21/11/2020 3 anos atrás
Confusão na Câmara Municipal: Hostilização e agressão na casa legislativa
Membros de movimentos municipais sofrem agressões e hostilizações durante uma reunião na Câmara Municipal e São Tomé das Letras. Movimentos emitem notas repudiando as ações, assim como a Câmara e a Prefeitura de São Tomé das Letras.
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Cenas de selvageria foram registradas e relatadas dentro da Câmara Municipal de São Tomé das Letras.
Em uma nota emitida em sua página na rede social, o Movimento São Thomé pela Vida (STPV), apoiado pela Comissão da Sociedade Civil para combate e prevenção ao Covid-19 (antigo GT), denunciou as hostilizações e agressões ocorridas durante sessão realizada Câmara Municipal de São Thomé das Letras, na última quarta-feira, 18/11.
As agressões ocorreram enquanto uma integrante do Movimento São Thomé pela Vida falava na Tribuna Legislativa sobre o projeto de lei nº 34, “que dispõe sobre penalidades a serem aplicadas nas infrações às normas de controle de contaminação do corona vírus”.
A integrante foi hostilizada e impedida de falar por um grupo de pessoas favoráveis à abertura da cidade. Este mesmo grupo também agrediu fisicamente um outro membro do Movimento São Thomé pela Vida que estava no local representando a imprensa.
Os agressores são pessoas conhecidas na cidade e militantes pela abertura irrestrita da cidade. Alguns deles criticam o decreto municipal que limita e regulamento a abertura da cidade ao turismo por conta da pandemia.
De acordo com a nota do Movimento STPV, “No momento em que a integrante do movimento STPV subiu à tribuna, os participantes da sessão começaram a boicotar sua fala com vaias e xingamentos. A integrante pediu insistentemente para a presidência da Câmara que uma atitude fosse tomada. Os populares continuaram com seus protestos, sem ao menos ouvir o que estava sendo dito. Isso persistiu durante toda a permanência da integrante na tribuna”.
Ainda de acordo com a nota, “Os populares continuaram com seus protestos, sem ao menos ouvir o que estava sendo dito. Isso persistiu durante toda a permanência da integrante na tribuna. O outro integrante do movimento estava fazendo a transmissão ao vivo pela página do STPV. A grande maioria do público era de contrários à presença deles ali naquele dia. Quando a fala terminou, o integrante que estava filmando foi agredido por um dos que estavam presentes com uma cotovelada. Em seguida, outros dois se juntaram ao agressor. Nesse momento, a Câmara foi invadida por quem estava do lado de fora, impedidos de entrar pelas medidas de segurança do Covid-19, que estipulou uma limitação no número de pessoas dentro da Câmara. Dois colegas do cinegrafista e da oradora também entraram e impediram que as agressões continuassem. A polícia chegou logo após. A sessão não foi interrompida pela Sra. Presidente, que deu continuidade aos trabalhos. Os agressores permaneceram no local e os agredidos se retiraram. Foi lavrado o Boletim de ocorrência (BO)”.
O assunto foi bastante discutido em grupos e nas redes sociais nos dias seguintes. Diversas pessoas ficaram perplexas com o fato de a presidência da Câmara não ter tomado nenhuma providência de imediato, no sentido de conter as hostilizações e agressões ocorridas no interior a casa legislativa.
No momento, estava presentes na casa, os vereadores e diversos populares, que não interviram durante os atos de vandalismo, agressões e ameaças em um ambiente público.
Câmara diz que tomará providências
A Câmara Municipal e São Tomé das Letras também divulgou uma nota sobre o ocorrido, onde afirma que “repudia com veemência os episódios de desrespeito entre cidadãos presentes” quando ocorria a reunião.
Em nota, a direção da Câmara Municipal também informa que, “A Câmara Municipal está encaminhando representação ao Ministério Público para responsabilização criminal dos envolvidos, e tomará as medidas administrativas cabíveis”.
Finalizando sua nota, a Câmara afirma que, “Asseguramos que a Câmara está tomando todas as medidas para que fatos desta natureza não voltem a acontecer no recinto da Câmara, e para que os agressores e o cidadãos que não respeitem o direito alheio sejam punidos”.
No entanto, até o momento não foi divulgada nenhuma medida ou providência tomada oficialmente pela direção da Câmara Municipal, no sentido e coibir ações semelhantes no futuro, ou de punir os ditos elementos abusivos por suas ações na casa legislativa.
Prefeitura repudia o ocorrido em nota
A Prefeitura Municipal de São Tomé das Letras também repudiou o ocorrido. Em nota publicada em sua página na rede social, afirma que, os ataques feitos no interior da Câmara, “causaram perplexidades pela conotação ofensiva à uma mulher; a agressão verbal e moral expressa não somente a discordância de sua opinião, mas também o total desprezo contra as falas de mulheres que exercem o poder político e opinativo em igualdade com os homens”.
Um vídeo registrando parte das ocorrências também foi fartamente visualizado e compartilhado nas redes sociais.
Após o registro do Boletim de Ocorrência (BO) é possível que uma ação seja aberta contra os agressores. O Jornal São Tomé Online informa que estará acompanhando e informando aos seus leitores sobre o desfecho destes lamentáveis episódios.
* Pepe Chaves é jornalista e editor do diário digital Jornal São Tomé Online e da Rede de Portais ZINESFERA.
- Imagem: Divulgação.
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