram que planejam perfurar o Lago Vostok, na Antártida, para atingir as águas que ficam mais de 100 metros abaixo de sua superfície congelada. As águas congeladas do lago podem conter diversas novas espécies, já que é um ecossistema que teria ficado até 35 milhões de anos isolado da água e da luz externos. As camadas de gelo do lago Vostok contam com ambientes de até 400 mil anos e que possuem micróbios em seu centro.

 

Muitos cientistas acreditam que Vostok possa ser um bom modelo para os ecossistemas que existem nas luas geladas de Júpiter. O lago tem 10 mil metros quadrados e até 500 metros de profundidade em alguns trechos.

 

Preocupações - A perfuração profunda no lago foi suspensa na década de 1990, quando o buraco que conduz até as proximidades das águas sub-glaciais atingiu 3.623 metros. Agora só falta perfurar 130 metros.

 

Mas teme-se que o processo de perfuração possa contaminar o lago. Mas Valeri Lukin, o chefe da expedição russa que fará a perfuração, disse que aprofundar o buraco em 50 metros traz poucos riscos de contaminar o lago.

 

Lukin diz que o motivo de os riscos serem poucos se deve ao fato de que haverá uma camada de proteção de 100 metros de extensão acima da água. Os russos não precisam ter qualquer ratificação para seus planos de perfuração e só precisam seguir uma avaliação ambiental inicial - algo que eles já fizeram.

 

Em seguida, eles precisam realizar uma avaliação ambiental abrangente, que ainda está pendente. De acordo com Lukin, o objetivo é atingir as águas abaixo da camada gélida entre 2007 e 2008. "Nós esperamos que isso aconteça em 2007. O maior mistério do lago é que iremos extrair pela primeira vez coisas que existiam de acordo com as leis de evolução de milhões de anos sem qualquer contato com a atmosfera atual", diz Lukin.

 

- Fonte: www.bbc.co.uk/portuguese

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