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Musical

 

 

Música brasileira:

MPB se despede do inspirado Lô Borges

Músico co-fundador do Clube da Esquina ao lado de Milton Nascimento faleceu no dia 02/11, no Hospital Unimed, em BH. Dias antes, ele fora internado por uma intoxicação causada por remédios.

 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

03/11/2025

 

Nascido em Belo Horizonte, Lô Borges se projetou pelo mundo, como um grande compositor, harmonista, arranjador e cantor instrumentista.

 

LÔ BORGES - ANTES DAS RÁDIOS FMs, PELA MINHA PERSPECTIVA

 

O ano era 1978. Eu, meu irmão Joel e alguns amigos estávamos acampados no sítio de minha tia em Itaúna. Sempre levávamos um radinho de pilha e foi nele e lá na roça, quando pude ouvir pela primeira vez uma música de Lô Borges. Não havia rádio FM ainda no Brasil, e eu nem sonhava o que seria o Clube da Esquina - que vim a saber detalhadamente mais tarde.

 

Sei que, ao ouvir "Equatorial" na rádio Capital AM de BH; aquela voz, aquela letra e aquele instrumental (principalmente os teclados), me fez abrir um mágico horizonte sonoro e musical à minha frente - foi o mesmo que senti quando ouvi Yes pela primeira vez. Cheio de curiosidade, eu esperei a música acabar para ouvir o locutor dizer quem estava cantando: Lô Borges. Com meus 14 anos na época, nem sonhava quem era... Mas procurei saber, e soube. Mais adiante, já nos anos 80, Lô Borges fez uma apresentação em um cinema no centro de Itaúna, o antigo Cine Bagdá, que para mim foi um grande prazer vê-lo ao vivo pela primeira vez e ainda na minha cidade.

 

Alguns anos mais tarde, meus melhores amigos em Itaúna compartilharam uma república para estudar em BH, onde eu costuma a ir sempre que podia. E foi aí, nestas idas a BH que pude saber detalhadamente quem era Lô Borges, e também o restante de sua inspirada família musical: Solange, Yé, Márcio, Marilton, Telo e Nico, além do pai, Sr. Salomão. Na época, o álbum em família "Os Borges" fez a nossa cabeça!

 

Soube também de sua amizade e parcerias com Milton "Bituca" Nascimento, quem praticamente o revelou à música brasileira, ao colocá-lo em uma gravadora pela primeira vez. Essas parcerias entre ambos e outros letristas, foram chamadas depois de Clube da Esquina. Este nome veio pelo fato de que tocavam violão juntos na esquina da casa do Lô, no bairro de Santa Tereza, em BH, entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis - onde hoje há uma placa de reconhecimento colocada pelo Governo do Estado.

 

Naquela época, eu e alguns amigos, fomos assistir a um show do Lô no Palácio das Artes que, para mim, foi uma das mais memoráveis apresentações que pude assistir ao vivo. Naquele mesmo palco também tocou o Sagrado Coração da Terra, de Marcus Viana - um brinde à parte.

 

Mais tarde, já nos anos de 2000 fiz uma entrevista com a banda 14 Bis para a revista UFO. Foi após uma apresentação da banda num parque municipal às margens da lagoa da Pampulha. E por sorte, lá estava Márcio Borges, o inspirado letrista irmão do Lô e seu maior parceiro. Eu pedi, ele aceitou e me concedeu uma entrevista gravada ali para Via Fanzine, onde falou muito de suas parcerias com Lô, do Clube da Esquina e de música brasileira de modo geral.

 

Uns dois anos depois, Lô foi se apresentar em Itaúna novamente. Desta vez, no palco externo do Espaço Cultural, no centro da cidade. Foi um show sensacional, onde executou algumas de suas principais composições. Havia um telão exibindo imagens de discos voadores, e registros de avistamentos e tal, e depois soube, através do meu saudoso amigo, o ufólogo Alberto do Carmo (que foi amigo pessoal de Lô, e me contou vários casos da época em que conviveu com ele) que Lô e Márcio tiveram um avistamento ufológico incrível em BH, sobre o qual não gostavam de falar.

 

Acordando hoje com a notícia da morte de Lô me vêm à memória todas estas lembranças, além outras relativas ao músico que não citei aqui. Sei que, musicalmente, Lô Borges me acrescentou muito em vários sentidos. Exímio violonista e guitarrista, super compositor, um dos grandes harmonistas do país, além de sua voz imortal, sua excelente dicção trazendo algumas das melhores letras já escritas do Brasil.

 

Para mim, Lô foi o músico brasileiro mais completo que pude ver nesta vida - Milton não concorre.

 

A meu ver, mesmo não sendo reconhecido como devia pelos brasileiros, Lô fez um trabalho irretocável e seu legado permanecerá eterno enquanto houver humanidade na Terra.

 

+ Paz e luz a Salomão Borges Filho.

 

* Pepe Chaves é jornalista e editor da Rede Zinesfera de Portais.

 

- Imagem: Divulgação.

 

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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