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Curiosity em Marte

Marte:

NASA desfaz expectativa de ‘notável descoberta’

Em recente comunicado, a NASA contradiz a declaração inicial de John Grotzinger,

que gerou a especulação sobre uma suposta descoberta notável pelo Curiosity em Marte.

Por Pepe Chaves*

De Belo Horizonte-MG

Para ASTROvia

29/11/2012

O Jipe robô Curiosity se encontra dentro de uma cratera em Marte, onde busca

vestígios de vida microbiana que ali teria existido no passado daquele planeta.

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Após criar expectativa pela declaração de John Grotzinger, diretor da missão Curiosity para o JPL (NASA), a agência espacial americana esfriou os ânimos sobre uma suposta novidade marciana nessa quarta-feira, 28/11.

Primeiramente, Grotzinger havia afirmado a uma rádio que o jipe robô Curiosity teria feito em Marte uma descoberta "digna de entrar para os livros de história". A entrevista foi divulgada na terça-feira, 20/11 e se referia às análises feitas pelos equipamentos do robô marciano, insinuando que substâncias de origem orgânica poderiam ter sido encontradas nas amostras analisadas.

Logo após a declaração, a agência espacial americana anunciou que uma entrevista coletiva à imprensa foi marcada para as 9h (horário local) do dia 03/12, em San Francisco, Califórnia (EUA), durante a Reunião Outonal da União Geofísica Americana (AGU). Segundo a NASA, na ocasião, serão prestadas as últimas informações sobre os quase quatro meses de atividades do Curiosity em Marte. Esta conferência de imprensa será transmitida ao vivo USTREAM TV, acessível em http://www.ustream.tv/nasajpl.

O Curiosity foi enviado até a cratera Gale, no planeta vermelho, para tentar encontrar vestígios de vida no passado, já que aquele local foi anteriormente considerado propício pelos cientistas. O jipe robô da NASA, aterrou com sucesso na cratera Gale durante a madrugada de 06/08/2012.

A distância entre Marte e a Terra varia de 56 a 400 milhões de quilômetros, dependendo do alinhamento de cada planeta em relação à sua órbita solar. Todos os comandos enviados pelos cientistas da NASA (em Pasadena, Califórnia) ao jipe robô demoram cerca de 40 minutos e vice versa. Este é tempo gasto para que o sinal contendo dados ou imagens percorra o espaço que separa os dois planetas.

Água fria na empolgação

No entanto, nesta última quarta-feira, Guy Webster, responsável pelas relações com a imprensa para o JPL, emitiu um comunicado onde reduz a expectativa em torno de uma suposta descoberta revolucionária no planeta vermelho, conforme anunciada anteriormente por um integrante da própria agência espacial americana.

Ao contrário disso, em comunicado oficial publicado na página do JPL, representando a NASA, Webster afirma que, “Rumores e especulações de que há importantes e novas descobertas da missão nesta fase inicial estão incorretas. A entrevista coletiva de 03/12 será uma atualização sobre o uso da primeira gama completa de instrumentos analíticos do robô que investiga o solo arenoso. O Curiosity ainda está verificando se uma classe de substâncias colhidas pode ser de compostos orgânicos - contendo carbono, substâncias químicas que compõem os ingredientes básicos para a vida”.

Ainda de acordo com o informe, até o momento não foi encontrado nada de anormal nas amostras colhidas, “Neste ponto da missão, os instrumentos do robô não detectaram qualquer evidência definitiva de orgânicos marcianos”. E complementa, “O projeto The Mars Science Laboratory (NASA-PJL) e seu robô Curiosity estão a menos de quatro meses em uma privilegiada missão de dois anos para investigar se as condições da cratera Gale, em Marte, podem ter sido favoráveis para vida microbiana”.

Desta maneira, em seu recente comunicado, a NASA contradiz a declaração inicial de John Grotzinger, a qual gerou toda a especulação em torno desse assunto, ao afirmar que, “A missão já encontrou um leito antigo no planeta vermelho, mas não há qualquer expectativa de que notáveis descobertas estejam por vir”.

A NASA também afirma que o Curiosity se encontra com boa saúde e que o jipe robô “tem superado as expectativas para exercer a sua missão, uma vez que conta com todos os instrumentos e sistemas de medição em perfeito desempenho”.

Portanto, se de fato há vestígios de alguma espécie de vida microbiana no longínquo passado de Marte, tal confirmação ainda permanece incerta e não deve ser anunciada pela NASA, por enquanto.

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e da Rede VF.

- Com informações de Nasa/JPL e tradução do autor.

- Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech/MSSS.

- Colaborou: José Ildefonso P. de Souza (SP).