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América Central

 

Nicarágua:

País pede socorro contra violência

Após morte de alunos, bispos convocam protesto pacífico na Nicarágua*.

 

A pedido do governo, a Igreja Católica aceitou mediar um diálogo com setores da sociedade civil para superar a crise.

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Após dois estudantes terem sido mortos dentro de uma igreja, bispos nicaraguenses convocaram um protesto pacífico contra a escalada da violência no país. Os alunos foram para a igreja tentar se proteger dos ataques de grupos paramilitares ligados ao governo.

 

“Hoje, como nunca, os direitos humanos estão sendo violados na Nicarágua”, diz o comunicado, pedindo aos fiéis que fiquem jejum na próxima sexta-feira (20). Os bispos fazem ainda um apelo a todos “especialmente aos policiais, militares e demais funcionários públicos” que não apoiem “direta ou indiretamente” as ações do presidente Daniel Ortega e seu partido político.

 

Em menos de três meses, mais de 260 pessoas foram mortas na Nicarágua – muitas delas universitários. O estopim dos protestos foi uma reforma da previdência, no dia 18 de abril, que acabou sendo revogada. Mas as manifestações continuaram e se transformaram em um movimento nacional contra a violenta repressão, que sofreu uma nova escalada nos últimos dias, com ataques contra igrejas e o clero.

 

A pedido do governo, a Igreja Católica aceitou mediar um diálogo com setores da sociedade civil (estudantes, agricultores, empresários e organizações de defesa dos direitos humanos) para superar a crise. Um dos requisitos era a participação de organismos internacionais – como a Comissão Interamericana da Direitos Humanos (CIDH) – na investigação das mortes, das prisões arbitrárias e dos ataques, ocorridos durante as manifestações.

 

A CIDH, entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), já apresentou dois relatórios. Ambos responsabilizam as forças de segurança, franco-atiradores e grupos paramilitares, simpatizantes do governo, pelas mortes. Um grupo de investigadores analisou provas balísticas, depoimentos das vítimas e imagens e concluiu que o governo nicaraguense está “atirando para matar”.

 

O governo rejeitou a conclusão dos dois relatórios da CIDH, alegando que foram parciais, mas permitiu que a comissão continue investigando as denúncias.

 

Ortega fez história na Nicarágua, liderando a Revolução Sandinista de 1979, que acabou com a ditadura de Anastasio Somoza. Porém a guerra civil continuou até 1990. Em 2016, Ortega conquistou o terceiro mandato presidencial consecutivo e elegeu a mulher vice-presidente. A votação - sem a presença de observadores internacionais – foi questionada pela oposição e também por antigos aliados do ex-guerrilheiro esquerdista.

 

Áudios

 

A situação na Nicarágua tem sido acompanhada diariamente pelo secretario-executivo da CIDH, o brasileiro Paulo Abrão, que tem recebido áudios e vídeos dos últimos acontecimentos no pequeno país centro-americano.

 

Várias gravações, transmitidas em tempo real, registram o som de tiroteios. Ao mesmo tempo, o governo nicaraguense mostrava imagens de festejo dos 39 anos da Revolução Sandinista. Antigos guerrilheiros acusam Ortega e a mulher e vice-presidente, Rosario Murillo, de querer instalar uma dinastia política e corrupta – igual a de Somoza.

 

Em entrevista à Agência Brasil, Abrão disse que as forças de segurança e os paramilitares ligados ao governo “atiraram para matar”. Segundo ele, ocorreram duas etapas. Na primeira, Ortega reconheceu que havia problemas e pediu ajuda apara solucionar-lós. “Nesta segunda fase, Ortega está negando os fatos e responsabiliza a violência ao confronto entre grupos a favor e contra do governo”, disse.  

 

* Informações de Monica Yanakiew/Agência Brasil.

   16/07/2018

 

- Foto: Divulgação.

 

 

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