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Reciclar

Mecânica:

Peças usadas: o perigo da reciclagem

Peças usadas, retiradas de veículos automotores possuem alto risco à saúde

humana e estão entre os maiores causadores de intoxicações e doenças do trabalho.

 

Por Fábio Bettinassi*

De Araxá-MG

Para Via Fanzine

22/10/2011

 

Vista inferior de um amortecedor de suspensão com vazamento de óleo.

Ao lado, o pó escuro chamado ‘negro de fumo’; usado para dar a coloração preta aos pneus.

 

Está sendo relatado em todo o Brasil, que funcionários de empresas que atuam diretamente com frotas de veículos, estariam sendo objetos de contaminação grave. Elementos químicos e tóxicos como tálio, amianto, cádmio, cobre, chumbo, negro de fumo, graxas litóicas, óleos pressurizados, benzeno, óleos hidráulicos e derivados de petróleo em estado de pós-combustão estariam entrando nas correntes sanguíneas dessas pessoas.

 

Tal contaminação está ocorrendo porque determinadas empresas estão solicitando que os funcionários tragam peças usadas e componentes retirados de veículos em manutenção, quando estes são enviados para oficinas mecânicas para reparos técnicos. Tais componentes, depois de meses ou anos de uso e exposição ao calor, pressão e estresse estrutural, passam a expelir produtos químicos contaminantes que entram em contato com a pele humana e são inalados, produzindo prejuízo (alguns irreparáveis) ao sistema respiratório e a mucosa dos olhos, nariz, boca e garganta.

 

Oficinas, concessionárias de veículos e de pneus possuem contratos com empresas especializadas que cuidam da remoção de peças e componentes veiculares usados, que são devidamente tratados e enviados para empresas de reciclagem de materiais. Por isso, a entrega de peças e pneus aos clientes não é recomendada em nenhuma hipótese.

 

As peças que mais produzem agressões à saúde são as seguintes:

 

- Amortecedores usados: amortecedores possuem internamente gases tóxicos inertes como nitrogênio, argônio e xenônio, bem como são inflados com fluídos venenosos a base de carbono e metanol. Amortecedores usados produzem vazamento de gases e óleos, além de terem risco de explosão quando submetidos ao calor ou impacto. Por este motivo o transporte de amortecedores veiculares por aviões bem como sua importação através de aeronaves está proibido mundialmente. Gases e fluídos de amortecedores são cancerígenos e venenosos quando inalados ou em contato com a pele.

 

-   Pastilhas e lonas de freios: as pastilhas de freio são geralmente produzidas com ligas de amianto, produto cancerígeno e responsável pela maior parte dos envenenamentos industriais em todo o mundo. Também são vítimas, os funcionários de oficinas mecânicas que estão expostos ao material.  O amianto das pastilhas se torna ainda mais tóxico quando em contato com o disco de freio, que é feito de aço e usa arsênico e cianureto de potássio para aumentar a durabilidade do metal. Tais produtos produzem gases tóxicos quando em funcionamento no sistema de freio e geram a perigosa ‘fuligem negra’, que adere às rodas e a todo sistema de suspensão do veículo.  Até mesmo a lavagem das rodas deve ser feita em local apropriado para evitar que a fuligem negra se solte da roda e vá para dentro das residências.

 

- Componentes de suspensão: as peças usadas na suspensão de veículos são lubrificadas com graxas derivadas de petróleo e alguns componentes como a junta homocinética e rolamentos, utilizam graxa a base de lítio ou grafite, que são tóxicas e venenosas. Estes componentes são geralmente manuseados sem o devido cuidado, o que acarreta diversos tipos de doenças de pele e doenças digestivas e nervosas. A exposição ao lítio produz danos ao pulmão e ao sistema respiratório e quando em excesso, geram acidentes vasculares cerebrais e distúrbios motores.

 

- Bombas de gasolina ou mangueiras de combustível: tais componentes estão impregnados de etanol, benzeno e detergentes químicos a base de soda cáustica que são usados como aditivos na gasolina aditivada. Os vapores exalados por estes componentes continuam por meses mesmo depois de sua retirada do veículo.

 

- Radiadores, bombas de água e mangueiras do sistema de arrefecimento: por estas peças circulam grande volume de  produtos como  etileno glicol e formaldeído, ambos tóxicos para a saúde, principalmente o etileno glicol, usado como fluído anti congelante e anti corrosivo do sistema, considerado um dos produtos mais tóxicos e agressivos da indústria química mundial e que no Brasil produziram a morte de muitas pessoas que tiveram ingestão acidental destas substâncias. Também produz cegueira permanente e danos no sistema nervoso.

 

- Pneus e câmaras: estes produtos estão na lista dos que mais geram distúrbios ambientais, porque além gerarem acúmulo de água, que permite a procriação de isentos e larvas transmissoras de doenças, também exalam substâncias químicas nocivas em forma de partículas de poeira como é o caso do negro de fumo, elastômeros e polímeros sintéticos, todos tóxicos. O risco aumenta quando pneus são expostos ao sol ou guardados dentro de depósitos fechados.

 

Vale dizer que outros componentes aparentemente inofensivos também produzem riscos e por isso devem ser manipulados por profissionais experientes. A maioria dos produtos abordados nesta matéria se mostra como elementos invisíveis e inodoros, o que agrava o risco de contaminação.

 

Se sua empresa possui a norma de coletar peças usadas nos veículos de uso operacional, pense duas vezes e comunique à diretoria para que essa norma não seja obedecida. Na maioria dos casos, quem determina este comportamento são pessoas que possuem nenhum conhecimento de engenharia automotiva e nada sabem sobre os complexos procedimentos usados para a remoção e reciclagem de dejetos industriais e normas da segurança no trabalho.

 

* Fábio Bettinassi é publicitário e especialista em marketing do mercado automotivo de pós-venda e peças genuínas.

 

- Imagens: Arquivo do autor.

 

- Produção: pepe Chaves.

 

*  *  *

 

Garrafas pet e sacolas:

Quando o artesanato se une à reciclagem

Tornar o meio ambiente mais racional e limpo pode

ser mais que uma obrigação: um gesto de arte.

 

Por Rita Shimada Coelho*

De São Paulo-SP

Para Via Fanzine

 

Um "puxa-sacos" feito de garrafa pet.

 

Fazer artesanato além de uma boa terapia é uma ótima atividade ocupacional e de lazer. Há pessoas que desenvolvem tão bem a criatividade que passam a ganhar dinheiro com isso. No meu caso não é diferente.

 

Meu artesanato tem como matéria prima tudo o que foi descartado para, através de minhas mãos, ser customizado e transformado em objetos de utilidade no lar. Este é um ótimo método de reciclagem.

 

Em São Paulo, quando chove, o que mais vemos em ruas, rios e córregos são as garrafas pet, cujas empresas deveriam ser responsáveis direta pela coleta. Uma garrafa pet demora aproximadamente 400 anos para se decompor e nesse intervalo de tempo os riscos que causa ao meio ambiente são graves.

 

Que tal reaproveitar a garrafa pet do refrigerante que você ingeriu? Se não for hábito juntar o lixo para reciclagem, você pode transformar em arte. Muito melhor que ver a garrafa descartada por você flutuando nos rios. Não precisa ser nenhum gênio ou grande artista plástico para começar.

 

Quanto às sacolas plásticas, um bom modo de juntá-las para enviar à reciclagem são os "puxa-sacos". Estas eu mesma fiz e como juntei muitas garrafas, farei vários para presentear minhas vizinhas. Sempre aparece alguém querendo comprar e fiz meu preço: R$ 5,00 [veja foto acima]. O suficiente para cobrir o gasto com o barbante, já que os demais materiais são reaproveitados.

 

O trabalho que tive na verdade não foi nenhum, já que faço nas horas vagas. De qualquer forma, vale mesmo a mensagem que se está propagando em favor da colaboração com o meio ambiente. Não vejo muito sentido em querer enriquecer com artesanato reciclável, visto que nenhum dinheiro poderá salvar o mundo ou torná-lo um lugar impossível de viver... Como todo dinheiro que ganho é revertido para meu lar (meu maior investimento) não há lucro com minha venda; quando vendo, pois na maioria das vezes eu doo.

 

Imagens ilustrativas coladas na garrafa pet.

 

Acima, uma sugestão, pois você pode inovar e fazer do seu jeito, utilizando outros materiais. No detalhe, colei bichinhos recortados de papéis de presente que aproveito para decopagem, deixando o “puxa-sacos” mais simpático. Toda a garrafa foi reaproveitada, mas se quiser pode recortar a boca da garrafa (como no modelo verde). As partes descartadas podem juntar-se ao lixo reciclável. Agulha grossa, barbante deram o acabamento nas partes recordadas.

 

O crochê deu a aparência conhecida do puxa-sacos, mas você pode aplicar tecido não só nas extremidades como também recortar estampas para enfeitar. Para prendê-los à garrafa furei o plástico e 'costurei' o crochê, prendendo à ela. O seu jeito é que vale! 

 

Inclusive, os governos deveriam implantar programas que levassem as populações a fazer uso racional do material descartável que passa por suas mãos. Muito material que é jogado fora, pode ser revertido no formato de utensílios domésticos e até mesmo obras de arte. A forma e o uso que cada um deve dar ao seu material reciclável, é um exercício para a criatividade de cada um.

 

Que tal experimentar? Além da boa sensação causada por fazer artesanato, você ainda pode dar um presentinho ao seu vizinho, parentes, amigos e, claro, ao meio ambiente.

 

*Rita Shimada Coelho é articulista e correspondente de  Via Fanzine em São Paulo-SP.

  Seu blog é http://shimadacoelho.blogspot.com/.

- Fotos: Arquivo da autora

 

- Produção: pepe Chaves.

 

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