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 museologia

 

 

Minas Gerais:

Falece o museólogo Antonio Perdigão

Misturado ao povo, era um deles a caminhar pelas ladeiras e becos do velho distrito de Queluz.

 

Por Giovane Luiz Lobo Neiva*

 

 

Perdigão: Minas e o Brasil perdem um pouco da suas histórias.

 

“Um movimento dentro de uma garagem desperta a curiosidade de um garoto. Pessoas aglomeravam em torno de um senhor alto e que muito gesticulava. O garoto ficou ouvindo, ele contava estórias. Na garagem nada de carros, em seu lugar mesas com vários documentos e nas paredes, recortes de jornais e fotografias ocupavam ordenadamente o espaço.

 

Era uma exposição sobre a história de Catas Altas da Noruega-MG. O local, a garagem da Casa Paroquial. O senhor alto, Antonio Perdigão. Assim foi meu primeiro contato com esta figura admirável e que a cada dia de convivência me faz acreditar que existem cavaleiros andantes que por onde passam semeiam o bem, despertam sonhos e lutam por uma causa.

 

Com o tempo vi que aquele “homem que colecionava coisas antigas” há muito era conhecido e presente em minha terra. Misturado ao povo, era um deles a caminhar pelas ladeiras e becos do velho distrito de Queluz-MG. Percebi também que sua constante presença não era nossa exclusividade e que por todo o Vale do Piranga e Alto Paraopeba o fidalgo Perdigão promovia suas andanças. Aguçado pela pequena mostra, na primeira oportunidade visitei o Museu e Arquivo Antonio Perdigão Batista.

 

Entrei silencioso e com o respeito de quem entra em um templo sacro. Venerava e saboreava cada aposento, cada mobiliário, cada peça… Inspiração e transpiração. Tamanho empenho de um só homem em dedicar sua vida em preservar uma história de todos e para todos. Sua lição, um estímulo para a criação do nosso museu, uma ala em sua homenagem. Sua presença, um singelo título de Cidadão Catasaltense. Sua vida, mineiro do interior, prosa boa e agradável, homem simples e gentil. Um mestre. Um exemplo. Um cidadão”.

 

Antonio Perdigão (92) faleceu na tarde de 31/08, em Conselheiro Lafaiete. Resta-nos agradecer sua presença entre nós. Fica a saudade e um vazio imenso no coração dos amantes da cultura e da história em nossa região.

 

* Informações e imagem de Notícias de Catas Altas da Noruega.

 

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Bom Despacho-MG:

Cultura e memória na Primavera dos Museus

O objetivo da Primavera dos Museus foi destacar a cultura como um dos Direitos Humanos,

refletindo o papel dos Museus como espaços de valorização da diversidade cultural.

Por Jacinto Guerra*

De Brasília-DF

Para Via Fanzine

 

Acervo do Pe. Aventino no MdC, famoso educador em Sabará e Bom Despacho.

 

O Ibram-Instituto Brasileiro dos Museus, órgão do Ministério da Cultura, promoveu nos dias 26 e 27 de setembro, em todo o País, a 3ª Primavera dos Museus, com o tema geral Museus e Direitos Humanos. Em Bom Despacho, a diretora do Museu da Cidade (MdC), Nilce Coutinho Guerra, informou que a  Primavera dos Museus 2009  foi realizada de 21 de setembro a 03 de outubro, numa programação em parceria com o SESC-Laces e a Secretaria Municipal de Cultura.

 

Neste período, o presidente da AMC – Associação Museu da Cidade, João Batista Ferreira de Andrade, foi a Lagoa Santa, na Grande BH, prosseguindo entendimentos com o Secretário Municipal de Turismo e Cultura daquela cidade, Túlio Coutinho Bernardes, tendo em vista um programa  de intercâmbio entre os dois municípios, abrangendo questões de arqueologia, eventos culturais e projetos da área de meio ambiente e qualidade de vida nas cidades.

 

O objetivo da Primavera dos Museus foi destacar a cultura como um dos Direitos Humanos, refletindo o papel dos Museus como espaços de valorização da diversidade cultural e do direito à memória da cidade e de seus moradores.

 

Tendo em vista o 45º Aniversário da Biblioteca Municipal, inaugurada no dia 07 de setembro de 1964, e a reabertura, em 2009, do Museu Ferroviário, o Museu da Cidade presta homenagem a duas personalidades históricas de Bom Despacho: o Dr. Roberto de Melo Queiroz (1924-1999), prefeito que instituiu a Biblioteca Municipal, e o ferroviário Manoel Werneck (1932-2005), que idealizou e organizou o núcleo formador do Museu Ferroviário, sobretudo, com sua peça de maior expressão: uma locomotiva-monumento conhecida como Maria Fumaça.

 

Na programação do MdC, destacaram-se, também, a palestra, na TV Interativa de Bom Despacho, do professor Roberto Ângelo Costa, membro do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, e um programa de visitas orientadas ao Museu da Cidade e sua Exposição Itinerante no SESC-Laces, tendo como temática “A cultura em Bom Despacho – da Pré-História ao século XXI”.

 

A Primavera dos Museus teve encerramento no sábado, 03 de outubro, na Praça da Matriz, integrando as atividades da 7ª Feira do Livro de Bom Despacho. Este evento tradicional da cidade foi realizado em 1991, 97, 98, 99, 2005 e 2006, destacando a cidade como pioneira no interior de Minas Gerais  na realização de eventos do livro e da literatura, tendo em vista o sonho de fazer do Brasil um país de leitores.

 

* Jacinto Guerra é professor e escritor, foi secretário de Cultura e Turismo de Bom Despacho (1997 – 2000). Autor de vários livros, entre os quais O gato de Curitiba-crônicas de viagem (Thesaurus, 2004, 2ª edição), é colaborador do jornal Via Fanzine.

 

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Literatura:

Brasília organiza um  Museu do Escritor

 “Museologia  rima com poesia, a quintessência do fazer literário.

A palavra Museu vem da Grécia antiga, de museion, templo das musas”.

 

Por Jacinto Guerra*

De Brasília-DF

Para Via Fanzine

 

Fontes de Alencar, presidente da ANE.

 

Uma das iniciativas que irão assinalar as comemorações do Cinquentenário de Brasília, em 2010, será a inauguração do Museu do Escritor, primeira instituição museológica brasileira amplamente dedicada aos escritores e à literatura. A iniciativa é da ANE – Associação Nacional de Escritores, com sede na capital do Brasil.

 

Em nosso país, existem vários museus dedicados à memória de um escritor: o Museu Guimarães Rosa, em Cordisburgo, Minas Gerais; a Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro; o Museu Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios, Alagoas – e outras importantes instituições museológicas em  cidades que preservam e divulgam a obra e a biografia de escritores brasileiros.

 

Nesta área, merece destaque especial o Museu Casa de Cora Coralina, na antiga Vila Boa de Goiás, que os brasileiros chamam carinhosamente de Goiás Velho. É uma interessante casa-museu, situada num cenário de rara beleza, emoldurado pelo Rio Vermelho, pela Serra Dourada e pela doce poesia de Cora nos seus reinos de Goiás.

 

Mas em todo o Brasil das cidades grandes e pequenas, ainda não possuímos uma instituição com um espaço cultural inteiramente dedicado aos escritores e à literatura, como será o Museu do Escritor que a ANE está organizando em Brasília.

 

A ideia deste Museu surgiu de uma proposta que apresentei em reunião da Diretoria da ANE, imediatamente aplaudida e encaminhada pelo presidente Fontes de Alencar aos diretores da instituição, que apoiaram a iniciativa com decisão favorável de todos os presentes, especialmente os escritores Napoleão Valadares e José Peixoto Júnior, que doaram as primeiras peças do novo Museu.

 

Museologia rima com poesia, que é a quintessência do fazer literário. A palavra Museu vem da Grécia antiga, de Museion, templo das musas. Com a função de preservar, organizar, expor e divulgar objetos de valor cultural ou científico, os museus modernos utilizam as mais avançadas tecnologias e se projetam, com arrojo, na direção do futuro. Com isto, cumprem sua finalidade nas áreas da educação, da cultura, do entretenimento e, muitas vezes, de desenvolver o turismo e a própria economia de uma região, como é caso do Museu de Bilbao, na Espanha.

 

A literatura, os escritores e os leitores merecem os museus literários, que ainda são poucos no Brasil e no mundo. Minha inspiração para estudar os museus de literatura veio de uma crônica do poeta Affonso Romano de Sant’Anna, publicada no Caderno B do  Jornal do Brasil (12-03-1986), intitulada “A questão do Museu da Literatura”, em que o escritor mineiro – meu contemporâneo em Belo Horizonte, na Faculdade de Letras da UFMG –, com muita propriedade, argumenta e defende a criação de museus regionais de literatura.

 

A própria crônica de Affonso Romano é um dos documentos que irão para o acervo do Museu do Escritor, por sua importância histórica como uma das fontes inspiradoras do novo projeto abraçado pela ANE .

 

Bacharel em Letras e escritor com alguns livros publicados e bem recebidos pelos leitores, tenho experiências e estudos na área da Museologia. Trabalhei no Memorial JK, com Affonso Heliodoro e dona Sara Kubitschek, atuando, principalmente, em pesquisa histórica, que resultou no meu livro JK – Triunfo e Exílio – Um estadista brasileiro em Portugal.

 

Como secretário de Cultura e Turismo de Bom Despacho-MG (1997-2000), em parceria com Nilce Coutinho Guerra, professora e artista plástica, instituí o Museu da Cidade, experiência muito enriquecedora como empreendimento cultural numa área de amplo desenvolvimento e modernização no Brasil e no mundo.

 

Desta forma, justifico meu entusiasmo e minha confiança no êxito do novo Museu, que será um presente da ANE a Brasília no cinquentenário de sua inauguração como nova capital do Brasil.

 

Outro motivo de satisfação e de otimismo é o empenho do presidente da Associação Nacional de Escritores, ministro Fontes de Alencar, em desenvolver este projeto, considerando que a instituição possui, em sua sede própria, amplos espaços para o Museu, assegurando-lhe boas condições de desenvolvimento.

 

O Museu do Escritor que a ANE está organizando tem na sua direção um empreendedor da cultura, muito identificado com os valores da literatura e de sua preservação e divulgação. É o escritor Napoleão Valadares, escolha feliz do presidente Fontes de Alencar para esta importante missão de cultura.

 

Para organizar o novo Museu, aos escritores e suas famílias, a ANE solicita ideias, sugestões e, sobretudo, peças e objetos para o acervo museológico: originais e exemplares de livros especiais, fotografias dos escritores em seu ambiente familiar e de trabalho ou em viagens,  textos de notícia e crítica literária; recortes de jornais com matéria sobre escritores, objetos de uso pessoal, diplomas, troféus, móveis, obras de arte, enfim, tudo o que possa, visualmente, enriquecer os espaços de divulgação do escritor e de sua obra.

 

De Brasília, a Associação Nacional de Escritores dirige-se a todos os interessados na leitura e no fazer literário para que participem conosco deste projeto cultural moderno. Trata-se de  um empreendimento voltado para o Brasil do futuro –  um país mais desenvolvido, com uma democracia de mais justiça e responsabilidade social, fundamentadas na cultura e no conhecimento.

 

* Jacinto Guerra é professor e escritor, foi secretário de Cultura e Turismo de Bom Despacho (1997 – 2000). Autor de vários livros, entre os quais O gato de Curitiba-crônicas de viagem (Thesaurus, 2004, 2ª edição), é colaborador do jornal Via Fanzine.

 

- Foto: www.anenet.com.br.

 

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Bom Despacho:

A Prefeitura, os vereadores e o Museu da Cidade

'A peça de maior importância de um Museu, a que lhe dá maior visibilidade, é a sua casa,

o seu prédio que, geralmente, é uma edificação de valor  histórico ou artístico'.

 

Por Jacinto Guerra*

De Bom Despacho-MG

Para Via Fanzine

 

Detalhe interno do 'Museu da Cidade',

em bom Bom Despacho-MG.

 

No dia 25 de maio de 2009, tive a oportunidade de pronunciar palestra na Câmara Municipal sobre o tema “A cultura em Bom Despacho e a situação do Museu da Cidade”, que mereceu atenção especial dos vereadores de todos partidos.

 

Desta iniciativa que se desdobrou em entrevistas na Rádio Veredas, na Rádio Difusora Bondespachense e numa estação experimental de televisão da cidade, formou-se uma Comissão da Câmara Municipal destinada a encontrar uma solução política para os problemas imediatos do MdC-Museu da Cidade, que são de responsabilidade da Prefeitura, parceira principal deste empreendimento cultural da Bom Despacho moderna.

 

É interessante lembrar que o Museu da Cidade é, também, uma obra do prefeito Haroldo Queiroz, em seu primeiro mandato (1997-2000), realizada com apoio institucional da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que tem a obrigação de cumprir seus compromissos com a cultura, sobretudo, quando já estamos nas portas do Centenário de Bom Despacho.

 

Integrada pelos vereadores Jeferson, Iru e Carlos da Rádio, acompanhada de uma representação da AMC e do Museu, a Comissão Parlamentar foi recebida pela secretária de Cultura, Rosalva Flores Fernandes, que prometeu resolver a questão de funcionários para o MdC – e de empenhar-se no sentido de solucionar a questão do espaço físico para o Museu. No entanto, sabemos que o poder de um Secretário Municipal de Cultura é muito limitado e ele não tem a chave do cofre, que fica sempre com o Prefeito.

 

Entre os apoiadores do MdC na Câmara Municipal, é de justiça destacar o vereador Ricardo Alvarenga, autor do Projeto de Lei que concede ao Museu  o título de Utilidade Pública Municipal, sancionado pelo então prefeito Geraldo Simão Vaz. Ricardo empenha-se, agora, em conseguir a Declaração de Utilidade Pública Estadual.

 

O vereador Fernando Cabral encaminhou aos membros da AMC uma documentação informando a possibilidade de doação de imóvel da antiga Rede Ferroviária Federal para a instalação do Museu, desde que a instituição mantenedora solicite este ato do Governo Federal.

 

Esta possibilidade existe, se a providência for necessária, porque com a suspensão do Leilão dos Bens da RFF, entende-se que a Prefeitura e a Câmara Municipal continuam com a posse dos bens culturais que restaram da histórica Estrada de Ferro Paracatu.

 

Compete, portanto, à Câmara Municipal, com os instrumentos e os recursos que ela possui, assessorar a AMC – Associação Museu da Cidade na elaboração do processo exigido para a doação de imóveis  da RFF.  Isto porque trata-se de uma documentação minuciosa e complexa , que exige trabalhos jurídicos, estudos de  engenharia e informações de planejamento municipal, que somente a Prefeitura e a Câmara possuem.

 

Com isto, o Poder Legislativo estará corrigindo um erro do período 2001-2004, que foi instalar num prédio histórico o Banco de Doação de Sangue que precisa de instalações mais modernas, azulejadas, limpas e confortáveis. A solução adequada para o Museu da Cidade seria a sua instalação no prédio do antigo armazém da EFP, depois de uma reforma e adaptação de espaços, que lideranças da comunidade preparavam-se para realizar.

 

Uma solução melhor seria muito difícil, porque a peça de maior importância de um Museu, a que lhe dá maior visibilidade, é a sua casa, o seu prédio que, geralmente, é uma edificação de valor  histórico ou artístico.

 

O armazém da antiga Estrada de Ferro Paracatu, que foi também sede da própria Câmara Municipal, com algumas melhorias e adaptações internas, será uma solução bem interessante para o Museu.

 

Trata-se de um prédio que tem história – e fica bem no centro de um  grande canteiro de obras das primeiras décadas do século XX., documento em pedra e cal de toda Bom Despacho e elemento que integra a memória ferroviária e militar do povo de Minas Gerais.

 

* Jacinto Guerra é professor e escritor, foi secretário de Cultura e Turismo de Bom Despacho (1997 – 2000). Autor de vários livros, entre os quais O gato de Curitiba-crônicas de viagem (Thesaurus, 2004, 2ª edição), é colaborador do jornal Via Fanzine.

 

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Rio de Janeiro:

Museu da Vida comemora 10 anos com amplo evento*

As atividades serão realizadas em duas etapas, de 19 a 21 de maio.

 

A bela fachada do Museu da Vida, da Fiocruz/RJ.

 

O Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz) vai comemorar os 10 anos a partir desta terça-feira (19/5). A programação, que inclui palestras, mesas-redondas e festival de ciência, é voltada para o grande público, além de profissionais que atuam em museus e centros de ciência, tecnologia, arte e cultura; diretores e gestores de tais organizações; pesquisadores que lidam com divulgação científica. O evento vai até sexta-feira (22/5).


As atividades serão realizadas em duas etapas. De 19 a 21 de maio, o Fórum Nacional de Museus e Centros de Ciência vai reunir representantes dessas instituições espalhadas por todo o Brasil, com objetivo de discutir uma política nacional para o campo, além de conceber estratégias para uma maior articulação nacional.

Entre os convidados internacionais, já estão confirmados Frank Burnet – diretor de um dos mais famosos festivais de ciência do Reino Unido, o Cheltenham Science Festival – e o argentino Horácio Tignanelli, da Universidade de La Punta, que desenvolve atividades de divulgação científica usando teatro de marionetes.

No dia de encerramento, 22 de maio, um grande festival de ciência tomará conta do Museu. O Ciência no Parque 2 proporcionará ao público várias atividades interativas, como improvisações teatrais, oficinas e brincadeiras. Está confirmada a participação de pelo menos 15 instituições de destaque na área da divulgação científica.

Os eventos têm apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e do British Council.

 

* Informações da Fiocruz.

- Museu da Vida, Avenida Brasil, 4365, Manguinhos – Rio de Janeiro.

- Entrada gratuita. Não é necessária inscrição prévia.

- Mais informações: nestudos@fiocruz.br

- Confira a programação completa

 - Foto: Carlos Monte.

- Colaborou: J. Ildefonso P. de Souza (SP).

 

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Rio de Janeiro:

Os 10 anos do Museu do Universo

Planetário carioca comemora 10 anos de fundação de seu museu.

 

Criado em 1970, o Planetário da cidade do Rio de Janeiro se expandiu no dia 02 de setembro de 1998, com a inauguração do Museu do Universo.

 

Programação comemorativa aos 10 anos do museu - Entrada gratuita

 

Dia 4, quinta-feira

 

19h30 – Palestra “Antigos Observatórios: Novas evidências do Peru e Reino Unido”, com o Dr. Clive Ruggles, professor emérito de Arqueoastronomia da University of Leicester, que apresentará os resultados de suas pesquisas em dois dos principais sítios arqueológicos internacionais: Chankillo, no Peru, e Stonehenge, no Reino Unido.

 

Dia 5, sexta-feira

 

9h – Comemoração do Dia da Independência com a participação de 21 escolas municipais da 2ª Coordenadoria Regional de Educação. Haverá o hasteamento da Bandeira Nacional e os hinos Brasileiro, da Independência e da Cidade do Rio de Janeiro serão executados pela Banda da Guarda Municipal.

 

14h – Inauguração das cartas celestes da instituição, localizadas na entrada do Museu do Universo, com a presença de escolas municipais da 2ª CRE, da Banda da Guarda Municipal e do Coral Guarani de Paraty Mirim.

 

Observações:

 

– As palestras terão tradução simultânea.

 

– Com exceção do último dia, haverá sempre distribuição de senhas uma hora antes (ou seja, de 3ª a 5ª, a partir das 18h)

 

– Caso as condições meteorológicas não estejam favoráveis, a cerimônia do Dia da Independência será cancelada.

 

- Mais informações: http://www.rio.rj.gov.br/planetario/

 

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Brasília:

Primavera dos Museus 2008*

Ministério da Cultura organiza evento para museus brasileiros.

 

O Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan) convida as instituições museológicas de todo o país a participarem da 2ª Primavera dos Museus, que será realizada nos dias 20 e 21 de setembro de 2008, com o tema "Museus e o diálogo intercultural".

 

O tema escolhido em reunião promovida pelo Demu/Iphan com representantes da área museológica dos estados busca refletir o papel dos museus frente ao diálogo intercultural, contribuindo para a promoção da paz, do pluralismo de idéias, do desenvolvimento humano e do respeito à diferença.

 

A programação contará com apresentações de seminários, shows, exposições, visitas guiadas, palestras, exibição de filmes e documentários sobre o tema, entre outras atividades.

 

As instituições museológicas que tenham interesse em participar da programação nacional da 2ª Primavera dos Museus devem registrar os eventos no Sistema de Registro de Eventos no período de até o dia 22 de agosto de 2008.

 

O Sistema de Registro de Eventos está disponível no portal do Iphan (www.iphan.gov.br) e do Sistema Brasileiro de Museus (www.museus.gov.br).

 

- Mais informações pelo telefone (61) 3414 6167 ou pelo e-mail demu@iphan.gov.br.

* Informações fornecidas pelo Ministério da Cultura.

 

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Bom Despacho-MG:

Museu da Cidade tem nova diretoria

Instituição que mantém o museu elege nova diretoria para 2008-2011.

Por Jacinto Guerra*

De Bom Despacho-MG

Para Via Fanzine

 

Em Assembléia Geral realizada na tarde de segunda-feira, 07 de julho, no Hotel Glória, em Bom Despacho, foi eleita a nova diretoria da AMC, organização não-governamental que mantém o Museu da Cidade, em parceria com a Prefeitura Municipal.  

 

A reunião foi presidida pelo empresário Julio Benigno Fernández com a colaboração do professor Jacinto Guerra, reeleitos para os cargos de presidente e secretário-geral. O engenheiro Renato Antônio Campos renovou seu mandato de diretor executivo. 

 

Indicada pelo presidente e aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da AMC, a professora Nilce Coutinho Guerra foi reconduzida ao cargo de diretora do Museu da Cidade, função que exerce desde 1998, responsabilizando-se pela organização técnica e artística do MC, com atividades em Brasília e Bom Despacho, para onde viaja periodicamente.

 

O empresário Ricardo Alvarenga, 1º vice-presidente afastou-se do cargo no dia 04 de junho, a fim de disputar o mandato de vereador. Quando no exercício de suas funções, Ricardo participou dos entendimentos para a reeleição da atual diretoria que, no entanto, renovou a composição de seu quadro de conselheiros. 

 

Outro atuante colaborador do Museu licenciou-se para disputar uma cadeira de vereador em nossa Câmara Municipal: o professor Tadeu de Araújo Teixeira, colunista do Jornal de Negócios.   

 

Para os cargos de 1º e 2º vice-presidentes, a AMC elegeu novos titulares: Luís Eduardo de Alvarenga e Ítalo Azeredo Coutinho. Por indicação do secretário Jacinto Guerra, foi concedido ao padre Robson Teixeira Campos o título de Membro Honorário do Museu da Cidade. A professora Zeli Resende Gontijo, colaboradora do Museu, é a nova secretária adjunta, enquanto a Naná – Maria Avelina de Jesus  –  renova seu mandato de diretora adjunta.

 

Para o Conselho Deliberativo, além do presidente, secretário geral e diretor executivo, que são membros natos, foram eleitos os conselheiros Geraldo Pereira de Melo, o Baeta, presidente da Associação dos Amigos da Biblioteca  Municipal; Maria Eulália Eleutério, atuante na AMC desde a fundação do Museu; a professora  Maria do Carmo Castro Guetti  ( formada em Letras, com experiência de trabalho,  em Brasília, no Ministério da Educação – e João Batista Silva, autor de livros sobre o Padre Libério.

 

Formam o novo Conselho Fiscal os seguintes titulares: Lenir Pereira Vidal (contabilista e bacharel em Letras, funcionária da Prefeitura), Roberto Coutinho, ex-secretário da Prefeitura de Moema, pai do engenheiro Ítalo Azeredo Coutinho; Ada Couto Azevedo, diretora da Biblioteca Municipal  – e, como suplentes,  Paulo Sérgio Teixeira Leite, advogado e secretário da Prefeitura de Bom Despacho  – e  Orlando Ferreira de Freitas, historiador e consultor especial do Museu da Cidade.

 

A eleição foi realizada num clima de entusiasmo e confraternização, quando foram estudadas diversas alternativas para o futuro da instituição, principalmente a conquista de um novo espaço físico, empreendimento indispensável ao desenvolvimento do Museu.

 

Além dos membros eleitos, diversos voluntários inscreveram-se para colaborar com o Museu da Cidade, entre os quais Silvano Guetti (engenheiro, com residências em Brasília e Bom Despacho) e Maria da Conceição Cardoso, funcionária da Biblioteca Municipal, que participou, em 1998, dos trabalhos de organização do Museu. Entre os voluntários que atuaram nos últimos anos, destaca-se o trabalho da Zinha, Maria da Conceição Costa, homenageada no livro Vamos conhecer o Museu - edição comemorativa, Thesaurus-MC-2008.

 

Encerrando a solenidade, o presidente Julio Benigno Fernández fez uma análise da situação do Museu, agradeceu os apoios recebidos e manifestou seu entusiasmo e sua disposição de realizar, no período 2008-2011, “uma administração participativa e solidária para o desenvolvimento do Museu da Cidade”.  

 

* Jacinto Guerra, professor e escritor, autor de vários livros, entre os quais Gente de Bom Despacho – histórias de quem bebe água da Biquinha, é secretário geral da AMC – Associação Museu da Cidade, Bom Despacho-MG.

 

- Mais sobre o Museu da Cidade:

http://www.bomdespachomg.com.br/museudacidade.php 

 

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Bom Despacho – MG:

Museu da Cidade inaugura 'Vitrine da Memória' 

Por Jacinto Guerra*

De Bom Despacho-MG

Para Via Fanzine

 

Objetos etnológicos em exposição no Museu da Cidade.

 

Na sexta-feira, dia 30 de maio, às 19 horas, com a inauguração de uma placa histórica em homenagem a Geraldo Teixeira Campos (1911 – 2003), o Geraldo Fidelis – cidadão e homem público dos mais queridos de Bom Despacho –, o Museu da Cidade promoveu sua Vitrine da Memória, principal evento comemorativo de seu 10° aniversário.

 

Um grande público, que lotou os espaços do Museu, chegou britanicamente no horário programado para o evento. A solenidade teve início com um pronunciamento do empresário Julio Benigno Fernández, presidente da AMC, instituição que, desde 1998, mantém o Museu, em parceria com a Prefeitura.  Em seguida, a diretora da instituição, Nilce Coutinho Guerra, fez a entrega ao empresário Romeu Teixeira Campos, filho de Geraldo Fidelis, de uma réplica da placa histórica, logo após inaugurada na exposição permanente do

Museu.

 

A professora Maria Helena (Tatá), da Escola Maria Guerra, do Engenho do Ribeiro, entregou um ramalhete de flores à professora Auxiliadora Resende Santos, filha do homenageado. A economista e empresária Letícia Teixeira de Castro, também filha de Geraldo Fidelis, lembrou – em aplaudido discurso – que seu pai “foi um empreendedor, um líder no que fazia, com espírito de partilha e de solidariedade.”

 

Na oportunidade, registrou-se um minuto de silêncio em homenagem à memória de Ana de Resende Campos (Iaiá), esposa de Geraldo Teixeira Campos e sua companheira durante quase 70 anos. As pessoas que prestigiaram a solenidade receberam um exemplar do livreto Vamos conhecer o Museu, edição comemorativa do 10° aniversário do Museu da Cidade, patrocinada pela Thesaurus Editora, num total de mil exemplares destinados a formadores de opinião e intercâmbio com museus do Brasil e dos países de Língua Portuguesa.

 

Nesta obra, estão as homenagens e agradecimentos do Museu da Cidade ao padre Robson Teixeira Campos, Maria da Conceição Costa (Zinha), Maria Avelina de Jesus (Naná) e Zeli Resende Gontijo pela ativa participação em etapas diversas da instituição do Museu. Receberam homenagem de honra os saudosos Eurico Bento Chaves e Maria Lucia Alvarenga, que foram conselheiros e colaboradores do Museu da Cidade.   

 

GERALDO FIDELIS DA MARIA GUERRA NUM LIVRO COM MUITAS HISTÓRIAS - Na mesma noite de 30 de maio, depois da visita à Exposição ‘‘Geraldo Teixeira Campos, notável cidadão de Bom Despacho”,  o público dirigiu-se à Câmara Municipal, onde – no Plenário Antônio Leite – Nicozina Campos Gontijo, professora universitária de História e filha do homenageado, fez palestra  sobre o tema “Vida e obra de Geraldo Teixeira Campos”.  Em nome da Câmara Municipal, falou o vereador Marcos Fidelis.

 

Nas solenidades do Museu e da Câmara, o prefeito Haroldo Queiroz foi representando pelo seu pai, Flávio de Melo Queiroz, um dos líderes políticos mais representativos da cidade. No parlamento municipal, casa em que Geraldo exerceu dois mandatos de vereador, um de seus netos – o Dr. Luís Carlos Resende Santos, Juiz de Direito de Lagoa da Prata – fez emocionante leitura de alguns trechos do livro Geraldo de Todas as Fidelidades, do escritor e jornalista Itamar de Oliveira, que estudou na França e trabalhou no Jornal do Brasil.

 

Neste livro original, criativo e instigante, Autor e Personagem permeiam a história de Bom Despacho, do Brasil e de algumas famílias, destacando-se, em nosso Município, a figura do conselheiro Antônio Guerra, que seu neto Geraldo Fidelis chamava carinhosamente de Pai Guerra, tal a grande admiração entre os dois.  Foi, portanto, com uma obra literária de alto nível, – que nos faz lembrar momentos inesquecíveis de um romance  de Machado de Assis – que o Museu da Cidade fechou as comemorações de 30 de maio de 2008, 10° aniversário de seu funcionamento como nova instituição cultural da Bom Despacho moderna.    

 

* Jacinto Guerra, professor e escritor, autor de vários livros, entre os quais Gente de Bom Despacho – histórias de quem bebe água da Biquinha, é secretário geral da AMC – Associação Museu da Cidade, Bom Despacho-MG.

 

- Mais sobre o Museu da Cidade:

http://www.bomdespachomg.com.br/museudacidade.php 

 

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Bom Despacho – MG:

Uma língua afro-portuguesa

na Internet e no Museu da Cidade 

Por Jacinto Guerra*

De Bom Despacho-MG

Para Via Fanzine

 

Com o lançamento, em Bom Despacho, neste ano de 2008, do Projeto Garimpeiro da Memória, o Museu da Cidade e o site Senhora do Sol estão organizando e enriquecendo um acervo comum de textos e outros documentos sobre a Língua da Tabatinga, interessante manifestação da cultura afro-luso-brasileira que existe naquela cidade do interior de Minas Gerais.

 

Com base em pesquisa de campo e nos estudos da obra de Sônia Queiroz, professora e pesquisadora da UFMG, Benício Cabral e Ivã Rodrigues organizaram um vocabulário do tabatinguês e o remeteram ao Garimpeiro da Memória, valiosa contribuição que já integra o acervo do Museu da Cidade e se encontra nas páginas do Senhora do Sol: www.senhoradosol.com.br.

 

Imagine o leitor que já estamos em 2014, com o Campeonato Mundial de Futebol, que teve sua abertura festiva no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Turistas do mundo inteiro visitam, primeiramente, a capital do País – e  se encantam com a natureza do Planalto Central, visto do alto da belíssima Torre Niemeyer, orgulho do moderno patrimônio cultural do Brasil.

 

 

No interior de Minas, um grupo de turistas chega a Bom Despacho e surpreende-se com as modernas placas bilíngües de orientação turística: Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho – Conjolo de Granjão; Setor Bancário  – Conjolos de Ingura; Vila Militar  – Conjolos de Viriango, além  de outras palavras e expressões de uma língua estranha para os visitantes de vários países, mas familiar para o povo da cidade da Senhora do Sol.

 

Mais adiante, apreciam um café-da-manhã ou pequeno-almoço, como se diz na França e em Portugal, saboreando os produtos Mavero, principalmente um queijo tipo Minas, fabricado em Bom Despacho, que não existe melhor  em parte alguma do Brasil.

 

Na Rua Tiradentes, ficam intrigados com o nome da Clínica Veterinária Cambuá. Mas foram portugueses de Évora e de Vila Verde, além de turistas de Paris, Londres e Buenos Aires, que ficaram mais curiosos em saber pelo menos alguma coisa da herança cultural deixada, principalmente, pelos negros da Tabatinga e do Quenta-Sol.

 

A guia turística é moça bonita, uma ocaia avura, que explicou, com charme e simpatia: conjolo é casa; Deus é Granjão – daí conjolo de Granjão, casa de Deus, igreja; ingura é dinheiro; então conjolo de ingura é o mesmo que casa do dinheiro, isto é, banco, enquanto Cambuá é cachorro. Explica, ainda, com certa formalidade, que viriango é soldado, assim ficando entendidas as palavras e expressões que significam Igreja Matriz, Setor Bancário, Clínica Veterinária e Vila Militar. Ia me esquecendo: em sua mini-aula, a ocaia explicou, também, que mavero é leite ou lacticínio, excelente produto de nossa indústria. 

 

Para melhor conhecer a cidade, fizeram uma cumbara-tur. Embarcaram na cambajara do Zé Coelho, que deixou sua linha de jardineira pra curimbá o turismo em Bom Despacho. Como parte do programa, depois de visitar diversos atrações turísticas, pararam num conjolo de matuaba, para apreciar a paisagem, fazer algumas compras – e, naturalmente, tomar uma cerveja, um vinho, além de provar boa cachaça dos alambiques de Minas. 

Sem que as ocaia deles percebessem, os visitantes deram uma tipurada bem avura para ver melhor o tamanho da radiopipa da mulher que passava pela rua, dengosa, descontraída.

 

Falando sério, com os vôos diretos da TAP, de Lisboa a Confins, trazendo turistas da Europa para Minas Gerais – principalmente para os jogos da Copa do Mundo em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e outras cidades –, o prefeito de Bom Despacho, Simão Luquine de Melo Queiroz, mais conhecido como Simãozinho Queiroz, resolveu sair na frente e preparar a cidade para o turismo.  

 

Com isto, a cultura afro-brasileira explodiu em Bom Despacho. Aumentou a vibração e o colorido do Reinado de N.Sra.do Rosário, enquanto a Língua da Tabatinga começou a ser utilizada na educação, no comércio, na publicidade e no turismo.

 

Por falar nisto, como sugeriu a Lúcia Alvarenga, alguém deve instalar, em Bom Despacho, a Casa de Calçados Tiproque, lembrando a interessante palavra que significa calçado, sapato. Observe o leitor que os sons de tiproque lembram o caminhar de uma pessoa calçada com um par de tamancos. É o que os entendidos chamam de onomatopéia.

 

Outra curiosidade: o melhor clube da cidade vai promover uma vizunga, isto é, um baile. E olha que, nestas paragens do interior de Minas, já se promoveu até uma vizunga sob os acordes da Orquestra Strauss, de Viena, Áustria, que – na época, 1997 – apresentou-se, também, em Brasília, Goiânia, Ouro Preto, Juiz de Fora e  Belo Horizonte.

 

Na Praça da Matriz, um telão mostra a cultura bondespachense em seus aspectos mais interessantes e curiosos, com destaque para a cultura popular. Perto do antigo coreto que existia ao lado da Matriz, aparece uma menina muito inteligente e ativa – filha de um médico e uma professora –, conversando com uns garotos que trabalhavam como engraxates.

 

(Na conversa, a ocaizinha avura começou a aprender com os cuetim algumas  palavras da estranha  língua dos negros da Tabatinga, na periferia da cidade. Mais tarde, este conhecimento virou  pesquisa e estudo do mais alto nível. O novo idioma descoberto é coisa que os escravos trouxeram da África.  Muitas palavras vieram de Angola, na época uma região selvagem,  hoje  um país em vigoroso processo de reconstrução, desenvolvendo-se em ritmo superior ao da própria China que, por sua vez, se transforma na segunda maior potência econômica do mundo).

 

Em Bom Despacho, como acontece quase no mundo inteiro, estuda-se o inglês, naturalmente pela sua importância como língua universal. Há interesse  – também  –  pelo espanhol, por causa do Mercosul e por se tratar de um idioma de grande importância internacional. Mas, é claro: falamos e estudamos melhor é a nossa Língua Portuguesa, que possui uma literatura muita rica, figura entre os principais idiomas do mundo ocidental e é falada em diversos países e comunidades na Europa, na América, na África e na Oceania.  

 

No entanto, nosso orgulho maior é possuir a língua do povo da Tabatinga, que foi tese da professora Sônia Queiroz, da Universidade Federal de Minas Gerais, hoje correndo mundo, nos meios universitários: Suíça, Austrália, Senegal, Estados Unidos e outros lugares onde se desenvolvem estudos lingüísticos e pesquisas de cultura popular.

 

Na voz do povo, é a língua da tabaca, como diz o congadeiro Zé Vieira, lembrando a Fiota e o Diguberto, falantes desse idioma especial. Entendo que poderemos chamá-lo, também, de tabatinguês ou tabaquês,  por analogia com o português e outras línguas  modernas.

 

O vocabulário tabatinguês é uma combinação, um arranjo natural de palavras e expressões africanas, principalmente de Angola e Moçambique, com o português falado na periferia da antiga Bom Despacho. Algumas palavras vieram diretamente do português lusitano, como é o caso de cambóia, a nossa locomotiva, que lembra o comboio dos modernos  caminhos de ferro de Portugal ou a  Maria Fumaça  do Museu Ferroviário de Bom Despacho.

 

A importante tese universitária de Sônia Queiroz resultou de pesquisas no início dos anos 1980, que se transformou no livro Pé Preto no Barro Branco – A língua dos negros da Tabatinga (Editora da UFMG, Belo Horizonte,1988), lançado nesse mesmo ano na III Feira do Livro de Bom Despacho.

 

Trata-se de um livro imperdível para quem se interessa pela cultura do povo brasileiro. Mesmo com a objetividade de um trabalho científico, sua linguagem é permeada com o estilo elegante, claro e poético que levou Sônia Queiroz a conquistar o Prêmio de Literatura Cidade de Belo Horizonte.   Parabéns, cumbara de Bom Despacho! Axé, saravá, aleluia, para esta notável conquista nos domínios da pesquisa e da cultura afro-luso-brasileira.

  

* Jacinto Guerra, professor e escritor mineiro, é autor de vários livros, entre os quais O gato de Curitiba - crônicas de viagem e JK – Triunfo e Exílio – Um  estadista brasileiro em Portugal, editados em Brasília pela Thesaurus.  

 

- Mais sobre o Museu da Cidade:

http://www.bomdespachomg.com.br/museudacidade.php 

 

*  *  *

 

Bom Despacho:

Museu da Cidade lança o projeto 'Garimpeiro da Memória'

“Depois da cidade, o mundo; depois do mundo, as estrelas”.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 

Por Jacinto Guerra*

De Bom Despacho-MG

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

Detalhe interno do 'Museu da Cidade',

em bom Bom Despacho-MG.

 

Neste ano de 2008, quando o Museu da Cidade comemora seu 10º Aniversário, é interessante lembrar que Bom Despacho, pequena cidade do interior de Minas, integra o privilegiado universo de apenas 25% dos municípios brasileiros que possuem um Museu, incluindo as capitais e cidades mais desenvolvidas do País.

 

Este fato representa ao mesmo tempo um privilégio e uma responsabilidade histórica com a cultura e a educação, no presente e no futuro de nossa terra.

 

Desta forma, há 10 anos, vencendo inúmeras dificuldades, uma pequena equipe de voluntários organizou o Museu da Cidade. Com a instituição da AMC e apoio da Prefeitura, o empreendimento consolidou-se e hoje é uma referência cultural importante, integrada ao Sistema Brasileiro de Museus.

 

“Entre nossas iniciativas de 2008, está o ‘Projeto Garimpeiro da Memória’, cuja finalidade principal é dotar o Museu da Cidade de um número mais expressivo de fotos e documentos históricos ainda desconhecidos do grande público, porque pertencem e se encontram sob a guarda de cidadãos, empresas e instituições diversas”, afirma Nilce Coutinho Guerra, museóloga e diretora do Museu da Cidade que, atuando como voluntária, desenvolve em Brasília as atividades de planejamento, estudos e representação institucional, enquanto em Bom Despacho, para onde viaja periodicamente, responsabiliza-se pela organização técnica e artística do Museu e de seus eventos e promoções culturais.     

 

Os documentos do Garimpeiro da Memória, que constituem peças importantes de nossa história, estarão à disposição do público nas exposições do Museu e na página eletrônica Senhora do Sol, em seu endereço www.bomdespachomg.com.br, uma revista de cultura que, pela internet, divulga o museu e a cidade nos lugares mais diversos do mundo.  

 

 'Museu, toda cidade merece o seu'

 

Para desenvolver os trabalhos do Projeto Garimpeiro da Memória, a diretoria do Museu do Cidade e a AMC constituíram uma equipe integrada pelo engenheiro Ítalo Coutinho, que elaborou seu planejamento estratégico e, como voluntário, será o coordenador do Projeto, tendo como pesquisadora a estagiária Beatriz Amaral, aluna da Unipac – Universidade Presidente Antônio Carlos, cujo trabalho terá patrocínio da Saletto Engenharia de Serviços.      

 

O presidente da AMC – Associação Museu da Cidade, empresário Julio Benigno Fernández, informa que “o ‘Projeto Garimpeiro da Memória’ é uma das prioridades do Museu, integra-se no planejamento da instituição e terá o apoio técnico, logístico e administrativo de historiadores, professores, empresários e outros cidadãos que formam o quadro de colaboradores do Museu da Cidade/AMC”.

 

Manifestando sua confiança nos bons resultados com o Garimpeiro da Memória, os dirigentes e voluntários do Museu da Cidade solicitam o apoio dos cidadãos, empresas e instituições que desejam fazer do nosso patrimônio documental e histórico um instrumento de estudos e pesquisas em benefício do futuro de Bom Despacho.

 

Ao lançar um projeto que integra, em 2008, as comemorações do Ano Ibero-Americano dos Museus, Bom Despacho e seu Museu da Cidade dirigem-se aos municípios do Brasil, dos nossos vizinhos do Mercosul, especialmente da Argentina  e de outros países amigos, destacando Portugal e as outras nações de Língua Portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor e São Tomé e Príncipe –,  lembrando uma frase-símbolo do Sistema de Museus do Rio Grande do Sul: Museu, toda cidade merece o seu.   

 

O coordenador do projeto, Ítalo Coutinho, informa que os cidadãos, empresas e instituições interessadas em participar do Garimpeiro da Memória – inclusive em lugares distantes de Bom Despacho, com apoio, idéias, comentários e sugestões – poderão entrar em contato direto com o www.bomdespachomg.com.br ou com o endereço eletrônico contato@bomdespachomg.com.br que, na internet, integram o Sistema de Comunicação Senhora do Sol.  

 

* Jacinto Guerra, professor e escritor mineiro, é autor de vários livros, entre os quais O gato de Curitiba - crônicas de viagem e JK – Triunfo e Exílio – Um  estadista brasileiro em Portugal, editados em Brasília pela Thesaurus.  

 

- Mais sobre o Museu da Cidade:

http://www.bomdespachomg.com.br/museudacidade.php 

 

- Foto: Museu da Cidade.

 

- Produção: Pepe Chaves.

  © Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda. 

 

    

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