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 Musical 
 

 

Lançamento:

Clipe inédito do Pink Floyd é lançado

Pink Floyd lança mais um clipe inédito com imagens raras para divulgar box especial com mais de 130 faixas.*

 

Coletânea que vai revisitar os sucessos dos sete primeiros anos da carreira da banda.

Assista ao clipe de 'Green is the Colour' 

 

Mais um, mais um, mais um! Até o dia 11 de novembro, data de lançamento do box "The Early Years, 1965 - 1972", os fãs do Pink Floyd vão ganhando aperitivos do que vem por aí na coletânea especial que vai relembrar os primeiros anos da banda. Nesta quinta-feira (27), o grupo lançou mais um clipe inédito e a faixa escolhida foi "Green is the Colour", lançada originalmente em 1969.

 

O clipe mistura imagens de uma praia deserta com as da banda se apresentando no festival Pop Deux, em Saint Tropez, na França, no dia 8 de agosto de 1970. Na época, o hit bombava depois de fazer parte da trilha sonora do filme "More", de Barbet Schroeder.

 

Esse é o terceiro remix que o Pink Floyd libera pra divulgar o projeto. No mês passado, a banda soltou uma nova versão de "Granchester Meadows", original do disco "Ummagumma", de 1969. Depois, foi divulgado também um vídeo especial para "Childhood’s End", do disco "Ummagumma", de 1969. O box vai ser lançado oficialmente no próximo dia 11, com mais de 12 horas de músicas, divididas em nada menos que 130 faixas.

 

* Informações do Canalbis.

  27/10/2016

 

- Foto: Divulgação.

 

*   *   *

 

Lenda viva do Rock Progressivo:

King Crimson: A nobreza sonora de um rei no Rock

O Crimson é uma banda sensacional: irreverente, pioneira, virtuosa e experimental. Fenomenal.

 

Por Lazaro Roberto del Freo*

De São Paulo-SP

Para  Via Fanzine

18/05/2016

 

 

Crimson: músicos extraordinários, capitaneados pelo excelente e visionário Robert Fripp.

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O início das viagens

 

Década de 1960, Inglaterra. A Contracultura filosofando sobre a vida.

 

No final dos anos 60, o King Crimson vai se inserir naquele seleto grupo de bandas de Rock e Progressivo: Nice, Moody Blues, Floyd, Procul, Yes e muitos outros que revolucionariam o mundo musical. Assim, a sonoridade do Rock se caracterizou, de forma brilhante, com várias progressões e evoluções, na dinâmica nos sons.

 

Gêneros como psicodelismo, música eletrônica, sons instrumentais, música clássica, jazz etc., fazem parte do "cardápio" musical da banda, além de músicas entrecortadas por letras sensíveis e viajantes.

 

Robert Fripp experimenta alguns acordes e se junta ao amigo Greg Lake, os irmãos Giles, Ian McDonald e o fabuloso letrista, poeta e desenhista, Pete Sienfield, para montar um conjunto, com talentos. Viva a era "Escarlate"!

 

Ninguém nega que a banda, assim como o Jethro Tull, com Ian Anderson, é de Fripp; ou recebe, sempre, a enorme influência desse guitarrista. O lançamento do primeiro disco "In The Court of the King Crimson" foi um dos melhores momentos do Rock e uma brilhante estreia em álbum. Esse álbum se coloca ao lado, com méritos, dos discos com as estreias de Jimi Hendrix Experience, The Doors, Pink Floyd, Led Zeppelin, Jethro Tull e outros vibrantes começos de artistas em suas trajetórias musicais.

 

Bons amigos, em um bom começo...

 

Antes de montar a banda, Fripp era muito amigo de Greg Lake. Eles, inclusive, chegaram a morar juntos, dividindo um apartamento. Lake conta que eles promoviam muitas "festas", com garotas. Combinavam, quando um ia "brincar", o outro saía ou ia para o outro lado do apartamento, às vezes dividido com cortinas e biombos - Legal, a democracia e a cidadania em um quarto.

 

Só que Lake às vezes reclamava: "Puxa, lá estava eu, todo ‘acabado’, depois da minha festinha; e de repente chegava o Fripp com suas garotas". Caramba, nem tudo era só alegria.

 

Fripp é um cara visionário e bastante criativo. Ele tem uma técnica única de manejar a guitarra, com o uso de muitas dissonâncias. Ele também criou um novo instrumento, o Fripptronics, um misto de guitarra e sintetizador.

 

Naquela época, final dos anos de 1960, ele adotou uma filosofia de vida que misturava conhecimentos racionais, técnica de guitarra e muita prática sexual.

 

Alguns exemplos de sua teoria:

"O músico possui três disciplinas: as disciplinas das mãos, da cabeça e do coração".

"A disciplina é o veículo do prazer".

"A perfeição é impossível, mas eu posso querer servir à perfeição".

"A música é a arquitetura do silêncio".

 

O Crimson entrava para a história, de maneira brilhante. Tudo ia bem, até a gravação do segundo disco.

 

A projeção

 

A sorte estava no palco, ao ar livre. O Crimson obteve uma chance de ouro: abrir o show dos Stones no Hyde Park, na cidade de Londres, em 05 de julho em 1969, no concerto em homenagem a Brian Jones (falecido guitarrista dos Rolling Stones).

 

A apresentação do "King” foi um sucesso total. O que se viu e ouviu nessa apresentação foi música de qualidade, experimentalismo, refinada técnica instrumental e harmônica, além de melodias sublimes.

 

O Crimson entrava para a história, de maneira brilhante. Tudo ia bem, até a gravação do segundo disco. Lake ficou chateado com o guitarrista, pois Fripp queria que somente ele cantasse. Assim, o baixo seria tocado por outro músico. Então, Lake bem magoado com a situação, não "pestanejou" um só segundo e aceitou o convite de Keith Emerson, para montar uma nova banda, que também se tornaria um ícone progressivo, Emerson, Lake and Palmer.

 

A saída do baixista e amigo deixa o Crimson meio sem rumo. Fripp, por sua vez, desandou a falar mal de Emerson. Ele escreveu uma carta de protesto contra o som "tecnológico e cheio de teclados" de Emerson, Lake and Palmer. Na carta, Fripp dizia, entre outras coisas, "Que o futuro da música não seria o sintetizador e, sim, a flauta de bambu".

 

Por certo, o Crimson, depois disso, gravaria ótimos discos, mas com muitas mudanças nas formações. Teriam sido as mudanças, intencionais ou ocasionais?

 

A estabilidade, afinal

 

Tempos depois, na metade dos anos de 1970, a formação da banda se estabiliza com os extraordinários Bruford, Wetton e Cross. Por que o Fripp tinha que chamar o "mala" – desculpem - do Jamie Muir, para tocar percussão no grupo?

 

O "mala" do Muir, uma vez, falou assim: "Só eu consigo fazer o Bruford parar de tocar bateria e ir tocar percussão no Crimson". Caramba, que presunção. Com esse time, depois sem Muir, eles gravam uma sequência de discos fantásticos. Culminando com o fabuloso ao vivo "USA”.

 

Nesses discos, com destaque para o primoroso álbum “Red”, a música é livre, experimental, dinâmica, recheada de Jazz e caótica. E, claro, disciplinada. Nos álbuns, os sons são quebrados, com ritmos sincopados, marcações mirabolantes, solos frenéticos e arranjos ecléticos e complexos.

 

Uma curiosidade desse período: quando Bill Bruford deixou o Yes, ele se apresentou para Fripp, para ingressar no Crimson. Fripp o recebeu, dizendo assim: "Muito bem, Bill, agora você está pronto para tocar na banda". Sobre isso, Bruford relatou tempos depois, "Deus abençoe, Bob, pela sua humildade".

 

Sabidamente, Fripp, é um cara genial e, por vezes, genioso. Bom humor. Depois de um período afastado, Fripp grava discos solos com gente de peso e talento como: Peter Gabriel, Brian Eno, David Bowie e Hall. Além disso, ele também estudaou música.

 

Agora, no século XXI, segue o King Crimson, todo reformulado, compondo e tocando com maestria.

 

Atualização sempre

 

A volta da disciplina e do racionalismo. Robert Fripp reformula o Crimson. Agora com Bruford, Levin e Bellew. O retorno do grupo se dá nos anos de 1980. Eles gravam discos legais. Mas, desculpem, preciso dizer isso: agora é uma nova banda, com uma pegada diferente. Ainda experimental, contudo, trazendo outros conceitos, um pouco Pop e com uma sonoridade mais direta. Valem as mudanças, com certeza bons sons.

 

São novos rumos e caminhos sonoros e artísticos. King Crimson, governado com qualidade nos reinos do Rock, com autoridade e competência. King Crimson viajando com técnica, perfeccionismo e disciplina. Alternando virtuose e virtude, por novos caminhos nos sons. Um par perfeito, para uma variação enorme e vital de notas.

 

Agora, no século XXI, segue o King Crimson, todo reformulado, compondo e tocando com maestria. A banda buscou reformular a textura de seu som, incorporando novos integrantes, instrumentos e alternando influências na musicalidade. Mas sempre sob o comando disciplinado de Robert Fripp.

 

Sobre os sons, Fripp afirmou: "Você quer saber minhas influências? No começo de minha carreira, na juventude, ou você gostava dos Beatles ou dos Stones. Eu ainda gosto dos Beatles".

 

Viva, Fripp, salve, para todos no Crimson; baluarte do (e no) Progressivo. Congratulações para a filosofia e técnica de um notável compositor e exímio guitarrista: Robert Fripp.

 

* Lazaro Roberto del Freo é formado em história e professor de Geografia para a Rede Pública de São Paulo. É pesquisador musical e colaborador de Via Fanzine.

 

- Fotos: King Crimson Club/divulgação.
 
- Produção: Pepe Chaves.
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