Brasil Antigo
PARTE 2: A universalidade dos Signos Cosmogônicos e Teogônicos do Brasil
Por J. A. FONSECA* De Itaúna-MG Janeiro/2017
Signo da cruz mística encontrado na Chapada dos Guimarães (MT). Confira: Leia também: Mais um Enigma Brasileiro – Sete Cidades–PI Assista: TV FANZINE Especiais sobre muros de pedras em Itaúna
Pode-se dizer que o universalismo dos signos cosmogônicos encontrados no Brasil têm sua origem em valores mnemônicos, ideográficos, onomatopaicos e teogônicos, essencialmente ligados a uma divindade suprema. Diríamos também que esta ligação transcendente tem profunda definição com a percepção geométrica das formas do Universo criado e com a própria geometria humana e suas aplicações.
Existem cinco corpos regulares que dão origem à construção das formas geométricas e que acabam por estabelecer o formato das três figuras essenciais (o triângulo, o quadrado e o círculo) que seriam primitivamente utilizadas para delinear os primeiros sinais alfabéticos e seus valores teogônicos, especialmente. Desta forma, não seria por demais relembrarmos estas cinco figurações básicas do estudo da geometria que são as seguintes: o ponto (.), a linha (―), o triângulo (Δ), o quadrado (•) e o círculo (), que seriam, estruturalmente, as responsáveis pelo surgimento dos primeiros sinais representativos de todas as manifestações incompreendidas por aqueles povos de antanho e dos fenômenos que estavam ligados à própria natureza, e que esses presenciavam cotidianamente.
Os antigos ocultistas já diziam que os números regem as figuras geométricas, de forma que o ponto representa o número 1; a linha, o número 2 (dois pontos interligados); o triângulo, o 3 (três pontos interligados); o quadrado, o 4 (quatro pontos interligados) e o círculo representa o infinito, pois a circunferência é uma linha que não tem fim.
Alfredo Brandão afirma que o homem pré-histórico representou a divindade por meio da cruz () e este símbolo tinha para eles o significado do fenômeno da natureza que chamavam de ‘ara’ (luz). Disse o autor que a divindade suprema, a luz, tinha sua figuração na cruz, que seria uma espécie de espírito da imagem transcendental que aqueles povos antigos tinham a respeito de Deus.
Assim, a luz teria sido, provavelmente, a divindade primitiva mais relevante de todos os povos e a sua representação se tornou fortemente atuante em todos os lugares. Daí veio outras muitas divindades relacionadas com esta luz primordial como o fogo, o raio, o relâmpago, o trovão, a chuva, o sol, a lua, as estrelas, etc., e que também tiveram as suas representações gráficas e o respeito dos povos por causa das manifestações fenomênicas destas coisas por ele observadas.
Parece que houve uma época em que a magia dominou completamente as sociedades dos homens, quando se davam grande importância ao transcendental e desconhecido como algo divino, ao contrário de hoje, em que o peso do conhecimento intelectual afastou as pessoas de seu lado mais místico, relegando este aspecto da vida humana a planos secundários. Algumas das lendas existentes em meio aos grupos indígenas do Brasil, que tratam de temas da criação, guardam ainda reminiscências misteriosas de ideias cosmogônicas e teogônicas transcendentais, que parecem possuir conteúdos muito semelhantes em todos os lugares como se procedessem, salvo distorções não muito relevantes, de uma mesma fonte de conhecimento.
Signo de caracteres cosmogônicos em Serranópolis (GO).
Para Matta e Silva o Brasil é, incontestavelmente, o berço da primitiva revelação da Luz, região onde ter-se-ia formado a primeira solidificação de terra firme para a manifestação do reino humano e onde se deram as primeiras encarnações de seres Divinos. Por isto a antiga simbologia gravada em pedra em toda a extensão do Brasil enfoca estas manifestações fenomenológicas e estão por toda a parte. Destas representações teogônicas muitas outras se derivaram, ao ponto de serem encontrados alguns símbolos tradicionais gravados ora em baixo relevo, ora pintados em cores vivas, indicando sua relevância para os seus autores.
Muitos destes signos se mostram estranhamente coincidentes com aqueles que representam os antigos conceitos esotéricos que passaram a ser conhecidos, mais especialmente, com o advento da obra colossal escrita por Helena P. Blavatsky, “A Doutrina Secreta”, em seis volumes, editada pela primeira vez em 1891. É no mínimo curioso observar, que os símbolos que esta autora descreve ao estudar nos livros sagrados que consultou no oriente para escrever seu monumental tratado de filosofia, tratam-se dos mesmos que hoje podem ser encontrados gravados em diversas regiões do Brasil, dando indicações de que esta antiga simbologia já era de pleno conhecimento desses povos milenares que habitaram estas antigas terras sul-americanas.
Seria interessante fazer aqui referência ao inestimável trabalho desta autora e à excepcional relação existente entre estes símbolos milenares por ela citados. No proêmio de sua “Doutrina Secreta” (vol.I), ela escreveu:
“Ante os olhos da escritora está um manuscrito arcaico, uma coleção de folhas de palma que se tornaram impermeáveis à água e imunes à ação do fogo e do ar, por algum processo específico desconhecido. Vê-se na primeira página um disco de brancura sem mácula, destacando-se sobre o fundo de um negro intenso. Na página seguinte aparece o mesmo disco, mas com um ponto no centro.”
Assim se inicia a sua descrição sobre as representações simbólicas que estavam diante de seus olhos, figuras representando manifestações cosmogônicas, conforme são estudadas nas escolas secretas do oriente. Estas figuras de elevado valor iniciático e simbólico podem ser insistentemente encontradas em inscrições rupestres gravadas no interior do Brasil, aguardando sua decifração. Com isto queremos mostrar que tais signos não representam simplesmente figuras desenhadas a esmo por homens ignorantes e medrosos, mas que venham tratar-se de registros de conhecimentos ideografados, comuns àqueles povos de antanho e de profundo significado para os mesmos no seu tempo.
Esta simbologia cosmogônica original que Helena P. Blavatsky estudou e citou em sua obra acha-se abaixo representada e, pode-se dar-lhe a seguinte representação.
O primeiro signo, um disco simples, representa o Cosmos na Eternidade, antes do despertar da Energia Criadora; o Ser Imanifesto. O segundo, o disco com um ponto no centro, representa a primeira diferenciação, o germe na raiz, ou seja, o Espaço Potencial que começa a atuar no Espaço Abstrato. O terceiro disco mostra uma linha dividindo-o em duas metades, como o símbolo da Mãe-Natureza, que envolve todas as coisas. O quarto disco com uma cruz representa o começo da vida humana no plano material, concretizada na terceira raça-raiz. É o símbolo da cruz do mundo, a realização. A cruz de braços iguais isolada, sem o disco, (figura 5) representa a queda humana na matéria e simboliza o começo da Quarta Raça-Raiz. Temos aí uma breve exposição do que entende a Doutrina Esotérica a respeito dos sinais acima grafados que, como se pode perceber, encontram-se relacionados a todas as civilizações e crenças da Terra, assim como estão também representados no interior das selvas e dos sertões destas misteriosas e milenares terras brasileiras.
Como exemplo disto podemos citar diversas representações gráficas desta simbologia em diversas regiões do Brasil, iniciando-se pela desconhecia pedra disforme localizada em Barra do Garças, MT. Como compreender que uma Itacoatiara (pedra riscada) encontrada às margens do rio Araguaia, em plena floresta, hoje cidade de Barra do Garças, MT (ver abaixo), possa trazer insculpido em seu dorso tantos signos cosmogônicos como estes que estamos estudando, feitos sabe-se lá por quem e de forma aleatória (como querem muitos), ou seja, sem o conhecimento destas coisas?
É significativo dar atenção a um portentoso registro como este que estamos apresentando, se não quisermos permanecer como cegos opcionais e ignorar uma prova contundente como esta, entre muitas outras, acreditando tratar-se de elementos ocasionais ou aleatórios na cultura do homem antigo do Brasil. As inúmeras demonstrações de ‘arte’ neste sentido em muitos outros lugares comprovam que não são.
A pedra do Araguaia em Barra do Garças (MT) e seus caracteres cosmogônicos.
Na figura que anexamos incluímos uma fotografia da pedra disforme e ao lado, um desenho que elaboramos da mesma, abordando todos os signos que ela contém gravados em seu dorso. Não iremos neste momento nos aprofundar em estudos esotéricos e simbólicos deste contundente ‘documento’ lítico, mas apresentá-lo para posterior estudo e comparar os seus signos com os que acima apresentamos. O que desejamos é indicar todas as possíveis correlações existentes diante desta vasta simbologia oculta em terras brasileiras e deixar registrado que poderia haver uma outra percepção a respeito de nosso passado mais remoto e dos povos que aqui teriam vivido.
Já mostramos no artigo anterior algumas outras regiões brasileiras que mostram registros desta natureza, mas são inúmeras as que possuem semelhantes manifestações de “arte”.
Ao apontar os signos do Brasil pré-histórico em cada uma destas regiões queremos também ilustrar nossa tese a respeito da longevidade destas terras e deixar registrado que esta rica simbologia trata-se, definitivamente, de um registro milenar de signos ocultos que procuram exprimir os princípios mais elevados da criação, conforme também rezam os mais antigos manuscritos da Índia, igualmente milenar em seus registros.
Mostraremos adiante outras regiões brasileiras onde se acham registrados os símbolos deste vasto complexo cosmogônico e teogônico que estamos estudando, sendo que em algumas localidades estes se acham misturados a outros signos semelhantes a uma escrita ou a registros de conotações místicas, o que não possibilita termos deles a idéia de que possam estar ali por simples acaso, face às suas condições precisas de expressão, quer estejam eles agrupados ou isolados em sua representação. Nos quadros que anexamos abaixo estes sinais podem ser comparados no seu maior grau de expressividade e clareza, pois acham-se lado a lado em cada uma das localidades que foram encontrados.
Queremos insistir que não são raras as manifestações rupestres no Brasil que sugerem tratarem-se de elementos que possam estar ligados a uma antiga tradição, com a incidência de alguns signos isolados em alguns casos, mas que em sua maioria se mostram agrupados em sequência, no mínimo com elevado grau de estranheza, para não se dizer taxativamente que venham tratar-se mesmo de signos cosmogônicos e teogônicos, deliberadamente gravados na pedra. Nos quadros que se seguem e que elaboramos com o intuito de desvestir de nossa mente esta condição do aleatório ou do status da coincidência, vamos notar com absoluta clareza que os povos que habitaram estas terras brasileiras, de norte a sul, numa vasta extensão territorial, tinham uma noção definitivamente objetiva desta simbologia em suas vidas.
Caso contrário, estas jamais poderiam estar gravadas em todas as regiões de nosso país com tanta insistência, além de que tratam-se efetivamente da mesma simbologia mística retro-apresentada e também possuidora de um caráter notável em outras localidades da Terra, entre povos milenarmente estudados. Vamos iniciar nossa demonstração pela região Norte do Brasil, onde vamos constatar a incrível evidência destes signos cosmogônicos e teogônicos em diversos lugares, inclusive na rica simbologia das já conhecidas culturas Marajó e Tapajó.
A seguir, nos encaminhamos para a região Nordeste, onde vamos encontrar a estranha simbologia da cultura desses povos gravada junto de outros signos que poderiam estar ligados aos mesmos como instrumentos de complementação do seu entendimento ou descrição dos seus conteúdos.
Da região Nordeste chegamos à Centro Oeste, onde nos surpreendemos com a elevada incidência destes signos cosmogônicos e teogônicos, que se acham gravados em muitos lugares. A nosso ver esta rica manifestação lítica diversificada não pode ser tomada sob nenhum outro propósito, senão o de estar relacionado a uma mesma idéia, a uma espécie de universalidade de crenças e princípios culturais de relevante interesse para todos estes povos.
Chegamos à região Sudeste e vamos encontrar os principais signos desta simbologia gravados em pedra, junto de muitos outros, mostrando tratarem-se do mesmo grupo de símbolos vistos anteriormente.
Do Sudeste penetramos na região Sul, onde os mesmos podem ser encontrados registrados nas pedras com grande ênfase, principalmente em Santa Catarina, na região mais litorânea, onde se apresentam com grande eloquência e mistério.
Torna-se fácil perceber nesta sequência de ilustrações que a universalidade dos signos cosmogônicos e teogônicos do Brasil é uma realidade e não uma hipótese.
Para que possamos consolidar nosso discernimento sobre o estudo que estamos fazendo em relação a esta manifestação cultural e mítica desses antigos povos brasileiros, vamos incluir também a rica tradição que suportou o grande ‘império’ silvícola tupi e guarani que, surpreendentemente, guarda vivamente esta mesma simbologia grafada nas pedras que estamos aqui estudando. Queremos observar, entretanto, quer a inclusão destas relevantes referências míticas dos povos tupis e guaranis não implica na tese de que foram estes os executores das insculturas aqui estudadas, mas acredita este autor que estas sejam, de fato, muito mais antigas e estejam ligadas a povos bem mais remotos, dos quais estes últimos teriam herdado suas crenças e o seu conhecimento.
Entre os séculos XVI e XVII, os grupos tupi e guaranis praticamente dominavam toda a costa oriental do Brasil, desde a embocadura do Rio Amazonas até a do Rio da Prata em Montevidéu (Uruguai). Este grupo indígena possuía uma profunda unidade em relação à língua e aos costumes, mas possuíam grupos e nomes distintos e às vezes lutavam entre si. Suas crenças, porém, eram muito semelhantes.
É sabido que a vida cultural do nativo brasileiro foi sempre povoada do sobrenatural, mas, apesar disto, ele tinha uma noção clara de um Ser Supremo, Criador do céu e da terra, e regente do Universo. Especialmente os grupos tupis e guaranis tinham consciência da existência de um outro Sol, além do físico, que dá luz, vida e calor, e do qual este extrai sua própria energia e sabiam que esta Grande Luz se originava de uma Grande Consciência que, para eles, era inextinguível. Para nosso espanto, vamos encontrar junto deles uma Teogonia complexa, em tudo semelhante às dos demais povos, ditos civilizados, da Europa e da Ásia, que falam de um Deus Único e de uma divina manifestação ternária que dá sustentação a tudo o que existe.
Esta Teogonia complexa foi revelada pelo pesquisador paraguaio León Cadogán, que por curiosidade passou a estudar as lendas e as tradições dos povos guaranis que viviam nas fronteiras do Brasil, Paraguai e Argentina. Desde 1.924, quando começou a fazer os contatos com a tribo, passou a defender os interesses destes povos e a conviver intimamente com eles. Depois de muitos anos Candogan acabou se tornando porta voz dos guaranis e ganhou a confiança de toda a sua gente, passando, praticamente a ser um membro da tribo. A surpresa do pesquisador foi grande quando, muito tempo depois, o cacique Pablo Werá aproximou-se dele e perguntou-lhe se ele queria conhecer as “ne’e porá tenondé”, ou seja, as “nossas primeiras palavras formosas”, que estavam ligadas à tradição mais antiga de seu povo. Ao afirmar que sim, ele foi levado a participar do “nimogarai”, uma das cerimônias mais importantes da tribo Guarani e foi-lhe então revelada uma história secreta, de elevado conteúdo esotérico.
Em 1948 Candogan conseguiu concluir seu trabalho sobre a fantástica mitologia guarani, ditada pelos próprios anciães detentores desta antiga tradição, mas somente conseguiu publicá-la em 1959 com a ajuda de Egon Schaden, que era catedrático de antropologia na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, em um dos boletins editados pela mesma, sob o nome de “Ayvú Raptá”. Nem será preciso dizer que o trabalho de Candogan foi desconsiderado pelos antropólogos e não foi tomado a sério pelos mesmos, pelo fato simples de não ser ele um acadêmico em antropologia.
Mais recentemente, no ano de 2001, um descendente da tribo guarani, Kaká Werá Jecupé, reportando ao trabalho de Candogan, escreveu o livro “Tupã Tenondé”, relatando também a espantosa Teogonia Mbyá-Guarani. Neste trabalho ele faz referência aos símbolos milenares da antiga tradição destes povos, indicando o seu significado e o seu grande mistério, preservado oralmente pelos anciães de sua tribo. É neste contexto que queremos relacionar o que aqui vamos encontrar com o que se acha gravado em pedra em todas as regiões do Brasil e que faz parte dos estudos comparativos que estamos fazendo neste trabalho.
Assim o autor Kaká Werá Jecupé discorre sobre o princípio das coisas, conforme consta do “Ayvú Raptá – os Fundamentos do Ser” e a tradição revelada pelos antigos pajés:
“Ñande Ru Pa-Pa Tenondé guete rã ombo-jera pytú yma gui.”
“Nosso Pai Primeiro criou-se por si mesmo na vazia noite iniciada.”
Ñande Ru Tenondé, “Nosso Pai Primeiro” é um dos nomes que é dado à Suprema Consciência ou Grande Som Primeiro, Tupã Tenondé, cuja essência é Namandu, o Imanifestado e Grande Mistério. Os poços guaranis atribuíam símbolos sagrados a estas manifestações divinas e tinham-nas como relíquias muito valiosas. Eis como eles representavam as suas divindades:
Pode-se ver claramente que os signos adotados pela antiga tradição dos povos tupis e guaranis tratam-se dos mesmos que se acham gravados em pedra em todas as regiões do Brasil, o que não deixa de ser surpreendente. É de se notar também que estes sinais sagrados estão estreitamente relacionados com os signos misteriosos dos povos sabeanos, que por sua vez guardam profunda semelhança com os caracteres encontrados no Brasil e por extensão com os também indecifráveis signos de Glozel, encontrados na França (ver quadro comparativo na parte 1 deste artigo).
Na sequência deste trabalho iremos nos deter no estudo dos principais signos que compõem a rica simbologia lítica brasileira, comparativamente com os misteriosos caracteres sabeanos e de Glozel e vamos contar com participação de Alfredo Brandão que abordou o assunto dos sinais brasileiros em 1937 em seu livro “A Escrita Pré-histórica do Brasil”, além de W. W. da Matta e Silva que também tratou do tema em seus livros “A Doutrina Secreta da Umbanda” e “Umbanda do Brasil” e Roger Feraldy, no seu livro “Umbanda, essa Desconhecida...”, como instrumentos de ajuda na compreensão deste tão complexo quanto misterioso legado dos povos mais antigos do Brasil.
* J.A. Fonseca é economista, aposentado, espiritualista, conferencista, pesquisador e escritor, e tem-se aprofundado no estudo da arqueologia brasileira e realizado incursões em diversas regiões do Brasil com o intuito de melhor compreender seus mistérios milenares. É articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA. E-mail: jafonseca1@hotmail.com.
- Fotografias e ilustrações: J. A. Fonseca.
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- Produção: Pepe Chaves © Copyright 2004-2017, Pepe Arte Viva Ltda.
Esta matéria foi composta com exclusividade para Via Fanzine©.
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