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Guatemala:

Mural Maya incomum é encontrado

Arqueólogos localizaram na selva guatemalteca uma

misteriosa pintura Maya retratando um rei e seus assessores. 

Detalhe do mural Maya na selva guatemalteca retrata um rei Maya e seus assessores.

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Algum tempo atrás, os arqueólogos descobriram uma parede Maya incomum, com cerca de 1250 anos, localizada dentro de uma estrutura na antiga cidade de Xultún, nordeste da Guatemala. A descoberta foi feita durante uma pesquisa arqueológica, quando um investigador inspecionou rastros que saqueadores deixaram em uma trilha na selva e acabou por encontrar algumas paredes pintadas e cobertas por ervas daninhas.

Nas palavras do pesquisador William Saturno, professor adjunto de arqueologia na Universidade de Boston, "Eu achava que tinha pouco para ver, não porque o os Maya não pintavam murais, o que fizeram, mas porque estes não seriam bem conservados em ambiente tropical".

Três Obsidianas vestidos de preto.

No entanto, os elementos tropicais foram gentis com o edifício e os seus tesouros. Uma escavação arqueológica subsequente trouxe à luz uma sala retangular, que estava enterrada a um metro de profundidade, e revelou seus murais. Logo os arqueólogos perceberam o calendário maia mais antigo já conhecido entre as pinturas, onde aparecem os ciclos lunares e planetários.

Mas, o que é realmente incomum nesse achado é que as pinturas não mostram a vida interna da família real, como seria normal, mas representa o retrato do monarca, vestido como o deus maia do vento, reunido com o seu grupo de assessores reais. Além disso, curiosamente, por trás do monarca, aparece um de seus assistentes, quase escondido com seu grande cocar de penas azuis, tornando o mural único, segundo o professor Saturno.

Disposição dos murais na sala.

Além disso, verificou-se que o mural proporciona muita informação sobre a pessoa que está enterrada ali debaixo. Durante a escavação, os arqueólogos descobriram o esqueleto de um homem vestido como os sábios que estão representados no mural, por isso é possível que este tenha vivido na sala que serviu então como uma tumba.

Distribuição das pinturas na parede.

No mural, além do rei e seu assistente, aparece um homem de perfil ajoelhado diante do rei com a inscrição “itz'in Taaj”, significando o "obsidiana júnior". Por trás dessa personagem, na parede oeste, surgem três homens sentados e vestidos de preto, com um medalhão no peito, com plumas e tangas brancas. O primeiro não foi nomeado, o segundo é rotulado como “Ch'ok” ou Juventude e o terceiro como “Taaj Sakun” ou "Obsidiana Maior".

Para o professor Saturno, ainda não está claro o significado de obsidiana neste contexto, mas poderia ter relação com estudiosos religiosos. Livros aparecem em mesas e pinturas nas paredes. Mas, o engraçado é que todos os três são representados vestindo a mesma roupa e em disposição alinhada à parede, o que poderia sugerir a representação de uma única pessoa.

Representação de Obsidiana Júnior.

Para o pesquisador, é possível que as “obsidianas” viveram naquela sala por algum tempo, e que estas seriam pessoas ligadas a cultos religiosos, o que pode ser indicado pelas dezenas de textos pintados nas paredes, além de este ser o local de encontro com o monarca.

* Informações de José Antonio Cabezas Vigara/Jateamento Notícias.

   Com tradução de Pepe Chaves para Via Fanzine.

    27/02/2016

- Imagens: Jateamento Notícias.

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