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Copa 2014:

Que vexame!

A coisa ficou tão feia, tão mal engendrada, que o comum besteirol de qualquer

comentário superava em interesse a pasmaceira demonstrada no gramado.

 

Por Roberio Sulz*

De Teixeira de Freitas-BA

Para Via Fanzine

15/07/2014

 

O povo brasileiro levou uma surra de decepção. Ainda estamos mergulhados no poço da perplexidade.

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Por essa ninguém esperava! Perder de sete a um! E de uma seleção que não apresentou qualidade futebolística além do “feijão-com-arroz”. Assistimos perplexamente a um futebol alemão convencional, protocolar, sem criatividade, vencer e humilhar nossa seleção – em casa - tida como dona do melhor e mais alegre futebol do mundo. Quem disse? Nosso time parecia... Ou melhor, nem parecia. Certo é que nem aparecia. 

 

A coisa ficou tão feia, tão mal engendrada, que o comum besteirol de qualquer comentário superava em interesse a pasmaceira demonstrada no gramado. Ou seja, naquele quadro, qualquer sapateiro podia ir além das chinelas. A ópera, o libreto, o rico cenário, a emoção da expectativa. Acabaram com tudo. A má direção fez atores de amarelo – alguns até bons - patinar como zumbis. Quem salvou o espetáculo foi o elenco de vermelho e preto. Mesmo sem ultrapassar o trivial, conseguiu impor dinâmica e explicar a essência do enredo para os espectadores. Há quem diga que, levados pela clemência e pelo respeito aos anfitriões, não ampliaram ainda mais o placar e ainda permitiram um golzinho de honra. Pode ser. Porém, convenhamos, a seleção alemã não é tudo isso que os desolados perdedores alegam para justificar sua incompetência. Tem sérias limitações. É aceitável uma das raras assertivas proferidas por um xaroposo narrador da TV Globo: “a seleção alemã joga algo parecido com futebol, mas que, às vezes, dá certo”. E como deu, em cima de onze baratinados brasileiros de chuteiras, dirigidos por uma comissão técnica demente.

 

O povo brasileiro levou uma surra de decepção. Ainda estamos mergulhados no poço da perplexidade. A pergunta que não quer calar é: por que entregaram o comando da seleção a um pretensioso mascarado? Logo a esse bufão que, no início de sua carreira, no Grêmio de Porto Alegre, só orientava seus jogadores a “bater”, a jogar com deslealdade? A um intitulado técnico que nunca valorizou o treinamento tático integrado? Que só ensaiava jogadas a partir de bola parada? Que, para esconder seus equívocos, impõe com truculência sua vontade pessoal?

 

Segundo o  jogador Romário, hoje deputado federal, a dupla Felipão-Parreira é coisa dos cartolas da CBF - Confederação Brasileira de Futebol, escritório de boas-vidas onde os interesses financeiros pessoais suplantam as razões e emoções do torcedor brasileiro.

 

Em artigo anterior, registrei que a seleção dos atletas para representar o Brasil nesta Copa do mundo parece ter seguido os humores da perdulária “nouveau riche”, que escolhe o produto pela marca e pela fama. Assim, muita inutilidade é adquirida por sugestão de coleguinhas ou por força da propaganda. Para ficar sem uso no armário.

 

Por atavismo ao padrão “telenovela”, acharam que o jogador de futebol é aquele artista forjado nos faustões, videoshows, e noutros “cochos da fama”. Esqueceram que, para figurar no esquadrão da bola, o profissional de chuteiras há de demonstrar inquestionável talento. Saber dominar a bola, reconhecer, por reflexo, os limites e áreas do campo. A posição dinâmica – não estática - de seus companheiros de equipe. Sua evolução no cenário objetivando o gol. Essas são qualidades mínimas essenciais à integração e sucesso de qualquer disputa esportiva, por equipe. Principalmente o futebol. Bons times europeus levam esses fundamentos a sério e não entregam seu comando a qualquer incompetente borra-botas, montado na fama.

 

A tragédia estava mais ou menos prevista. Não ao extremo como ocorreu. O que não cabe na cachola dos brasileiros é como um suposto treinador consegue chegar ao ponto de desestruturar e desorganizar sua equipe, por conta de pretender ser surpreendente e autossuficiente.

 

Quando o treinador disse que já tinha a solução para cobrir a ausência de Neymar, na verdade, não a tinha, por incompetência, por insegurança. Faltava-lhe, como de praxe, conhecimento estratégico. Sobrava-lhe medo. Preferiu viajar na onda da mídia. No caso de insucesso, teria como compartilhar a responsabilidade e exigir dos comentaristas, em pagamento, apoio para continuar nadando na fama e na grana, é claro.

 

E assim conseguiu. Não faltaram vozes midiáticas a enxergar no selecionado germânico a supra suma qualidade da Copa. Sem falsa modéstia, esse farisaísmo foi contestado até por jogadores alemães que afirmaram, na contramão, não terem reconhecido o Brasil em campo. Verdade! Durante o jogo, vez por outra, via-se jogador alemão encarando o brasileiro. Não era desaforo nem desafio para início de briga. Era incredulidade, para saber se podia ligar o nome à pessoa.

 

Em suma, Felipão e seus auxiliares técnicos estão definitivamente ultrapassados. E não é de hoje. Com a palavra os torcedores do Palmeiras, time que Felipão levou ao fracasso. Por muito menos, o técnico da seleção francesa pediu demissão enquanto estava sendo entrevistado. Resta a essa fantasia de técnico botar a viola no saco e ir cantar noutro lugar!

 

*Roberio Sulz é professor universitário; biólogo, biomédico (B.Sc.) pela UnB; M.Sc. pela Universidade de Wisconsin/EUA.

 

- Imagem: Divulgação.

 

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