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Crônicas

 

Boatos:

Notícias falsas no Facebook

Ninguém leva o candidato até a justiça. Todos sabem que a “Justiça é lerda e cega”, não solucionará antes da posse do candidato eleito. Outros já concorrem, mesmo com a ficha suja, sabem que no fim, se eleitos, não vão ser processados.

 

Por Manoel Amaral*

De Divinópolis-MG

Para Via Fanzine

19/10/2018

 

Uma notícia não verdadeira pode prejudicar para sempre uma pessoa, um cantor, um ator ou um empresário.

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Em épocas de eleições elas circulam por toda a cidade. São as notícias falsas. Tem o objetivo de prejudicar um candidato.

 

No ano passado foi nas eleições para Presidente dos EUA. Foram milhões de dados falsos, criados para prejudicar um dos candidatos.

 

No Brasil, nas eleições municipais, existem toneladas de notícias falsas contra candidatos que se assinadas por qualquer um deles o efeito é o mesmo: derrubar o inimigo.

 

Acontece que ninguém leva o candidato até a justiça. Todos sabem que a “Justiça é lerda e cega”, não solucionará antes da posse do candidato eleito. Outros já concorrem, mesmo com a ficha suja, sabem que no fim, se eleitos, não vão ser processados.

 

No Facebook o assunto NOTÍCIAS FALSAS tomou proporções em nível de Brasil (ou do mundo). Uma notícia não verdadeira pode prejudicar para sempre uma pessoa, um cantor, um ator ou um empresário.

 

Um caso recente com cantor e compositor, em que o texto dizia que o dito cujo apoiava um determinado assunto, o que não era verdade. Foi parar na justiça e houve até um pedido de reparação de danos. As pessoas que preparam o texto e as que compartilharam foram citadas.

 

A notícia falsa – o chamado “hoax” (palavra em inglês que significa fraude ou boato) – não é novidade na internet, mas parece ter ganho uma visibilidade e frequência maiores no Facebook.

 

Você que sai clicando por aí sem pensar, compartilhando, pode estar sujeito a processo judicial. O próprio Facebook pretende regulamentar o assunto:

 

Propostas

 

O CEO disse ainda que a empresa desenvolve sete propostas para combater a desinformação de maneira mais eficiente:

 

1. Desenvolver sistemas técnicos mais eficientes, para detectar o que as pessoas irão denunciar como falso antes que elas façam isso;

 

2. Tornar mais fácil o processo de denúncia reportagens falsas;

 

3. Fazer parcerias com organizações de checagem de fatos;

 

4. Rotular os links que foram denunciados como notícia falsa e mostrar avisos quando as pessoas lerem ou compartilharem estes links;

 

5. Aumentar a exigência de qualidade para os links que aparecem como "relacionados" na linha do tempo;

 

6. Dificultar o lucro dos sites de notícias falsas com anúncios;

 

7. Trabalhar com jornalistas para aprender métodos de checagem de fatos.  (Jornal Globo – G1)”

 

Quem quiser se prevenir tem o site www.e-farsas.com.br que desde de 2002 verifica se a notícia ou o texto são falsos.

 

Tem outras maneiras de verificar se uma notícia tem procedência: basta pegar o texto e jogar no Google e verificar se foi publicada por grandes jornais.

 

O pior que tem sites só de notícias bombásticas, falsas e chamativas, só para receber mais visitas e faturar dólares, com anúncios.

 

No Facebook ainda tem pessoas que pegam notícias de cinco anos atrás e publicam como se fossem hoje. Tem um caso de uma menina de seis anos e hoje ela já está com mais de dez anos. E continuam publicando...

 

Às vezes a pessoa já foi encontrada e aqui vai render assunto por muito tempo.

 

Tem muita coisa para verificar, mas com jeito você chega lá.

 

 

 

O Lixeiro 

Era solteiro, morava numa cabana, bem escondidinho aonde ia juntando tudo que poderia render-lhe algum dinheiro.

 

Por Manoel Amaral*

De Divinópolis-MG

Para Via Fanzine

06/09/2018

 

Também prestava serviços à população, quais sejam carregar uma sacola da D. Maria nas escadarias todas por uns trocados, ou levar algumas malas até a parte baixa.

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Zé Prequeté, lixeiro dos bons, trabalhava no morro recolhendo o lixo entre tiros de uma facção e outra.

 

O Chefão do Tráfico, que já estava com a sua cabeça a prêmio, o conhecia e estava sempre dizendo:

 

- Zé, passa lá em cima que tenho um lixo para recolher.

 

E ele ia sem medo nenhum, no meio daquele tiroteio diário.

 

Trabalhava de sol a sol e dava para tirar um dinheirinho para as despesas da casa.

 

Era solteiro, morava numa cabana, bem escondidinho aonde ia juntando tudo que poderia render-lhe algum dinheiro.

 

Também prestava serviços à população, quais sejam carregar uma sacola da D. Maria nas escadarias todas por uns trocados, ou levar algumas malas até a parte baixa.

 

Aquela manhã estava feia, o tiroteio aumentou, a ordem era não sair de casa.

 

Nos postes uns cartazes com foto do Chefão e embaixo uma palavra escrita com letras grandes: PROCURADO. E o valor era alto: R$ 50.000,00. Tudo em polvorosa, não sabia o que fazer, ficar em casa é que não podia.

 

Pegou o seu velho carrinho, subiu a ladeira, desceu o morro e foi parar num local onde nunca tinha ido; uma construção esquisita. Parecia uma torre, com várias janelas redondas de concreto puro, no meio daquelas casinhas pobres, algumas até feitas de papelão.

 

Zé entrou, pé-ante-pé, bateu numa caixa velha e ninguém respondeu. Pensou: - Não deve ter ninguém por aqui.

 

Olha daqui, pesquisa acolá e descobriu uma escada em espiral e no centro um cano grosso, igual aquelas de bombeiros. Resolveu descer pelo cano abaixo praticando uma travessura que sempre quis fazer.

 

Lá no andar de baixo não tinha móveis nem nada. Mas ao encostar-se numa parede ela moveu-se e o Zé assustou-se. Quando percebeu estava do outro lado, num quarto bem escuro. Olhou a fiação elétrica, não tinha. Ainda bem que nunca esquecia a sua velha lanterna. Focou nas paredes: nada e nem no teto. No piso umas Saliências esquisitas lá num cantinho.

 

Antes de tomar qualquer decisão pensou bastante. Foi até lá e viu que eram de metal. Passou a mão na testa, limpou o suor e foi em frente: apertou o primeiro botão. Um buraco apareceu e alguma coisa brilhou lá no fundo.

 

Zé Prequeté sentiu o coração bater fraco, sua pressão estava baixa.

 

Sentiu uma tontura e dor de cabeça. A vista escureceu, pensou que ia desmaiar, sentiu um cansaço, visão embaçada e ficou com vontade de vomitar; pegou uma balinha no bolso e deitou-se no chão por alguns minutos. Quando melhorou foi ver o que tinha encontrado.

 

Pegou uma corda que sempre trazia enrolada na cintura, amarrou numa viga de aço e desceu com a lanterna em punho.

 

Cerca de três metros, para baixo, deparou com sacos e mais sacos plásticos, com notas de cem e cinquenta reais. Moedas desconhecidas e pareciam de ouro. Pegou um pacotinho de notas de cinquenta reais e umas cinco moedas.

 

Antes de voltar para sua cabana, fez questão de deixar tudo igual como encontrara.

 

Pegou uma nota de cinquenta reais, comprou alguns pães e pediu ao caixa da padaria que trocasse por notas menores.

 

Levou a moeda que brilhava, lá embaixo, onde tinha um joalheiro seu amigo e perguntou o que achava.

 

- Olha Zé, esta é uma moeda muito valiosa e não deve ficar andando com ela por aí.

 

- Quem sabe o Senhor poderia guardá-la para mim?

 

- Posso e te passo um recibo para sua segurança.

 

Capítulo II - O CASTELO

 

Zé subiu novamente o morro, desceu a escarpa e foi para aquele lugar secreto. Desta vez levou uns sanduíches e água.

 

Pegou as cordas amarrou na viga de aço e desceu até o fundo do buraco.

 

Amarrou todos os pacotes de dinheiro, que nem sabia quanto seria e puxou tudo para cima. Colocou um-a-um todos os pacotes no seu carrinho e cobriu com umas caixas velhas.

 

As moedas, colocou-as num saco plástico reforçado.

 

Ainda ficaram vários sacos que levaria na segunda viagem.

 

Viu armas e muita munição, não quis pegar nada. Na favela quem está armado a polícia prende.

 

Desceu até a sua cabana, colocou tudo numa caixa de papelão e várias caixas por cima.

 

Visitou a parte baixa, fez barba e cabelo com o seu amigo.

 

Visitou a joalheria onde deixara a sua moeda valiosa e teve uma notícia não muito agradável: Ela fora assaltada na noite anterior e os ladrões mataram o proprietário.

 

Sobre a sua moeda o filho não soube informar nada.

 

O jovem não quis continuar o negócio do pai e mudou-se.

 

José, que não era bobo nem nada, tratou de mudar-se daquele local, procurando um apartamentinho lá embaixo. Pagou três meses adiantados, conforme norma da casa.

 

Comprou roupas novas e duas malas grandes, pensando no futuro.

Alguns meses depois viu uma reportagem sobre terras no Estado de Goiás. Resolveu que deveria ir para aquele estado tentar nova vida.

Informou sobre o preço da passagem aérea, achou um absurdo, mas comprou uma para o fim de semana.

 

Ele que nunca havia saído do morro, agora estava voando para outro estado e com as duas malas recheadas.

 

Procurou os jornais e anúncios de venda das fazendas. Ligou para alguns proprietários, foi anotando os preços e comparando.

 

Achou uma que lhe servia: foi ver o preço, quase caiu de costas. Conferiu com outras imobiliárias e o preço era aquele mesmo.

 

Contou um pacote de dinheiro: tinha R$ 5.500.000,00, perguntou ao advogado da empresa com aquele preço o que poderia comprar. Não queria coisa grande e sim conforto e próximo à cidade. O gado iria comprando aos poucos, nada que houvesse suspeita.

 

Visitou vários locais e viu um que poderia dar negócio, o problema era que a proprietária era muito bonita e ele não gostava de fazer negócio com mulher.

 

Mandou prepararem a documentação e marcou o dia para o pagamento. Informou que seria à vista, dinheiro vivo.

 

O corretor de olho no gordo dinheirinho da corretagem arrumou tudo direitinho marcando daí 15 dias, para assinaturas.

 

Zé que agora era Senhor José Dias mudou para aquele local e foi aprendendo como lidar com gado, como comprar e vender.

 

Conversou muito com vizinhos interessados na sua grana.

 

Lá no fundo da casa tinha uns tanques repletos de peixes já em ponto de comer, muitas tilápias e outros peixes.

 

Um dos tanques tinha só traíras, pois elas comem os outros peixes.

 

Zé resolveu até fazer um churrasco num sábado e convidou os vizinhos.

 

Foi fazendo amizades, nisso ele era perito.

 

Quanto ao dinheiro estava bem guardado.

 

Viu e ouviu pela TV que a polícia havia invadido o morro e encontrado várias armas e aquele prédio ela conhecia bem...

 

Ficou bem caladinho e até arranjou uma namorada que lhe foi apresentada num churrasco.

 

Seu pai havia falecido e deixado uma enorme herança e precisava de alguém para administrar os seus bens.

 

José Dias, rico, ficou mais rico ainda, acabou casando-se com a mulher que lhe apresentaram.

 

Os filhos foram aparecendo e uma ilustre figura que por ali apareceu até veio lhe pedir o seu apoio, queria candidatar–se a Senador.

 

Na realidade ele queria era algum dinheiro para campanha. José pediu que ele passasse no escritório da cidade, no outro dia.

 

Assim foi formando um mito sobre este misterioso fazendeiro do Estado de Goiás. Histórias e piadas foram criadas e seu nome correu todo o estado.

 

* Manoel Amaral é escritor e cronista.

 

- Foto: Divulgação.

 

 

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