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AMAZING TV "O seu mundo sem fronteiras"
AMZ apresenta: Série: Grandes Nomes da Televisão
NEY MATOGROSSO
Prólogo
Ney de Souza Pereira, mais conhecido como Ney Matogrosso, nasceu em Bela Vista, no dia 1º de agosto de 1941. Ele é um cantor, intérprete, dançarino, ator e diretor brasileiro.
Ex-integrante do Secos & Molhados (1973-1974), foi o artista que mais sobressaiu do grupo após iniciar sua carreira solo com o disco "Água do Céu - Pássaro" (1975) e com suas apresentações subsequentes.
É considerado pela revista Rolling Stone como a terceira maior voz brasileira de todos os tempos e, pela mesma revista, trigésimo primeiro maior artista brasileiro de todos os tempos.
Embora tenha começado relativamente tarde, das canções poéticas e de gêneros híbridos dos Secos e Molhados, passou a interpretar outros compositores do país, como Chico Buarque, Cartola, Rita Lee, Tom Jobim, construindo um repertório que prima pela qualidade e versatilidade. Em 1983, completava dez anos de estreia no cenário artístico e já possuía dois Discos de Platina e dois Discos de Ouro, inclusive pela enorme repercussão da canção "Homem com H" de 1981.
Como iluminador de espetáculos, tem supervisionado toda a produção da área em suas próprias apresentações. Também merece destaque seu trabalho de iluminação e seleção de repertório no show "Ideologia" (1988) de Cazuza e no show "Paratodos" (1993) de Chico Buarque, ao que afirma: "quero que as luzes provoquem sensações nas pessoas".
Matogrosso também tem atuado recentemente no cinema: estreou em 2008 no curta-metragem "Depois de Tudo", dirigido por Rafael Saar, e no filme "Luz das Trevas" de 2009, dirigido por Helena Ignez.
Atribuem a sua maquiagem cênica e seu vestuário exótico desde os anos 1970 uma
certa mudança de conceitos sobre o comportamento masculino apropriado no Brasil.
Biografia
Filho do militar Antônio Mattogrosso Pereira e Beita de Souza Pereira, Ney teve uma infância nômade, mudando de cidade com frequência. O nome artístico que adotou mais tarde foi resgatado da própria família, já que seu pai tem "Matogrosso" no nome e é uma referência a seu estado de nascimento, Mato Grosso do Sul.
Ney nasceu na cidade de Bela Vista, fronteira com o Paraguai. Adotou seu nome artístico somente em 1971, quando se mudou para São Paulo. Desde cedo demonstrou dotes artísticos: cantava, pintava e interpretava. Teve a infância e a adolescência marcadas pela solidão, pois se sentia incompreendido pela família e diferente dos outros meninos.
Ao completar 18 anos assumiu sua bissexualidade, e decidiu deixar a casa de sua família para ingressar na Aeronáutica. Nesta época Ney ainda estava indeciso quanto à futura profissão. Gostava de ler sobre teatro e música, e desde a adolescência cantava em bares e cabarés de sua cidade natal e cidades próximas, com um grupo de amigos seus, todos os fins de semana. Desistiu, então, de servir as forças armadas, e acabou indo morar em Brasília, na casa de seu primo, onde começou a trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base do Distrito Federal.
Alguns anos depois, foi convidado para participar de um festival universitário, onde chegou a formar um quarteto vocal. Depois do festival, atuou dançando e cantando em um programa de televisão. Também concentrou suas atenções no teatro, decidido se profissionalizar na área da atuação.
Atrás deste sonho, deixou a Capital Federal e desembarcou no Rio de Janeiro em 1966, onde passou a viver da confecção e venda de peças de artesanato em couro. Ney adotou completamente a filosofia de vida hippie.
Início da carreira
Ney Matogrosso durante o início de sua carreira.
Neste período, viveu entre Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, até conhecer o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor para um conjunto musical e convidou Ney para ser o cantor do grupo Secos & Molhados, com o qual gravou dois discos, ambos autointitulados e lançados pela extinta gravadora Continental, entre 1973 e 1974.
O álbum chegou a marca de mais de um milhão de cópias vendidas e gerou vários sucessos, como "Rosa de Hiroshima", poema de Vinicius de Moraes musicado por Gerson Conrad; "O Vira", de Luli e João Ricardo; "Sangue Latino", de João Ricardo e Paulinho Mendonça; "O Patrão Nosso de Cada Dia", de João Ricardo; e no segundo álbum o destaque foi para "Flores Astrais", de João Ricardo, em parceria com João Apolinário.
Saiu dos Secos & Molhados em 1974 e no ano seguinte lançou o primeiro disco solo, "Água do Céu - Pássaro" (também conhecido como "O homem de Neanderthal" em referência à faixa homônima de abertura, de autoria de Luís Carlos Sá, e por ter sido o título do antológico primeiro espetáculo da carreira solo), que vinha numa capa de papelão cru, com Ney Matogrosso pintado, vestido com pelos de macaco, chifres e pulseiras de dentes de boi, apresentando sonoridade vanguardista, com músicas interligadas por sons da floresta, macacos, ventanias, água corrente e pássaros.
"Água do Céu" foi considerado extravagante demais e obteve vendagem inexpressiva. Destacam-se no repertório as músicas "América do Sul", de Paulo Machado; o mambo "Coubanacan"; a regravação de um fado de Amália Rodrigues ("Barco Negro") e canções de Milton Nascimento/Rui Guerra ("Bodas") e João Bosco/Aldir Blanc ("Corsário"), além das músicas "Açúcar Candy" (de Sueli Costa e Tite de Lemos) e "Idade de ouro" (de Jorge Omar e Paulo Mendonça).
O trabalho foi distribuído juntamente com um compacto, que apresentou duas músicas que gravou na Itália com o músico e compositor argentino Astor Piazzola: "As Ilhas" e "1964".
Em 1976 veio o reconhecimento com o disco "Bandido". A canção "Bandido Corazón" foi composta por Rita Lee e tornou-se um grande sucesso na voz de Ney. Além desta, o disco trazia, dentre outras, as músicas "Pra não morrer de tristeza", de João Silva e Caboclinho; "Trepa no coqueiro", de Ari Kerner; "Gaivota", de Gilberto Gil; "Usina de Prata", de Rosinha de Valença e "Mulheres de Atenas", de Chico Buarque em parceria com Augusto Boal. Contando com a produção musical da violonista Rosinha de Valença, com direção musical do empresário Guilherme Araújo.
Nessa época, Ney escandalizava o Brasil. Bandido é considerado o espetáculo mais ousado da carreira do cantor e performático.
Na sequência veio "Pecado" (1977), que trouxe músicas do espetáculo calcado na divulgação do disco anterior que ainda não haviam sido registradas em disco. Este também foi o último trabalho feito para a gravadora Continental, em um repertório que misturou rock ("Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas e "Com a Boca no Mundo", de Rita Lee em parceria com Luís Sérgio e Lee Marcucci), bossa nova ("Desafinado", de Tom Jobim e Newton Mendonça), tango ("Retrato marrom", de Fausto Nilo e Rodger Rogério), "San Vicente" de Milton Nascimento e Fernando Brant, e as regravações das músicas "Da Cor do Pecado", de Bororó com a participação especial do grupo Regional do Evandro; e "Sangue Latino", consagrada pelo grupo Secos & Molhados, e ainda originou um especial gravado para a Rede Bandeirantes.
O álbum "Feitiço" (1978) marcou a estreia na gravadora WEA e trouxe alguns sucessos, como "Bandoleiro", da dupla Luli e Lucina; "Mal Necessário", de Mauro Kwitko; a regravação de "O Tic-Tac do Meu Coração", de Alcyr Pires Vermelho e Valfrido Silva (sucesso de Carmen Miranda em 1935); "Dos Cruces", de Carmelo Larrea, e o frevo "Não Existe Pecado ao Sul do Equador", de Chico Buarque e Rui Guerra, cujo arranjo evoca a batida da disco music, que naquela época já era executada no Brasil inteiro.
A regravação da canção, originalmente gravada pelo autor 5 anos antes no censurado álbum Calabar, impulsionou as vendas do álbum e foi utilizado como tema de abertura da novela global Pecado Rasgado, de Sílvio de Abreu.
Em "Seu Tipo" (1979), Ney tirou pela primeira vez a fantasia para se apresentar de cara limpa. O repertório foi puxado pela faixa-título, de autoria do então desconhecido Eduardo Dusek em parceria com Luís Carlos Góis, bem como Tom Jobim ("Falando de amor") e canções de Fátima Guedes ("Dor Medonha") e Joyce ("Ardente"), compositoras que despertavam na emergente cena feminina de 1979, a regravação de "Rosa de Hiroshima" de Gerson Conrad sobre poema de Vinícius de Morais, "Tem gente com fome" (poema de Solano Trindade musicado por João Ricardo) e "Encantado" (versão de Caetano Veloso para "Nature boy" de autoria de Eden Ahbez, sucesso de Nat King Cole).
Repertório e características
Ney terminou a década de 1970 e começou a de 1980 totalmente transgressor, sendo ameaçado várias vezes pela ditadura militar. Nesse período, Ney lançou alguns dos maiores sucessos: "Homem com H", "Vida, Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Vereda Tropical", "Amor Objeto", "Seu Tipo", "Por Debaixo dos Panos", "Promessas Demais", "Tanto Amar", entre outros.
É considerado um dos principais precursores da androginia enquanto estética de arte, desenvolvida inicialmente com a Tropicália. Apresentando coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, Ney acaba por influenciar toda uma geração de artistas. Também é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais.
O espetáculo "Sou Eu", dirigindo Simone, foi considerado o melhor do ano de 1992, um espetáculo de Cazuza (O Tempo Não Pára), RPM, e ganhou o extinto Prêmio Sharp de Música com os temas Gilberto Gil e Ângela & Cauby, de Ângela Maria e Cauby Peixoto. Atuou também como ator de cinema (no longa-metragem Sonho de Valsa, de Ana Carolina; e no curta Caramujo Flor, de Joel Pizzini), foi responsável pela iluminação de espetáculos de Nana Caymmi, Nélson Gonçalves, Chico Buarque, da Fundação Osvaldo Cruz e peças de teatro, como Somos Irmãs e Mistério do Amor.
Referente a sexualidade, Ney diz que nunca se encaixou em rótulos, defende a liberdade sexual e durante sua vida manteve relações tanto com homens quanto com mulheres. Em conversas, ele também já afirmou que ele é a própria bandeira, quando questionado sobre ser parte da comunidade LGBT e seu apoio ao movimento LGBT.
Década de 1980
Começou a década com o álbum "Sujeito Estranho", de 1980, produzido por Gutti Carvalho, que não obteve maior repercussão. No repertório, todo composto por canções apresentadas no espetáculo Seu Tipo mas que não haviam sido gravadas no álbum homônimo, destaque para a faixa de abertura "Napoleão", da dupla Luli e Lucina; duas canções de Rita Lee ("Doce Vampiro" e "Ando Meio Desligado", esta última em parceria com Arnaldo e Sérgio Baptista) e duas regravações da cantora e compositora Ângela Rô Rô, lançadas por ela no primeiro álbum no ano anterior: "Balada da Arrasada" e "Não há Cabeça".
Prosseguiu com o álbum autointitulado de 1981, que marcou a estreia na gravadora Ariola. O álbum contou com a produção de Mazzola, arranjos de César Camargo Mariano e Lincoln Olivetti, trazendo alguns êxitos como "Viajante", de Teresa Tinoco; "Amor Objeto", de Rita Lee e Roberto de Carvalho, a marchinha "Folia no Matagal" (de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que dois anos antes foi gravado por Maria Alcina, não obtendo sucesso), "Vida Vida" (tema de abertura da novela global Jogo da Vida, de Sílvio de Abreu) e principalmente o forró "Homem com H", de Antônio Barros, que a princípio não queria gravar, o fez depois de muita insistência e se tornou um dos maiores sucessos da carreira, e a participação especial da cantora Gal Costa e da Orquestra Tabajara na faixa "Espinha de Bacalhau", de Severino Araújo - com arranjo e regência do próprio - e Fausto Nilo.
No ano seguinte lançou o álbum "Mato Grosso", produzido por Mazzola, que não obteve o total êxito artístico do disco lançado no ano anterior; o trabalho emplacou outro tema de abertura em novela global, "Promessas Demais", na novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, com destaque também para "Por Debaixo dos Panos", de Cecéu; "Primeiro de Abril", de Antônio Brasileiro e Roderiki; "Alegria Carnaval", de Jorge Aragão (que misturou disco music com samba-enredo, contando com uma bateria de escola de samba) e "Tanto amar", de Chico Buarque - lançada pelo cantor e compositor no ano anterior -, e a canção "Johnny Pirou" teve a execução pública proibida à época do lançamento do disco, que contou inclusive com a participação especial de Rita Lee na faixa "Uai Uai", composta por ela e o marido Roberto de Carvalho.
Em 1983 lançou o disco "...Pois É", com faixa-título de John Neschling e Geraldo Carneiro, cujos maiores sucessos foram "Pro Dia Nascer Feliz", cover do Barão Vermelho, e "Calúnias (Telma eu Não Sou Gay)", versão da canção do Light Reflections "Tell Me Once Again", com a participação especial do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e incluiu também um pot-pourri, que abria o álbum, contendo as regravações dos sucessos ao longo de dez anos de carreira, completados naquele ano.
O álbum subsequente, "Destino de Aventureiro", de 1984, com faixa-título de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, contou com a participação especial do grupo Placa Luminosa. O repertório incluiu músicas do espetáculo calcado na divulgação do trabalho anterior e trouxe duas regravações: outra do Barão Vermelho, "Por Que a Gente é Assim", e a música "Retrato Marrom", gravada pelo cantor sete anos antes, além da canção "Pra Virar Lobisomem", de Cecéu; e o bolero "Vereda Tropical", de Gonzalo Curiel, utilizado como tema de abertura da novela homônima global, de Carlos Lombardi.
Em janeiro de 1985, se apresentou na primeira edição do festival Rock in Rio.
O último trabalho nesse caminho foi "Bugre" (1986), época onde o rock brasileiro se expandiu no mercado fonográfico, por isso o disco apresentou uma sonoridade pop com alta dose de eletrônica, onde o cantor mostrava seu lado compositor assinando músicas com Leoni ("Dívidas de Amor") e a dupla Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, ex-integrantes do grupo RPM.
No repertório, destaque para a regravação de um sucesso do grupo Os Mutantes, "Balada do Louco", de Rita Lee e Arnaldo Baptista, trazendo também algumas canções como o samba-enredo "História do Brasil", de Jorge Aragão e Nílton Barros; "Fratura Não Exposta", de Pisca, Cazuza e Ezequiel Neves; e a rumba "Las Muchachas de Copacabana", de Chico Buarque, gravada também no álbum Malandro, produzido por Homero Ferreira e Carlinhos Vergueiro e alvo de incompreensão por público e crítica.
Com o relativo fracasso de Bugre, em 1987 Ney Matogrosso entra em uma nova fase. Com o elogiadíssimo LP "Pescador de Pérolas", lançado pela gravadora CBS, gravado ao vivo na temporada do projeto A Luz do Solo, ele mostra uma faceta mais segura. Abandona as maquiagens, veste um terno e atrai um novo público.
O repertório deste apresentou clássicos da música brasileira e latina (Dos Cruces, de Carmelo Larrea - esta já gravada pelo cantor; Alma Llanera, de Pedro Elias Gutierrez - que viria a ser regravada dois anos depois - e a célebre Bésame Mucho, da compositora mexicana Consuelo Velásquez), uma ária de ópera (no caso, Mi Par D'udir Ancora - I Pescatori di Perle de Bizet), foi apresentado no teatro Carlos Gomes (compositor campineiro a quem homenageou com a canção Quem Sabe, no repertório deste), contou com a participação especial de quatro músicos: Rafael Rabello (violão), Arthur Moreira Lima (piano), Paulo Moura (sax) e Chacal (percussão).
Motivado pelo êxito artístico e comercial deste, prosseguiu com o denso álbum "Quem Não Vive Tem Medo da Morte" (1988), que não obteve repercussão e a primeira tiragem deste em CD foi pequena e produzida na época do lançamento.
No repertório, algumas canções como "Dama do Cassino", de Caetano Veloso; "Todo o Sentimento", de Chico Buarque em parceria com o pianista Cristóvão Bastos - esta, já gravada por Chico no ano anterior -, "Tudo é amor" (Cazuza e Laura Finochiaro), "Felicidade zen" de Arnaldo Brandão e Tavinho Pais, "Vamos pra lua" de Pisca e Ronaldo Bastos, "Caro amigo" de Lucio Dalla - cantor e compositor italiano -, Aluísio Reis e Byafra - as duas últimas canções foram impostas pela CBS -, e "Chavão abre porta grande" (Itamar Assumpção).
Em 1989 lançou o álbum "Ao Vivo", o último para a extinta gravadora CBS, a qual pouco tempo depois se transformaria na Sony Music, gravado na casa Olympia (SP) em 11 e 12 de março de 1989, voltou a se apresentar com fantasia, o repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras músicas as quais nunca havia gravado, como "Comida" (do repertório do grupo Titãs) e "O beco" (gravada originalmente pelo grupo Os Paralamas do Sucesso), além da regravação da música "Morena de Angola" (Chico Buarque), sucesso na voz de Clara Nunes.
Década de 1990 e projetos especiais
Durante a década de 1990 voltou a trabalhar com Raphael Rabello (no elogiadíssimo álbum "À Flor da Pele", de 1991, lançado pela gravadora Som Livre, que trouxe releituras de clássicos da MPB).
E ao transferir-se para a extinta gravadora PolyGram (atualmente Universal Music), gravou o álbum "As Aparências Enganam" em 1993, junto com o grupo Aquarela Carioca e também álbuns dedicados a intérpretes/compositores, como um abordando o repertório da Sapoti, Angela Maria (Estava Escrito, 1994). Seis músicos participaram do projeto: Leandro Braga (direção musical, arranjos e piano), Bruce Henry (baixo), Fábio Nim (violão), Zero (percussão), Márcio Montarroyos (trompete e flugelhorn) e as participações especiais de Cláudio Jorge (violão) nas faixas "Amendoim Torradinho" de Henrique Beltrão e "Nem Eu" de Dorival Caymmi, e da homenageada na faixa "Só Vives pra Lua", de Othon Russo e Ricardo Galeno.
Já o grupo Aquarela Carioca é formado por: Paulo Brandão (baixo e violão), Lui Coimbra (violoncelo, violão e charango), Mário Sève (saxofone, flauta, flautim e Wind Control Yamaha), Paulo Muylaer (guitarra, viola e flauta) e Marcos Susano (pandeiro e percussão). O álbum "Estava Escrito", dedicado a Ângela Maria, foi o último a ter versão em vinil, que trouxe o mesmo número de músicas que a versão em CD, porém com a ordem das faixas levemente alterada.
Prosseguiu com outro álbum só com canções de Chico Buarque (o elogiadíssimo "Um Brasileiro", 1996) todos produzidos por Marco Mazzola, um voltado para as canções da dupla Tom Jobim e Heitor Villa-Lobos (O Cair da Tarde, 1997).
Dois em homenagem a Cartola (Ney Matogrosso Interpreta Cartola, 2002 e Ney Matogrosso Interpreta Cartola Ao Vivo, de 2003), e o elogiado "Batuque", lançado em 2001, apenas com canções anteriores à revolucionária década de 1960, priorizando canções de Carmen Miranda, além de um disco com canções inéditas, homenageando compositores da nova geração (Olhos de Farol, 1999).
Década de 2000
Ney Matogrosso no Auditório Ibirapuera, São Paulo, 2006.
Em 2004 voltou aos meios de comunicação com o projeto "Vagabundo", em que canta com o grupo carioca Pedro Luís e a Parede com produção de Carlos Matau, obtendo relevante sucesso de público e crítica, originando também um espetáculo homônimo, do qual saiu o álbum ao vivo e o DVD, gravado na casa Olympia (SP) em 15 de julho de 2005.
Estreou no segundo semestre de 2007 um dos espetáculos mais comentados, "Inclassificáveis", originando um CD, lançado pela gravadora EMI com produção de Ricardo Fábio, gravado em dezembro e um DVD. Este permaneceu em cartaz até 2009 contando com apresentações pelo Brasil inteiro, com visual impactante e andrógino, e sonoridade comportando apenas guitarra, violão, percussões, programações e baixo.
Em junho de 2008 os 15 primeiros discos do artista foram reeditados em CD, na caixa "Camaleão", que também trouxe um CD com gravações avulsas, em participações especiais do artista em projetos especiais e discos de outros artistas, bem como sobras de estúdio, fonogramas de compactos raros, registros ao vivo e músicas gravadas exclusivamente para a trilha sonora de novelas e filmes (Pérolas raras) e outro trabalho coletivo, com Caetano Veloso e João Bosco (Brazil Night - Montreux 83), gravado ao vivo em Montreux, na Suíça, em 9 de julho de 1983; Ney apresentou o espetáculo Mato Grosso, cujo repertório era baseado no trabalho homônimo lançado em 1982; o repertório do referido álbum trouxe as músicas Deixar você e Andar com fé - ambas de Gilberto Gil -, Napoleão (apresentada no álbum Sujeito Estranho) e Folia no matagal (do repertório do álbum autointitulado de 1981).
Protagonizou o especial da Rede Globo exibido em 28 de junho do mesmo ano, cantando músicas de Cazuza.
Ainda em 2008, regravou a música "Lig Lig Lig Lé" para ser a abertura da novela das seis Negócio da China, de Miguel Falabella, e fez uma participação como um dançarino em Macau nesta novela, logo no primeiro capítulo. Também participou do curta-metragem "Depois de tudo" do diretor Rafael Saar.
Em março de 2009, Ney protagonizou o filme "Luz Nas Trevas", de Helena Ignez, roteiro de Rogério Sganzerla, continuação do filme "O Bandido da Luz Vermelha", de 1968.
No final do mesmo ano lançou o elogiado CD "Beijo bandido", com produção de Paulo Junqueiro e Victor Kelly, que conta com a participação especial de quatro músicos: Leandro Braga, que já havia trabalhado com o cantor em projetos anteriores (piano), Ricardo Amado (violino e bandolim), Felipe Roseno (percussão) e o multi-instrumentista Lui Coimbra (violoncelo e violão), trazendo músicas inéditas e regravações.
Atualidade (2010-presente)
Em 2012, Ney Matogrosso atua no filme "Gosto de Fel", de Beto Besant e lança o documentário "Olho Nu", dirigido por Joel Pizzini, num autorretrato em terceira pessoa que atravessa a carreira do cantor e reúne um rico acervo audiovisual.
“Sem idade, dribla seus 71 anos e faz acreditar que a eternidade existe, ao menos, por uma hora e quarenta minutos.”
- Julio Maria, crítico do jornal O Estado de S. Paulo, março de 2013.
Após anos testando novas composições em seus shows, Matogrosso gravou 14 destas canções no álbum "Atento aos Sinais", lançado em 2013.
Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor Cantor de Pop/rock/reggae/hip-hop/funk e Melhor Álbum do mesmo gênero.
Em 2019, Ney Lançou o álbum "Bloco na Rua", em referência à canção, "Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua", de Sérgio Sampaio. No final do ano, lança o registro do show em áudio e vídeo. A turnê homônima, interrompida pela pandemia de covid-19, foi retomada em 2022.
Em agosto de 2021, lançou o EP "Nu Com a Minha Música", trabalho formado por quatro canções: a faixa-título, “Mi Unicornio Azul”, “Se Não For Amor Eu Cegue” e “Gita”, clássico absoluto do repertório de Raul Seixas.
Em 2023, Simone e Ney Matogrosso, ambos com início de carreira em 1973, gravaram juntos pela primeira vez em estúdio. A canção escolhida foi "Por que Você Não Vem Morar Comigo?", uma composição de Chico César. O projeto, que comemora 50 anos da carreira de ambos, teve como produtores Marcus Preto e Pupillo.
Em 2025, Ney recebeu uma cinebiografia, "Homem com H", com o cantor sendo interpretado por Jesuíta Barbosa .
Será enredo da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense no Carnaval do Rio de Janeiro em 2026.
Filmografia - Cinema
Ano Título Personagem Diretor 1988 Caramujo Flor Manoel de Barros Joel Pizzini, Curta-Megragem
2012 Luz nas Trevas A Volta do Bandido da Luz Vermelha Helena Ignez, Longa-Metragem
2013 A Olho Nu Ele mesmo Joel Pizzini Documentário
2017 Quando o Galo Cantar Pela Terceira Vez Renegarás Tua Mãe, Inácio Aaron Salles Torres, Longa-Metragem
2025 Nunca Te Prometi Um Mar de Rosas, João Bosco Aaron Salles Torres, Longa-Metragem
Televisão
Ano Título Personagem 2012 3% Leonardo Álvares Série
Discografia
Álbuns de estúdio
Água do Céu - Pássaro (1975) Bandido (1976) Pecado (1977) Feitiço (1978) Seu Tipo (1979) Sujeito Estranho (1980) Ney Matogrosso (1981) Mato Grosso (1982) ...Pois É (1983) Destino de Aventureiro (1984) Bugre (1986) Quem Não Vive Tem Medo da Morte (1988) As Aparências Enganam (1993) - com Aquarela Carioca Estava Escrito (1994) Um Brasileiro (1996) O Cair da Tarde (1997) Olhos de Farol (1999) Batuque (2001) Ney Matogrosso Interpreta Cartola (2002) Vagabundo (2004) - com Pedro Luís e a Parede Inclassificáveis (2008) Beijo Bandido (2009) Atento aos Sinais (2013) Bloco na Rua (2019) Nu Com a Minha Música (2021)
Ao vivo
Pescador de Pérolas (1987) Ao Vivo (1989) À Flor da Pele (1991) - com Raphael Rabello Vivo (2000) Ney Matogrosso Interpreta Cartola Ao Vivo (2003) Canto em Qualquer Canto (2005) Vagabundo ao Vivo (2006) - com Pedro Luís e a Parede Beijo Bandido Ao Vivo (2011) Atento aos Sinais Vivo (2014)
Coletâneas
Vinte e Cinco (1996) Outros A Floresta do Amazonas de Villa-Lobos (1987)
Prêmios
4 vitórias & 10 indicações.
Troféu Imprensa 1982.
Cantor do ano / Música do ano - Homem com H.
Prêmio Contigo Cinema, Brasil.
Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha (2010) 2012 Indicado Jury Award Best Actor (Melhor Ator) Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha.
CinEuphoria Awards.
Caminhos Magnétykos (2018) 2019 Vencedor CinEuphoria.
Best Supporting Actor - National Competition.
Caminhos Magnétykos Caminhos Magnétykos (2018) 2019 Indicado CinEuphoria.
Best Ensemble - National Competition.
Caminhos Magnétykos Caminhos Magnétykos (2018) 2019 Indicado.
CinEuphoria Best Song (Original or Adapted) - International Competition.
Caminhos Magnétykos Gérson Conrad also a nominee for the music of the song "Rosa de Hiroshima". Compartilhado com: Vinicius de Moraes
Latin Grammy Award.
Ney Matogrosso 2022 Indicado Latin Grammy Award Best MPB (Musica Popular Brasileira) Album For "Nu Com a Minha Música" Ney Matogrosso.
2014 Vencedor Lifetime Achievement Award.
2014 Indicado Latin Grammy Award Best Brazilian Contemporary Pop Album For "Infernynho - Marília Bessy Convida Ney Matogrosso" (Marília Bessy e Ney Matogrosso).
2008 Indicado Latin Grammy Award.
Best Brazilian Contemporary Pop Álbum.
2001 Indicado Latin Grammy Award.
Best MPB (Musica Popular Brasileira) Álbum.
Segundo Violeta Weinschelbaum, "o magnetismo de sua figura, a atração decididamente sexual que Ney Matogrosso produz sobre o palco é algo inimaginável". A biógrafa Denise Pires Vaz também escreve: "Dos cantores brasileiros, Ney Matogrosso é um dos poucos, senão o único, que pode merecer o título de showman".
- Pesquisa, seleção, montagem de fotos e complemento de textos: João Gonçallves.
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