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RELEASE - TV FANZINE

 

Desenterrando segredos:

Achado arqueológico em Itaúna

Pedaços de objetos de cerâmica indígena são encontrados e revelados pela TV FANZINE.

Achado arqueológico é registrado pela primeira vez na cidade através do "Matas de Minas".

 

Por Pepe Chaves*

Para TV FANZINE

Belo Horizonte-MG

08/02/2012

 

Peças de cerâmica indígena, possivelmente de origem cataguás, encontradas no início de janeiro de 2012.

Todo esse material foi desenterrado de uma cova nas matas de Itaúna, no Centro-oeste de Minas Gerais.

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Cerâmica secular

 

Em pedaços de tamanhos variados e até mesmo inteiros, objetos de cerâmica encontrados soterrados já foram relatados noutras épocas e em pontos distintos do município de Itaúna, na região Centro-oeste de Minas.

 

Geralmente, essas produções são atribuídas às antigas tribos indígenas, dos cataguases, que habitaram a região antes da chegada dos colonizadores.

 

Dessa vez, num ato de pura sorte, enquanto percorríamos uma trilha numa mata na periferia da cidade, no início do mês de janeiro, encontramos com um mateiro da região, chamado "Izé", que nos concedeu uma informação preciosa. Ele disse que havia descoberto a pouco o que chamou de uma antiga “panela de barro”, semi-soterrada a somente alguns metros do local de nosso encontro.

 

Seguindo pela trilha, o rapaz me levou até o local onde estaria enterrado o suposto objeto. E, de fato, havia alguma coisa ali, já semi-escavada por ele. Disse que passando por aquela trilha alguns minutos antes, avistou apenas uma pequena borda de cerâmica cozida saindo do chão, o que chamou sua atenção.

 

Explicou que usou somente uma faca na tentativa de retirar o objeto, mas a terra estava muito dura e por isso desistiu. Alguns cacos do material e terra retirada foram deixados ao lado. Ele não demonstrou interesse algum pelo objeto e me sugeriu voltar à cidade, pegar ferramentas apropriadas e retirar os pedaços de cerâmica do local.

 

Seguindo a sua sugestão, retornei à cidade, peguei facas de mesa, colheres e até uma grande tesoura e me dispus a cavar pacientemente em torno dos cacos para retirá-los sem causar danos e manter a originalidade do achado. A preocupação era fazer isso antes do por do sol, pois não desejava deixar parte do achado exposta no local.

 

A escavação e alguns cacos já retirados. A cova revela o formato original do objeto de cerâmica fina.

No detalhe, percebe-se a diferença das espessuras das duas cerâmicas e parte do conteúdo do vaso.

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Escavação e retirada dos objetos

 

Aos poucos, fui cavando, seguindo o contorno arredondado do objeto exterior e, à medida que os detalhes iam surgindo do seu interior, as surpresas aumentavam. Estava evidente que havia ali, pelo menos, dois tipos de cerâmicas bem diferenciadas entre si. Uma mais fina, com cerca de 5mm de espessura em média e outra mais grossa com cerca de 12mm. Ambos eram objetos de cerâmica cozida, pois percebe-se partes mais e menos queimadas no interior das peças partidas.

 

A cerâmica de espessura mais fina parecia pertencer a um recipiente arredondado de cor bem mais escura que a mais grossa, que deveria ter um raio de aproximadamente 30 a 35 cm e uma altura que calculo em uns 25cm. Nota-se que este vaso de espessura mais fina, mesmo enterrado, parecia estar quebrado ali por várias décadas ou até alguns séculos.

 

Por isso, percebia-se que no seu interior já havia alguns milímetros separando algumas de suas partes quebradas, mas perfeitamente encaixáveis, como um quebra cabeças. Isso sugere que o objeto se partiu algum tempo depois de enterrado, possivelmente, por efeito da pressão da terra sobre e em torno da peça, além da compactação natural do solo durante o passar dos anos ou séculos.

 

Em torno dos cacos de cerâmica, a terra, que na superfície estava dura e seca, ia se umedecendo na medida em que o buraco se aprofundava, o que tornava o objeto cada vez mais úmido e, consequentemente, quebradiço, redobrando o cuidado para a sua retirada.

 

Curiosamente, o vaso de cerâmica mais fina parecia conter em seu interior, pedaços já quebrados de um ou mais objetos de pelo menos uma outra cerâmica distinta à sua, cuja espessura tem a média de 12mm.

 

Detalhe do objeto mais grosso, em formato de borda de vaso, fincado no meio do vaso de cerâmica fina.

A outra imagem mostra o recipiente de espessura fina contendo a "borda" e um caco enterrado do lado de fora.

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Material com J.A. Fonseca

 

Todo o material recolhido foi entregue ao pesquisador arqueológico J.A. Fonseca, em Itaúna, que detém um acervo particular de peças semelhantes encontradas em diversas partes do país.

 

Inclusive, Fonseca informou que recebeu anteriormente de um conhecido, alguns cacos de uma cerâmica antiga encontrada numa outra região de Itaúna, não distante de onde encontramos as peças mostradas aqui e muito semelhantes a estas.

 

Fonseca lavou e separou os cacos de cerâmica de acordo com suas respectivas espessuras e chegou a colar algumas da partes da cerâmica mais fina, recompondo detalhes originais em seu formato de abóbada.

 

Após medir e analisar detidamente o material, Fonseca nos emitiu suas impressões. De acordo com ele, as espessuras das cerâmicas variam acentuadamente. Ele informou que a espessura da cerâmica mais fina é de 5mm, em média, mas em determinadas partes chega a 6mm.

 

Já a cerâmica mais grossa teria espessura média de 15mm, chegando em alguns pontos a 13 mm, variando até mesmo a 8 mm. Ele lembra que estes recipientes de cerâmica eram confeccionados à mão e tais irregularidades são comuns em sua elaboração.

 

Fonseca também informou que as cerâmicas que estavam em seu poder anteriormente e foram encontradas em local relativamente próximo a este achado, têm espessura média de 15 mm, chegando em até 22 mm.

 

Detalhe da cerâmica fina e dois pedaços da cerâmica grosso, enterrados lado a lado.

A outra imagem mostra o contorno arredondado da cerâmica fina, vista de cima.

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Considerações do pesquisador

 

Após verificar as imagens da escavação, Fonseca afirmou acreditar que havia ali, de fato, um objeto de uma cerâmica dentro de um outro. Para ele, os fragmentos mais grossos pertencem somente a um mesmo recipiente.

 

O pesquisador também observou que os fragmentos de cerâmicas parecem semelhantes entre si, tanto os mais finos quanto os mais grossos. Segundo ele, parecem ter sido feitos de uma espécie de argila misturada com areia ou terra comum, mas de um tipo único.

 

Ele também observou que a cerâmica mais fina apresenta uma coloração mais escura por causa da sua possível utilização ao fogo. Fonseca também afirmou que nas peças há partes bem escurecidas por este efeito e constatou até marcas de fuligem. 

 

Com relação ao material similar que ele já detinha, retirado de um outro local relativamente próximo à do recente achado (cerca de 3km), numa mesma região, Fonseca vê muitas similaridades e acredita que ambas as cerâmicas teriam pertencido ao mesmo grupo de nativos que habitou aquela região.

 

Acrescentou que as cerâmicas que estavam consigo são de espessura um pouco mais grossa que estas recentemente encontradas. Disse que estes cacos anteriores parecem pertencer a objetos de maior porte, talvez, usados para armazenar água.

 

Para ele, todos estes objetos cerâmicos encontrados naquela região de Itaúna teriam sido produzidos pelos povos indígenas que habitaram o local, sabidamente, os cataguás ou cataguases. E acrescenta que se trata de um tipo comum de cerâmica, sem rebuscamentos, para uso corriqueiro e, com certeza, tais objetos teriam sido muito utilizados nas aldeias.

 

Para Fonseca, a descoberta consiste num "belo achado arqueológico feito em Itaúna" e que, “remonta à época em que nesses rincões ainda viviam grupos silvícolas, verdadeiros donos destas terras”, afirmou.

 

O pesquisador também acredita na probabilidade de este achado se constituir na "ponta de um iceberg" e vê grandes chances de se encontrar mais fragmentos de cerâmicas semelhantes e até mesmo, ossadas e outros objetos de uso daquelas tribos, caso sejam feitas novas escavações próximas ao local desta descoberta.

 

Cerâmicas da coleção de J.A. Fonseca, encontradas anteriormente numa região não distante do nosso achado.

De acordo com Fonseca, todos esse achados guardam similaridades e deveriam ter sido usados pela mesmo tribo.

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Matas de Minas

 

Tudo isso será mostrado na edição nº 04 do programa Matas de Minas, exibido pela TV FANZINE, a partir do dia 10/02. A produção, com 25 minutos de duração mostra, desde o nosso encontro com o rapaz que descobriu somente uma ponta dos objetos semi-soterrados, até todo o processo de escavação e retirada das cerâmicas.

 

São mostrados detalhes particulares das peças recolhidas (queimaduras por uso ao fogo, arranhões antigos etc), se destacando o fragmento maior, que parece ser a borda superior de um grande vaso. Entre as peças pode se distinguir dois tipos de objetos cerâmicos e suas distintas espessuras.

 

No final do documentário são mostradas também as peças, já limpas, destacando alguns detalhes bem particulares Detalhes das cerâmicas que J.A. Fonseca já detinha em seu poder também são mostrados nesse documentário e fica evidente a similaridade entre os distintos achados. [veja algumas dessas imagens nessa página].

 

Detalhes do vaso de cerâmica fina que retiramos, após lavados e colados por J.A. Fonseca.

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Análise técnica

 

No momento em que fechamos esta matéria estamos verificando junto ao Departamento de História Natural da UFMG sobre a possibilidade de análise arqueológica destes achados e emissão de laudo técnico acerca de suas datações e possíveis origens.

 

A edição nº 04 do programa Matas de Minas, exibido pela TV FANZINE, que mostra detalhes desta descoberta histórica, entra no ar na manhã da sexta-feira 10/02.

 

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* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e produtor para a TV FANZINE.

 

- Imagens: Pepe Chaves / TV FANZINE.

- Imagens adicionais: J.A. Fonseca.

 

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