HOME | ZINESFERA| BLOG ZINE| EDITORIAL| ESPORTES| ENTREVISTAS| ITAÚNA| J.A. FONSECA| PEPE MUSIC| UFOVIA| AEROVIA| ASTROVIA

 

 

 Belo Horizonte

 

Protestos:

Mais um dia de caos e sangue em BH*

Em dia de jogo da Seleção no Mineirão, povo volta às ruas e confronto com a PM  deixa dezenas de feridos.

Um jovem morreu ao cair de um viaduto. Novamente, houve muito vandalismo e depredação de lojas.

 

Jovem perde a vida ao cair desse viaduto durante a manifestação.

Leia também:

PM prevê confrontos em protesto do dia 26*

Cassetetes nos lombos dos inocentes - exclusivo

Milhares se reúnem na Praça Sete

Derrubada liminar que impedia manifestações em MG

 Manifesto contra pedágio parou o trânsito em Itaúna

Cerca de duas mil pessoas protestaram nas ruas de Itaúna

 

A quarta-feira, 26/06, foi mais um dia de confrontos em Belo Horizonte. Mais de 100 ocorrências foram registradas pela PM nessa data em que o Mineirão sediou uma as semifinais da Copa das Confederações, Brasil x Uruguai.

 

Durante os protestos na avenida Antônio Carlos houve um confronto da PM com alguns manifestantes. Os policiais usaram balas de borracha de várias pessoas foram atingidas no rosto. Uma delas perdeu a visão e outra permanece em estado grave. Um jovem morreu ao cair do viaduto José Alencar, na avenida Antônio Carlos. Dezenas de pessoas procuraram hospitais em Belo Horizonte e algumas ainda permanecem internadas.

 

Na região da Pampulha, mais uma vez, o vandalismo de uma pequena fração de manifestantes chamou a atenção. Uma agência automotiva foi invadida e completamente destruída pelos manifestantes. Cinco veículos que estavam na oficina foram incendiados.  A PM registrou as prisões de 79 adultos e 30 menores que foram encaminhados para autoridades. Mais de 20 adultos ainda permanecem presos.

 

Manifestantes internados**

 

Todos os feridos na manifestação dessa quarta já foram liberados, mas seis feridos em outras manifestações continuam internados no João XXIII e no Risoleta Neves.

 

A Secretaria de Estado de Saúde informou, por meio de nota, nesta quinta-feira (27), o estado de saúde dos pacientes feridos durante os confrontos nas manifestações em Belo Horizonte.

 

Segundo a assessoria, todos os pacientes feridos durante a manifestação realizada nessa quarta (26), em Belo Horizonte, que deram entrada no Hospital João XXIII, tiveram alta e um deles, Douglas Henrique de Oliveira, foi a óbito.

 

Outros três pacientes que participaram de manifestações no sábado (22) permanecem internados no Hospital João XXIII. São eles: LF, 22 anos, que está no CTI, após sofrer traumatismo craniano e outras fraturas. O estado dele é grave, porém, estável; C, 17 anos, em recuperação na enfermaria. Foi vítima de várias fraturas e traumatismo craniano. O caso dele é de cirurgia eletiva, está consciente e alimenta-se normalmente; JTP, 24 anos, está no ambulatório em observação da Neurocirurgia. Está estável e consciente.

 

De acordo com Assessoria de Imprensa do Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, administrado pela UFMG, deram entrada nessa quarta na unidade hospitalar, oito pessoas, das quais seis foram atendidas e liberadas e duas foram transferidas para o Hospital João XXIII com traumatismo no olho.

 

Três pessoas que participaram das manifestações nos dias 17 e 22 permanecem internadas no Hospital Risoleta Neves. São elas: RCG, 24 anos, sofreu fratura no braço e será submetido a cirurgia. Não corre risco de morte; HHSB, 17 anos, sofreu fratura exposta na perna, passou por cirurgia e se recupera bem; GMJ, 18 anos. Diagnosticado como politrauma com instabilidade vertical e rotacional do anel pélvico. Ele está evoluindo bem no pós-operatório.

 

Coronel Márcio Sant´Ana falou sobre os incidentes com o jornal O Tempo.

 

Comandante da PM diz que manifestações em BH são pacíficas**

 

Em entrevista exclusiva à reportagem de O TEMPO, o coronel Márcio Sant´Ana falou sobre a morte do jovem que caiu do viaduto e sobre o toque de recolher imposto na praça Sete

 

Comandante geral da PM em Minas, coronel Sant´Ana, falou à reportagem sobre a manifestação de ontem, que terminou com o saldo de uma morte e diversos prejuízos

 

Um dia depois da última grande manifestação em Belo Horizonte, ocorrida nessa quarta-feira (26) e que causou a morte de uma pessoa na avenida Antônio Carlos, o coronel Márcio Sant´Ana, comandante geral da Polícia Militar (PM) em Minas Gerais, falou sobre o ocorrido e sobre a postura da polícia diante dos atos de vandalismo que culminaram em um prejuízo de R$ 1 milhão para a concessionária Kia, além de diversos outros prejuízos para comerciantes da região.

 

Sobre a queda do metalúrgico Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, que caiu de uma altura de cerca de cinco metros no viaduto José Alencar durante o protesto e morreu no Hospital de Pronto-Atendimento João XXIII na noite dessa quarta, o coronel lamentou o ocorrido, mas informou que a polícia não poderia restringir o espaço dos manifestantes fechando o viaduto.

 

"Se você reduz o espaço das pessoas transitarem faz com que a tensão e a dificuldade das pessoas em se locomoverem fique muito maior. Ainda mais em um ponto de conflito que, ao limitar o espaço, aumenta-se a possibilidade de pânico, de queda e de pisoteamento das pessoas. O que foi feito foi falar exaustivamente sobre o risco e alertar que é um lugar perigoso, que as pessoas devem ter cuidado ao transitar. Principalmente nesse ponto, nós orientamos que as pessoas não fossem para lá e que manifestassem em outro lugar que fosse permitido. Infelizmente, essa morte aconteceu, mas sob o ponto de vista da segurança pública e da PM, foi essa a orientação e era o que a gente podia fazer", explicou.

 

Durante a manifestação, o deputado Durval Ângelo (PT-MG) publicou em seu twitter que havia um acordo entre a prefeitura e a PM para que o viaduto fosse barrado, mas que o acordo não foi cumprido.

 

Truculência

 

Desde a primeira grande manifestação nas proximidades do Mineirão, no sábado (22), a postura da PM em relação aos manifestantes tem sido bastante criticada. Na noite dessa quarta, o Comitê dos Atingidos pela Copa (Copac) divulgou uma nota de repúdio à ação truculenta dos militares: "os manifestantes de movimentos sociais e do Copac fizeram um cordão humano para isolar o acesso à barreira imposta pela FIFA e pelo governo do Estado, mas algumas pessoas tencionaram a barreira física e a polícia revidou sobre toda a manifestação lançando bombas de “efeito moral”, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Consideramos que o fato de as pessoas haverem tencionado a barreira da FIFA se relaciona à revolta da população com a realização de megaeventos de forte caráter privatista e elitista em um país marcado por tantas desigualdades sociais e necessidades prioritárias. Repudiamos, sim, a barreira imposta que é ilegítima, pois cerceia a população dos espaços da cidade em favor da volúpia lucrativa da FIFA e das empresas a ela associadas.

 

Repudiamos também a violência com que a polícia reprimiu a manifestação, uma vez que tinha plena condição de resistir às provocações de poucos manifestantes para não violar todos aqueles que saíram as ruas para lutar pelos seus direitos. Temos suspeitas, inclusive, da presença de policiais infiltrados incitando a violência para justificar uma posterior ação que visa dispersar a manifestação.

 

Não consideramos que os chamados “atos de vandalismo” justifiquem uma ação de repressão que coloca a vida das pessoas em risco. O Copac, embora não promova nem estimule ações diretas contra o patrimônio, não aceita a dicotomização realizada pelo Estado e pela mídia entre vilões e mocinhos. Como espaço agregador de diferentes coletivos, movimentos e grupos de atingidos pela Copa, entendemos como válidas as diversas formas de manifestação da indignação coletiva que visem objetivos progressistas e não promovam a violência direta contra as pessoas. Não confundimos pacificidade com passividade".

 

Já o coronel Sant´Ana informou que a PM cumpriu o acordo de se manter a distância dos manifestantes. "Na reunião que os manifestantes fizeram com o governador na terça-feira, foi compactuado que a PM ia se manter a certa distancia dos manifestantes, principalmente ali no cruzamento da Abraão Caram com a Antônio Carlos. Isso foi compactuado, tem um documento assinado, e a PM honrou isso. Nós tivemos uma barreira física e nos mantivemos afastados do corpo da manifestação. Foi uma estratégia diferente, que nós cumprimos na íntegra", conta.

 

Vandalismo

 

Quase toda a extensão da avenida Antônio Carlos foi destruída por vândalos. Concessionárias e lojas ficaram completamente destruídas. O empresário Elio Campos, de 61 anos, proprietário de uma fábrica de escadas, contou que os vândalos quebraram todas as vidraças do local, roubaram seis computadores e o dinheiro que estava no caixa, além de quebrarem os vidros do carro dele, que estava guardado no local. “A polícia é frouxa, isso não existe. O cara vem, entra na minha loja, rouba tudo e está onde? Se eu matar ele, eu estarei preso amanhã”, criticou.

 

Uma das lojas mais destruídas foi a Kia Motors, mesmo com seguranças particulares. A gestora de marketing e imprensa, Larissa Lopes, de 32 anos, estima que o prejuízo gire em torno de R$ 1 milhão. Sete carros foram queimados e um ficou danificado. Mesas e computadores também ficaram quebrados. De acordo com a funcionária, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram comunicados, logo que o quebra-quebra começou, mas só foram à loja depois do jogo entre Brasil e Uruguai, no Mineirão, pela Copa das Confederações.

 

Uma empresária da região contou que ligou várias para a polícia e para os bombeiros quando a confusão começou, mas disse que recebeu como resposta que a prioridade era o Mineirão. Sobre os chamados recebidos, o coronel nega a demora. "Os nossos serviços continuaram normalmente, a cidade não parou por conta do jogo. As nossa viaturas responsáveis pela área atenderam normalmente. O que não houve, foi essa ação durante o deslocamento muito grande da multidão, mas depois a PM teve uma atuação muito pontual, acompanhando os vândalos e o restante daquela multidão", explicou.

 

O coronel também informou que os grupos que cometeram atos de vandalismo durante as manifestações já estão sendo identificados. "A Policia Civil está trabalhando exaustivamente com isso, e eu acredito que em breve ela trará um resultado pra essas investigações. Levantamentos investigativos ocorrem assim, sem muita publização, sem muita divulgação. Eu posso adiantar que os trabalhos estão sendo feitos. Mas já há uma noção de como são os grupos, eles são de diferentes ideologias e matrizes. É cada um de um jeito, não é algo linear ou homogêneo, tem gente de todo jeito", conta.

 

Toque de recolher

 

Ao final da noite, um carro de som da PM seguiu pela Antônio Carlos até a praça Sete, orientando as "pessoas de bem" a voltarem para suas casas. A mensagem propagada por meio de alto falantes dizia: "pessoas de bem, retornem para as suas casas. Retornem para as suas casas, saiam da rua. Todas as pessoas que estiverem andando pela rua poderão ser presas, entendido? Andem somente no passeio, pessoas de bem, retornem para as suas casas. Estamos restaurando a paz, existem muitos bandidos pelas ruas. Repito, estamos restaurando a ordem pública. A Polícia Militar está restaurando a ordem pública. Pedimos às pessoas de bem que retornem para as suas casas, saiam das ruas, temos muitos bandidos ainda pelas ruas. O ato público foi encerrado, pessoas de bem, retornem para as suas casas. Existem muitos criminosos na rua e estamos devolvendo as ruas para o povo. A polícia está restaurando a ordem pública na cidade. Estamos devolvendo as ruas para o povo de BH".

 

O coronel Sant´Ana disse que não houve vandalismo na praça Sete, mas "exaltações", e que a ordem de ir para a casa foi para proteger as pessoas. "Os ânimos estavam muito exaltados. A policia foi hostilizada e agredida com pedras e paus. Então, a consequência foi essa ação de dispersar aquelas pessoas ali, já com um perfil muito diferente do que a gente têm encontrado nas manifestações. No final do jogo, as pessoas voltaram pra praça Sete e o perfil da manifestação fica muito diferente. As pessoas são muito mais hostis e agressivas, e a probabilidade de ações de  vandalismo fica muito mais evidente, então a PM teve essa atitude de dispersão das pessoas, para que não houvesse mais vandalismo e, principalmente, não colocasse mais em risco a integridade física das pessoas", explicou o coronel.

 

Pacífica

 

Nos últimos dias, houve diversos registros e relatos de confrontos entre militares e manifestantes, além de atos de vandalismo. Mesmo assim, para o comandante, as manifestações na capital tem sido pacíficas. "As passeatas aqui, se a gente for considerar o espaço percorrido e o número de pessoas participantes, a gente vai chegar na conclusão de que são pacíficas. Percorre grandes extensões das nossas vias com tudo muito tranquilo, e com um grande número de pessoas com uma atitude pacífica. Agora, em determinados pontos, e a partir de determinado horário, muda-se o perfil. No cruzamento da Abrahão Caram com a Antonio Carlos era sabidamente um ponto de conflito. Se eu sou pacífico, o que é que eu vou ficar fazendo aqui? As pessoas tem que ter essa noção, esse discernimento e atentar para essa orientação, que é pautada no razoável. Não é de restringir direito, não é de restringir liberdade de se manifestar, mas é para que as pessoas tenham uma conduta pautada pelo razoável, pelo inteligente", finaliza.

 

* Da Redação Via Fanzine com agências.

** Informações do jornal O Tempo (BH).

  27/06/2013

 

- Imagens: Divulgação/reprodução.

 

Leia também:

PM prevê confrontos em protesto do dia 26*

Cassetetes nos lombos dos inocentes - exclusivo

Milhares se reúnem na Praça Sete

Derrubada liminar que impedia manifestações em MG

 Manifesto contra pedágio parou o trânsito em Itaúna

Cerca de duas mil pessoas protestaram nas ruas de Itaúna

 

*  *  *

 

Copa das Confederações:

Prefeito de BH defende ação da PM em protestos*

O prefeito de Belo Horizonte disse esperar que, na próxima manifestação,

a Polícia Militar prenda mais. "Eu espero que na próxima manifestação

 a PM prenda mais, prendeu muito pouca gente".

 

Márcio Lacerda

Leia também:

PM prevê confrontos em protesto do dia 26*

Cassetetes nos lombos dos inocentes - exclusivo

Milhares se reúnem na Praça Sete

Derrubada liminar que impedia manifestações em MG

 Manifesto contra pedágio parou o trânsito em Itaúna

Cerca de duas mil pessoas protestaram nas ruas de Itaúna

 

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), defendeu nesta segunda-feira a ação da Polícia Militar de Minas Gerais nos protestos na capital mineira. A cidade, que é uma das sedes da Copa das Confederações, tem sido um dos principais palcos de confronto entre manifestantes e policiais e receberá na quarta-feira, 26, uma das semifinais do torneio, entre o Brasil e o Uruguai.

 

"Temos grupos atuando dentro das manifestações que usam inclusive escudos metálicos e mochilas carregando projéteis de todo tipo", disse o prefeito. "Então nessa bela manifestação democrática temos muitos interesses e movimentos que não são dos mais democráticos. A sociedade precisa se defender desse tipo de vandalismo, que lá foi grande", argumentou Lacerda.

 

O prefeito de Belo Horizonte disse esperar que, na próxima manifestação, a Polícia Militar prenda mais. "Eu espero que na próxima manifestação a PM prenda mais, prendeu muito pouca gente", afirmou Lacerda.

 

Ele reafirmou que na quarta, dia do jogo, o limite dos protestos será a Zona de Exclusão da Fifa, próximo ao Mineirão. "Há 70 mil pessoas que querem ver o jogo com tranquilidade", afirmou. Perguntado se adotaria uma postura de "tolerância zero" nos protestos, Lacerda enfatizou: "tolerância zero contra o vandalismo. A manifestação pacífica será sempre bem recebida e tolerada".

 

Ele fez ainda uma defesa da polícia mineira. "Em Belo Horizonte a polícia é bastante pacífica. Vocês não ouvem falar de PM provocando mortes em confrontos. Inclusive, a PM prende assassinos de policiais. Dificilmente a PM atira em alguém. Acontece, mas é muito raro mortes provocadas por PMs em Minas Gerais".

 

* Informações de Ricardo Della Coletta | Estadão Conteúdo.

   24/06/2013

 

Leia também:

PM prevê confrontos em protesto do dia 26*

Cassetetes nos lombos dos inocentes - exclusivo

Milhares se reúnem na Praça Sete

Derrubada liminar que impedia manifestações em MG

 Manifesto contra pedágio parou o trânsito em Itaúna

Cerca de duas mil pessoas protestaram nas ruas de Itaúna

Página inicial  HOME

 

 

 

 

 

 HOME | ZINESFERA| BLOG ZINE| EDITORIAL| ESPORTES| ENTREVISTAS| ITAÚNA| J.A. FONSECA| PEPE MUSIC| UFOVIA| AEROVIA| ASTROVIA

© Copyright 2004-2013, Pepe Arte Viva Ltda.

 

Motigo Webstats - Free web site statistics Personal homepage website counter