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 Mobilidade

Tem boi na estrada:

Acidente que paralisou a BR-381 deixa lições 

Acidente na madrugada desta terça feira dia 24/01 com caminhão carregado de bois provocou

um engarrafamento gigante que paralisou uma das maiores rodovias do país, a BR-381/Sul.

 

Por José Aparecido Ribeiro*

De Belo Horizonte-MG

Para Via Fanzine

26/01/2017

 

 

O certo seria se reunir a concessionária, PRF, DNIT, PMMG, Corpo de Bombeiros e todos os órgãos de

Defesa envolvidos, para trabalharem sincronizados, sob o comando de um GABINETE DE CRISES DA RMBH.

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Teria sido apenas mais um dos muitos acidentes costumeiros neste trecho urbano da BR-381, (km 487) não fosse o fato de a carga ser viva e ter se espalhado pelo asfalto, fechando a rodovia por mais de 13 horas.

 

A ação de desobstrução da via revelou, mais uma vez, a falta de articulação entre as autoridades de trânsito e a concessionária responsável pela gestão da Fernão Dias. Batendo cabeça e impedindo o direito de ir e vir de centenas de milhares de pessoas. Foi um festival de amadorismo e um teste de paciência para os que ficaram presos por mais de meio dia. 

 

O certo seria se reunir a concessionária, PRF, DNIT, PMMG, Corpo de Bombeiros e todos os órgãos de Defesa envolvidos, para trabalharem sincronizados, sob o comando de um GABINETE DE CRISES DA RMBH.

 

Acidentes como esses acontecem diariamente e não deveriam ser motivo para tanta improvisação. Para a sorte de quem passava no local e teve que esperar, os bichos eram bois e não leões ou cachorros rottweilers.

 

 Bovinos se espalham na rodovia federal e

o trânsito ficou interditado por 13 horas.

 

Não é a primeira e não será a ultima vez que um COMITÊ DE CRISES DA RMBH, treinado para dar respostas rápidas a eventos fortuitos, fez falta. Em países civilizados, há manuais e procedimentos que permitem aos agentes públicos e privados agirem a tempo e a hora, de forma eficiente e competente.

 

Embora a rodovia tenha sido privatizada, cabendo ao concessionário tomar medidas para desobstrução da via, com segurança para usuários e acidentados, o Governo através dos órgãos responsáveis, já mencionados, deveria ter agido. Mas nada disso aconteceu.

 

Tomara que o exemplo e às 13 horas de fechamento - que certamente geraram prejuízos incalculáveis para milhares de pessoas - tenham servido para alguma coisa. Dizem que filho feio não tem pai. Quem será, neste caso, o pai do filho feio que expôs a fragilidade do Estado e dos agentes de Defesa? A quem devemos imputar e cobrar os prejuízos causados por mais esse vexame?

 

* José Aparecido Ribeiro é consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade, presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas, fundador da ONG SOS Mobilidade Urbana e consultor para Via Fanzine.

 

- Foto: O Tempo / Divulgação.

 

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Nuances da crise:

Prefeituras e multas de trânsito

Os radares e o caixa das prefeituras, uma simbiose legal, mas imoral.

 

Por José Aparecido Ribeiro*

De Belo Horizonte-MG

Para Via Fanzine

10/03/2013

 

A diminuição da velocidade de 70 km/h para 60 km/h nos corredores onde não

há trânsito de pedestre tem apenas um objetivo, encher os cofres das prefeituras.

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Pressionadas pela crise econômica que baixou a arrecadação dos municípios brasileiros, as Prefeituras estão fazendo de tudo para colocar dinheiro no caixa, inclusive, instalando radares e diminuindo a velocidade para aumentar a arrecadação com multas. O discurso é perfeito e politicamente correto, ganhando inclusive a adesão de parcela significativa da população, menos atenta, com o argumento de que eles são necessários para proteger vidas. Ou seja, tudo legal, mas escandalosamente imoral.

 

Explico: Nenhum cidadão em sã consciência é contra a instalação de radares para frear os apressadinhos, onde eles são necessários, porém o que vem acontecendo é que no balaio dos raros e poucos maus motoristas (a minoria) está indo juntos os que cumprem suas obrigações ao volante - a maioria.

 

A diminuição da velocidade de 70 km/h para 60 km/h nos corredores onde não há trânsito de pedestre tem apenas um objetivo, encher os cofres das prefeituras, já que 83% das multas por “excesso” de velocidade acontecem por uma diferença de 1 km/h a 5 km/h. Ou seja, passou em um dos radares pardais, escondidos atrás de árvores a 68 km/h, os prefeitos agradecem. Pergunto: que risco um veículo pode representar a 70km/h, para um pedestre, onde não há transito de pedestre? Embora seja comprovado que um carro a 60km/h represente menos riscos letais na eventualidade de um atropelamento, as prefeituras aproveitando-se disso, estão generalizando com o objetivo único e exclusivo de faturar.

 

As cifras são astronômicas, medidas em bilhões, e regra geral vão para o caixa único do município. Se não bastasse a farsa legal, o remédio traz consequências muito mais graves quando somados os pontos perdidos na carteira, obrigando motoristas a frequentar cursos de reciclagem e recolhimento de suas cartas. Tudo isso gera despesa, perda de tempo e estresse, desnecessariamente, na maioria dos casos.

 

É comum ouvir gente esclarecida dizer que quem cumpre a lei, por isso, não teme radares. O que em tese está correto. Porém, ao ser multado por conduzir um veículo a 68 km/h, em uma Via Expressa, como é o caso da que liga Belo Horizonte a Contagem, ou em um grande corredor de tráfego onde não há trânsito de pedestre, o que deveria ser pedagógico, gera revolta e prejuízos para o bolso de quem já recolhe impostos demasiadamente caros.

 

Outro dado que chama atenção, é que o modelo de radar utilizado pela maioria das Prefeituras, não evita acidentes, pois não tem o poder de desacelerar os apressadinhos. Estamos falando dos radares pardais colocados em pontos estratégicos para confundir condutores. Pasmem, locais estes indicados por fabricantes de radares, e não aqueles cujas estatísticas mostram recorrência de acidentes. Se quisessem mesmo diminuir a velocidade onde isso é necessário, os modelos seriam outros: Lombada Eletrônica e Barreiras Eletrônicas, ambas visíveis e com medidores de velocidade à vista para orientar o motorista e evitar acidentes.

 

A tensão gerada pela possibilidade de uma multa é outro dado que merece atenção. Cidades como Belo Horizonte, onde em breve haverão 382 radares, o estresse poderá vir a ser a maior causa de acidentes. Impossível fluidez e tranquilidade para dirigir, com essa quantidade de radares à espreita, escondidos ou camuflados. Com efeito, os “cordeiros”, oportunistas, defensores da Lei e dos bons costumes, não passam de lobos ferozes, ávidos por arrancar dinheiro de quem já paga impostos que chega e não recebe em troca serviços minimamente decentes. O nome disso é PICARETAGEM LEGALIZADA.

 

* José Aparecido Ribeiro é consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade, presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas, fundador da ONG SOS Mobilidade Urbana e consultor para Via Fanzine.

 

- Fotos: Fernando Donasci/Uol e Ze Carlos Barreta/Folhapress.

 

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Trânsito:

Qual o melhor exemplo para BH:

o Europeu ou o Americano?

A sociedade brasileira escolheu o carro como meio de transporte e tem a

indústria automobilística como o carro-chefe da economia e da geração de empregos. 

 

Por José Aparecido Ribeiro*

De Belo Horizonte-MG

Para Via Fanzine

10/03/2013

 

Belo Horizonte, uma cidade em que o trânsito costuma dar nó.

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O colapso do trânsito de Belo Horizonte é uma realidade e as autoridades seguem minimizando o problema. Para agravar, a BH Trans retirou-se das ruas. O tráfego está à deriva de sinais que não dão conta do volume de veículos. Convidados a manifestar, os responsáveis se limitam a dizer que o BRT vai resolver o problema, e que a causa é o excesso de veículos. Ou seja, não dizem nada.

 

Especialistas contratados pela PBH importam soluções de cidades europeias onde a topografia é plana, o clima é temperado, e o transporte coletivo de boa qualidade funciona há mais de 150 anos. Metrô, trens suburbanos, monotrilho, VLT e ônibus com carrocerias adaptadas ao clima e a topografia, é uma realidade lá. Aqui o buraco é bem mais embaixo.

 

Nossos governantes insistem em dizer que obras não resolvem o problema: o que resolverá então? A capital precisa de mais de 150 delas para eliminar gargalos que não comportam mais puxadinhos ou paliativos. A sociedade brasileira escolheu o carro como meio de transporte e tem a indústria automobilística como o carro-chefe da economia e da geração de empregos. 

 

O Brasil não vai parar de produzir carros e as cidades terão que se adaptar a este novo cenário. Cidades onde o clima é quente e a topografia acidentada como Belo Horizonte, não tem alternativas, não adianta tentar construir ciclovias, restringir o uso do carro e apostar todas as fichas em modais como o BRT. Está provado que este modelo não é o sucesso que a PBH acredita. Portanto, as obras que a cidade precisa não são para o futuro, estas já deveriam ter sido feitas há mais de 30 anos.

 

Exorcizar o carro não resolve, é preciso construir vias e adaptar as que existem para a realidade de hoje. O carro é muito mais do que um meio de transporte, ele significa status, ascensão social e desejo de consumo da maioria dos brasileiros. Todo mundo que pode, tem o direito de ter um. Negar isso é desconhecer o problema ou tentar mudar a realidade na marra, e isso não funciona.

 

Túneis, trincheiras, viadutos, elevados, vias expressas e passarelas não podem mais ser preteridos. O discurso aparentemente moderno de que a cidade é para as pessoas deve ser menos romântico e mais racional. Ela é de fato para as pessoas, as que estão a pé, as que estão dentro dos ônibus desconfortáveis, espremidas nos vagões do metrô e também para as que estão dentro dos carros paradas em engarrafamentos cada vez maiores e estressantes. Estamos falando de quase dois milhões de pessoas, que fizeram opção pelo carro e têm o direito de ir e vir por toda a metrópole.

 

Até que os paradigmas sejam quebrados e as intervenções aconteçam, com a ajuda dos governos estadual, federal e com financiamentos internacionais, se tornam urgentes ações pró-ativas de gestão.

 

De nada adianta lavar as mãos e assistir o caos tomar conta das ruas. BH precisa de um plano de emergência. Se ele não existe, os especialistas precisam buscar inspiração em modelos parecidos com os nossos. Estes se encontram nos EUA, e não na Europa. Silêncio pode ser interpretado como birra, e birra não é atitude que se espera de administradores públicos. A população exige ações capazes de minimizar o caos e um plano para enfrentar o problema que afeta a todos, urgentemente.

 

* José Aparecido Ribeiro é consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade, presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas, fundador da ONG SOS Mobilidade Urbana e consultor para Via Fanzine.

 

- Fotos: Fernando Donasci/Uol e Ze Carlos Barreta/Folhapress.

 

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Produção: Pepe Chaves.

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