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Alcântara: Novo Comandante diz que CLA já está pronto para lançamento do VLS* Tenente-coronel César Demétrio disse que dará continuidade às atividades do Centro de Lançamento de Alcântara para as operações de grande porte.
Tenente-coronel César Demétrio passa em revista militares do CLA.
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) está pronto para operações de grande porte, e a primeira deve acontecer entre o segundo semestre deste ano ao início de 2013, com o Veículo Lançador de Satélites (VLS). A informação foi dada na manhã de ontem pelo tenente coronel César Demétrio Santos ao assumir o comando do CLA em substituição ao tenente-coronel Ricardo Rodrigues Rangel.
César Demétrio, em seu pronunciamento, disse que a sua gestão tem o compromisso de dar continuidade às atividades desenvolvidas pelo CLA, incluindo as operações de treinamento e preparação do lançamento do VLS.
"Nós já temos programados oito lançamentos de pequeno e médio porte para este ano. O VLS já começou a ser testado em solo e o primeiro voo deve acontecer até o início de 2013", disse o coronel, que se declarou com muita expectativa para executar o projeto. "Eu gerenciei a reconstrução da TMI e agora vou acompanhar a conclusão de um investimento que é de extrema importância para o Programa Espacial como um todo", declarou. Ele gerenciou o projeto de reconstrução da Torre Móvel de Integração (TMI) do Centro, destruída em acidente em 2003, que agora se encontra em fase de conclusão, e também foi responsável pela coordenação do novo modelo do VLS, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), e que está em fase de testes em São José dos Campos (SP).
Natural de São Paulo, César Demétrio chega ao comando do CLA em um período de decisões envolvendo a base de Alcântara. Ele vai comandar a execução dos projetos que ajudou a elaborar envolvendo a TMI e o VLS. A estimativa é que até o início do próximo ano seja possível a realização de um lançamento experimental do Veículo Lançador de Satélites. A atividade marcará o retorno do CLA em operações de lançamentos de foguetes de grande porte, uma experiência que foi interrompida em agosto de 2003 quando aconteceu um incêndio durante os preparativos para o lançamento do VLS.
Relações - A troca de comando acontece em um período bastante favorável ao CLA. Além dos avanços tecnológicos que estão atraindo investimentos internacionais, nos últimos anos houve um estreitamento das relações da Aeronáutica com a comunidade do município.
O Centro apóia as comunidades de Alcântara, principalmente com geração de empregos e de renda. Anualmente, o montante de salários pagos a servidores civis e militares que moram na cidade ultrapassa R$ 5 milhões, fomentando, assim, a economia local. Indiretamente, também são oferecidos empregos pelas empresas que prestam serviço ao Centro, contribuindo para o desenvolvimento da região.
Na área educacional, o Centro auxilia na redução da taxa de analfabetismo proporcionando vagas na Escola Caminho das Estrelas, na qual 70% dos alunos são da Península de Alcântara. No ensino médio, o CLA apóia o Instituto Federal do Maranhão - IFMA, localizado em Alcântara, com estágios e parcerias.
Coronel Rangel Destaca os Avanços Tecnológicos
O coronel Ricardo Rangel, que deixou o comando do CLA ontem, após dois anos de direção, destacou os avanços realizados que, segundo ele, foram essenciais para transformar o centro de lançamento em uma referência internacional.
Ele enumerou como fatos marcantes de sua gestão as obras de construção da nova Torre Móvel de Integração (TMI), a aquisição de equipamentos e a intensificação de atividades de lançamentos de foguetes que permitiram mais treinamento nos setores tecnológicos e também das equipes de trabalho. "O maior progresso alcançado está relacionado com o aumento da capacidade operacional das equipes técnicas, que somente foi obtido com os resultados do projeto Foguete de Treinamento, que teve início em 2008. Este projeto permitiu avaliar e aprimorar os procedimentos técnicos de todos os setores relacionados com os lançamentos, principalmente os das áreas de preparação, integração, montagem e de segurança de vôo", explicou Rangel.
Idealizador do programa de treinamento de foguetes do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o coronel Rangel disse que o CLA está respaldado para operações maiores, minimizando os riscos de falhas, pois a cada lançamento foi possível testar imperfeições nos sistemas e alinhar as equipes para atividades espaciais mais complexas. "Os centros brasileiros tinham, até 2008, uma baixa ocorrência de lançamentos, o que causava uma redução na capacidade operacional dos profissionais e conseqüentes riscos para operações de veículos lançadores de satélites e de foguetes de sondagem transportando experimentos científicos e tecnológicos", afirmou.
Sobre os anos de sua gestão - 2010 e 2011 - à frente do CLA, o coronel Rangel acredita que o projeto de foguetes de treinamento foi aplicado com bastante eficiência. "Nem sempre o que é projetado no papel se mostra a melhor solução na realidade. É necessário realizar diversos lançamentos para que se possa atingir um estado de maturidade no desenvolvimento deste tipo de equipamento. Com os resultados obtidos nos últimos dois anos, foi possível chegar a um projeto sólido e seguro", declarou.
Currículo Resumido do Novo Diretor do CLA
- Ten. Cel César Demétrio Santos - Estado de nascimento: São Paulo - Formação: Graduado em Engenharia Mecânica- Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica; pós-graduado na Área de Mecânica dos Sólidos e Estrutura pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica
Principais Funções
- Chefe da Divisão de Sistemas Aeronáuticos do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) - Gerente da Reconstrução da Torre Móvel de Integração - Gerente do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) - Chefe da Coordenadoria de Projetos Espaciais do IAE.
* Informações de Bruna Castelo Branco/O Estado do Maranhão, Via Brazilian Space. 13/01/2012
- Foto: Douglas Júnior.
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Brasil espacial: AEB discute Engenharia Aeroespacial com universidades AEB e Universidades discutem futuro dos cursos de Engenharia Aeroespacial*
Com o objetivo de aproximar as universidades que oferecem o curso de Engenharia Aeroespacial da Agência Espacial Brasileira (AEB), será realizado, na quinta-feira (8), o 1º Encontro dos Coordenadores de Cursos de Engenharia Aeroespacial. O evento acontecerá no auditório principal da AEB, onde estarão presentes representantes da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segundo Paolo Gessini, um dos responsáveis pelo curso de Engenharia Aeroespacial, recém-criado na UnB, a experiência integrará todas as instituições de ensino brasileiras e órgãos relacionados à engenharia aeroespacial. “É importante sabermos o que cada um faz para o desenvolvimento do programa espacial e expansão da área”, comenta.
A parte da manhã será dedicada à apresentação da estrutura de cada curso, com definição das disciplinas, da infraestrutura, dos laboratórios e do corpo docente, enquanto o período da tarde será dedicado à discussão e elaboração de uma Política Aeroespacial, com estratégias combinadas entre as Universidades, a AEB e outras instituições e empresas. Participará da discussão o Dr. Marco Antônio Raupp, presidente da AEB.
Além disso, será apresentado um panorama geral sobre o potencial nacional da colaboração Brasil-Ucrânia, iniciada pela Universidade de Brasília (UnB) com as universidades ucranianas Dnipropetrovsk National University (DNU) e National Aeroespace University / Kharkiv Aviation Institute (NAU / KhAI).
A abertura será às 9h e a discussão final está prevista para 16h, seguida pelo encerramento.
Cronograma:
9h – Início da reunião na AEB (com abertura dos Professores Manuel Barcelos, Paolo Gessini e membros da AEB).
9h30 – Começo das apresentações dos coordenadores.
12h – Pausa para o almoço.
14h – Reunião com o Presidente da AEB, Dr. Marco Antônio Raupp.
16h – Discussão Final.
17h30 – Encerramento.
* Informações da AEB.
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Novo perfil: A AEB de Dilma e Mercadante Eles sinalizam que uma "nova era" pode estar prestes a ser vivida pela Agência Espacial Brasileira.
Por Pepe Chaves* De Belo Horizonte-MG para ASTROvia 19/05/2011
A presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante: sinais de vida inteligente no seio da AEB.
A Agência Espacial Brasileira (AEB), subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), atualmente ocupado pelo empresário e político Aloizio Mercadante (PT), nomeou o seu assessor de Cooperação Internacional. Trata-se do professor José Monserrat Filho, advogado, especialista em direito espacial e vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), quem detém um vasto currículo na área espacial.
Nos últimos três anos, Monserrat dirigiu a Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), durante a gestão do Ministro Sergio Rezende. Ele sucede o Embaixador Carlos Campelo que ocupou o cargo desde a fundação da AEB, há 17 anos.
Cientistas na área
A nomeação vem de encontro com recentes declarações do ministro Mercadante, deixando entender que pretende dotar a agência de servidores com formação compatível com a área, evitando nomeações por motivos políticos, como em outrora. Na gestão de Lula a AEB ficou praticamente na mão do PSB, comandado pelo recentemente exonerado da Alcântara Cyclone Space, Roberto Amaral.
Naquele período – como em outros do anterior governo FHC – a agência foi bastante criticada, além de ser acusada por efetuar desperdícios de verbas de toda natureza, sobretudo, com consultorias incapazes de lançar um avião de papel. Um volume milionário de verbas foi gasto pelas últimas gestões, sem proporcionar, sequer, a viabilização de um único projeto de expressividade.
Além de a Agência Espacial Brasileira não ter “decolado” nenhum projeto de grande envergadura, o programa para Veículos Lançadores de Satélites (VLS) – prioridade nacional, no momento -, que empreende uma parceria ucraniana, continua sendo um sonho distante da realidade.
Na verdade, mudanças 'radicais' na AEB tiveram início em março de 2011, quando o Ministério da Ciência e Tecnologia exonerou o economista Carlos Ganem e nomeou o físico Marco Antonio Raupp à presidência da agência. Raupp é matemático, ex-diretor geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A nomeação de um técnico da área sinalizou que novas possibilidades realmente poderiam estar por vir.
'A AEB de Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante sinaliza às possibilidades de gestões mais racionais dentro da agência espacial do Brasil, inclusive, que possam considerar de maneira mais respeitável, os parcos recursos'
Relações 'externas'
No Brasil, a necessidade de "arrumar a casa" no campo espacial é urgente, conforme mostrou uma recente reportagem da revista ‘Isto É’ (29/04/2011) denunciando a estreita atuação de um lobista junto a projetos estratégicos do país. Entusiastas e pesquisadores estão cientes de ações repletas de desperdícios na agência - inclusive, algumas delas foram denunciadas e viraram matérias de Justiça.
Daí a necessidade de uma boa gestão por parte de José Monserrat Filho no setor das relações internacionais, cujo sucesso, implicará, sobretudo, na eliminação de lobistas e atravessadores de variadas estirpes políticas, que costumam aterrissar sobre verbas públicas de toda natureza. Isso seria de fundamental importância para o efetivo sucesso do programa espacial brasileiro, cujo custo total gira em torno de meio bilhão de reais - o que é pouco, diante à demanda de outras necessidades.
A partir do instante em que o Brasil puder executar lançamentos de satélites, através da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), outras portas vão se abrir no campo espacial. É necessário saber aproveitar a localização estratégica do Centro de Alcântara, no Maranhão e tirar proveito disso em prol do país. Como também é necessário envolver não somente acadêmicos da área, mas aproximar jovens estudantes dos temas tratados pela agência espacial, criando estágios, oficinas, cursos e maior interação com o meio estudantil em geral, de onde deverão sair os nossos futuros "tupinautas".
Portanto, ainda que em suaves esboços, a AEB de Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante sinaliza às possibilidades de gestões mais racionais dentro da agência espacial do Brasil, inclusive, que possam considerar de maneira mais respeitável, os parcos recursos - se comparados aos de países similares em PIB - destinados às pesquisas e desenvolvimentos de projetos tecnológicos na área espacial.
Lembramos que, dos BRIC, o Brasil é o país mais atrasado no setor espacial – bem distante do terceiro colocado, a Índia que já é capaz de colocar em órbita os suas próprias produções. E, possivelmente, isso não deve mudar nas próximas gerações. Mas, contraditoriamente, esse fato se torna um motivo a mais para entendemos a vastíssima demanda de trabalhos que urgem nessa área de suma importância para o desenvolvimento de tecnologias próprias, evidenciando, em contrapartida, a soberania e o reconhecimento internacional.
Enfim, somente agora, muitos acreditam que a AEB possa estar apenas começando. O que já seria um bom começo.
*Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e do portal especializado ASTROvia.
- Foto: Blog da Dilma.
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